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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

CAP. 09/'13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO

capítulo 09/13 

         O pensador Espinosa chama de conatus -   “Todos os seres são dotados necessariamente dessa força interna de autopreservação.  Eis a sua essência.

         Potência de Pensar -   “Porque a tristeza, essa faz parte.   E lutar contra ela, também”.

         Capítulo 7 – Vida Útil   -   “Ao longo da vida somos cobrados o tempo todo”.   Emprego, estudo, concurso, carreira, metas...

         O resultado de cada etapa discrimina vitoriosos e fracassados.   Nos julgam sobre os efeitos que produzimos no mundo.   “Com o que esperam de nós.   Do quanto lhes somos úteis”.

         E essa utilidade tornou-se critério hegemônico para identificação da vida que vale a pena ser vivida.

         Utilidade que também encontra abrigo no pensamento filosófico.   No utilitarismo moral.

         Utilidade e Utilitarismo.    “Porque a utilidade de qualquer coisa nunca está nela própria.   Mas em corpos sobre os quais age e produz efeitos”.     (exemplo:   uma cerveja gelada...)

         Utilidade  é Consequencialismo -   “todas as transformações que pretendem determinar o mundo.   Afinal, segundo esta perspectiva, é só para mudar o mundo que agimos”.

         “Para os utilitaristas, o valor de qualquer ação está nas suas consequências.”

         Utilidade e bons efeitos -   Para o utilitarista...       “O bom efeito não é o sucesso de quem age”.   É sim, a maior alegria do maior número de afetados pela ação.

         Utilidade e finalismo -   Utilidade e Reformismo Moderado

         Reformismo para tornar a vida das pessoas melhor em termos gerais.  Inclusive criar organismos e buscar  a paz mundial...  buscar melhoria para muita gente.    “Para o maior número possível”,    “Em nome de um bem comum”.   Há pessoas que usando essa linha, os chamados socialistas utópicos, tentaram elaborar planos para a sociedade futura.   “O ideal do maior bem comum”.    

         Destaques nessa linha:  Henry de Saint-Simon, Charles Fourier, Victor Consideirant, Robert Owen e Etienne Cabet.    Alguns desses chegaram a implantar as instituições concebidas.

         Robert Owen com apoio  econômico de um terceiro, criou uma manufatura (em 1815) com uma busca de sustentabilidade.  Buscava regulamentar as condições do trabalho na época, além de buscar respeito ao meio ambiente, amenizar a exploração do trabalho infantil e promover a educação dos trabalhadores.   “Previa a proibição da contratação de crianças com menos de dez anos  e restrição de jornada infantil – entre 10 e 18 anos – a dez horas e meia por dia.”   

         Para a época era algo revolucionário.

         Utilitarismo e Altruismo – Utilidade e Avaliação de Finalidade

         Mensurar felicidade e infelicidade, não dá.    Mas há como aferir prazer e dor.

         “Definam prazer como estado afetivo agradável”.    A mensuração no caso é praticamente impossível na prática.

         Utilidade e Gerações Futuras -    Capítulo 8   Vida Moralizada

         Como se não bastasse nosso próprio corpo, que definha mesmo quando não merecemos, outras pessoas também nos causam problemas.   Por mais que as respeitemos.   Por maior que sejam nossas preocupações morais.   Porque algumas que amamos, sofrem.   E seus sofrimentos nos entristecem.  Entes queridos morrem.   Desaparecem do nosso mundo.  Filhos pequenos choram.”

         Um pouco do filósofo Kant.    Para introdução, sugere  a leitura de : Fundamentos da Metafísica dos Costumes.   Nesta obra o foco dele é a moralidade.    Kant é do século XVIII.

         “Estamos diante de um dos mais herméticos pensadores de toda a história da filosofia”  (diz o autor deste livro).

         “Vale a pena encarar algo de Kant.     ... Afinal, a filosofia kantiana é tão importante que se confunde com o próprio pensamento moral da modernidade”.

         Moral e Boa Vontade -   “Não há, para Kant, no mundo, nada que seja bom em si mesmo.  Tudo é o que é.   E será bom ou mau em função das circunstâncias particulares e das relações que mantiver com o mundo.”

Continua no capítulo 10/13 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

cap. 08/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: professor da USP CLÓVIS DE BARROS FILHO

 Cap.   08/13

         Sagrado e moral aristocrática

         Aristocracia na antiga Grécia.    Os mais bem preparados e talentosos tinham poder e aceitação acima dos demais.     Para governar, a escala entre os poderes com base na “superioridade natural dos seres” na visão deles.

         Os filósofos no alto, os guerreiros no meio e o baixo ventre dos artesãos.

         Sagrado e igualdade

         Na moral cristã, esta entra em confronto com a moral aristocrática grega.  Na moral cristã entra o princípio da igualdade.    “Uma nova concepção de humanidade”.    Igualdade por filiação a Deus.   Todos filhos de Deus.

         “Costumamos entender por moral – influenciados pela moral cristã – a resistência que oferecemos aos caprichos do próprio corpo.   Porque agora a natureza não é mais fundamento.”   Por isso, toda concessão a estes caprichos é condenada.

         Santo Agostinho – século IV dC

         Felicidade -    “Se quer bens e os tem, é feliz; se, por outro lado, quer coisas más, ainda que as tenha é infeliz”.

         Talentos pessoais que os gregos usavam como parâmetro para hierarquizar poder, se nota que podem ser usados para fazer o bem ou para fazer o mal.

         “Esses talentos em si mesmos são o que são.   Não tem nenhum valor moral”.     Veremos o valor moral do trabalho.

         Sagrado e trabalho    - Os deuses gregos no Olimpo não trabalhavam.

         Já o Deus cristão, criou o mundo.   Em seis dias.    Trabalhou.

         Na perspectiva da Grécia Antiga – aristotélica – só quem trabalha é o baixo clero, a ralé.

         Grecia antiga – os superiores se exercitam e buscam a cultura.   Era nobre ter talento.

         Cristianismo -   nobre é o uso do talento – o trabalho.

         “No momento que o foco da moral se desloca do talento para seu uso, o trabalho se mostra transformador do mundo.”

         Aqui a preguiça se converte em motor de todos os vícios.   “Assim o trabalho é recomendado, não por imitação de Deus, que trabalha, mas por condição de moralidade e de dignidade da vida.      ...”a preguiça é um grande mal”.

         Max Weber em sua obra Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.   “Diz por gracejo a voz do povo:  bem comer ou bem dormir, há que se escolher.” No presente caso, o protestante prefere comer bem, enquanto o católico quer dormir sossegado.

         Sagrado e salvação

         O Deus cristão cuida de nós e ouve nossos pedidos.   “Cuida de cada fio de cabelo da nossa cabeça inclusive”.

         Os estóicos relacionavam o amor ao apego.   E o apego à dependência afetiva da existência do outro.   Que quando interrompida, nos deixava a ver navios.  Sofrendo.

         Estoicismo – a pessoa morreu, tudo acabou.   “Como discurso cristão, seus problemas acabaram”.   Apeguem-se sem medo.  Porque a morte não mais separa.  Mas reúne.  Para toda a eternidade.    Qual o preço de tudo isso?  - Ter fé.   Sem esta, nada feito.   Você perde tudo.

         Capítulo 6 – Vida Potente – Potência e Essência

         Somos ilhas afetivas.   O mundo não para de nos afetar.    “Nós não paramos de afetar o mundo.”

         Potência e livre arbítrio.     O conceito de livre arbítrio está no âmbito das crenças judaico-cristãs.    “A liberdade da vontade de escolha entre várias opções”.

         Potência de agir -  As potências positivas -alegrias.   As negativas – tristezas.

         Potência e resistência -   “Podemos dizer que somos orientados por um movimento natural de insistência na própria existência”.  Por isso, existir é insistir.

         O pensador Espinosa chama de conatus -   “Todos os seres são dotados necessariamente dessa força interna de autopreservação.  Eis a sua essência.

         Potência de Pensar -   “Porque a tristeza, essa faz parte.   E lutar contra ela, também”.

         Continua no capítulo 09/13

CAP. 07/13 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP CLÓVIS DE BARROS FILHO

 capítulo 07/13 

         Tranquilidade e estoicismo romano

         Os textos de Zenão desapareceram.    Reflexões estóicas concentram-se em torno da ética e da boa vida.   Da arte de viver.

         “Esta última, como resultado de uma imersão em si mesmo”.   Em busca de uma perfeição pessoal.

         Sêneca era natural de Cordoba, atual Espanha, mas que na sua época era parte do Império Romano.  Ele nasceu no ano 1 dC.   É um dos maiores filósofos romanos e foi um Senador de destaque em Roma.

         Sêneca foi perceptor de Nero, algo como um personal.   O autor aqui diz que Sêneca apesar de destacado filósofo, como “personal” de Nero, teve lá seus fracos expostos.

         O filósofo em pauta era contra a ostentação, mas tinha status de Ministro de Roma.  Condenava o apego ao poder enquanto pensador, condenando também a riqueza, mas foi milionário.

         Tranquilidade e razão.    Tranquilidade e divina providência.

         Na teoria de Sêneca “Cada um de nós possui uma missão que deve ser cumprida”.   Para os muçulmanos, corresponde ao Maktub.

         “Alguns descobrem em vida o porquê de suas existências.  Outros pensam que descobrem, e outros nunca saberão”.

         Pois o efeito de suas obras só se fará notar em gerações futuras”.

         ...”ataques externos,   .... põe-se a enfrenta-los com calma e tranquilidade”.    Ele considera as adversidades como exercícios”.

         “Não é outra a ideia de sábio para os estóicos.  Não se trata de alguém que sabe tudo sobre o mundo, como se poderia pensar.   O sábio sabe viver.    Sua especialidade é a vida.

         Tranquilidade e ira

         Frustração de viver uma vida que não se sonhou.    Pessoas de posse costumam reclamar mais na fila de supermercado.  Muitas vezes vão a supermercados que até vendem mais caro por causa do status e na busca de serem atendidos sem espera.   “Fantasiam que o supermercado deve funcionar como eles querem”.   “Não cogitam a hipótese de se frustrar”.

         “E quando seus desejos são frustrados, explodem”.

         O pobre é mais resignado, enfrenta a fila no mercado, inclusive para aproveitar as promoções.    Não reclamam, ainda puxam assunto com desconhecidos na fila do caixa e assim fazem sua “terapia” do dia.

         Sêneca e seus pensamentos.    “A alternativa...  é adotar uma postura um pouco mais pessimista com relação à realidade.   Analisar a própria existência para se reconciliar com a realidade.   Pensar sobre os desejos e suas condições de realização.

         “Aceitar a frustração como condição da existência.    ...o mundo nunca será como nós queremos”.

         “Na perspectiva estóica só começamos a ser felizes quando aceitamos que o mundo não gira ao nosso redor”.

         ... buscar a conciliação com a realidade.     Sêneca nos propõe “o dever de reconciliar-se com o mundo.

         Lamentando menos, esperando menos e amando mais.    “No amor vivemos melhor”.

         Vida Sagrada

         Deus participa da nossa vida.    Quando acreditamos com fervor na sua existência.   “Deus e seus ensinamentos sempre estiveram presentes no mundo em que vivemos.  E, portanto, queiramos ou não, exerce influência na vida de quem quer que seja.   Porque não vivemos sós.    E mesmo quando você não dá muita bola para isso, o outro, com quem você interage, dá”.

         Antes de Cristo, era comum os povos terem seus deuses que não assumiram um corpo humano e habitou entre os humanos.

         Os mais antigos tinham seus deuses por contemplação.  Já Cristo dependia da credibilidade dos que aceitavam sua condição.  Credibilidade como fé. 

         Com o cristianismo, a virtude fundamental é a humildade, assim como a humildade do próprio Cristo.   A presença do cristianismo em muitas regiões implica que “a filosofia vai ocupar lugar secundário face à fé”.    Estará a serviço da religião.   Nesse contexto “a filosofia perdeu o direito de analisar a vida.    De ensinar a viver.

        continua no capítulo 08/13

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

CAP. 06/13 - fichamento do livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO

 capítulo 06/12

         Na sociedade moderna com as sofisticações que se criam ao comer, beber, vestir etc.   – há muitos desejos desnecessários.

         E nós que na vida social de hoje achávamos que muita coisa era essencial para nós...

         Capítulo 4 – Vida Tranquila

         Fugimos das preocupações.   “As relações familiares também são valoradas dos aborrecimentos que uns trazem aos outros”.

         Uma mãe falando ao telefone à vizinha:   - Vou aproveitar que todo mundo saiu para ter um pouco de paz dentro de casa.

         ... “a falta de tranquilidade no mundo profissional acaba atrapalhando todos os outros setores da vida”.

         Todo mundo busca uma vida tranquila.    “Em que momento essa vida tranquila se torna objeto de reflexão filosófica?”

         Já foram abordadas ideias de Sócrates, Platão, Epícuro.    Agora o professor vai focar os Estóicos.    “São eles que vão conferir à vida tranquila um estatuto filosófico”.    Os primeiros estóicos eram gregos e depois houve os estóicos romanos.   

                   Principais estóicos gregos aqui a abordar:  Zenão, Cleanto e Crisipo.   Já os romanos:  Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio.

         Os estóicos gregos eram politicamente marginalizados.  Já os estóicos romanos se aproximaram do poder.    Tanto que Marco Aurélio chegou ao posto de Imperador Romano.   Zenão nasceu em 333 aC em Chipre.    Era imigrante e morando em Atenas, não podia por lei ter em Atenas um imóvel.   Falava aos seus seguidores debaixo do pórtico da cidade e em função disso surgiu o termo estoicismo, relacionado a porta.

         “Aquele que se encontra na porta” – o estóico.

         Estoicismo, assim como Epícuro, nega o transcendental da vida.   Estóicos – “Redução do mundo ao observável”.   “Ênfase à reflexão e ao ensino da ética, denominada por eles a arte de viver”.

         E a felicidade, como escopo da vida.     ...”a redução epicurista da felicidade e da vida boa ao prazer.  Isto é, o fato de nada haver na vida feliz para além do prazer.

         ...estóico ...  sugere postura mais defensiva.    Porque, segundo sua perspectiva, estaria presente – em tudo que vive – uma tendência de conservação em si”.

         ...”tendência de evitar tudo que lhe for contrário...”

         Tranquilidade e Conformidade...

         ... Brilhante companheiro!

         “A nossa vida boa vai depender das condições de aproximação de tudo que se harmoniza conosco e de distanciamento de tudo que se opõe a nós.”    Não é na vida real fácil ficar à distância do que não bate com nosso jeito.   Tem a vida social, o estudo, o trabalho etc

         O autor usa por vezes uma palavra que eu, leitor, ouvia do meu pai que era paulista do interior.   Inclinação.   Ter uma “queda” para algo em especial, digamos assim.

         “A vida feliz, portanto, deve ser a vida harmonizada com o resto da natureza”.   No ser humano.    “Instinto é pré-racional”.

         Tranquilidade e razão:    o logos divino

         Para os estóicos o que nos separa dos outros animais é o humano ter raciocínio.    Ter natureza racional.

         Tranquilidade e Deus

         Os estóicos defendem .. “que no homem se manifesta o logos divino.  Só que o deus na visão dos estóicos é “inseparável da matéria”.

         Encontra-se portanto, em tudo.    É tudo.   Não seu criador.

         Tranquilidade e Alma

         Os estóicos tem uma visão particular de alma que não é essa transcendental, por exemplo, da crença cristã.

         Tranquilidade e estoicismo romano

         Os textos de Zenão desapareceram.    Reflexões estóicas concentram-se em torno da ética e da boa vida.   Da arte de viver.

        

         Continua no capítulo 07/12

domingo, 23 de janeiro de 2022

CAP. 05/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO (com conceitos de filosofia)

capítulo 05/12                        (lido em janeiro de 2022) 

         “A juventude, segundo platônicos e aristotélicos, é afoita, faminta e estabanada por saber ou, muitas vezes, indolente”.   Jovens não estariam preparados para entender a justiça, a coragem e a prudência sem uma formação teórica adequada e um leque maior de experiência.

         Prazer e  Construção da ataraxia

         Ataraxia em grego significa “a tranquilidade do corpo e da alma – o bem estar, deve ser vindo sempre que possível no instante presente.

         “A tranquilidade corporal e psíquica de amanhã dependerá do que fizermos de nossas vidas hoje”.   “Se você detonar o próprio organismo condenando-o a digerir substâncias lesivas, saiba que pagará um preço por isso em algum momento do devir”.

         “... se num momento você tem a sensação de que começou a chover na sua horta, saiba que isso tem necessariamente a ver com a maneira como você viveu em momentos já vividos.”

         O problema é que a vida tem muitos sobressaltos.

         Prazer e Educação para a Felicidade

         Aprender coisas.   Matérias escolares.   Logaritmo, pH etc.    “nunca nenhum professor que tive, preocupou-se em esclarecer esse decisivo vínculo entre seu conteúdo programático e a minha vida”.

         Prazer e morte

         “Para Epícuro, a felicidade é alcançável, mas não facilmente”.

         “Cabe-nos viver o tempo que resta da melhor maneira possível.”

         Epícuro e a Morte

         É sofrer na espera de um evento que, para nós, nunca ocorrerá.   Encontro impossível:   “porque se somos ainda, a morte não pode ser.  E se a morte já for, não somos mais”.    

         Preocupar-se com a morte, portanto, é não viver a vida.

         Epícuro nega a existência da alma.    Já Platão acreditava na imaterialidade da alma e o dualismo corpo material e alma imaterial.

         O autor com humor recomenda:   “Bem, mas enquanto não morremos, cabe-nos ir vivendo”.

         Prazer e tipos de desejo

         Para Epícuro há três tipos de desejo.

         Desejos naturais e necessários; desejos naturais e não necessários e desejos não naturais e não necessários.

         O desejo é natural quando for comum aos animais.   Os desejos necessários quando não satisfeitos nos levam à morte.   Comer, beber, dormir.   O ato de fazer sexo para o conceito de Epícuro é desejo natural mas não necessário.  Não se leva à morte, deixar de fazer sexo.

         A moderação no comer, beber, dormir, fazer sexo, é fundamental à vida.    Quando ocorrem os excessos, resultam de um descontrole do corpo e do espírito frente às paixões.   Denunciam uma potencial tristeza.

         Só os humanos são passíveis desse descontrole na natureza.

         “São exclusivos do homem e, se não satisfeitos, não levam à morte”.

         Não natural, não essencial.    “Não faz parte do projeto original da natureza e por isso mesmo não nos faz feliz”.

         Epícuro lista outros desejos não naturais e que não nos fazem felizes: a glória, o sucesso, o luxo, a riqueza e a preocupação com a beleza.

         ...”não agregam bem estar, não prolongam a vida e não trazem tranquilidade para o corpo e para a alma”.

         “Nada que não seja essencial para viver serve para a felicidade”.

         A sociedade nos cobra consumo e posses.  “E assim teremos mais posses, mais coisas para nos vangloriar, mas continuamos tristes.”

         Fica mais fácil compreender na prática a satisfação que dá suprir as necessidades essenciais após a abstinência delas.  Ficar um bom tempo com sede e depois tomar uma água fresca à vontade.  Traz muita satisfação.

         Para Epícuro, pão e água já são o essencial para tocarmos a vida.

        

Continua no capítulo 06/12 

sábado, 22 de janeiro de 2022

CAP. 04/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Autor: CLÓVIS DE BARROS FILHO - Professor da USP. (Advogado, Jornalista e Filósofo)

 capítulo 04/12 

         Ajuste e Eudaimonia

         Eudaimonia – (palavra grega) – “Indício de que a vida que escolhemos para viver é a adequada”.   Tem a ver com felicidade, só que em grego, segundo o autor, o conceito é mais completo.

         “Eudaimonia, bem supremo.  Soberano.  A finalidade última.

         ... É a vida que vale por ela mesma”.

         Ele deu um exemplo para algo sem Eudaimonia.   O filho do amigo dele estudando equações para a prova.  Odiava equações.    O autor projetou uma sequência hipotética de vida sem ser feliz, sempre adiando...

         Estudando para passar no vestibular; entrando na faculdade; esforço sofrido para arranjar emprego após formado; tolerar o emprego e ir adiando o ser feliz.    “Para que no fim, quando nada ou pouca coisa tenha valido por si mesma... alguém possa dizer que a verdadeira razão do todo o vivido está fora da vida”.     (não entra a felicidade nesse tipo de vida citado)

         “Uma vida em que o que vale a pena está sempre adiante”.   “Vida na esperança”.

         O autor diz que até os doze anos ele foi CDF  (estudante cu de ferro) que na versão atual chamam de nerd.

         Cita as aventuras de Tin Tin.   Fala da personagem Cecilia ilustrando um exemplo e um raciocínio.

         O professor do colégio jesuíta de São Paulo, tema Geografia, distribuiu assuntos para os alunos estudarem e apresentarem seminário.  O autor, aos 13 de idade, rachou e tema e matou a pau no dia do seminário.   Seu tema era petróleo.   Ele se descobriu nessa empreitada.   Marcou presença e sentiu segurança em si.

         “Desempenhando com excelência a atividade para a qual fomos talhados e buscando a finalidade que é a nossa como parte do todo”.

         Aos 13 ele já despontava para a carreira de Professor.

         Capítulo 3 – Vida Prazerosa

         “O prazer é sempre bom.  Tudo de bom”.

         ... quanto mais intensas e diversificadas as carências, maior a chance de um encontro prazeroso com o mundo.   Esperança dos carentes.  Tédio dos abastados.     (uma família bem pobre que um dia consegue ir passar um fim de semana na praia terá mais alegria, pelo suposto, do que uma família rica que vai passar uma semana na praia).

         Prazer e reputação.

         Epícuro, nasceu na Ilha  grega de Samos em 341 aC.   Estudou em Atenas.   Viveu depois de Platão.

         Epícuro é da linha materialista.   Hostil ao platonismo que cria em matéria e alma.

         O autor destaca nele a noção de sociedade contemporânea.    “sua tese central:   a busca do prazer é condição e definição da própria felicidade”.

         Por ele ter aliado à vida boa essa do prazer, lhe rendeu péssima reputação.   Apelidaram ele de vários nomes, inclusive de porco.

         Fazer frente a ...   tudo que gera o temor e a angústia”.    A reduzir ou eliminar a dor e o sofrimento”.

         Epícuro pretende preparar-nos para o mundo.   Tal como ele é.

         “Dedica-se assim a atacar ficções, como mitos, crenças, religiões e dogmas”.

         “E desta forma, promover a paz interior, do corpo e da alma, que constituem para ele, uma só realidade”.    (daí, materialista – morreu o corpo, não permanece a alma)

         Prazer e Terapia

         O autor disse que é comum hoje em dia as pessoas indo buscar ajuda para mudar de vida.    ...”adultos, idosos, pais e mães de família manifestam insatisfação com a própria existência, desejo de mudança”.

         O autor diz que é positivo falar sobre a vida.  Diz...  “essa iniciativa de falar sobre a vida já era recomendada por Epícuro (século III aC) aos seus discípulos”.

         Prazer e Idade da Felicidade

         Platão e Sócrates costumavam tratar desses temas existenciais que incluíam a busca da felicidade para pessoas com mais de 30 anos.   Achavam que se destinava a pessoa com alguma experiência de vida.

         “A juventude, segundo platônicos e aristotélicos, é afoita, faminta e estabanada por saber ou, muitas vezes, indolente”.   Jovens não estariam preparados para entender a justiça, a coragem e a prudência sem uma formação teórica adequada e um leque maior de experiência.

 

 

         Continua no capítulo 05/12

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

CAP. 03/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - co autor: PROFESSOR DA USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO - Editora Voz - 2010

 capítulo 03/12            leitura em janeiro de 2022

        

O mitológico Ulysses foi mandado à guerra e ficou dez anos fora de casa.      ... no caso do homem, pensavam esses gregos, a vida não está pronta.

         Em qualquer instante, ela pode ser de um jeito, mas também de outro.     ...” E toca a quem vive decidir, entre outras tantas possibilidades, a que será efetivamente vivida”.

         “Por isso só o homem pode viver mal.   Só o homem pode errar na hora de viver”.

         (como leitor pensei naquele que já nasce num berço super pobre...)

         Ulysses, no retorno da guerra, conhece a deusa Calipso, encantadora.

         “Essas reflexões filosóficas podem ser usadas estrategicamente”.

         “Isso porque, fazer a corte, ou xavecar, é atividade da qual você nunca poderá abrir mão”.  (aí já é fala do autor do livro)

         A ilha da deusa Calipso é como um paraiso com ninfas e tudo para servir as pessoas.  Calipso requisita Ulysses em três ocasiões.    Ela, apaixonada por ele.    Ulysses na prisão, mas com toda mordomia fornecida por Calipso, se sente infeliz e só pensa em voltar para casa, para a esposa e filho.

         Atena, filha do poderoso Zeus, pede ao pai que liberte Ulysses.    “Calipso oferece, para segurar Ulysses, a imortalidade e a juventude.

         Ulysses não topou a parada.   Isto tudo quer dizer muita coisa sobre o ser humano.     “Que, para o pensamento mitológico – e posteriormente filosófico – grego, uma vida boa, ainda que finita, supera, e muito, uma vida eterna, fora de lugar”.

         “Uma vida fora do lugar é pior do que a própria morte”.      (apesar do “lugar” no caso não é geográfico, mas também fez lembrar do imigrante que fica deslocado...)

         Vida boa é vida finita inclusive.   A morte faz parte do “pacote” da vida boa.   Uma vida material eterna seria uma aberração.

         Ajuste, Atividade e Finalidade

         A preocupação metafísica ou filosófica.    Digamos que já sei o que é, fisicamente e vem o por quê é assim?   Com isso entra-se na metafísica, no filosófico.

         “... se perguntar por quê aquela coisa está no mundo, a que veio, de onde veio, o que justifica a sua presença ali”.   (filosofando...)

         Os gregos usavam o termo logos para razão e linguagem.   “A razão nos faculta pensar e a linguagem nos possibilita a comunicação e a sociabilidade”.

         Aristóteles diz:   “O homem é animal político, dotado de razão”.

         A boa vida tem a ver com os dois traços.    (razão e sociabilidade).

         ...”Seja lá o que formos fazer da nossa própria vida, a racionalidade e a sociabilidade deverão ser decisivas nas nossas escolhas”.

         A mãe do autor deste livro é viúva há doze anos e sempre que ele vai almoçar com ela para fazer companhia, ela cobra dele.   Se ele não está equivocado por deixar de advogar para ficar sendo professor.   Ele gosta de ser professor.    “O indício mais inequívoco dessa inclinação é a felicidade de que desfruta na docência, portanto, sendo professor”.

         Ele alerta.   Não há atividades que são boas ou más em si.  Existem as que são adequadas e outras inadequadas para determinada pessoa.

         Os gregos já alertavam para o lugar certo, a atividade adequada e ter uma finalidade.     (sobre ter uma finalidade para dar um sentido à vida, é o mote principal do livro que li recentemente, chamado Humanos de Negócios, de autoria de Rodrigo V. Cunha).    No livro do Rodrigo essa finalidade ele trata como Propósito.   Fazer algo com um propósito na vida.

         Voltando ao nosso livro do professor.     “Por isso, se temos particularidades em nós é porque há também algumas particularidades em nossas finalidades”.

         E o esforço comum do ser humano é a busca da felicidade.   Esse é o bem supremo.

         Ajuste e Eudaimonia

         Eudaimonia – (palavra grega) – “Indício de que a vida que escolhemos para viver é a adequada”.   Tem a ver com felicidade, só que em grego, segundo o autor, o conceito é mais completo.

        

         Segue no capítulo 04/12