capítulo 05/12 (lido em janeiro de 2022)
“A
juventude, segundo platônicos e aristotélicos, é afoita, faminta e estabanada
por saber ou, muitas vezes, indolente”.
Jovens não estariam preparados para entender a justiça, a coragem e a
prudência sem uma formação teórica adequada e um leque maior de experiência.
Prazer
e Construção da ataraxia
Ataraxia
em grego significa “a tranquilidade do corpo e da alma – o bem estar, deve ser
vindo sempre que possível no instante presente.
“A
tranquilidade corporal e psíquica de amanhã dependerá do que fizermos de nossas
vidas hoje”. “Se você detonar o próprio
organismo condenando-o a digerir substâncias lesivas, saiba que pagará um preço
por isso em algum momento do devir”.
“... se
num momento você tem a sensação de que começou a chover na sua horta, saiba que
isso tem necessariamente a ver com a maneira como você viveu em momentos já
vividos.”
O
problema é que a vida tem muitos sobressaltos.
Prazer e
Educação para a Felicidade
Aprender
coisas. Matérias escolares. Logaritmo, pH etc. “nunca nenhum professor que tive,
preocupou-se em esclarecer esse decisivo vínculo entre seu conteúdo
programático e a minha vida”.
Prazer e
morte
“Para
Epícuro, a felicidade é alcançável, mas não facilmente”.
“Cabe-nos
viver o tempo que resta da melhor maneira possível.”
Epícuro
e a Morte
É sofrer
na espera de um evento que, para nós, nunca ocorrerá. Encontro impossível: “porque se somos ainda, a morte não pode
ser. E se a morte já for, não somos
mais”.
Preocupar-se
com a morte, portanto, é não viver a vida.
Epícuro
nega a existência da alma. Já Platão
acreditava na imaterialidade da alma e o dualismo corpo material e alma
imaterial.
O autor
com humor recomenda: “Bem, mas enquanto
não morremos, cabe-nos ir vivendo”.
Prazer e
tipos de desejo
Para
Epícuro há três tipos de desejo.
Desejos
naturais e necessários; desejos naturais e não necessários e desejos não
naturais e não necessários.
O desejo
é natural quando for comum aos animais.
Os desejos necessários quando não satisfeitos nos levam à morte. Comer, beber, dormir. O ato de fazer sexo para o conceito de
Epícuro é desejo natural mas não necessário.
Não se leva à morte, deixar de fazer sexo.
A
moderação no comer, beber, dormir, fazer sexo, é fundamental à vida. Quando ocorrem os excessos, resultam de um
descontrole do corpo e do espírito frente às paixões. Denunciam uma potencial tristeza.
Só os
humanos são passíveis desse descontrole na natureza.
“São
exclusivos do homem e, se não satisfeitos, não levam à morte”.
Não
natural, não essencial. “Não faz parte
do projeto original da natureza e por isso mesmo não nos faz feliz”.
Epícuro
lista outros desejos não naturais e que não nos fazem felizes: a glória, o
sucesso, o luxo, a riqueza e a preocupação com a beleza.
...”não
agregam bem estar, não prolongam a vida e não trazem tranquilidade para o corpo
e para a alma”.
“Nada
que não seja essencial para viver serve para a felicidade”.
A
sociedade nos cobra consumo e posses. “E
assim teremos mais posses, mais coisas para nos vangloriar, mas continuamos
tristes.”
Fica
mais fácil compreender na prática a satisfação que dá suprir as necessidades
essenciais após a abstinência delas.
Ficar um bom tempo com sede e depois tomar uma água fresca à
vontade. Traz muita satisfação.
Para
Epícuro, pão e água já são o essencial para tocarmos a vida.
Continua no capítulo 06/12
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