CAPITULO 3/10
Página
50 - No rodapé da página, cita o conde
de Cunha que no passado descreveu casas de caipiras do interior paulista.
52 – A
cidade de Campinas já se chamou São Carlos.
52 –
Narra que Saint-Hilaire melhor descreve o povo que conheceu em suas andanças
pelo interior. ...”apresenta o paulista
rústico – o caipira – um quadro pouco ameno.
Acha-o primitivo e brutal, macambuzio e desprovido de civilidade, em
comparação com o mineiro”. Paulista –
mistura de branco com índio então. O
viajante citado constatou que em Minas Gerais a mistura era de branco com negro
e estes mestiços, mais sociáveis. O
autor deste livro pondera que o paulista e o trato de lavoura meio nômade tinha
“ambiente” para ser o que é. Já o
mineiro nas minas de ouro tinha mais contato com o meio urbano e por isso, mais
facilidade de se relacionar com os estranhos que passassem pela região deles.
53 –
Ainda o viajante citado, dizendo do caboclo:
“Era coisa feia de ver”.
53 –
Cita o termo capuava. E diz que o
caboclo parecia “criação”, comparando-o com animais.
55 –
Cita a descrição de um geógrafo explicando o dano das queimadas para o solo,
empobrecendo-o e trazendo mais pobreza para o povo. Queimada – perda de matéria orgânica, etc.
57 – A
capela como lugar de convergência do povo da zona rural.
Costume
de matar porco e dar pedaços para os vizinhos e esperar a roda girar e receber
de volta um pedaço de carne quando algum vizinho agraciado matasse um porco
também.
Sobre
isso, lembrar que o povo na época nem se pensava em ter geladeira e não dava
para ficar estocando carne. Nessa
condição, essa cooperação entre os vizinhos tinha um lado prático interessante
para todos.
59 –
Alimentação e Recursos Alimentares
Cita um
autor do passado que fala do Brasil remoto e a base alimentar – mandioca, algum
feijão e arroz.
O arroz some
por longo tempo do cardápio do povo do povo comum, só tendo acesso a este os
abastados. O arroz é de origem
asiática e antigamente era em maioria importado e caro.
Por isso
as bandeiras eram obrigadas a levar para semeadura no caminho, milho, feijão e
mudas (ramas) de mandioca. Isto para
garantir a sobrevivência dos desbravadores.
Abóbora também entrava no pacote.
61 –
Mesmo nas cidades, carne, só algumas vezes por ano ou em dia de festa.
62 –
Caminhos das minas. Levavam sementes de
milho, abóbora e feijão e, quando muito, algumas batatas doces.
63 –
Consta que o arroz asiático entrou no Brasil desde logo a seguir a colonização,
mas era em escala bem reduzida. Quem
generalizou a cultura internamente foi o Marques de Pombal, isto no século
XVIII.
66 –
Desde o século XVI, a couve, a chicória e a serralha já entrava no cardápio do
povo brasileiro. Esta última, planta
nativa daqui.
Temperos
– sal, gordura de porco e pimenta.
67 – O
leite era um luxo para poucos, pois dependia de haver espaço para ter vacas de
leite e quem não tinha a terra e era apenas parceiro, geralmente não tinha
capital para ter os animais nem espaço para pastagem.
O açúcar
o pessoal dava um jeito de ter cana e fazer açúcar mascavo artesanal para o
gasto e também melado. Quando havia pó
de café, muitas vezes era adoçado com garapa de cana.
O
aguardente de cana era bem disseminado entre os caipiras e não raro as mulheres
também tomarem a bebida. (um dos
produtos que tem mais apelidos – cachaça, marvada, matar o bicho, etc.
Em
Jandaia do Sul – PR conheci um alambique de um carioca e a cachaça dele tem o
nome bem criativo de Companheira.
67 – A
partir do século XIX, se junta o café na dieta do brasileiro.
O
caipira dos anos 50 ainda fazia algo de coleta, caça e pesca para complemento
da alimentação.
68 – A
Jabuticaba era a mais popular das frutas silvestres disponíveis e comumente
chamada de fruita. Outras frutas que
poderiam estar acessíveis no meio caipira: maracujá, ariticum (pinha), goiaba,
jaracatiá, pitangas e sobretudo, banana.
Caças –
aves – macucos e nhambus. Animais –
paca, cutia, quati, porco-do-mato, capivara.
Nos brejos – saracura, perdiz, codorna, patos do mato, veados, lagartos,
tatus. “Não se come a carne do tatu
canastra” (o autor não explica a razão mas eu, leitor, tenho informação de que
tatus podem ocorrer em cemitérios e associam o mesmo a comer defuntos)
69 –
Içás torradas, comidas como iguaria no tempo das formigas ficarem aladas e
voadoras para reprodução e formação de novos formigueiros. (já comi quando morava na zona rural na
região nos aos 50)
69 – O
teiú (um tipo de lagarto) na cidade
vizinha de Guareí é apreciada e em Bofete-SP é repugnante. Tem esses detalhes de hábito.
Macaco,
apesar de dizerem que a carne seria saborosa, mas não comem alegando que é
“muito parecido com a gente”.
71 – Os
tipos de povoamento. O pequeno
comércio. Moradores da região procura o
comércio quando precisa de sal, religião ou justiça.
Geralmente
tem história o povoado urbano. Já o caipira
na zona rural, sem posses, não tem história.
O autor vai tentar buscar a história dos dispersos, dos caipiras sem voz
e vez.
............
continua– capítulo 4/10
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