Cap. 02/05 leitura e fichamento em setembro de 2021
O livro
cita comentários do Antropólogo e fotógrafo Milton Guran.
Diz da
festa no pedaço e coloca no contexto sociológico.
Fala de
flanar ( ato do flaneur) pela cidade, o que era comum para uns que curtiam
ficar andando e contemplando a Paris dos tempos de maior glamour no século XIX
quando ela era a Capital do Mundo Cultural.
O
flaneur captava devagar e atento as coisas e tipos do lugar de então.
O autor
acrescenta: ...” só vemos aquilo que
olhamos. Olhar é um ato de
escolha”. ...”nunca olhamos para uma
coisa apenas, estamos sempre olhando para a relação entre a coisa e nós
mesmos”. – citado em Berger, 1999.
O ramal
ferroviário Dona Isabel (do império) que era o trecho Paranaguá –
Curitiba. Iniciado lá e completado em
Curitiba em 1885.
A união
construiu a ferrovia e repassou a uma concessionária belga a operação da
mesma. A empresa era controlada pela
Société Anonyme de Travaux Dyle et Bacalan.
No
começo essa ferrovia escoava basicamente erva mate para o exterior pelo Porto
de Paranaguá. O destino geralmente era a
Bacia do Rio do Prata.
Durante
a segunda guerra mundial a companhia belga faliu. Na era Getulio Vargas (1942) a ferrovia foi encampada (tirada da
concessão para retorno à União) e então a União passa a operar o trecho.
Feitos
grandes galpões para oficinas ferroviárias em Curitiba e ficaram prontas em
1953 e Getulio Vargas veio para a inauguração dos galpões. Ele ficou de retornar a Curitiba em
dezembro de 1953 quando o Paraná comemorava os 100 anos de emancipação política
por deixar de ser província de São Paulo.
Era aqui o tempo do governo de Bento Munhoz da Rocha. Nos preparativos para o centenário, o
governador preparou as seguintes obras:
Teatro Guaira, o Centro Cívico e a Biblioteca Pública.
Vargas,
para incrementar a industrialização, acabou apoiando a implantação de escolas
profissionalizantes e dentre estas, a de ferroviários aqui em Curitiba. A Rede ferroviária local dava cursos para
filhos de empregados para depois emprega-los e também construía casas para os
empregados e cobrava um aluguel simbólico destes. Assim tinha estes sempre por perto para
eventos de precisar deles mesmo fora do horário de expediente em eventuais
emergências.
Os
autores deste livro percorreram os locais de abrangência da ferrovia em
Curitiba e encontraram inclusive alguns despachos ou macumbas, o que faz parte
da vida da cidade e da diversidade cultural brasileira.
O marco
zero da ferrovia local começa em Paranaguá e segue a Curitiba. No entorno da ferrovia, galpões enormes que
pertenciam ao IBC Instituto Brasileiro do Café. Eram tão amplos que cabiam nestes até 14
vagões de trem de carga enfileirados.
Havia
aqui em Curitiba local especial para descarregar bovinos vivos que aqui
chegavam para o abate nos frigoríficos da cidade e adjacências. As crianças curtiam ir ver o momento de
descarga e carga dos bois.
Nos anos
1940 Curitiba tinha ao redor de 150.000 habitantes. No livro há referência ao Rio Juvevê que
hoje em dia é praticamente todo canalizado e as pessoas nem sabem por onde ele
passa. Desagua no Rio Belém perto da
Rodoferroviária.
A
ferrovia foi bem-vinda com o progresso enorme que trouxe por décadas a Curitiba
mas a partir dos anos 60, a cidade já bem servida de rodovias, começa a ter
trânsito no qual os trilhos dos trens passa a ser um empecilho ao trânsito e
assim passa a ser olhada de forma negativa pelo povo urbano.
Em 1965
a cidade de Curitiba já contava com 400.000 habitantes. A rodoferroviária ficou pronta em 1972. A região da Rodoferroviária, que é ao lado
do Rio Belém, era um terreno bem encharcado, pantanoso no passado.
Ainda há
perto da Rodoferroviária um prédio industrial bastante grande com a placa da
empresa Swedish Match. Esse prédio foi
originalmente uma grande fábrica de fósforos.
A Fábrica de Phosphoros de Segurança, fundada em 1895. O jornalista Ernesto Sevina narra em 1899
o progresso local e a enorme fábrica de fósforos com 600 empregados entre
homens, mulheres e crianças.
Implantada
a ferrovia em 1885, em 1887 começou a operar uma malha viária de bondes puxados
por mulas em Curitiba. Um dos usos
desses bondes era transportar a erva mate pronta para embarque, dos moinhos até
a estação ferroviária de Curitiba.
Esses bondes por mulas foram usados até a década de 1910 quando os
bondes passaram a ser elétricos.
Continua
no capítulo 03/05