CAP 09/20 - novembro de 2020
A
maioria dos Ministros do Bolsonaro não tinha uma vivência de mandato. As exceções: Alvaro Antonio (Turismo), Onyx Lorenzoni,
Tereza Cristina e o próprio Mandetta.
Dificulta interagir com as entidades, o povo e dialogar com o Congresso.
Na
reunião com os congressistas, depois da fala do Mandetta, ele pediu licença
para dar espaço para o Guedes expor o lado econômico e os deputados e senadores
perceberam que ele, o Guedes, estava alheio ao problema social da pandemia. Demonstraram isso ao Guedes e ele ficou
irritado, inclusive com o Mandetta, achando que este fez de propósito essa de
expor os riscos da pandemia e deixar o Guedes sobre ataque.
Depois
das explicações do Mandetta, os congressistas ficaram mais cuidadosos com
relação ao covid 19. “A Câmara brasileira é uma das mais abertas
do mundo. Num dia de sessão intensa,
que atrai vários segmentos da sociedade e imprensa, chegam a passar 20.000 pessoas por ali”.
Os
presidentes da Câmara e do Senado pensaram em colocar as casas em recesso, mas
o Mandetta disse e lutou para que isso não ocorresse porque matérias
importantes de combate à pandemia dependiam de votações no Congresso. Sugeriu que não entrassem em recesso e que
poderiam atuar de forma remota com
videoconferência.
O
Mandetta fez a mesma argumentação com o STF, mesmo sabendo que a Corte tem a
maioria dos Juizes já com certa idade.
90
- O pessoal do poder Executivo que
viajou para os USA com o presidente precisava de quarentena, pois o Secretário
da Comunicação voltou com sintoma da covid 19.
Mas como segurar o pessoal?
Bolsonaro
convocando o povo para manifestação do dia 15-03-2020 contra o Congresso
alegando que este usurpou uma fatia do Orçamento federal. Briga por uma fatia de 15 bilhões do
orçamento, das emendas parlamentares.
91 –
Esses 15 bi já eram do orçamento, verba para as emendas impositivas, dentro da
norma do Congresso. Verbas para os
deputados atenderem obras em suas bases.
Era cumprir e pronto.
Mas o
presidente, na pandemia, resolve apoiar uma manifestação contra o
Parlamento. O General Heleno era
desfavorável a essa manifestação sem sentido.
E a agravante de aglomerar na pandemia.
93 – Dia
15-03-2020, pandemia crescendo, manifestação e o Presidente convida o Mandetta
para ir cumprimentar os manifestantes.
Ele não foi inclusive pelo mau exemplo na pandemia.
O Chefe
de Gabinete do Presidente, Major Cid, chamou o Presidente da ANVISA, Almirante
Antonio Barra Torres para acompanha-los no cumprimento aos manifestantes. Saiu na TV com reprovação da imprensa e
o povo ficou chateado com a falta de cuidado do Presidente e autoridades.
As
autoridades sanitárias pedindo para o povo não se aglomerar e o Executivo indo
apoiar manifestantes. O governador de
Goiás, médico Ronaldo Caiado, discutiu em público com manifestantes. Desabafou na imprensa dizendo que já apoiou
o Bolsonaro, mas naquele gesto dele não o apoiava pois desrespeitava norma de
saúde pública.
94 – “Foi a partir daquele domingo (15-03-2020)
que duas mensagens começaram a circular juntas, uma se contrapondo à
outra. O Ministério da Saúde indicava
um caminho e o presidente enviava mensagem no sentido oposto, a de não
respeitar as orientações do seu próprio Ministério”.
94 – O Ministério tinha que passar
orientações sobre sepultamento de vítimas do covid e o presidente não
queria. “Expliquei que não podia mais
haver velório” para vítimas da covid 19.
O protocolo foi: cadáver dentro
de dois sacos plásticos próprios para tal, em caixão lacrado e no máximo duas
horas de velório restrito à família. A
resistência da presidência acabou fazendo a norma virar uma Recomendação do
Ministério aos estados e municípios, que acabaram acatando e assim fazendo.
95 –
Quase fiz a especialidade de Psiquiatria.
Cheguei a cursar por um ano, antes de mudar para Ortopedia.
Presidente
e a fase de negação diante das mortes e aquela frase da “gripezinha”. Em caso de doença grave em geral o paciente
ouve o diagnóstico, sente um turbilhão, vai confidenciar com um parente próximo
e na esperança, busca uma segunda opinião médica. A primeira fase é de negação. Na segunda fase, depois da segunda opinião
confirmando a gravidade, vem o baque, a fase da raiva: “Ela tem raiva de Deus e se pergunta: Por que
comigo?”... Nesta fase a pessoa já não
nega mais a doença. Só tem raiva. Depois, a fase da reflexão. A próxima fase é a primeira proativa, quando
ocorre, onde a pessoa, pés no chão, começa a aceitar o fato e ajudar no
tratamento.
Continua no capítulo 10/20