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domingo, 20 de setembro de 2020

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - RJ 2014 - cap. 5/20

 

Cap. 5/20

Leitor: Eng. Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba

Página 71 – Taxa de Câmbio, PIB e poder de compra. Interessante que os países pobres como China e Índia tem um PIB X, mas o poder de compra das pessoas é maior com o que ganham comparativamente a países ricos. Muitos itens produzidos pelos países pobres, pelo custo baixo da mão de obra, custam menos mas valem bem.

71 - ...” as estatísticas oficiais subestimam o PIB chinês”

72 – Os países ricos e a renda global.

Pelo câmbio nominal eles detém 57% da renda global, mas pelo poder de compra, cai para 46% da renda global.

71 – “Qualquer que seja a medida utilizada, o mundo parece estar entrando numa fase de convergência entre países ricos e pobres”.

72 – Porém os países ricos são duplamente ricos. Além da riqueza interna, tem capital empregado em países pobres e com este geral riquezas para si em detrimento dos pobres.

72 – A divisão mundial da renda é mais desigual do que a produção.

72 – Os países ricos que investem em outros normalmente não tem em termos de renda nacional tanto impacto, mas há sim um saldo positivo que se acumula. Exemplos: Os USA, França e Reino Unido, o saldo positivo é de 1 a 2% do PIB. Já o Japão e Alemanha, mais 2 a 3% do PIB.

73 – Às vésperas da I Guerra Mundial, o Reino Unido tinha uma renda nacional 10% maior do que sua produção interna. Drenava riquezas de suas colônias.

Já a França obtinha com suas colônias ao redor de mais 5% para sua renda nacional.

74 – Quais forças favorecem a convergência entre países?

Nenhum dos países asiáticos que cresceram recentemente se beneficiou do uso de capital estrangeiro. Ex. Japão, Coréia do Sul, Taiwan, China.

Geralmente esses países investiram em educação e formação.

75 – O que alavanca o crescimento econômico dos mais pobres é a difusão de conhecimento – implica em mais tecnologia, mais qualificação da mão de obra. Pela Educação.

Capítulo II - O Crescimento: Ilusões e Realidades

O autor vê cenário para esta fase do século XXI de “um possível retorno do regime histórico de baixo crescimento”

77 – Dois parâmetros: Crescimento da população; crescimento da produção por habitante. (baixos)

77 – Período 2013-2014 –

Crescimento econômico mundial: 3%

Crescimento da população mundial : 1%

Assim, o crescimento da renda mundial/habitante é de pouco mais de 2% ao ano.

“O crescimento durante períodos muito longos”

Página 78

Do ano 0 até o ano 1700 dC

Período Prod.Mund. Popul.mundial Prod/hab.

0 a 1700 ..........0,1% ............. 0,1% .........0,0%

1700-2012 ........1,6% ..........0,8%................... 0,8%

1700/1820 ....... 0,5% ........ .. 0,4%....... ........0,1%

1820/1913........ 1,5%......... 0,6% .....................0,9%

1913/2012 .........3,0% ........1,4%.................... 1,6%

Houve um salto na produção mundial com a Revol.Industrial

79 – A lei do crescimento acumulado

Ano 1700 – população mundial 600 milhões de habitantes

Ano 2012 – pop. Mundial – 7 bilhões de habitantes. A população em três séculos acima se multiplicou por dez. Caso a população mundial seguisse esse salto dos últimos 300 anos, chegaríamos a 2300 com 70 bilhões de pessoas no mundo.

Uma geração humana – estima-se em 30 anos. Uma população crescendo ao ritmo de 1% ao ano, cresce 35% em uma geração (30 anos)

Se ao invés de 1% crescer entre 2 e 2,5% ao ano, no mesmo período ela dobra, ou seja, cresce 100%.

 

............   continua no capítulo 6/20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - RJ 2014 - cap. 6/20

 CAPITULO 6/20 

         Página 82 – As etapas do Crescimento Demográfico

         O crescimento demográfico (populacional) alto está com os dias contados.  Dados da ONU estimam:

         Taxa de crescimento demográfico do mundo será ao redor de 0,4% ao ano até 2030/2040.    Estimam que vai se estabelecer na casa de 0,1% ao ano a partir de 2070 - 2080.   Assim c curva de população mundial forma um sino, rescendo de 1700 a 1950/1970 e descendo desde então.

         90 -  Poder de compra

         Ex.  uma bicicleta.  Das antigas toscas às apetrechadas mais modernas.   Entre 1890 e 1970, o poder de compra aumentou 40 vezes.   A Revolução Industrial trouxe formas mais eficazes de se alimentar, vestir, deslocar, informar, cuidar, etc.

         O autor diz que é mais razoável comparar taxas de crescimento populacional entre duas gerações (diferença de 30 anos – cada geração).  Entre 30 e sessenta anos de abrangência e fora disso se está comparando coisas muito diferentes.

         93 – O Crescimento:   Uma classificação dos modos de vida.

         94 – O Setor de Serviços subiu de forma marcante ao longo do tempo.   França e USA em 1800 tinham médias de ocupação em serviços perto de 15% da ocupação da mão de obra.  Já em 2012 elas tinham nesse grupamento, mais ou menos 70% da mão de obra.   64% na França e 80 nos USA.

         95 – No setor de Serviços, nos países mais desenvolvidos, os itens Saúde e Educação representam ao redor de 20% do total do Setor.

         Boa parte de Saúde e Educação costumam ser serviços públicos e pagos com impostos recolhidos pelo Governo.

         Saúde e Educação públicas nos países desenvolvidos, aproximadamente dos custos, a metade se refere à mão de obra.

         95 – Saúde e Educação  - podem custar 20% do PIB de um país e por outro lado serem sempre dois tipos de serviço da mais alta relevância à população.    Melhoram a qualidade de vida da população.

         96 – Saúde e Educação públicas costumam não entrar no cálculo PIB mas se forem privatizados os prédios e serviços, aparecerão no PIB, elevando-o artificialmente, porém não trazendo benefício adicional ao povo.

         96 – O Fim do Crescimento?

         98 – Costumamos ter uma idéia de crescimento tipo 3% ao ano a 5% a.a. no mundo.   “Isso é uma ilusão, seja do ponto de vista histórico, seja do ponto de vista da lógica”.      Cita o Economista Robert Gordon.      O ritmo vem caindo.  Pode ser inferior a 0,5% ao ano o crescimento da economia mundial entre 2050 e 2100.

         O autor diz que curiosamente toda a tecnologia da Informática e assemelhados traz menos mudança na produção do que foi o vapor, a eletricidade, que foram mudanças muito radicais.

         99 – Com um crescimento de 1% ao ano, as transformações sociais são profundas.   Com crescimento de 1 a 1,5% a.a. nos países ricos de 1980 para cá – internet, saúde melhorou.  Melhoria nos equipamentos de saúde, de tratamentos, etc.   O povo fez em maior escala, curso superior, etc.   Foi um salto.    (viagens aéreas muito expandidas, etc.)

         Muitas pessoas de hoje não existiam em 1980 e com a evolução em comunicação, saúde e educação melhorados – tantas profissões novas surgiram no período.    A sociedade mundial se transformou de 1980 para cá.

         100 -  O crescimento em si, mesmo que em escala alta, não vai garantir justiça social.  Haverá frustrações.

          A Posteridade dos Trinta Gloriosos ( 1950-1980)    Pos II Guerra.

         Antes desse período, quem bombou em termos de crescimento entre 1914 e 1945 foi os USA.    Já a Europa, que sofreu a guerra em seu território, marcou passo sem crescer no mesmo ritmo dos americanos.

         Já nos Trinta Gloriosos, a Europa pegou ritmo mais acelerado de crescimento e retomou o ritmo dos USA.

         USA foi mais ou menos constante no crescimento de 1,5% a.a.  Depois nos Trinta Gloriosos (1950-1980) deu um salto para mais ou menos 3% ao ano.     Mas esse índice americano foi ponto fora da curva.   Os outros países no período não cresceram tanto.

         101 – Entre 1950 e 1970, os países que perderam a guerra voltaram a alcançar os que venceram, em ritmo de crescimento.   Ex. Alemanha e Japão.

         Conservadorismo -   A Inglaterra de Margareth Thatcher e os USA do Ronald Reagan seriam uma busca de retomar os bons tempos do passado com mais capitalismo e menos social democracia.    Ambos melhoraram o ritmo de crescimento econômico no período (nessa onda conservadora) e na atualidade (2014) ainda se acredita nessa onda.

         Alcançaram o ritmo de Alemanha e Japão, mas do ponto de vista da Ciência Econômica o conservadorismo não teria feito diferença nisso tudo.

         102 – A dupla curva em sino do crescimento mundial.

         103 – O ritmo de expansão da população mundial atingiu o ápice por volta de 1950-1970 chegando a quase 2% ao ano o crescimento.  Depois disso a população vem em ritmo desacelerado e caindo e supõe-se que essa taxa de crescimento fique perto de zero após o ano 2050.   Assim o gráfico fica de subir até anos 50 e de descer daí em diante, tomando a forma de sino.

         ...................próximo capítulo -   7 de 20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - RJ 2014 - cap. 7/20

 CAPITULO 7/20 

         Produção -  Já a produção mundial por habitante ultrapassou os 2% ao ano entre 1950/1990.   Parte por causa da recuperação da Europa pós guerra e parte pela recuperação da Ásia com a China puxando a produção.

         A China em anos recentes conseguiu índice de crescimento jamais visto, ao redor de 9% ao ano.

         103 – No gráfico se projeta estimativa de crescimento da produção mundial/habitante:

         Atual (2012)         - produção mundial cresce        2,1%

         2030 – estimativa.............................................       2,6%                    

         2050 - estimativa ............................................       2,4%

         2100 – estimativa..............................................       1,3%

         Na estimativa, cresce até o ano 2030 e depois começa a cair.

         105 – A questão da inflação.      O autor disse de forma bem resumida que foi a inflação que “pagou” as dívidas dos países nas duas guerras mundiais.    Os papeis da dívida pública não tinham correção e a inflação fazia com que o valor real da dívida ia caindo em relação aos preços que iam sofrendo com a inflação.

         106 – A grande estabilidade monetária nos séculos XVIII e XIX.    A inflação passa a ser um fenômeno importante a partir do século XX.

         107 – França.   Moeda de “franco” a partir de 1795.    1 franco, uma moeda de 4,5 gramas de prata.

         108 – A paridade entre o franco e a libra ficou estável por quase dois séculos.   1 libra valendo entre 22 e 25 francos.

         USA o dólar vem de 1775.     Alemanha e o marco-ouro desde 1873.

         No fim do século XIX e início do século XX todos sabiam que 1 libra equivalia ao redor de 5 dolares ou 20 marcos ou 25 francos.

         109 – O significado da moeda nos clássicos da literatura.   A estabilidade da moeda facilitava ao escritor falar da condição social dos seus personagens.

         109 – O fim dos padrões de referência monetários do século XX.   A primeira Guerra Mundial elevou os gastos e dívidas dos países e estes abandonam o padrão ouro nos anos 1920.   Há inflação.  Após a II G.Mundial, retornam ao padrão ouro entre 1946 e 1971, quando o dólar deixa o padrão ouro.

         Inflação na Alemanha entre 1870 a 1913 – perto de 0%

         Alemanha entre 1913 e 1950 – média de 16% ao ano

         França entre 1913 e 1950 – média de 13% ao ano.

         Cita os romancistas Nagib Mahfouz do Egito e Orham Pamuk da Turquia com temas em Istambul.  (1970-1980)

         II Parte   - Dinâmica da relação capital x renda.

         113 – Nos romances do século XIX na Inglaterra e França, a riqueza geralmente aparecia em dois itens:  terra e títulos da dívida pública.    Cita o personagem Pai Goriot que fez fortuna no ramo de massas e depois vendeu tudo e aplicou as rendas em títulos da vida pública.   Teve as filhas que se casaram bem (financeiramente), mas todas de mal com o pai.

         118 – A metamorfose do capital do Reino Unido e da França.    A França no período colonial teve por bom tempo um estoque elevado de capital externo por ter suas colônias.

         Por volta nos anos 1800, França e Inglaterra tinham capital que se aproximava de 6 a 7 anos da renda nacional.   Vieram duas guerras mundiais e o capital caiu em ambas para 2 a 3 anos.    Formou uma curva em u, caindo e depois nos anos 1950, pós guerra, se recuperando.   Em 2010 o capital nacional de ambos países, volta ao patamar de 5 a 6 anos, ou seja, demorou um século para essa recuperação e voltar ao ritmo de 1914.

.......................... continua no capítulo 8/20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - cap. 08/20

 

Capítulo 8/20 

         120 – Boa parte do capital do século XIX evaporou nos conflitos dos anos 20/40 do século XX na França.    Por volta de 1990-2000 esse capital se recompôs e temos uma nova Belle Époque.

         121 – O capital mudou a forma.   Antes era principalmente a terra e hoje se tornou imobiliário, industrial e financeiro.

         121 – Nos últimos três séculos, o Reino Unido e a França eram as duas principais potências coloniais do mundo.

         122 – Até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido tinha de capital externo o equivalente a dois anos de renda nacional.

         Na Belle Époque o capital da França investido no exterior uma renda média  de 5% ao ano, o que é uma boa renda.   Assim acumulou um capital externo equivalente a pouco mais de 1 ano da renda nacional.    Nesse período colonial, ambos países tinham déficit na balança comercial, mas que eram cobertos pelas rendas externas vindas das colônias.

         123 -  Renda e Riqueza.    Algumas ordens de grandeza.

         127 – França e Reino Unido.   O patrimônio do setor privado está entre 95 e 99% do patrimônio nacional de ambos na atualidade.

         A riqueza pública na história.    O Reino Unido – dívida pública e o retorno do capital.     O Reino Unido após a II G.Mundial, chegou a ter dívida pública na casa de 200% do PIB Produto Interno Bruto.    O Reino Unido teve anteriormente guerra com os USA pela ocasião da independência deste.   Nessa guerra o R. Unido chegou a elevar sua dívida para 200% do PIB.    No mesmo período o patrimônio privado aumentou muito no Reino Unido, sendo que o privado (dinheiro dos ricos) financiou a guerra com ganhos para si, através de financiar a dívida pública inclusive.

         O autor se vale de forma indireta nos romances de Jane Austen para aferir a prosperidade no Reino Unido no passado e em Balzac para o caso da França.    Quase sem inflação, os investidores tinham renda anual de títulos públicos com renda na casa dos 4 a 5% ao ano, o que era uma excelente renda, praticamente sem risco.

         132 – Quem lucra com a dívida pública?      Karl Marx já alertava que a dívida pública engordava o capital privado.     ...”um instrumento a serviço do capital privado.”

         134 – Escritor Marcel Proust, em 1913 e sua publicação “No Caminho de Swann”.      Os rentistas que na França de 1913 ganhavam juros polpudos, após a inflação anual de 13% por muitos anos, em 1950, os rendimentos do mesmo capital passou a ser 100 vezes menor.      Com isso caiu drasticamente  o valor da dívida pública da França entre 1913 e 1950, mesmo com as guerras.    

         Por causa da II G. Mundial a França mais uma vez quebrou por inflação anual média em torno de 50% entre 1945 e 1948.

         135 – Os riscos da Equivalência Ricardiana. 

         Keynes em 1936 escreveu sobre a “eutanásia dos rentistas”.

         136 – A França – um capitalismo sem capitalistas no Pós Guerra.

         França e Reino Unido – no século XVIII e no século XIX tinham riqueza pública igual a 50% da renda nacional.    No fim do século XX, início do século XXI, chegam com 100% da riqueza nacional investida principalmente em saúde e educação.

         Ambos países em 2010 tinham ativos públicos da seguinte ordem:

         França – 150% da renda nacional.    

         Reino Unido – 100% da renda nacional.

         O Estado investiu em setores industriais e financeiros no período 1950/1970 e em seguida passou a privatizar esses mesmos ativos entre 1980 e 1990.   Vários países fizeram isso, inclusive o Brasil.

         O crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e a Grande Depressão foi um baque para o mundo e trouxe descrença no capitalismo.   Causou desemprego de ¼ da PEA população economicamente ativa nos USA, Alemanha, Reino Unido, França, etc.

         O jargão do liberalismo do Laissez-faire que vinha até então, caiu no descrédito.   O capitalismo mostrou que não se corrigia por si menos sem a mão do Estado.      Surge então mais empreendimento público, de economia mista, etc. e maior “regulação” do capital.

         O fato da URSS ganhar a guerra junto com os aliados reforçou a idéia de que o controle estatal da economia tinha seus méritos.

         137 – “Afinal, não teria esse sistema permitido que um país notoriamente atrasado, que em 1917 ainda funcionava sob o sistema de servidão tradicional, se industrializasse em marcha forçada?”

         Na França, desconfiança com o capitalismo foi reforçada em 1945, uma vez que boa parte da elite econômica francesa estava sob suspeita de ter colaborado com a ocupação alemã no país e de ter enriquecido de forma indecente entre 1940 e 1944.    O empresário Louis Renault foi preso em 1944 e suas fábricas foram confiscadas em 1945.     Nos anos 50 na França pos guerra, houve muitas nacionalizações nos setores de indústria e financeiro.

         No período dos Trinta Gloriosos (1950-1980) era pós guerra e a França tinha boa parte da economia nas mãos do Estado.   E os países tiveram um período de prosperidade sem similar na história.

         139 – A França na atualidade, após as estatizações do período 1950-1970, privatizou bastante e atualmente é um dos paraísos do capital privado.

         139 – A Renault, em 1990 voltou a ser uma empresa com ações em bolsa.    A telefonia da França também volta a ser de capital em bolsa a partir de 1998-1999.

           continua no cap.   9/20


FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 9/20

 

Capítulo 9/20          (agosto/2020)

 

                   Livro – Capítulo 4 -  Da Velha Europa ao Novo Mundo

         Página 140 -  USA abundância de terra e por isso, valor baixo e trabalho escravo.

         143 -  Na Europa atual, a Volkswagen alemã tem parte do capital estatal.  São 15% do capital estatal e 20% do direito a voto.   (2010)  a VW é líder mundial na fabricação de automóveis.

         No século XX em tempo de Guerra, a Alemanha teve inflação anual por volta de 17% a.a.    Lá a inflação pagou a dívida pública.   Mesmo assim o povo alemão tem aversão enorme por inflação.

         145 – Empresas alemãs que tem representantes dos empregados com voz deliberativa junto à empresa.

         146 – Os choques sobre o capital no século XX.  

         148 – O canal de Suez no Oriente Médio dava altas rendas ao Reino Unido e França entre 1869 e 1956, quando o presidente Nasser nacionalizou o canal.

         149 – O capital na América – mais estável do que na Europa.

         154 – O Novo Mundo e o capital externo.

         157 – Thomas Jefferson tinha terras e 600 escravos que herdou do pai.   USA censo de 1860 -  Mais de 4.000.000 de escravos.   Guerra da Secessão em 1861 e abolição da escravatura lá em 1865.   O uso de escravos lá foi mais na parte sul dos USA.

         No sul dos USA os escravizados chegaram a representar 40% da população regional.

         160 – Negros nos USA ficaram sem a igualdade de direitos até os anos 1960.

         Época em que países aboliram a escravidão:

         USA em 1865; Reino Unido em 1833; França em 1848

         Preço do escravo nos USA em 1860.    Um escravo valia 2.000 dolares equivalente a 10 vezes o salário anual de um trabalhador livre de então que era de 200 dolares por ano.

         Capítulo 5  - A relação Capital/Renda no longo prazo.

        

         Nos séculos os estudos aqui relatados (últimos 300 anos) o capital nacional variou bem pouco, na casa dos 5 a 6 anos da renda nacional.

         Nos USA tem sido menor, na faixa de 4 anos da renda nacional.

         165 – A segunda lei fundamental do capitalismo:   Beta = s/g

         S é a taxa de poupança.   G é a taxa de crescimento da renda nacional.    Ex.  s = 12% e g = 2%.    12/2 = 6 ; passando para porcentagem: 600%.

         Ou seja.   Um país com poupança de 12% a.a. e renda nacional de 2% terá a razão capital/renda de 600% o que equivale que manterá acúmulo de capital equivalente a seis anos de renda nacional do capital.   A fórmula vale para análise de longo prazo.

         Uma acumulação de fortuna individual pode ocorrer rápida, mas de um país, não.    Geralmente é um processo de décadas...

         169 – A volta do capital nos países ricos desde os anos 1970.

           O autor coloca os principais países por ordem decrescente de PIB Produto Interno Bruto.   USA> Japão > Alemanha > Canadá > Austrália.

         Os países citados são os ricos com alta renda per capita.    A China tem um PIB enorme, mas dividindo por sua população dá um valor individual baixo e portanto é país pobre.

         171 -  Houve bolha financeira no Japão nos anos 1990.   O autor fala de passagem na bolha americana de 2008 que se refletiu em esfera global.

         172 – “Além das bolhas: crescimento fraco, poupança forte”

         Aqui tem tabela de países ricos, mas não aparece a China porque apesar do PIB alto, dividindo pela população, dá média baixa por habitante.

         172 – Os países ricos tem crescido num ritmo semelhante e modesto.  Entre 1970/2010 a média ficou entre 1,6% e 2% ao ano a renda média nacional por habitante.

         173 – Crescimento demográfico na Europa e Japão de 1970 a 2010: média de 0,5% ao ano.    Nos outros países ricos citados como USA, Canadá e Austrália, o crescimento no período entre 1% e 1,5%.

         O autor disse que a acumulação de renda na Europa é maior que nos USA em parte porque o crescimento demográfico é menor na Europa que nos USA.

         177 – Bens Duráveis e Objetos de Valor

         179 – No século XX aumentou a presença do Estado fornecendo cada vez mais estrutura de saúde, educação e segurança à população.   (O chamado Estado Social).

         Capítulo 6 – A Divisão Capital – Trabalho no Século XXI

         197 – Um gráfico mostra um deslocamento do ganho do capital e perda para o trabalho nos anos 1850, na Revolução Industrial e a pressão deve ter ajudado o operariado a buscar a alternativa comunista.  

          No ano de 1800 o trabalho ficava com 65% da renda

         O capital ficava com 35% da renda.

         198 – Rendimento da indústria em torno de 5 a 6% ao ano na atualidade.   Já a caderneta de poupança o rendimento é bem abaixo, entre 1 e 2% ao ano.

         200 – Os fluxos: mais difíceis de estimar do que os estoques.

         Sistema de Responsabilidade Limitada nos empreendimentos.  Foi um grande invento no final do século XIX.   Protege o capital do dono do empreendimento, separando do capital da empresa em si.

        

 ...........................continua no capítulo 10/20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 10/20

 CAPITULO 10    - 10/20

         Continuação...   Página 202 -   O rendimento do capital ao longo da história.    Historicamente o rendimento do capital é na média de 5% ao ano e assim, 20 anos para o rendimento dobrar o capital.

         Era tão estável e popular esse índice na França no passado que os romancistas só citavam a renda de um personagem e as pessoas já deduziam o tanto de capital que a pessoa tinha, multiplicando a renda por 20.       5% x 20 anos = 100%  (no caso, o capital)

         Nos séculos XVIII e XIX as duas fontes mais comuns de renda na França e Reino Unido eram a agricultura (terra...) e o tesouro público – os títulos da dívida pública que rendiam juros.

         204 – Rendimento do capital no século XXI

         Rendimento puro do capital – antes dos impostos – e o rendimento efetivo, após os tributos.     Paises ricos tributam o rendimento do capital em até 30%.

         Aluguel de imóveis, rendimento médio estimado em 3% a 4% ao ano.    Risco baixo, rendimento baixo.     Ex.  Apto.de 600.000,00 x 4% = 24.000,00 por ano.     2.000,00 por mês.

         207 – Ativos reais e ativos nominais.

         209 – A noção de produtividade marginal do capital.     

         211 – O capital em excesso mata o retorno do capital.

         215 – A proeza do pesquisador alemão Jurgen Kuczynski, professor de história econômica.   Entre 1960 e 1972 ele publicou 38 volumes da história universal dos salários.

         Os autores defendiam que ao longo do tempo havia uma distribuição “tranquila” entre o capital e o trabalho.  Ou seja, uma estabilidade.   O que não é verdade.   Em economia essa “verdade” era aceita até por volta de 1990.   Relatórios da OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e do FMI Fundo Monetário Internacional começaram a mostrar que o capital estava com ganho desbalanceado com relação aos salários.

         216 – A substituição capital – trabalho no Século XXI

         Uma elasticidade superior a 1.      

         219 -       Período 1800-1810             período 2000/2010

                   Capital        35 a 40%                       25-30%

                   Trabalho     60 a 65%                       70-75%

         Nos tempos recentes aumentou a importância do trabalho na produção.  

         220 -  A evolução da divisão do capital – trabalho no médio prazo.

         220 – Numa fase da Revolução Industrial aumentou a fatia do capital e caiu a fatia do trabalho.   Tempo de salários miseráveis e jornadas longas.

         220 – Na França, estagnação dos salários no período 1810 a 1850 enquanto o setor industrial ia a todo vapor.

         223 – Volta a Marx e à queda da taxa de lucro.  Segundo Pikkety, Marx acompanhava até pelos relatórios do parlamento britânico por quatro décadas, os dados para reforçar suas teses sobre a exploração exacerbada do capital sobre o trabalhador.   Teria faltado reforço estatístico, mas o rumo dele era razoável.      (o autor deste livro logo no início já deixa claro que ele é capitalista)

         227 – O Retorno do capital no regime de crescimento baixo.   O autor reconhece que, na atualidade, temos séries históricas mais amplas do que no passado e distanciamento histórico para uma análise mais livre do que ocorreu no passado na relação capital – renda – mão de obra, etc.

         228 – Futuro -   ...” é possível que as transformações tecnológicas de longo prazo favoreçam um pouco o trabalho em relação ao capital...”

         229 – “A tecnologia, assim como o mercado, não tem limite ou moral”

         “Se desejarmos, de fato, fundar uma ordem social mais justa e racional baseada na utilidade comum, não basta contar com os caprichos da tecnologia”.

 

         III Parte  - A Estrutura da Desigualdade

         233 – Desigualdade e Concentração: Primeiras Impressões

         233 – Romance de Balzac – de 1835 -  O Pai Goriot   -   Um jovem de Paris estuda direito.  Um amigo ex presidiário, colega de pensão, dá conselhos ao colega.   Faz as contas de quanto o futuro advogado ganhará na vida e os percalços e puxa saquismos que haveria no pacote.   Ou casar com mulher rica e ter acesso ao capital...  E tem uma moça que frequenta a pensão.   É feia mas rica...   O ex presidiário sugere ao rapaz deixar o estudo, casar com a moça e o colega “apagaria” o pai dela e a fortuna ficaria para o herdeiro...   (mediante uma comissão...)

         Herdar 1 milhão de francos, juro 5% ao ano, 50.000 francos por ano – uma renda para viver no conforto sem “mexer uma palha”.

         236 – Estudar e ralar ou casar bem e viver da herança e dando uns trambiques.   Era a cara dos nobres da França na Belle Époque.    Também no Reino Unido de então.    Isto nas chamadas Sociedades Patrimoniais.

         Na França e no Reino Unido a situação mudou no Pós Guerra quando caiu a renda das heranças e então o estudo e o trabalho ganharam mais espaço na sociedade.

         241 -  Países mais igualitários em relação a salários.  Os escandinavos.  (Suécia, Dinamarca, Noruega)

         245 – O autor, como vários outros  (inclusive Jessé Souza) faz crítica ao separar classes sociais só pela faixa salarial.   Aqui este autor diz que o critério só do salário é arbitrário e discutível.

 

................. continua no capítulo 11/20  

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 11/20

 CAPÍTULO 11/20

 

         Página 246 – Décimo superior (os 10% mais ricos) e o Centésimo superior (o 1% no topo dos mais ricos)

         França de 1789 (ano da Revolução Francesa) – A aristocracia representava 1 a 2% da população.

         246 – Sobre a divisão em classes.   Sempre é polêmica.

         247 – Ele resolve usar a estatística dos Décimos.   Divide em três grandes grupos:    Os 10% mais ricos, os 40% do meio e os 50% da base.

         247 – Luta de classes ou luta dos centésimos (os do ápice da pirâmide x os da base)

         Para comparar de diferentes épocas e de diferentes regiões, o termo estatístico fica melhor estratificado em décimos e centésimos.

         248 – França de 2013.   65 milhões de habitantes.

         Na França de 1789 o Primeiro Estado eram os da aristocracia.  O Segundo Estado, o clero e o Terceiro Estado, o povo em geral.

         “... as rendas do trabalho representam geralmente, entre dois terços e três quartos da renda nacional”.

         250 – Países mais igualitários na renda do trabalho.  Os escandinavos.   Os 10% mais bem remunerados recebiam 20% da massa salarial.  Os mais mal remunerados desses países, os 50% mais pobres, ganham ao redor de 35% da massa salarial.

         Países mais ou menos igualitários da Europa Ocidental (rica)  - Os 10% mais bem remunerados ficam com 25 a 30% da massa salarial e os da base, em torno de 30% da massa salarial.

         Os países mais fortemente desiguais como os USA (base 2010):

         Os 10% mais bem remunerados  ficam com 35% da massa salarial e a metade mais pobre, fica só com 25% da massa salarial.

         252 – A desigualdade do Capital: Disparidades Externas.

         253 – Patrimônio e Distribuição.   Escandinavos – desigualdade média.  Europa Ocidental  - desigualdade média/alta.

         Americanos – desigualdade alta.

         (sempre respaldado em link com as fontes das estatísticas consultadas de fontes reconhecidas pela ciência)

         255 -  A maior inovação do Século XX:  A classe média patrimonial.

         Há um século os 1% mais abastados na Europa tinham 50% da riqueza.  Os 40% do meio detinham mais ou menos 5% da riqueza nacional.      Nos dias de hoje são os 50% mais pobres que detem pouco menos de 5% da riqueza nacional.      Em outras palavras.   Até por volta de 1900 a 1910 praticamente não havia classe média.

         256 – Concentração da riqueza neste início de século XXI.

         Europa – os 10% com mais patrimônio tem 60% do patrimônio total.

         USA – os 10% mais ricos detem 70% do patrimônio total e os 50% mais pobres, detem 5% do patrimônio nacional privado, mesma posição de 1910.

         Europa – os 40% da classe intermediária detém 1/3 da riqueza nacional e nos USA, ¼ da riqueza nacional.     O autor destaca que é uma lasquinha do patrimônio, mas já é relevante em relação aos séculos anteriores.

         Essa classe média tem algum patrimônio e disputa poder político, etc.

         256 – Dados marcantes  -  De 1900 ao ano 2000 – Os 1% mais ricos da Europa tiveram sua fatia de riqueza caindo de 50% do total para 20 a 25%.

         257 – A desigualdade total da renda: Os dois mundos

         260 – O problema dos indicadores sintéticos.

         Coeficiente de Gini (nome do Pesquisador italiano Corrado Gini) do início do século XX.    O Coeficiente é Zero – quando há igualdade total.  E 1 quando é desigualdade total.    O Índice Gini pode ser para vários fatores como:

         - Desigualdade da renda do trabalho

         - Desigualdade da propriedade do capital

         - Desigualdade da renda total       (esta é a mais usual)

         261 – O Véu Casto das publicações oficiais.  Desde longa data o Estado se esquiva de mostrar dados de renda, patrimônio, etc. dos 10% mais ricos.   A questão é política.

         A forma mais produtiva de apresentar os dados destacando a metade inferior e o décimo superior de cada sociedade.    Os 50% mais pobres e os 10% mais ricos.

         263 -  Hoje em dia se tem acesso aos parâmetros de longo prazo.   Tipo:  População dos países; renda anual dos países; riqueza nacional.

         O autor defende estudar levando em conta os três extratos que propõe:  Sempre dividir em – Os 10% mais ricos; os 40% do meio e os 50% mais pobres.

         Além de outras vantagens, esse critério tem mais sincronia com as tabelas de dados de séculos anteriores  (ele estudou aqui os três séculos mais recentes), o que facilita para se fazer comparações em séries históricas longas.

         Certas tabelas do passado agrupam:

         Nomes dos nobres; dos burgueses; dos senhores; dos artesãos; dos agricultores, etc.    E por grupo, as respectivas rendas.

         Já na atualidade, são bem usuais os Índices de Gini e de Pareto.

         264 – “O modo como se procura medir a desigualdade jamais é neutro”.

............... continua na parte 12/20