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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

CAP. 14/17 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - edição 2018

 CAP. 14/17

  - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Mentira na Era Trump - Autora: jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição de 2018

Pierre Omidyar, fundador do eBay, escreveu que a monetização e a manipulação de informações estão nos afastando rapidamente e encomendou um relatório sobre o efeito das redes sociais sobre a responsabilidade, a confiança e a democracia norte-americana”.

Em ensaio... Roger Mc Namee, um dos primeiros investidores no Facebook, argumentou que a manipulação nas redes sociais do Google e de suas plataformas... e o nível do discurso político, já na sarjeta, ficará ainda pior”.

... as plataformas faturam com seus dados e os comerciais que aparecem nas páginas criam artifícios para “segurar” o leitor pelo maior tempo possível na plataforma e vai montando suas “preferências” e vai lhe dando mais isso em troca de você ficar mais tempo plugado.

“Teorias da conspiração viralizam facilmente nas redes sociais... “assim como mensagens políticas inflamadas e estúpidas”.

“Steve Bannon disse ao jornalista Michael Lewis que Trump não era apenas um homem raivoso, mas que também tinha uma habilidade única de explorar a ira dos outros”. Chavões dele na campanha: “Prendam ela”; Construa o Muro. Isso era pura raiva. Raiva e medo são o que leva as pessoas às urnas. (no país no qual o voto não é obrigatório)

157 – Cambridge Analytica – empresa de dados. Em tempos de internet e os dados que lá circulam. A empresa consegue traçar perfil psicológico de milhões de potenciais eleitores... e influir numa eleição...

O Facebook revelou que os dados de até 87 milhões de pessoas (do seu banco de dados) podem ter sido compartilhados indevidamente com a Cambridge Analytica. (e usados ilegalmente para influenciar em campanha eleitoral...)

158 – Campanha de Trump de 2016. Uso forte das redes sociais. Inclusive com dark posts que só aparecem para os destinatários no Facebook mas não são vistos por outros que veem a página dessa pessoa.

161 – Cita iniciativas em larga escala de russos postando em massa nas redes sociais materiais que beneficiam a campanha de Trump em 2016.

No governo, Trump tentou abolir a norma que exige neutralidade da web e que tem 83% dos americanos que são contra acabar com a neutralidade.

Os russos teriam feito campanha na web nos USA para apoiar a iniciativa de Trump. Foi feita pesquisa sobre os e-mails recebidos pela comissão que deliberou sobre a neutralidade. Verificou-se que entre os e mail, 444.938 comentários vieram de e mail russos. 7,75 milhões vieram de domínios associados ao Fake Mail Generator.com e tinham praticamente o mesmo texto. (sistemas de disparos em massa de forma ilegal)

Há na web verdadeiras fábricas de trolls e exércitos de bots que são usados para espalhar notícias falsas.

Os cenários para as fake News com novas tecnologias. “Vozes já podem ser recriadas a partir de amostras de áudio (inclusive disponíveis na web) e expressões faciais podem ser manipuladas por programas de inteligência artificial. Tecnicamente com esses artifícios, dá para colocar uma pessoa e um diálogo em sua boca, que a mesma não fez.

Embaralha mais a imitação e o verdadeiro; o falso e o real.

8 – Propaganda e Fake News.

Frase de abertura: “Você pode influenciar mais rápido mil homens se apelar para seus preconceitos do que se tentar convencer apenas pela lógica”. Autor da frase: Robert A. Heinlein

169 – A autora destaca ações da Russia na que chama de guerra cibernética, que teria influenciado inclusive algumas eleições na Europa e a eleição de 2016 nos USA.

Fala do pouco conhecido Vladislav Surkov, um ex diretor de teatro pós-moderno que já foi descrito como o “Rasputin de Putin”, o especialista do Kremlin em manipular a opinião pública com uso da propaganda.

“Quase um século após sua morte, o modelo de revolução proposto por Lênin se mostra assustadoramente longevo”. No texto a autora cita a jornalista Anna Applebaum que classifica como grupos “neobolcheviques”, até o que inclui Trump. (como leitor, querer misturar os bolcheviques que eram de esquerda com Trump da direita é uma barca furada teórica)

Continua no capítulo 15/17

CAP. 13/17 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI (4 décadas de experiência)

 CAP. 13/17    - lido em janeiro de 2021.      (livro editado em 2018)

         Página 142 -  Cita Charlie Sykes em escrito de 2017:   “Trump provou que um candidato pode ser imune a narrativas, críticas e checagens de fatos feitos pela grande imprensa”.     (no Brasil o presidente e casos Queiroz, cheque na conta da primeira dama, filhos todos enrolados na justiça, troca de ministro e delegados para salvar os filhos, nada abala os seguidores do presidente).

         144 – “Facebook, Twitter, Youtube e muitos outros sites usam algoritmos para personalizar as informações que você vê – informações customizadas (ao gosto do freguês, digo eu), com base em dados anteriormente coletados sobre você”.

         “O ativista de internet Eli Paryer escreveu em seu livro O Filtro Invisível que com o Google personalizado para todos, a consulta a “células tronco” por exemplo, pode trazer resultados totalmente opostos para cientistas que apoiam células tronco e ativistas que se opõem a elas”.     

         Algo semelhante ocorre, por exemplo para busca como “provas das mudanças climáticas”.   A pesquisa Google traz resultados na medida para a turma do petróleo e opostos, no figurino dos ecologistas...”

         Pesquisas mostram que a maioria das pessoas pensam que as pesquisas Google são imparciais e na realidade elas não são, como foi exemplificado acima em dois casos.

         “O monitor do seu computador é cada vez mais...  um espelho... refletindo seus próprios interesses, enquanto os algoritmos observam no que você clica”.

         ... as redes sociais nos dão informações que tendem a confirmar nossa visão de mundo – o que Pariser chama de “uma repetição infindável de nós mesmos – de conteúdo cada vez mais restrito...

         Isto explica em parte a surpresa que teve o eleitorado e torcedores da campanha de Hillary contra Trump na eleição.   Baseados nas bolhas, um grupo não vê o outro lado e nem sabe a força que cada um tem.

         7 – O déficit de Atenção

         Frase de abertura do capítulo:   “Quando você quiser entender como as coisas realmente funcionam, estude-as quando elas estiverem ruindo”.

         Autor: William Gibson em sua obra História Zero.

         Tim Berners-Lee que em 1989 elaborou uma proposta para que a viria ser a rede mundial www World Wide Web esperava que ela fosse usada mais para o bem.

         O autor Jaron Lanier no livro Gadget! Você é um aplicativo.     “A web seria uma grande biblioteca elaborada de forma cooperativa por assim dizer...   naqueles primeiros dias havia “uma doce fé na natureza humana”.   “Nós acreditávamos que, se empoderássemos os indivíduos, isso resultaria em mais bem do que mal”.   A forma como a internet se deteriorou desde então é realmente perversa”.

         A web tem muita coisa boa mas tem...   agentes mal intencionados... espalhar informações errôneas e desinformação, crueldade e preconceito.

         A possibilidade do anonimato permite uma porção de males.  Há trolls e afins.    A web deu uma mão para a tendência ao egocentrismo das gerações do eu e da selfie até o isolamento das pessoas em bolhas ideológicas e a relativização da verdade”.

         Nicholas Carr ex editor da Harvard Business Review em artigo chamado A Geração Superficial: o que a internet está fazendo com nossos cérebros”

         “Nós não vemos a floresta quando pesquisamos na web.  Nem mesmo vemos as árvores.  Vemos galhos e folhas”.

         Na web...   onde cliques são tudo e entretenimento e notícias estão cada vez mais misturadas, o material sensacionalista, bizarro e revoltante sobre para o topo, com posts que apelam cinicamente para a parte rudimentar de nossos cérebros – para emoções primitivas como medo, ódio e raiva.

         152 - ...”esforço orquestrado da direita para desacreditar a grande imprensa”.

         153 – O BuzzFeed News publicou que, durante os últimos três meses da campanha presidencial de 2016, as fake News eleitorais de “alto desempenho” no Facebook geraram mais engajamento do que as principais notícias dos grandes veículos jornalísticos dos USA.

         “Das vinte matérias falsas, todas, com exceção de três, eram a favor do candidato Trump ou contra Hillary Clinton, incluindo uma que afirmava que Hillary havia vendido armas para o EI Estado Islâmico e outra que dizia que o Papa apoiava Trump”.

         O pessoal do Vale do Silício ficou desapontado porque foram mentores das redes sociais que depois passaram a agir com fake News afetando até eleições presidenciais e a autora diz que uns compararam com a criação de um Frankenstein na web.

         Segue no capítulo 14/17

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

CAP. 12/17 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora - Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 12/23 –

 fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora: jornalista americana (Prêmio Pulitzer de jornalismo) MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

Página 132 – Bell Bishop no livro Big Sort escreve ...”na virada do milênio, as divisões eram menos sobre ideologia do que sobre gostos e valores, mas como os partidos passaram a representar o estilo de vida – e como estilo de vida define as comunidades -, tudo parece divisível...

“Tudo, nesse contexto, se refere não apenas ao que você pensa sobre saúde pública, direitos eleitorais ou aquecimento global, mas também onde você compra, o que você come ou que tipo de filme você assiste”.

“134 – Instituto Pew, levantamento de 2017 (pesquisa). Constatou que os americanos não concordam na questão universidade. ¨

72% dos democratas e simpatizantes disseram que as... universidades tem efeito positivo para o país.

58% dos republicanos e simpatizantes tem uma opinião negativa sobre essas instituições de ensino superior.”

“Os conselheiros políticos de George W. Bush e a estratégia para a campanha eleitoral dele para presidente de 2004. ...se concentrar e encorajar a base e “dizer o que a base quer ouvir”.

Na campanha de Trump ele seguiu essa estratégia à risca.

137 – Pesquisa de 2014 do Instituto Pew constatou que o distanciamento entre republicanos e democratas chegou ao maior patamar da história. A maior parte do crescimento do abismo “atribuível a um aprofundamento da inclinação à direita dos republicanos”.

Motivo: explosão da mídia de direita; expansão dessa mídia.

Um guru de Trump. Rush Limbaugh nos anos 1990: “provou que um discurso ofensivo e um comportamento teatral – duas coisas que Trump aprenderia com ele – poderiam lhe dar uma audiência nacional lucrativa e, por décadas, seus fieis repetiriam convictos qualquer coisa que ele dissesse, mesmo quando era ridículo.”

Em uma diatribe (crítica severa e mordaz.), Limbaugh afirmou que os Quatro pilares da Má-fé são o governo, a academia (Universidades), a Ciência e a mídia. Também declarou que “os cientistas usam aventais brancos e realmente parecem autoridades, mas na verdade são fraudes. Eles são comprados e pagos pela esquerda”.

138 – Roger Ailes e Rupert Murdock lançaram há duas décadas a Fox News. São de direita.... “que repete incansavelmente suas próprias figuras de linguagem (os perigos da imigração, a desconfiança da grande mídia, o lado perverso do governo etc).

O Breitbart, que Steve Bannon descreveu como uma “plataforma para a direita alternativa”.

A Rede Sinclair, que atinge 38% dos lares americanos com noticiários locais, expandiram o universo da mídia de direita.

Nesses canais, nada de veicularem fatos verificáveis. Mostram o que chamam de “conteúdo baseado na verdade” em narrativas egocêntricas pré-fabricadas que ratificam as crenças do público ou reforçam seus medos”.

139 – “Um estudo feito em Harvard em 2017 com mais de 1,25 milhões de matérias publicadas on-line entre 01-04 e 08-11-2017, concluiu que o público a favor de Trump dependia muito dessa “comunidade isolada do conhecimento” – que usa as redes sociais como pilar para transmitir uma perspectiva hiperpartidária e reforça a versão de mundo em comum dos usuários, ao mesmo tempo que os envenena contra o jornalismo de massa que poderia questionar seus preconceitos”. Fanatismo...

“apoiadores de Trump que vaiaram John McCain, um legítimo herói de guerra, e disseram cruelmente que Deus puniu com câncer por se opor a Trump”.

Quanto a fatos... “As primeiras impressões são difíceis de serem descartadas, porque há um instinto primitivo de defender o próprio território por que as pessoas tendem a produzir respostas emocionais em vez de intelectuais ao serem questionadas e são avessas a examinar cuidadosamente as evidências”.

Cita o professor de Direito Cass Sunstein, autor de A Era do Radicalismo. O Radialista conservador de destaque que abandonou o programa que abordava política... seus ouvintes, polarizados... “eles se acostumaram a rejeitar as fontes de notícias tradicionais e, dessa forma, os fatos cotidianos”.

Continua no capítulo 13/23

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

CAP. 11/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - autora: Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 11/23   - livro lido em janeiro de 2021

         Página 120 – No livro 1984 de Robert Orwell consta a técnica do Grande Irmão para alienar e dominar.

          “Mudar de opinião, ou mesmo de atitude política, é uma confissão de fraqueza”, sendo que na verdade a ciência mostra fatos novos e que remetem as pessoas a se reposicionar sobre as novas descobertas e que as opiniões podem mudar diante destas descobertas.

         Os ambientalistas americanos preocupados com eventual mudança de rumo do governo nas questões ambientais, correram baixar e salvar arquivos do site da Casa Branca.  Em 2017, na gestão do indicado pelo Trump, tiraram o site do ar...  alegando que estava...    “passando por mudanças que refletem a nova direção da Agência”.    E nisso foram expressos:  “atualizar a linguagem para refletir a abordagem dos novos líderes”.

         Também no site oficial da USDA Departamento de Agricultura dos USA, retiraram todos os detalhes e acordos sobre clima e meio ambiente firmados pela administração anterior à de Trump.     Os funcionários da USDA foram informados que suas postagens nas redes sociais deveriam ser revisadas pelos administradores (seus chefes...)..   “para remover referências a prioridades políticas e iniciativas da administração anterior”.  (a autora cita no livro o link com essa determinação – cita fonte)

         121 – Depois que...   “o Serviço Nacional de Parques retuitou fotos aéreas que comparavam o público nas posses de Obama e Trump, a equipe digital da agência foi instruída a suspender temporariamente o uso do Twitter.   Este retuite foi rapidamente deletado.     Ele desmentia com foto provando que na posse de Obama tinha mais gente que na de Trump e o pessoal foi punido por dizer a verdade.

         122 – Tuitadas de Trump...   “os tuites são uma mistura assustadora de insultos, exclamações, ostentações, digressões... relativizações, exortações e insinuações – os esforços de um tirano para intimidar, confundir, polarizar e criar bodes expiatórios”.

         Ele chega nas suas falas a complicar até para seus intérpretes.    .... ele é indiferente até na ortografia.

         “Erros de digitação no Twitter são comuns, é claro,  ... mas eles são indicativos de sua postura impulsiva, precipitada e inconsequente...  seus tuites tem consequências imediatas em todo o planeta...  provocando instabilidade na ordem mundial...  (ameaças à paz etc)

         Grupo de extrema direita Britain First.   A autora faz citações deste.

         125 – Em Mianmar, país pobre da Ásia, estão praticando genocídio contra os Rohingyas, minoria muçulmana perseguida a tempos.

         ... lá um oficial do Ministério da Segurança do Estado, perguntado sobre esse genocídio, respondeu:   “Os Rohingyas não existem.  Isso é fake News.”

         126 – Ensaio de Umberto Eco, datado de 1995 descrevendo o fascismo de Mussolini.   Uma professora estudando o tema compara com aspectos do governo Trump, tais como:

         - um apelo ao nacionalismo e ao medo da diferença;      

         - uma rejeição à ciência e ao discurso racional;

         - uma invocação da tradição e do passado e uma propensão a associar divergência com deslealdade.

         126 – “O fascismo... considera ´o Povo` não como cidadãos e indivíduos, mas como uma entidade monolítica que expressa a Vontade Comum que o líder finge interpretar.   O líder se coloca em primeiro plano como a Voz do Povo – em vez de, digamos, o parlamento ou a legislatura”.

         Já Trump, na Convenção Republicana, disse à plateia:  “Eu estou com você, povo norte-americano.  Eu sou o Povo”.

         6 – Filtros, Bolhas e Tribos

         Citação da autora na abertura do capítulo.    Rudyard Kipling, 1890:

         “Somos todos ilhas gritando mentiras umas para as outras através de mares de incompreensão”.

         131 – Bolhas.  ... “veículos de comunicação tendenciosos como a Fox News, a Breitbart e o Drudge...”    ...” os pontos em comum entre cidadãos de partidos políticos opostos estão desaparecendo rapidamente, e a própria ideia de consenso está se tornando coisa do passado”.

         132 – Pesquisa de 2016 pelo Instituto Pew nos USA:  70% dos democratas disseram que os republicanos tem a cabeça fechada; ao mesmo tempo, 47% dos republicanos responderam que os democratas são mais imorais do que os outros norte-americanos e 46% acham que são também mais preguiçosos”.

         Há amplificação desse distanciamento pela ação de trolls russos.  Internet...  “por fóruns de interesses específicos e pelas redes sociais, que ajudaram as pessoas a se isolarem ainda mais em bolhas de interesses compartilhados.

                   Continua no capítulo 12/23

domingo, 17 de janeiro de 2021

CAP. 10/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

CAP. 10/23            leitura feita em janeiro de 2021

         Trump atuou no mercado imobiliário e foi estrela como apresentador de Reality Show na TV.   Nessa a sua imagem se popularizou muito.   Para sua campanha distribuiu chapéus com  o slogan :  Make America Great Again.      (Fazer a América Ótima Novamente).

         Página 105 – “Alice Marwick e Rebecca Lewis, autoras de um estudo sobre desinformação on-line...   “Entre alguns grupos de jovens, há um salto surpreendentemente curto entre rejeitar o politicamente correto e começar a culpar mulheres, imigrantes ou muçulmanos por seus problemas”.

         ... fake News ... ganharam impulsos em sites como 4Chan e Reddit.  Depois saltam para o Twitter e Facebook.

         Estudiosa de teorias da Conspiração na web, Renee DiResta – dizem que as pessoas e mesmo países com intenções espúrias podem estar usando o Reddit para testar a reação a memes e histórias falsas.

         Renee DiResta “alertou na primavera de 2016 que os algoritmos das redes sociais – que mostram às pessoas as notícias que são mais populares em vez de corretas e importantes – estão ajudando a promover teorias da conspiração”.

         O livro é anterior à pandemia e em 2016, DiResta já alertava:   “Esse tipo de conteúdo extremista pode afetar a maneira como as pessoas pensam e se infiltram nos debates sobre políticas públicas em assuntos como vacinas, leis de zoneamento territorial e fluoretação da água”. 

         A estudiosa acrescenta:  “... já termos passado há muito tempo das bolhas e filtros meramente partidários e estarmos agora no mundo das comunidades isoladas que vivem na sua própria realidade e operam com seus próprios fatos.”   Nesse ponto, conclui ela, a interpretação não está mais refletindo a realidade; mas sim moldando-a”.

         Capítulo 5 – Apropriação da Linguagem

         A autora abre o capítulo citando o escritor John Le Carré:   “Sem uma linguagem clara, não existe um padrão de verdade”.

         A autora cita de forma recorrente e pertinente o escritor Orwell, agora em seu livro 1984 no trecho que contem o “Manifesto da Verdade”  (a verdade que o Grande Irmão criou para governar seu povo)

         Cita o linguista judeu alemão Victor Klermperer que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial em Dresden na Alemanha.   Escreveu diários e um estudo chamado A Linguagem do Terceiro Reich.

         No livro 1984 de Orwell, alerta para as gerações futuras:   “... o quão rápida e insidiosamente um autocrata pode usar a língua para suprimir o pensamento crítico, inflamar a intolerância e sequestrar uma democracia”.

         Página 113 – Klemperer não achava que Hitler  se comparava a Mussolini como orador e ficou surpreso que o líder nazista – que considerava um homem raivoso e inseguro com uma voz irritante e uma propensão a berrar – tivesse tantos seguidores”.

         .... “ e Hitler se apresentava como sendo a Voz do Provo, seu Messias”.     Os nazistas odiavam a palavra “sistema”, que associavam à antiga República de Weimar, que detestavam.

         Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha luta) de 1925.    Ele destacava termos que viraram destaques do seu grupo.   Já em 1933 muitos desses termos já eram incorporados pelo povo alemão.

         Hitler e o uso de números e termos superlativos.   Chagou ao extremo nessa mania de grandeza que num certo ponto o artifício passou a não ter mais credibilidade entre os seus.

         116 – Trump e mentiras.    As Agências de Notícias passaram a catalogar as mentiras dele.   “Ele exige lealdade não à Constituição dos USA, mas a si próprio”.

         “e espera que os membros do Congresso e do Judiciário aplaudam suas políticas e desejos, independentemente do que eles acreditam melhor atender aos interesses do povo norte-americano”.

         (esse “filme” não é estranho para nós aqui no Brasil atual...)

         “Trump tem o hábito de acusar adversários dos mesmos pecados dos quais ele é culpado.  Tipo:  Ted Mentiroso, Hillary Corrupta, Bernie Louco.

         119 – “O governo estreou com assessor de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, insistindo que o público da posse de Trump era “o maior da história” – uma informação que ia contra as provas fotográficas... uma mentira”.

         Na Rússia a jornalista Masha Gesser  ... sobre Putin... “...o poder de Putin está em dizer o que quer, quando quer, independentemente dos fatos.   Ele é presidente do país e rei da realidade.”

         Próximo capítulo     11/23 

sábado, 16 de janeiro de 2021

CAP. 09/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Mentira na Era Trump - autora: jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP. 09/23            leitura em janeiro de 2021      (livro editado em 2018)

         Lá nos USA ocorrem às vezes debates na TV entre algo que tem posição clara da ciência contra uma picuinha de minoria sem base e a imprensa se coloca como “isenta” e dá ar de que ambos os lados são legítimos.

         “Um relatório da BBC Trust (estatal) de 2011 constatou que a cobertura científica da emissora dava atenção indevida a opiniões insignificantes sobre o tema das mudanças climáticas provocadas pelo homem”.

         Manchete do The Telegraph:  “Funcionários da BBC são aconselhados a parar de convidar lunáticos para os programas científicos”.

         Página 90 – Chistiane Amanpour, num debate sobre liberdade de imprensa.  Ela que inclusive fez cobertura da Guerra da Bosnia.   “cobrindo a limpeza étnica e o genocídio na Bósnia...  “Eu acredito em ser verdadeiro, não em neutralidade.   E acredito que precisamos parar de banalizar a verdade.”

         Capítulo 4 -  O Desaparecimento da Realidade

         Em A Formiga Elétrica, obra de Philip K. Dick -   “Será que eu quero interferir na fita da realidade?   E se eu quiser, por quê?   Porque, ele pensou, se eu controlar isso, eu controlarei a realidade”.

         “Surreal e caos se tornaram duas dessas palavras utilizadas a todo momento por jornalistas tentando descrever a realidade nos USA na segunda década do novo milênio, num momento em que dezenove crianças são mortas todos os dias no país...”

         95 – “A atuação desequilibrada de Trump na presidência representa um tipo de clímax nesse processo de distorção da realidade...”      = ...”anos 60, origens.....   desconexão....    sociedade se fragmentando e as narrativas oficiais – promovidas pelo governo, pelo establishment e pelas elites – começam a desmoronar;  e o ciclo das notícias começou a acelerar.

         Em relação aos USA, em 1961 Philip Roth escreveu que a realidade americana atordoa, ofende, enfurece”.

         A descrição da realidade ficou mais surpreendente que as obras de ficção.   Cita um ícone do jornalismo americano Gay Talese (li desse autor dois livros excelentes – Vida de Escritor e Fama e Anonimato).

         97 – Os políticos sempre distorcem a realidade mas a TV – e mais tarde a internet – lhes deu novas plataformas para prevaricar.

         98 – Trump...   “Compreendeu instintivamente que esse novo cenário governado pela internet e a crescente ignorância de alguns eleitores tornavam mais fácil do que nunca influenciar seus medos e ressentimentos ao promover narrativas virais e convincentes que servem de base para realidades alternativas”.

         Trump também aumentou seus esforços para desacreditar o jornalismo, taxar matérias como fake News e atacar os repórteres, classificando-os de inimigos do povo... mentiras tenham se acumulado para criar histórias igualmente falsas, que se encaixam perfeitamente nos medos das pessoas”.

         Algumas das mentiras que o Trump espalhou:

         - Criminalidade enorme   (quando tinha sido menos grave que antes)

         - que os imigrantes seriam violentos (estatísticas provam que nas prisões tem proporcionalmente menos imigrantes que americanos natos)

         - imigrantes como fardos para os USA carregarem.    A realidade comprova que não é verdade -   Do ano 2000 para cá, 31 dos 78 Prêmio Nobel recebido pelos USA, vieram de seus imigrantes.    Imigrantes e seus filhos ajudaram a fundar cerca de 60% das empresas de tecnologia dos USA com valor estimado em quase quatro trilhões de dólares.

         Em resumo:   “Trump criou uma imagem de uma nação em apuros, que precisava muito de um salvador”.     (isto na campanha dele).

         Mentiroso desde décadas passadas.   Mentiu que seu edifício Trump Tower tinha 68 andares, quando na verdade são 58.  Também se fez passar por um profissional de relações públicas chamado John Barron ou John Miller para exaltar o nome dele, Donald Trump.

         “a única coisa que importava era fazer a vida”.

         99 – Trump atuou no mercado imobiliário e foi estrela como apresentador de Reality Show na TV.   Nessa a sua imagem se popularizou muito.   Para sua campanha distribuiu chapéus com  o slogan :  Make America Great Again.      (Fazer a América Ótima Novamente).

                   Próximo capítulo   - 10/23

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

CAP. 08/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Notas sobre a Mentira na Era Trump. Autora jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP 08/23            leitura em  janeiro de 2021

         “Com essa adoção da subjetividade veio também uma diminuição da verdade objetiva:  a glorificação da opinião acima dos fatos – uma circunstância que ajudou a promover a ascensão de Trump”.

         Página 75 – Trump, perguntado se havia questionado Vladimir Putin sobre a interferência russa na eleição presidencial, respondeu:  “Eu acredito que ele tenha a impressão de que ele e a Rússia não se meteram na eleição”

         77 – Costume que vem de longe nos americanos.    Há mais de 150 anos, em A Democracia na América, Alexis Tocqueville observou a tendência:   ... “a se isolarem em sociedades unidas pela similitude de condições, hábitos e costumes para se entregar aos prazeres da vida privada”.    Egocentrismo.    ... que negligenciariam suas responsabilidades como cidadãos.

         Cita o livro de 1952 O Poder do Pensamento Positivo de Norman Vincent Peale, autor conhecido como o “Vendedor de Deus” pela sua pregação do evangelho da prosperidade.   O pai de Trump era admirador desse autor e Trump seguiu essa linha.    Duas frases de Peale que se encaixam nas atitudes de Trump:

         “Qualquer fato que se apresente em nossa mente, por mais difícil que seja, ou até aparentemente sem solução, não é tão importante quanto nossa atitude perante ele”.

         ... pregando aparentemente a doutrina da negação dos fatos.

         “Um padrão de pensamento confiante e otimista pode modificar ou superar completamente um fato.”

         Livro citado por Trump:  A Nascente, de Ayn Rand que o presidente citou como seu favorito.     .... sua equiparação entre sucesso e virtude e sua defesa apaixonada de um capitalismo irrestrito.

         ... “o propósito moral mais elevado do homem é a busca de sua própria felicidade, dialogaria com o que o narcisismo descontrolado de Trump...”     .... alguns escritores.... escrever sobre si mesmos...

         80 – Tom Wolfe, repórter e escritor, em 1989 propôs.... “fez um apelo aos romancistas:   se joguem de cabeça neste nosso país selvagem, bizarro, grotesco, barroco e imprevisível e o reivindiquem de volta como terreno literário”.

         Gente partindo para escrever memórias.   Tiradas de egocentrismo.  Alterar fatos para torna-los mais espetaculares.   Enganando leitores.

         Memória de verdade requer honestidade, autenticidade, sinceridade.

         Há leitores que se sentem traídos quando leem uma memória “adulterada” e outros não se importam.   ... tolerantes...  ao caráter tênue da verdade.

         Criticismo do moi.   Autores de obras na academia passam a eles mesmos fazerem o prefácio da obra para não se sujeitarem à crítica.  Daí a expressão:  Criticismo do moi, no caso.      (eu analiso e aprovo o que eu mesmo escrevi...)

         Pós Modernismo  - Verdades dependentes da perspectiva da pessoa.   Lado positivo:   - existem diversas maneiras legítimas de entender ou representar um acontecimento;   permite um discurso mais igualitário quando possibilitou que as vozes dos outrora excluídos fossem ouvidas.

         O lado, nem tanto...      Foi explorado por aqueles que quiseram defender teorias ofensivas ou desacreditadas ou equiparar coisas que não podem ser equiparadas.    (um exemplo dos dias de hoje seriam a postura do indivíduo em relação ao uso de tabaco e de vacina.    Se forma superficial pode dizer que pelo livre arbítrio a pessoa opta por usar ou não.  Só que são situações que não podem ser equiparadas.   Uma em resumo, no caso do tabaco, só afeta de forma direta quem usa.   Já no caso da vacina, quem opta por não usar, está afetando o que poderá ser por ele contaminado)

         Destaca a autora que os grupos destacados, tem em comum o fato de não terem a ciência do lado deles: neonazistas, negacionistas climáticos, adeptos de movimentos anti vacina etc.

         88 – Já em 1969 a indústria do tabaco nos USA, diante de todos os trabalhos científicos que atestavam os males do tabaco, saem com esta defesa:  “A dúvida é o nosso produto”.   Estratégia dos defensores da indústria do tabaco...

         ... bancar uns supostos especialistas... para refutar a ciência estabelecida ou argumentar que mais pesquisas seriam necessárias....     Estratégia semelhante para tentar desacreditar as mudanças climáticas e pautas ambientais.       ... “e atacar a reputação dos cientistas legítimos do outro lado”.    

         Trump e a defesa de armar o povo;   de construir o muro na fronteira com o México etc.   Itens que vão contra as pesquisas e opiniões de especialistas.   Lá ocorrem às vezes debates na TV entre algo que tem posição clara da ciência contra uma picuinha de minoria sem base e a imprensa se coloca como “isenta” e dá ar de que ambos os lados são legítimos.

        

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