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quarta-feira, 17 de março de 2021

CAP. 14/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (nossa economia de 2000 para cá) - Economista Dra LAURA CARVALHO

 CAP.14/22          

         “Entendiam que a queda da presidente eleita era o melhor caminho para águas mais calmas”.

         Achavam que nas mãos do Temer “a tão desejada estabilidade criaria as bases para a resolução das crises política e econômica”.

         Página 114 – Os discursos antes da votação do impeachment no Senado foram mais sobre economia e se esquivaram de debater o “casuísmo jurídico que envolveu o processo de derrubada do governo Dilma”.

         Duas peças que formaram o bloco pró derrubada da Dilma:

a)     – boa parte do sistema político envolvido na Lava Jato e outras investigações criminais;

b)    Boa parte da elite econômica que desejava salvar-se dos custos de uma das maiores crises econômicas da história recente...

Temer assumiu com o compromisso duplo de manter coesos os grupos de interesse de aprovar reformas que fizessem o desmanche da proteção social e que evitasse elevar impostos.   Era o povo a pagar o pato, não as elites.

Temer – compromisso “estancar a sangria causada pelas investigações”.

O povo observa casos de corrupção envolvendo ministros do Temer e a crise se agravando e ele fica impopular.

Beneficiou o setor empresarial mas isto deixou a economia de mal a pior.   Aí o povo partiu para reclamar contra as reformas que tiram direitos dos trabalhadores.

115 – A Hipocrisia Fiscal

Temer pela primeira vez ainda interino, colocou no Ministério da Fazenda o Meirelles para acalmar o mercado.

Romero Jucá está como Ministro do Planejamento (o da frase de acordão e estancar a sangria pra não punir seus aliados)

“Em maio... Jucá ... foi gravado conversando por telefone com o Presidente da Transpetro (ligada à Petrobras) Sergio Machado sobre um suposto acordo nacional para derrubar Dilma e obstruir as investigações da Operação Lava Jato.   Falou do que sentia como necessidade de estancar a sangria.

Articulado por Jucá (PMDB) ampliaram a previsão de déficit público para 2016, não para usar recursos em investimentos nem criação de empregos.   “Garantia recursos para os apoiadores do impeachment nos poderes Executivo e Legislativo”.

116 – Deficit elevado nas contas públicas mas não se animaram em cortar isenção de impostos sobre lucros distribuídos a pessoas físicas.  Esse item no Brasil vem sendo isento desde 1996 (governo FHC), ao contrário do que ocorre em outros países.

Governo quando corta despesa e reduz aplicação em investimentos, afeta a economia que reduz o ritmo e afeta a arrecadação de impostos.

Mesmo nas crises, o governo pode captar recursos e não tem faltado interesse de investidores em papeis do governo.    O governo poderia taxar um pouco mais o capital (os mais ricos) e se ampliasse a renda dos que ganham menos, estes iriam consumir mais e aquecer a economia, o emprego e a arrecadação sem se desequilibrar as finanças públicas.

No Brasil os que estão no topo da pirâmide pagam impostos baixíssimos se comparados a padrões internacionais.

Sob Temer o Brasil fechou o ano de 2016 com o maior déficit dos últimos 15 anos.  Deficit de 155,8 bilhões de reais.  (= 1,88% do PIB do ano)

119 – O teto de gastos.   Desde 2011 uma PEC Projeto de Emenda Constitucional em vigor restringia as despesas públicas no limite do que se fez de arrecadação.    Segurava as despesas desde 2011.

Os três itens que explicam a degradação fiscal:

- falta de crescimento econômico;

- queda na arrecadação de tributos;

- alto pagamento de juros.

         Desde a Constituição Federal de 1988 houve mais garantia de verba para a saúde e educação e em 2016 alteraram os mecanismos que davam essa garantia.

         122 – “A PEC 241/55 não era um plano de ajuste e, muito menos, uma agenda de crescimento.  Tratava-se de um projeto de longo prazo de desmonte do Estado de Bem Estar Social que antes era garantido pela Constituição Federal.”

         A PEC foi aprovada no Senado no dia 13-12-2016.

                       Continua no capítulo 15/22

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