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domingo, 20 de setembro de 2020

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - cap. 08/20

 

Capítulo 8/20 

         120 – Boa parte do capital do século XIX evaporou nos conflitos dos anos 20/40 do século XX na França.    Por volta de 1990-2000 esse capital se recompôs e temos uma nova Belle Époque.

         121 – O capital mudou a forma.   Antes era principalmente a terra e hoje se tornou imobiliário, industrial e financeiro.

         121 – Nos últimos três séculos, o Reino Unido e a França eram as duas principais potências coloniais do mundo.

         122 – Até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido tinha de capital externo o equivalente a dois anos de renda nacional.

         Na Belle Époque o capital da França investido no exterior uma renda média  de 5% ao ano, o que é uma boa renda.   Assim acumulou um capital externo equivalente a pouco mais de 1 ano da renda nacional.    Nesse período colonial, ambos países tinham déficit na balança comercial, mas que eram cobertos pelas rendas externas vindas das colônias.

         123 -  Renda e Riqueza.    Algumas ordens de grandeza.

         127 – França e Reino Unido.   O patrimônio do setor privado está entre 95 e 99% do patrimônio nacional de ambos na atualidade.

         A riqueza pública na história.    O Reino Unido – dívida pública e o retorno do capital.     O Reino Unido após a II G.Mundial, chegou a ter dívida pública na casa de 200% do PIB Produto Interno Bruto.    O Reino Unido teve anteriormente guerra com os USA pela ocasião da independência deste.   Nessa guerra o R. Unido chegou a elevar sua dívida para 200% do PIB.    No mesmo período o patrimônio privado aumentou muito no Reino Unido, sendo que o privado (dinheiro dos ricos) financiou a guerra com ganhos para si, através de financiar a dívida pública inclusive.

         O autor se vale de forma indireta nos romances de Jane Austen para aferir a prosperidade no Reino Unido no passado e em Balzac para o caso da França.    Quase sem inflação, os investidores tinham renda anual de títulos públicos com renda na casa dos 4 a 5% ao ano, o que era uma excelente renda, praticamente sem risco.

         132 – Quem lucra com a dívida pública?      Karl Marx já alertava que a dívida pública engordava o capital privado.     ...”um instrumento a serviço do capital privado.”

         134 – Escritor Marcel Proust, em 1913 e sua publicação “No Caminho de Swann”.      Os rentistas que na França de 1913 ganhavam juros polpudos, após a inflação anual de 13% por muitos anos, em 1950, os rendimentos do mesmo capital passou a ser 100 vezes menor.      Com isso caiu drasticamente  o valor da dívida pública da França entre 1913 e 1950, mesmo com as guerras.    

         Por causa da II G. Mundial a França mais uma vez quebrou por inflação anual média em torno de 50% entre 1945 e 1948.

         135 – Os riscos da Equivalência Ricardiana. 

         Keynes em 1936 escreveu sobre a “eutanásia dos rentistas”.

         136 – A França – um capitalismo sem capitalistas no Pós Guerra.

         França e Reino Unido – no século XVIII e no século XIX tinham riqueza pública igual a 50% da renda nacional.    No fim do século XX, início do século XXI, chegam com 100% da riqueza nacional investida principalmente em saúde e educação.

         Ambos países em 2010 tinham ativos públicos da seguinte ordem:

         França – 150% da renda nacional.    

         Reino Unido – 100% da renda nacional.

         O Estado investiu em setores industriais e financeiros no período 1950/1970 e em seguida passou a privatizar esses mesmos ativos entre 1980 e 1990.   Vários países fizeram isso, inclusive o Brasil.

         O crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e a Grande Depressão foi um baque para o mundo e trouxe descrença no capitalismo.   Causou desemprego de ¼ da PEA população economicamente ativa nos USA, Alemanha, Reino Unido, França, etc.

         O jargão do liberalismo do Laissez-faire que vinha até então, caiu no descrédito.   O capitalismo mostrou que não se corrigia por si menos sem a mão do Estado.      Surge então mais empreendimento público, de economia mista, etc. e maior “regulação” do capital.

         O fato da URSS ganhar a guerra junto com os aliados reforçou a idéia de que o controle estatal da economia tinha seus méritos.

         137 – “Afinal, não teria esse sistema permitido que um país notoriamente atrasado, que em 1917 ainda funcionava sob o sistema de servidão tradicional, se industrializasse em marcha forçada?”

         Na França, desconfiança com o capitalismo foi reforçada em 1945, uma vez que boa parte da elite econômica francesa estava sob suspeita de ter colaborado com a ocupação alemã no país e de ter enriquecido de forma indecente entre 1940 e 1944.    O empresário Louis Renault foi preso em 1944 e suas fábricas foram confiscadas em 1945.     Nos anos 50 na França pos guerra, houve muitas nacionalizações nos setores de indústria e financeiro.

         No período dos Trinta Gloriosos (1950-1980) era pós guerra e a França tinha boa parte da economia nas mãos do Estado.   E os países tiveram um período de prosperidade sem similar na história.

         139 – A França na atualidade, após as estatizações do período 1950-1970, privatizou bastante e atualmente é um dos paraísos do capital privado.

         139 – A Renault, em 1990 voltou a ser uma empresa com ações em bolsa.    A telefonia da França também volta a ser de capital em bolsa a partir de 1998-1999.

           continua no cap.   9/20


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