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domingo, 23 de janeiro de 2022

CAP. 05/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor: Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO (com conceitos de filosofia)

capítulo 05/12                        (lido em janeiro de 2022) 

         “A juventude, segundo platônicos e aristotélicos, é afoita, faminta e estabanada por saber ou, muitas vezes, indolente”.   Jovens não estariam preparados para entender a justiça, a coragem e a prudência sem uma formação teórica adequada e um leque maior de experiência.

         Prazer e  Construção da ataraxia

         Ataraxia em grego significa “a tranquilidade do corpo e da alma – o bem estar, deve ser vindo sempre que possível no instante presente.

         “A tranquilidade corporal e psíquica de amanhã dependerá do que fizermos de nossas vidas hoje”.   “Se você detonar o próprio organismo condenando-o a digerir substâncias lesivas, saiba que pagará um preço por isso em algum momento do devir”.

         “... se num momento você tem a sensação de que começou a chover na sua horta, saiba que isso tem necessariamente a ver com a maneira como você viveu em momentos já vividos.”

         O problema é que a vida tem muitos sobressaltos.

         Prazer e Educação para a Felicidade

         Aprender coisas.   Matérias escolares.   Logaritmo, pH etc.    “nunca nenhum professor que tive, preocupou-se em esclarecer esse decisivo vínculo entre seu conteúdo programático e a minha vida”.

         Prazer e morte

         “Para Epícuro, a felicidade é alcançável, mas não facilmente”.

         “Cabe-nos viver o tempo que resta da melhor maneira possível.”

         Epícuro e a Morte

         É sofrer na espera de um evento que, para nós, nunca ocorrerá.   Encontro impossível:   “porque se somos ainda, a morte não pode ser.  E se a morte já for, não somos mais”.    

         Preocupar-se com a morte, portanto, é não viver a vida.

         Epícuro nega a existência da alma.    Já Platão acreditava na imaterialidade da alma e o dualismo corpo material e alma imaterial.

         O autor com humor recomenda:   “Bem, mas enquanto não morremos, cabe-nos ir vivendo”.

         Prazer e tipos de desejo

         Para Epícuro há três tipos de desejo.

         Desejos naturais e necessários; desejos naturais e não necessários e desejos não naturais e não necessários.

         O desejo é natural quando for comum aos animais.   Os desejos necessários quando não satisfeitos nos levam à morte.   Comer, beber, dormir.   O ato de fazer sexo para o conceito de Epícuro é desejo natural mas não necessário.  Não se leva à morte, deixar de fazer sexo.

         A moderação no comer, beber, dormir, fazer sexo, é fundamental à vida.    Quando ocorrem os excessos, resultam de um descontrole do corpo e do espírito frente às paixões.   Denunciam uma potencial tristeza.

         Só os humanos são passíveis desse descontrole na natureza.

         “São exclusivos do homem e, se não satisfeitos, não levam à morte”.

         Não natural, não essencial.    “Não faz parte do projeto original da natureza e por isso mesmo não nos faz feliz”.

         Epícuro lista outros desejos não naturais e que não nos fazem felizes: a glória, o sucesso, o luxo, a riqueza e a preocupação com a beleza.

         ...”não agregam bem estar, não prolongam a vida e não trazem tranquilidade para o corpo e para a alma”.

         “Nada que não seja essencial para viver serve para a felicidade”.

         A sociedade nos cobra consumo e posses.  “E assim teremos mais posses, mais coisas para nos vangloriar, mas continuamos tristes.”

         Fica mais fácil compreender na prática a satisfação que dá suprir as necessidades essenciais após a abstinência delas.  Ficar um bom tempo com sede e depois tomar uma água fresca à vontade.  Traz muita satisfação.

         Para Epícuro, pão e água já são o essencial para tocarmos a vida.

        

Continua no capítulo 06/12