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domingo, 13 de setembro de 2020

CAP. 3/10 - FICHAMENTO - LIVRO - OS PARCEIROS DO RIO BONITO - Autor: Antonio Candido - Professor da USP (base 1954)

 

CAPITULO 3/10

         Página 50 -  No rodapé da página, cita o conde de Cunha que no passado descreveu casas de caipiras do interior paulista.

         52 – A cidade de Campinas já se chamou São Carlos.

         52 – Narra que Saint-Hilaire melhor descreve o povo que conheceu em suas andanças pelo interior.   ...”apresenta o paulista rústico – o caipira – um quadro pouco ameno.   Acha-o primitivo e brutal, macambuzio e desprovido de civilidade, em comparação com o mineiro”.    Paulista – mistura de branco com índio então.  O viajante citado constatou que em Minas Gerais a mistura era de branco com negro e estes mestiços, mais sociáveis.   O autor deste livro pondera que o paulista e o trato de lavoura meio nômade tinha “ambiente” para ser o que é.   Já o mineiro nas minas de ouro tinha mais contato com o meio urbano e por isso, mais facilidade de se relacionar com os estranhos que passassem pela região deles.

         53 – Ainda o viajante citado, dizendo do caboclo:   “Era coisa feia de  ver”.

         53 – Cita o termo capuava.    E diz que o caboclo parecia “criação”, comparando-o com animais.

         55 – Cita a descrição de um geógrafo explicando o dano das queimadas para o solo, empobrecendo-o e trazendo mais pobreza para o povo.    Queimada – perda de matéria orgânica, etc.

         57 – A capela como lugar de convergência do povo da zona rural.

         Costume de matar porco e dar pedaços para os vizinhos e esperar a roda girar e receber de volta um pedaço de carne quando algum vizinho agraciado matasse um porco também.

         Sobre isso, lembrar que o povo na época nem se pensava em ter geladeira e não dava para ficar estocando carne.   Nessa condição, essa cooperação entre os vizinhos tinha um lado prático interessante para todos.

         59 – Alimentação e Recursos Alimentares

         Cita um autor do passado que fala do Brasil remoto e a base alimentar – mandioca, algum feijão e arroz.

         O arroz some por longo tempo do cardápio do povo do povo comum, só tendo acesso a este os abastados.    O arroz é de origem asiática e antigamente era em maioria importado e caro.

         Por isso as bandeiras eram obrigadas a levar para semeadura no caminho, milho, feijão e mudas (ramas) de mandioca.    Isto para garantir a sobrevivência dos desbravadores.   Abóbora também entrava no pacote.

         61 – Mesmo nas cidades, carne, só algumas vezes por ano ou em dia de festa.

         62 – Caminhos das minas.   Levavam sementes de milho, abóbora e feijão e, quando muito, algumas batatas doces.

         63 – Consta que o arroz asiático entrou no Brasil desde logo a seguir a colonização, mas era em escala bem reduzida.   Quem generalizou a cultura internamente foi o Marques de Pombal, isto no século XVIII.

         66 – Desde o século XVI, a couve, a chicória e a serralha já entrava no cardápio do povo brasileiro.   Esta última, planta nativa daqui.

         Temperos – sal, gordura de porco e pimenta.

         67 – O leite era um luxo para poucos, pois dependia de haver espaço para ter vacas de leite e quem não tinha a terra e era apenas parceiro, geralmente não tinha capital para ter os animais nem espaço para pastagem.

         O açúcar o pessoal dava um jeito de ter cana e fazer açúcar mascavo artesanal para o gasto e também melado.    Quando havia pó de café, muitas vezes era adoçado com garapa de cana.

         O aguardente de cana era bem disseminado entre os caipiras e não raro as mulheres também tomarem a bebida.   (um dos produtos que tem mais apelidos – cachaça, marvada, matar o bicho, etc.

         Em Jandaia do Sul – PR conheci um alambique de um carioca e a cachaça dele tem o nome bem criativo de Companheira.

         67 – A partir do século XIX, se junta o café na dieta do brasileiro.

         O caipira dos anos 50 ainda fazia algo de coleta, caça e pesca para complemento da alimentação.    

         68 – A Jabuticaba era a mais popular das frutas silvestres disponíveis e comumente chamada de fruita.   Outras frutas que poderiam estar acessíveis no meio caipira: maracujá, ariticum (pinha), goiaba, jaracatiá, pitangas e sobretudo, banana.

         Caças – aves – macucos e nhambus.   Animais – paca, cutia, quati, porco-do-mato, capivara.  Nos brejos – saracura, perdiz, codorna, patos do mato, veados, lagartos, tatus.   “Não se come a carne do tatu canastra” (o autor não explica a razão mas eu, leitor, tenho informação de que tatus podem ocorrer em cemitérios e associam o mesmo a comer defuntos)

         69 – Içás torradas, comidas como iguaria no tempo das formigas ficarem aladas e voadoras para reprodução e formação de novos formigueiros.   (já comi quando morava na zona rural na região nos aos 50)

         69 – O teiú  (um tipo de lagarto) na cidade vizinha de Guareí é apreciada e em Bofete-SP é repugnante.   Tem esses detalhes de hábito.

         Macaco, apesar de dizerem que a carne seria saborosa, mas não comem alegando que é “muito parecido com a gente”.

         71 – Os tipos de povoamento.    O pequeno comércio.   Moradores da região procura o comércio quando precisa de sal, religião ou justiça.

         Geralmente tem história o povoado urbano.   Já o caipira na zona rural, sem posses, não tem história.     O autor vai tentar buscar a história dos dispersos, dos caipiras sem voz e vez.

............  continua– capítulo 4/10

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