Local e anos da pesquisa - Tese de Doutorado do autor: Bofete-SP, anos 1947 a 1954
Página 271 – Naqueles tempos o caipira
regional não se namorava; depois era noivar no máximo um ano e casar.
Nesse tempo os caipiras tinham birra com os
italianos que namoravam até quatro ou cinco anos antes de casar...
Idade mais comum para as moças se casarem
era dos 15 aos 16 anos. Idades
extremas, dos 13 aos 20.
Idade do noivo – Média dos 18 aos 22
anos. Depois dos 30 era difícil arranjar
casamento.
272 – Nho Bicudo, o capelão sexagenário
está na quarta esposa.
273 -
No depoimento. Ele mais jovem do
que ela, foi ficando “enleado” depois não teve como escapar do casamento.
274 – Cururu – só cita a cantoria mais uma
vez.
275 – O recém nascido e o “mal dos sete
dias”, amarelo, icterícia. Não deixavam
nesses dias o bebê ver a luz do sol.
Quando o bebê era menina, furavam a orelha
logo após o nascimento e colocavam brincos de ouro.
277 – Nomes - comumente nomes de santos. A Padroeira de
Bofete-SP é Nossa Senhora da Conceição.
Capela de São Roque – o santo de mais
antiga devoção do povoado.
Menino – dentro do nome, era comum colocar
algo do nome do pai ou de um antepassado.
(eu, leitor, tenho o nome de um tio)
Normalmente os nomes tinham sobrenome
paterno mas se a família da mãe fosse mais de destaque na região, poderia ter o
sobrenome da mãe eventualmente.
283 – Batizado logo aos 15 a 20 dias após o
nascimento do bebê. Os pais geralmente
não iam à Vila para o batizado. Os
padrinhos seguiam o rito de “levar” e “trazer” a criança. Comum a mulher ficar de dieta por quarenta
dias no “resguardo” e na base de comida de canja de galinha. Para o pai, traziam aguardente pra ele
beber e comemorar.
285 – o “pareio” roupa de passeio, terno de
roupa.
Costume do afilhado ter que dar “louvado”
aos pais e padrinhos. O louvado é a
forma abreviada de Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. O outro responde com “louvado” também no
sentido de Para Sempre Seja Louvado.
285 – Varas de surrar a criança, quando
estas “reinavam”. Embirravam. Comumente os castigos eram severos e
poderiam às vezes serem com relhos, varas ou correias. As moças apanhavam até o matrimônio. O garoto, até começar a trabalhar na roça em
torno dos 13 a 14 anos. Isto quando
já tinha força física para o trabalho, para “pegar no eito” junto com os
adultos, o que era um rito de passagem.
Parava de apanhar e já podia ir até a Vila e também tomar uma cachacinha
e procurar noiva...
Uma regra usual até então. Deflorou a moça, tem que casar.
Os termos usuais pelos filhos era pai e
mãe. Nada de papai e mamãe.
288 -
Coito com animais. Prática que
vem de longe, inclusive de civilizações milenares. Estatuas de seres híbridos entre humanos e
animais poderiam inclusive indicar a prática ao longo dos tempos.
290 -
No Brasil, Gilberto Freyre faz referência ao erotismo zoofílico. A expressão popular do “encostar no
barranco”.
293 – Lobisomem, crença popular inclusive
na região teria ligação com o incesto que eventualmente ocorria por lá.
Continua ainda hoje, domingo, capítulo
final 10/10