Capítulo 17/20
Página 236 – A luta dos
advogados para manter o sigilo do processo do Flávio Bolsonaro. “O dever de sigilo cabe às partes de um
processo, jamais a um jornalista com acesso a informações de interesse
público. O dever de sigilo do repórter é
com a fonte, é um direito constitucional”.
Caso do processo de
Flávio: “O volume das provas era
bastante contundente, e colossal. A
única coisa que não existia nos autos era uma confissão”. (página 237)
Dia 05-11-2020 assume no
STF o ministro Nunes Marques indicado por Bolsonaro. Entrou no lugar de Celso de Mello que
aposentou. Nunes Marques, piauiense de
Teresina. Dono de um currículo robusto,
que depois se descobriu que tinha alguns pontos falhos.
Um “posgrado” espanhol foi
um curso de cinco dias. O jornal O
Globo e a Revista Crusoé... “identificaram que três trechos da dissertação de
Nunes Marques eram iguais a artigos de outro advogado”. (página 238)
Antes, Nunes Marques
costurou apoios de bastidor com o presidente do Senado Davi Alcolumbre e Ciro
Nogueira, então presidente do PP Partido Progressista.
Nesta escolha Bolsonaro
queria colocar um “terrivelmente evangélico”, mas o advogado Wassef e Flávio
Bolsonaro convenceram o presidente a indicar Nunes Marques.
“O MP Ministério Público
fluminense fugia de tudo que chegasse muito perto de Jair Bolsonaro”. (página 239)
No processo havia uma
confissão feita pela estatística Luiza Souza Paes. Houve duas buscas e apreensões na casa dela e
ela ficou com medo de ser presa. Ela
procurou após isso o MP para uma colaboração espontânea. Ela foi contratada no gabinete de Flávio em
2011 e se apresentou para trabalhar. Foi
dito a ela que não precisava dar expediente e que devolveria todo mês grande
parte do salário ao gabinete, via Queiroz.
Essa confissão ficou
documentada no processo contra Flávio.
Um caso concreto de rachadinha no gabinete dele. “Luiza também forneceu documentos de sua
conta que mostravam os saques e depósitos”.
Mesmo já enrolado na
justiça, em 23-11-2020 Flávio fez mais um negócio imobiliário que causou ruido
na imprensa e nas redes sociais. A
compra de uma mansão no Lago Sul de Brasilia por 5,7 milhões de reais. (página 242)
Imóvel da mansão com 1.100
m2 de área construída. O valor coincidência
ou não, se assemelhava ao que o MP cobrava dele nos processos por desvio de
verbas da ALERJ Assembleia Legislativa do RJ via rachadinhas.
Capítulo 15 - O Clã contra-ataca
O STJ anula provas e
ocorrem trocas no MP RJ que paralisa o processo. A viúva do miliciano Adriano da Nóbrega
tenta fazer delação e não consegue.
Carlos Bolsonaro e Cristina, ex de Jair viram alvo de denúncias.
30-12-2020 - página 243
Bolsonaro no Guarujá-SP,
perto do revellion, fazendo sua live semanal para seu público seguidor na
internet. Diz dos seus feitos e tudo o
mais. O mundo correndo atrás de vacinas
para a covid 19 e Bolsonaro falando de futebol. Foi na Vila Belmiro assistir um jogo do
Santos inclusive.
A pandemia apertando e
Bolsonaro dizendo que eram os grandes laboratórios que tinham que correr atrás
do Governo Federal para vender vacinas.
Era a segunda onda da pandemia de covid 19 chegando.
“Seis meses depois, o
Brasil iria registrar 500.000 mortes por covid.
...”E anunciou que ele
próprio não pretendia se vacinar contra a covid 19”. Ela já havia contraído covid mas os
especialistas alertavam que mesmo os que já foram afetados poderiam ser outra
vez afetados.
Na live Bolsonaro provocou
o MP do RJ que ao seu ver, perseguia sua família.
O procurador geral da
Justiça do RJ Eduardo Gussen procurava não dar publicidade ao caso de Flávio
Bolsonaro. O processo ficou parado por
seis meses no MP. O processo andou um
pouco quando a imprensa cobrou com veemência.
“O procurador não se
importava que o trabalho do MP fosse considerado moroso”. Já na mesma época, na prisão do prefeito do
RJ, Marcelo Crivella, o mesmo MP deu entrevista coletiva à imprensa e fez
barulho.
Página 248 - Bolsonaro convidou Gussen “para uma conversa
no Palácio do Planalto. O assunto?
Flávio.”
O promotor resistia. A agenda, porém, foi cumprida.
A peça do MP contra Flávio
Bolsonaro tem 290 páginas com acusações e detalhes.
O governador Castro perto
de nomear substituto para Gussen e a preocupação com processos investigando políticos
e uns indo presos como no caso de Crivella.
Castro andava dormindo mal por conta de investigação na Fundação Leão
XIII da qual ele já foi um dos diretores.
Houve prisões no caso e mesmo delações premiadas.
Gussen foi substituído e
logo em seguida, de forma surpreendente, aos 56 de idade, pediu aposentadoria.
Antes na live de fim de
ano, Bolsonaro para intimidar o MP, citou um caso “hipotético” de haver filho
de alguém do MP envolvido em tráfico de drogas...
Gussen diz que vai
escrever um livro daqui a uns cinco anos...
“Mais tarde, esse e outros
episódios, vieram a favorecer o Clã Bolsonaro nos seus processos”.
Continua no capítulo 18/20