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sábado, 4 de dezembro de 2021

CAP. 24/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

 

 CAP. 24/35

Continuação - CLAUDIA SENDER - slogan - Quanto mais difícil, melhor

Aos 21 de idade conseguiu estágio numa empresa de consultoria americana. Depois de certo tempo de trabalho, foi para um MBA em Harvard.

Cláudia é judia. Na POLI Escola Politécnica da USP onde fez engenharia não havia colegas negros em sua classe. Já em Harvard tudo era muito diferente, inclusive nesse quesito, pois havia muitos negros colegas de Universidade.

"Hoje me considero uma pessoa muito mais tolerante e compreensiva". Buscando desafios maiores, foi para a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul. As maiores marcas do mundo no ramo de eletrodomésticos.

Desafio com uma fábrica no ABC paulista que não era rentável. Houve a decisão de juntar essa fábrica com outra de Rio Claro-SP para redução de custos. Fizeram um programa para dispensa de empregados buscando evitar que gastassem a indenização e ficassem sem emprego. Houve um programa de preparo dos empregados para encararem o desafio de estarem preparados para novos empregos com habilidades compatíveis.

O sistema elaborado para isso deu resultado e 95% dos empregados que foram desligados em 6 meses estavam de novo empregados.

Assumindo postos na empresa foi liderar o MKT Marketing. Liderava uma equipe de centenas de pessoas. Era uma lider muito controladora. A equipe não ia tão bem. Um dia ela buscou uma consultora e no contexto do diagnóstico, a pergunta à equipe. Se tivesse uma varinha mágica, o que você faria. Uma da equipe respondeu; Eu faria a chefe desaparecer. Aquilo para ela foi um marco e ela mudou a postura e a mudança fez com que retomasse a liderança da equipe em outras bases e esta passou a atuar muito melhor. Quando tudo estava no eixo, ela deixou esse emprego. Partiu em busca de novos desafios. Em 2011, na fusão das companhias aéreas LAN e TAM, ela aceitou o desafio de participar da gestão. A TAM brasileira e a LAN chilena. O autor do livro conheceu a Cláudia em 2016 num evento empresarial. Em 2019 ela saltou para outro desafio após oito anos de LATAM. Foi para o Conselho de Administração da Lafarge Holcin, Estácio e Gerdau. "Uma posição em que a participação feminina é baixíssima - apenas 11% nas 500 maiores empresas do Brasil segundo o Instituto Ethos. Bate papo com Claudia Sender .................................... "Poder me colocar no lugar do outro virou algo natural para mim". (e isso gera empatia). "Quando vou visitar o pessoal de operação, dou beijo e abraço em todo mundo. Somos todos iguais e eles estão trabalhando por todos nós". "Buscar a simplicidade nas mensagens e atitudes foi um grande aprendizado".

Sobre o começo de tudo para Cláudia Sender: "Nada na minha vida foi fácil. Nunca tomei um atalho. Sempre fiz as coisas dentro das regras e dentro da minha régua de valores". Um dia, palestrando em Harvard, um aluno latino perguntou como ela conseguiu chegar lá sem ter uma família influente nem contatos influentes. E ela diz que o caso dela é de esforço e com isso chegou lá. Marcante para ela, o conselho de um ex chefe na Consultoria. "Temos um guard rail onde de um lado estão as leis e do outro, os valores da companhia". Quando você cometer erros dentro desse muro de contenção, estarei do seu lado, vou protege-la. Mas se você pular do outro lado do guard rail, você está sozinha". Ela afirma: "sempre deixo claro para as minhas equipes que valores da empresa e lei são inegociáveis".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

CAP. 23/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

CAP 23/35 

         Ela trabalhou na Consultoria ThoughtWorks fundada em Chicago por Roy Singhan há cerca de 25 anos.   Ele buscou criar um experimento social.   A empresa era retratada na mídia como socialista.    Os pilares da ThoughtWorks:  > Gerir um negócio sustentável;  >  liderar e promover a excelência de software e revolucionar a indústria de TI Tec da Informação;

         >  e advogar apaixonadamente em favor da justiça social e econômica.

         A Revista Exame publicou que em 2017 apenas 16% dos graduados em cursos de computação eram mulheres enquanto que em 2019 na Consultoria ThoughtWorks a presença feminina no ramo era de 45%.

         Atualmente a empresa está em mãos de britânicos.   Apesar dos seus pilares não descuidarem do lado humano, seu desempenho econômico é de destaque.   Em 2017 faturou bruto pelo mundo mais de 400 milhões de dólares...   “mas não descolada de uma preocupação genuína em tentar enfrentar grandes problemas do mundo”.

         Carol e Gabi se encontraram trabalhando na ThoughtWorks.   Carol vinha da americana HP.

         Incomodava um pouco a equipe só se comunicar em inglês no trabalho e mesmo no cafezinho.   Ficava faltando algo da cultura local.

         “Viver a desigualdade é diferente de ler sobre a desigualdade”.   Diz Gabi.   Ela foi escalada em certo tempo para o desafio de acolher a diversidade no ambiente de trabalho.

         “Cada mulher que entra num ambiente de empresa de tecnologia, se sente mal, deslocada”.    “Isso não pode ser assim”.

         Carol e Gabi encarando o desafio de remover preconceitos dentro do ambiente de trabalho.    As duas trocavam muitas ideias antes de tomarem as decisões.   Um dia foram sondadas em separado para assumir um cargo em nível internacional.   Cada uma, sem combinar com a outra, disse que aceitaria o cargo na condição de que a colega aceitasse o mesmo de forma compartilhada.   Assim foi aceito e assim se fez.   Desde então, elas conduziram as tarefas no comando de forma colaborativa e a empresa não para de crescer.

         Gabi em 2018 teve que se afastar do emprego em licença médica, numa crise de Burnout – que envolve esgotamento e outros sintomas.

         Depois deixou a empresa e foi para outros estudos e empreendimentos.   Outra mulher assumiu seu cargo na ThoughtWorks no Brasil também de forma compartilhada.

 

         Bate papo com Carol Cintra e Gabi Guerra

         Gabi    “sabe que, além de aprender muito no dia a dia, quando surgirem questões que não tenho experiência ou conhecimento, a terei comigo dá muito alívio”.

 

         Outra humana de negócios -   Claudia Sender

         “Quanto mais difícil, melhor”.

         Claudia é paulistana.  Aos cinco de idade foi na venda com a mãe e pediu bala e a mãe não comprou.   Ao chegar em casa, disse pra mãe que trouxe balas.   A mãe foi com ela na venda e fez ela devolver as balas e pedir desculpa.     Exemplo que ela leva pela vida afora.  Fazer a coisa certa.

         Morava no Bairro Bom Retiro, perto da Estação da Luz na capital paulista.    O pai dela, médico e a mãe, fonoaudióloga.

         Na infância, em quatro irmãos, recursos poucos, o presente de Natal costumava ser uniforme escolar novo.    O pai investia no estudo dos filhos e em educa-los para a vida.

         Ela fez engenharia de alimentos na UNICAMP.  Antes de se formar, mudou para Adm de Empresas e depois, para engenharia elétrica.  Acabou se formando em engenharia química, esperando trabalhar em plataforma de petróleo.

 

Continua no próximo capítulo    24/35 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

CAP. 22/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 22/35

         Continuação do Humanos de Negócios

         Thaís Corral     -   Ativista Acidental

         Após isso ela deu outra reviravolta na carreira.

         Ajudou a criar a WEDO, Redeh e Cenima.   Teve o reconhecimento e homenagem desde o Vale do Silício até na UNESCO, órgão da ONU.

         No Brasil ganhou o Prêmio Abril de 1999 e foi a Mulher do Ano do Brasil em 2001.

         Surgiu em 2006 o projeto Adapta Sertão, instalado em Pintadas-BA no semi-árido.   Cooperativismo e empreendedorismo para pequenos produtores rurais com alternativas para enfrentamento às secas.

         Ela criou também o Sinal do Vale, projeto de regeneração ambiental e apoio à população local.

         Participou em evento do autor deste livro, o Humanos de Negócios, em seus edição de 2019.

         Bate papo do autor com Thaís Corral

         ...”meu pai era um visionário.   Ele me criou desde muito pequena para que fosse uma mulher livre e independente”.

        

         Outras Humanas de Negócios -  Carol Cintra e Gabi Guerra

         “Duas Mulheres no Comando”

         Gabi Guerra – porto-alegrense.   Trabalhou no mercado financeiro.   Era muito crítica ao mundo empresarial.   Um dia partiu para a política.   Se juntou a um grupo porto-alegrense que trouxe ao Brasil uma iniciativa Global, o “Porto Alegre, como Vamos?”.    Objetivo:  aproximar o cidadão comum da política.

         Em 2012 o projeto estava com ela na direção e ainda não tinha verba para implementação.

         A Carol Cintra, também porto-alegrense, fez curso de Computação na UFRGS.   Estagiou na multinacional Oracle, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.   Se formou em 2000.

         Ela trabalhou pela Oracle inclusive em Cleveland – USA.

         Voltou ao Brasil, trabalhou na HP Hewlett-Packard em 2010

         Gabi – filha de pais separados, o avô dela foi um dos primeiros médicos da região a ter registro no CRM Conselho Regional de Medicina e seu número era 00011.    O avô dela criticava muito o jeito pelo qual nos organizamos como sociedade, inclusive o sistema capitalista.   Era um estudioso de Karl Marx e questionava muito por que uma pessoa detinha os meios de produção e ganhava em cima do trabalho dos outros.

         Já a avó dela era uma católica fervorosa.

         Voltando à Carol – ela fez intercâmbio nos USA.   Ficou hospedada numa casa de família onde tinha um irmão de moradia que era esquizofrênico e isso a encorajou a estudar Psicologia.

         Estudou Psicologia no Brasil e depois foi para Londres e trabalhou lá em serviços diversos.    Fez certificação em mercados de capitais e trabalhou na XP Investimentos, esta que depois passou a ser controlada pelo Banco Itau.   A empresa remunerava bem, mas a pessoa tinha um ritmo frenético de trabalho ao ponto de afetar a saúde.     Nesse emprego na XP que é uma corretora de valores que opera em Bolsas, eram só três mulheres na equipe e setenta homens.

         Ambiente bem machista, além da pressão absurda dos movimentos das Bolsas.   Sobre o tema, cita o filme O Lobo de Wall Street estrelado por Leonardo Di Caprio que mostra a pressão no setor.

         Carol  nasceu numa família de militares do Exército.   Cada dois anos mudavam de cidade, o que é típico na carreira militar.  Aos 17 de idade ela resolveu sair da casa dos pais.   Antes era um construir relações num lugar e logo mudar e reconstruir tudo em outro lugar.

         “Aprendi com isso que não existe um lugar certo – é você que monta esse lugar com as outras pessoas”.

         Os pais dela se separaram após 25 anos de casados.  Vinham de uma vida de não se entender bem entre si.    Ela questiona:   Se não é bom os pais se separarem enquanto os filhos são novos, também os pais levarem o relacionamento instável não é bom para as crianças.

         Os três testes vocacionais que ela fez indicava o curso de Direito.

         Ela fez Ciência da Computação na UFGRS.   No mercado de trabalho, o abismo entre o número de homens em relação às mulheres atuando em TI Tecnologia da Informação.    No curso dela, eram 60 homens e seis mulheres.

         A mãe dela, esposa de militar, dependia do marido em tudo.  Já a filha, entrou no mercado de TI ganhando acima da média do que ganhava uma pessoa da sua idade, o que lhe dava independência financeira.

     continua no próximo capítulo até 35

sábado, 27 de novembro de 2021

CAP. 21/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RICARDO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP. 21/35

         Outra Humana de Negócios – Thaís Corral     -  Ativista Acidental

         Em 1992 o mundo voltou a atenção pra o Rio de Janeiro para a ECO 92 da ONU, conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

         A ONU já tinha em 1972 promovido a primeira  Conferência ECO  em Estocolmo na Suécia.

         Um ano antes da ECO 92 no RJ, se reuniram nos USA várias mulheres para elevar a voz feminina em debates da ONU sobre justiça social, econômica e ambiental.    O Grupo WEDO.   O grupo era liderado pela senadora e ativista de Direitos Humanos Bella Abzug.  Havia e há outras lideranças internacionais que participam do grupo WEDO, sendo duas brasileiras:  Ruth Escobar, a primeira  Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e Thaís Corral, ativista e articuladora de duas organizações no Brasil.   Nessa época (1991) Thaís era relativamente jovem e nem tão conhecida com seus 33 anos de idade.   A missão incluía ser uma voz do Brasil em eventos da ONU.   Ela tinha como missão representar o Brasil e articular ações na América Latina.   A voz feminina e a Sustentabilidade econômica, social e ambiental.

         Thaís é filiada ao Partido Verde.   Se viu organizando o Planeta Fêmea, evento no RJ em 1991 no qual passaram 1.500 mulheres de todas as partes do mundo.  Foram 14 dias de evento.

         Em tempos anteriores, início da década de 80, Thaís estava trabalhando em rádio em Roma.

         Descendente de espanhóis, ela nasceu em Macaé-RJ.  Ela diz:   “Meu avô fez o primeiro restaurante vegetariano do Brasil em São Paulo.   Ela nasceu numa família vegetariana.   “Minha mãe nunca comeu carne e nunca foi à escola.  Aprendeu a ler e escrever em casa, com professora particular”.

         “Me incomodava com a gente era diferente”.    O pai dela morreu cedo e ela sentiu uma força.   “Eu estava preparada”.   Disse:  “eu vou dar conta”.  Isso aos 14 de idade.    A mãe ficou abalada com a perda do marido e ela ajudava a cuidar da mãe e dos dois irmãos mais novos.

         Foi boa aluna.  Queria no futuro resgatar a fábrica do pai.   Fez Administração de Empresas na renomada FGV Fundação Getúlio Vargas.

         Ela foi aluna da turma do Gustavo Franco e outro que também como ele, foi ministro.     Ela deixou o curso no meio e foi para a Europa, inclusive na região dos seus ancestrais na Espanha.

         Na Itália, se apaixonou pelo lugar e a vida em si.    Conseguiu emprego na área jornalística e foi parar numa emissora de rádio e fazia locução.  Assuntos da mulher.

         Aos 28 de idade, retornou ao Brasil por um mês, já com Bolsa de estudo nos USA.   Estudou no Programa Família, Gênero e Idade.

         Brasil na década de 70.   Cresce a população urbana (migração campo-cidade) e cresce a presença feminina no mercado de trabalho.  Tempo de transformações e demandas como creche e outras mais.   Ela retornou ao Brasil em 1987 em tempos de ebulição após o fim da Ditadura Militar que acabou em1985.    Ela começou a se reunir com um grupo formado pelo Fernando Gabeira, Carlos Minc, Lucélia Santos e outros e deram origem ao Partido Verde.  Neste, criaram um grupo de mulheres chamado de Bando das Mulheres.

         Teve convite para formar na América Latina uma rede de jornalistas mulheres ...  “que repercutissem a voz e ações inovadoras das mulheres na A. Latina”.   Encarou o desafio.   “Um grande desafio que abracei com muita garra”.

         Em 1980 foi criado o Partido Verde alemão.  Criado por ambientalistas, pacifistas e ativistas dos Direitos Humanos.   Queda do muro de Berlim em agosto de 1989.    Como foi dito, ela teve participação no evento Planeta Fêmea em 1991 que antecedeu a Eco 92 ou Rio 92.

         “Quando deixei a FGV Fundação Getúlio Vargas, eu nunca imaginei que chegaria a esse lugar de visibilidade e poder”.   Fui uma das poucas brasileiras que foi a todas as Conferências da ONU nos anos 1990.

         ... fui como sociedade civil, não pelo serviço diplomático.

         Em 1998 ela perdeu uma amiga, também da luta pelas causas sociais.  Resolveu  fazer um sabático.  Um período de estudos.    ...”abraçou os ensinamentos da antiga escola Nyingma do budismo tibetano”.

         Foi fazer Mestrado na tradicional Escola de Governo de Harvard nos USA.   Nesse tempo ela estava com 42 anos de idade.

         Neste curso, um dos seus professores foi Ron Heifetz – que tem um curso que muda cabeças.   Ele criou o conceito de liderança adaptativa, em que a liderança é uma atividade que se faz mobilizando recursos para a mudança.

         Após isso ela deu outra reviravolta na carreira.

         Ajudou a criar a WEDO, Redeh e Cenima.   Teve o reconhecimento e homenagem desde o Vale do Silício até na UNESCO, órgão da ONU.

         No Brasil ganhou o Prêmio Abril de 1999 e foi a Mulher do Ano do Brasil em 2001.

                   Continua.....

terça-feira, 23 de novembro de 2021

CAP. 20/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

CAP. 20/35

         Continuação – Humana de Negócios – Maure Pessanha

         Kelly, fundadora da Artemisia, que  convidou Maure, então uma voluntária, a se juntar ao time em 2006.

         “O que mais gostou foi a visão de desenvolver empreendimentos sociais com viabilidade financeira”.     Se inspirou também no bengalês Yunus que ganhou Prêmio Nobel de Economia por seu trabalho em microcrédito.   Ele está à frente dentre outras, da Yunus Investiments que atua na captação de fundos para aplicar em empreendimentos sociais.

         A caminhada nessa linha do empreendedorismo social demandou a criação do Movimento Choice que fomenta, já nas universidades, esse jeito de pensar, e a aceleradora de negócios sociais, criada em 2011.   Algo até inédito na América Latina.   Viram o modelo nos USA e pensaram.    Por que não implementar aqui?

         “A gente sempre estudou muito.   Esse negócio de aprender fazendo sempre foi muito forte”.

         A busca do equilíbrio nos negócios sociais.   “Nós somos muito idealistas nos nossos sonhos, valores e no que queremos alcançar, mas muito pragmáticos nas decisões, em função de clientes, de foco ou de sustentabilidade financeira”.

         A rede da Artemísia – mais de 400 projetos apoiados, 170 negócios acelerados e 112 milhões de reais investidos.   Há parceiros como o Facebook, o BID Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Caixa Econômica Federal.   

         “Maure, hoje diretora executiva da Artemísia, brinca que seu trabalho lhe custou um casamento, mas também lhe trouxe o ‘amor de sua vida’, o empreendedor social Claudio Sassaki, fundador do Geekie, também personagem deste livro”.

         “No fundo, o que queremos é que cada um se conecte com o humano que há no outro”.

 

         Bate papo com Maure Pessanha

         Os tempos dela na FEA USP apoiando o cursinho que criaram para pessoas carentes da comunidade.   Os colegas dela em geral de olho em estágios em multinacionais, banco ou grande empresa.   E eu comecei a ir para a área social.

         Ela teve uma professora que apoiou essa de área social.   Cita o nome da professora no livro.   O mote do Terceiro Setor  (o social) estava despontando no Brasil.    A própria família dela fez alguma pressão para ela não ir para esse setor onde o futuro seria mais incerto.

         Os amigos dela que seguiram o caminho convencional tinham uma finança pessoal mais sólida e viajavam mais.    Ela se envolveu tanto no terceiro setor....   “passei por várias fases – inclusive a de querer morar em uma favela, largar tudo...”    De tanto que se envolvia com as histórias, com os projetos, com as pessoas”.

         “Eu sempre fiz tudo com o coração”.

         Em Harvard, inclusive teve aulas de Direitos Humanos.   Conheceu o conceito do Amartya Sem, Prêmio Nobel de Economia de 1998 sobre vulnerabilidade e pobreza e ela aplicou o conceito na Artemísia.

         Ela disse que muita gente pensa em empreender para o grupo AAA, alta renda onde existe muito dinheiro.    “Por que não para resolver problemas de educação, de habitação?

         Projeto Vivenda para reforma de casas aos de baixa renda.    A Artemísia focou em saúde, moradia e educação.

         Para divulgar o programa deles em 2009, o slogan “entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, fique com os dois”.   (mensagem final dela)

        

   Próximo capítulo ... 

domingo, 21 de novembro de 2021

CAP. 19/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

CAP.19/35

         Outra Humana de Negócios -  Maure Pessanha -  

  Hack Social no Mercado

         Ela milita na Artemísia.       artemisiaArtemisia.org.br

         A Artemísia foi fundada em 2004 por uma jovem norte americana.  Nasceu com a proposta de apoiar o desenvolvimento de empreendedores de 18 a 24 anos de idade, prioritariamente de baixa renda.

         Se articula com a Feira Preta, com o Sementes da Paz, voltada ao comércio justo de produtos orgânicos, e o Morada da Floresta, de redução de impactos ambientais.

         Até certo tempo buscavam empreendedores e empreendimentos econômicos, mas em certo momento perceberam que no caso deles o melhor seria mudar o foco para o empreendedorismo voltado para o social.

         Há no exterior desde a década de 70 o termo “negócio social” e aqui no Brasil mesmo na atualidade o termo é pouco conhecido.   Dois livros que abordam bem o negócio social:

         “A riqueza na base da pirâmide” de C.K. Trahalad e

         “O Capitalismo na encruzilhada” de Stuart L. Hart

         Outro destaque foi o fato do Economista bengalês Muhammad Yunus ter ganho o Prêmio Nobel da Paz em 2006 “pelo trabalho desenvolvido no Grameen Bank, um banco de microcrédito voltado a pessoas mais pobres de Bangladesh.

         Maure estudou um semestre em Harvard, nos USA entre 2004 e 2005 num curso para desenvolvimento de lideranças sociais.

         Maure passeava com a mãe no campus da USP antes de ser universitária e aos 17 anos entrou na USP estudar.    Fazia de dia o curso de Administração e à noite, Relações Internacionais.   Em Rel. Intern. Ela se identificava mais com temas da antropologia e as questões sociais.

         Participou de debates buscando tornar a USP menos elitista.   Criaram um cursinho pré vestibular buscando trazer candidatos filhos de funcionários da USP e pessoas de baixa renda da comunidade.     O cursinho existe até a atualidade.     Os estudantes do cursinho participam em conjunto com os universitários de várias atividades de integração.

         “Com essa experiência, que durou dois anos (na época da Maure universitária) e deu sentido à sua vida acadêmica, ela uniu dois elementos das suas raízes: o empreendedorismo e a preocupação com o próximo”.

         Maure nasceu em São Paulo.  A avó dela tinha um modesto bazar e a família dela vivia numa casa bem simples.   O pai dela, filho de sapateiro, um dia conseguiu um emprego de office boy e fazia serviço de arquivista.  No serviço, ia lendo todo papel que passava pela mão dele.    Se interessou pelo mercado de ações quando este era quase desconhecido.   Melhorou muito de vida aos poucos e sempre apoiando outros na luta pela sobrevivência.

         A filha Maure cresceu neste contexto de batalhar por si e ajudar o próximo.   Aos dez:  “eu via a Madre Tereza de Calcutá e pensava que meu sonho era se juntar a ela para ajudar as pessoas”.

         Estudou no renomado Colégio Bandeirantes e lá teve contato com temas que afetavam o Brasil e o mundo.   “Acompanhei discussões sobre controle de arma, biopirataria, controle de agrotóxicos e outros temas”.

         O pai sugeriu para ela cursar Administração.   Fez Administração e foi também estudar em Harvard como aluna especial.   Nos anos 1990 chegou a estagiar na Ong Instituto Eu Sou da Paz.

         Depois ela trabalhou quatro anos na Ashoka.    A Ashoka, criada em 1981 e que fez despontar o termo Empreendedor Social no Brasil.  A Ashoka “tem a missão de desenvolver uma rede de agentes de transformação para catalisar as mudanças necessárias”.

         A Ashoka e a parceria com a Consultoria Mckinsey para promover a transformação de conhecimento e ferramentas de gestão entre setores privado e social”.

                   Segue no próximo capítulo.... 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

CAP. 18/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - História de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Ed. Voo - 2020

 CAP. 18/35

         Continuação do depoimento de Ilona Szabó

         No auge da carreira, ela tem uma filha.   Fala  do quão desafiador isto é.    “A maternidade torna-se o centro da sua existência e leva tempo para reequilibrar o restante”.

         Em 2016 ela partiu para a criação do Movimento Agora!    ...”na construção de uma nova visão e de uma agenda para o país”.    Passaram inclusive pelo programa de TV do Huck.   “Dizer que política não se discute é o clichê do clichê – temos que falar, sim, sobre política, como eu tenho falado de segurança pública”.

         ...”perdemos a capacidade de dialogar, de ouvir, de conviver com a diferença”.

         Ela escreveu seu segundo livro:  Segurança Pública para Virar o Jogo em parceria com a colega do Agora! Melina Risso.   

         Em 2019, já no embate eleitoral...   “ajudando a alimentar o debate contra as ideias armamentistas e justiceiras do então deputado Jair Bolsonaro, no período de pré-eleição”.

         Ela, logo depois de Bolsonaro eleito, foi convidada pelo então ministro Sergio Moro para ser membro Suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.  Convidada pelo Moro e logo em seguida desconvidada pelo Bolsonaro.

         Bate papo com Ilona Szabó

         “Missão para mim é não separar o pessoal do profissional.   Isso cobra um preço, e sei que tenho que melhorar nesse equilíbrio, em especial pela minha família”.

         ...posição de liderança...  precisa estar atento ao ego para que nunca se desvie da missão...    viver no coletivo é fazer política”.

         “Quando você se isenta, você está também fazendo política.    A negação da participação é uma decisão política, em que você está dizendo que não liga ou tanto faz o que decidam sobre sua vida”.

         A gente está nessa situação de um país fraturado porque muita gente decidiu não fazer parte”.

         Ela e equipe fizeram muita mobilização para o Congresso derrubar as normas do atual governo federal que tentavam flexibilizar o uso de armas de fogo.   Dialogam via Ongs com o STF, Ministro da Justiça, sobre temas como armas e drogas.   Buscam elaborar e divulgar dados de qualidade para embasar os debates.

         Falando de leis.    “As pessoas compram algumas maluquices simplesmente porque não tem acesso a informação de confiança”.

         Ela   conta inclusive com apoio do Dr. Drauzio Varella.   Disse que se houvesse mais gente com a bagagem como a dele e exposição na mídia como ele tem, ajudaria a articular muitas ações de interesse da sociedade.

         Fala do Movimento Agora! e da busca por lideranças inspiradas para as causas que este defende.   “Estamos órfãos de inspiração.   Acho que precisamos, nesta geração, abrir espaço para novas referências que inspirem o certo pelo certo”.

         Ela sempre de agenda cheia e o esforço para a formação da filha.   Acaba tendo que “terceirizar” tarefas via babá, mas ela se preocupa sobre as perguntas que os filhos vão fazendo na busca de entender o mundo e que o ideal seria ter a resposta dos pais.

         “Nosso desafio hoje é criar cidadãos absolutamente conscientes da realidade e prontos para lidar com os desafios que os nossos filhos vão enfrentar”.

         ...”eu questiono muito o modelo de sucesso brasileiro, de competição por ser o maior e de buscar o lucro pelo lucro”.   “Não é que eu julgue quem quer ganhar dinheiro, mas para mim isso está longe de ser a principal métrica do sucesso”.

         Fim da fala desta Humana de Negócios.     Segue outra no capítulo que vem...