CAP. 19/22 leitura em março de 2021
...tributação progressiva... Não dá para
o Estado ficar apostando só no setor privado para mover a economia. “Para tanto o governo não pode continuar
apostando na boa vontade do setor privado, por meio do sistema de concessões ou
de uma melhora no ambiente de negócios.
É mais garantido ligar de novo a engrenagem dos investimentos públicos
em infraestrutura física (transportes, saneamento etc) e social (saúde, educação) e ao mesmo tempo eliminar
subsídios indiscriminados, na forma de desonerações tributárias, por exemplo”.
Reforma Tributária
Menos tributo para consumo e produção e
mais tributo sobre a renda e o patrimônio.
(recentemente li o livro O Capital no
Século XXI do Economista francês Thomas Pikkety que recomenda esta mesma linha
acima citada – tributar mais a renda e patrimônio)
Juros mais baixos aliviariam o custo do
serviço da dívida pública, as tendências de apreciação do câmbio (alta do
dólar) e o aprofundamento das desigualdades sociais.
Hoje quem dita as regras do jogo
indiretamente são os financiadores das campanhas políticas e os interesses
do mercado financeiro.
Página 162 – Entre 2002 e 2015 a carga
tributária se mantinha estável em 32% do PIB Produto Interno Bruto. Geralmente um percentual acima da média da
América Latina, mas abaixo da média dos integrantes da OCDE Organização pela
Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Se nosso povo quer saúde pública e
escola pública, tem que arrecadar impostos para isso.
Entre 30 países da OCDE, nossa carga
tributária está em vigésimo lugar. Por outro lado aqui são concentrados nos
impostos indiretos, que estão embutidos na produção e no consumo. (exemplo – na gasolina, na energia elétrica,
na conta de telefone etc). Até pouco
tempo atrás, não sei se continua, a paranaense Copel cobrava 29% de ICMS na
nossa conta de energia.
Aqui no Brasil estes impostos indiretos
na produção e consumo somam 49,7% dos tributos e ocupamos na OCDE a segunda
colocação nessa classificação.
Injusto: O pobre e o rico pagam
o mesmo encargo nas despesas do dia-a-dia.
Na gasolina, energia elétrica, telefone etc.
“No Brasil os tributos sobre a renda,
os lucros e os ganhos de capital representam apenas 18,27% da arrecadação total”.
Se dentre os 30 países da OCDE formos
colocar no ranking os países com arrecadação sobre rendas, lucros e ganhos de
capital, seriamos o último colocado.
Somos o país mais injusto por esse parâmetro.
Nos USA que são moderados ao cobrar impostos,
essa modalidade arrecada quase 50% dos impostos totais.
Dados de 2015 da Receita Federal: 0,1% dos declarantes de IR Imposto de Renda PF
Pessoa Física com renda mensal de 135.000,00 pagaram uma alíquota efetiva de
apenas 9,1% (suponho que é sobre sua
renda bruta, para efeito de comparação)
Os 0,9% com renda mensal de R$.34.000,00
pagaram 12,4% de alíquota efetiva. Ver
que em termos proporcionais, conforme vai chegando aos de renda menor, em
percentual, passam a pagar mais)
Cita que nos USA a alíquota máxima é de
39,6%. (não esclarece se é sobre a renda
bruta ou já após abatimentos). Para
comparar os percentuais, eu leitor suponho que aqui também ela se refere à
renda bruta.
Ela diz que a maior distorção é a
isenção de tributos dos chamados dividendos
(um tipo de lucro sobre posse de ações)
Nos países da OCDE os dividendos são
tributados em média em 24,1%
No
Brasil até 1995 havia tributação de 15% sobre os dividendos e de lá para cá
(governo FHC) está isento.
A preços de 2016, estudo de Orair e
Gobetti mostram que a arrecadação com essa alíquota de 15% sobre os dividendos
renderia no ano 53 bilhões de reais ao Tesouro Nacional.
Se adotássemos a tabela progressiva poderíamos
chegar a 70 bilhões por ano. (no Imposto
de renda a tabela vai até 27,5%)
Se o Brasil elevasse a alíquota para os
detentores de grandes rendimentos da PF Pessoa Física, a arrecadação anual em
dividendos e IR Imposto de Renda agregariam mais 90 bilhões de reais por ano ao
Tesouro.
Se fosse ajustado um aumento de tributação
nos ganhos citados e reduzida a tributação na produção e consumo (esta que
afeta os mais pobres), melhoraria a condição de vida dos mais pobres e eles
demandariam mais e seria positivo à economia.
Mais movimento, mais emprego, mais tributos, mais investimentos. Ou seja, haveria um crescimento econômico
mais justo e inclusivo.
Continua no capítulo
20/22 (um por dia corrido)