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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

CAP. 08/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - Steven & Daniel - Edição original 2018

 CAP 08/20

 

         Na França em 2017 no risco da candidata radical de extrema direita, Marie Le Pen, o candidato conservador resolveu apoiar Macron que é de centro-esquerda, apesar da diferença ideológica entre ambos.   Tudo para evitar o risco à democracia.

         Nos USA vários eleitores do Partido Republicano votaram na Democrata Hillary Clinton contra Trump para fugir do risco do autocrata.

         Os políticos de peso do Partido Republicano se colocaram a favor de Trump e o povo acabou elegendo este.

         Notar que nos USA há dois partidos predominantes, ficando quase impossível fazer coalizão para enfrentar um candidato de tendência autocrática. 

         Nos USA aumentou a quantidade de eleitores que se alinharam da forma mais sólida ao seu partido e se radicalizou esse eleitorado.

         ...”eleitores... cada vez mais leais aos seus partidos – e hostis ao outro”.

         Nesse cenário tende a haver sucessivas eleições presidenciais polarizadas e apertadas, com ambos adversários próximos dados de tendência de votação.

         Página 76 -  Subvertendo a Democracia

         Em 1990 o peruano Alberto Fujimori era reitor de universidade no Peru.   Resolveu entrar na política partidária e não conseguiu partido.  Fundou um partido.

           Em 1990 o Peru estava em crise económica e política.   Havia a ação do grupo terrorista Sendero Luminoso, de tendência maoísta, iniciado em 1980.

         O povo cansado e desiludido com a classe política.   Vem um Fujimori com o slogan  “Um presidente que gosta de você”.

         Ele concorreu com o escritor Mario Vargas Llosa e ganhou.

         Fujimori tinha pouco apoio dos políticos.   O Congresso estava na oposição.   A mídia não apoiava Fujimori.   

         “Fujimori tinha sido inclemente em seus ataques contra a elite política, descrevendo-a como uma oligarquia corrupta que estava arruinando o país”.

         Eleito, percebeu que muitos políticos influentes ainda controlavam muitas instâncias de poder no país.    E Fujimori era resistente a negociações políticas para destravar o exercício do Executivo.   Não tinha paciência para tal e agia isolado, até se gabando disso.   Governo direto do meu computador, afirmava.

         Andou atacando legisladores e juízes.    Passou a contornar o Congresso, lançando decretos do executivo.

         No combate ao terrorismo, andou por decreto, soltando muitos presos por pequenos delitos para ter vagas nos presídios para os terroristas.

         Passou a ser visto como autoritário.   Como “um imperador japonês”.

         O confronto do presidente com o Congresso chegou a um ponto crítico.

         Um mandatário do governo chegou a dizer:  “ou o Congresso matar o presidente, ou o presidente matar o Congresso”.

         O presidente matou o Congresso.  Em abril de 1992 (com dois anos de mandato) Fujimori anunciou na TV que dissolveu o Congresso e a Constituição foi anulada.    Tudo naquela visão de ver os adversários como inimigos.

         “Fujimori ligava seus oponentes ao terrorismo e ao tráfico de drogas”.

         “Se o público passar a compartilhar a opinião de que oponentes são ligados ao terrorismo e de que a mídia está espalhando mentiras, torna-se mais fácil justificar ações empreendidas de forma autocrática”.

         ...”a ascensão inicial de um demagogo ao poder tende a polarizar a sociedade, criando uma atmosfera de pânico, hostilidade e desconfiança mútua”.    (livro publicado em 2018).   (como leitor, parece que vimos esse filme por aqui recentemente, infelizmente).

         ......................    continua no capítulo 9/20

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Visitas ao blog em SETE DIAS - 25-01 a 31-01-23 - FICHAMENTOS DE LIVROS - o livro atual: COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - vide capítulos anteriores no blog. Autores do livro: STEVEN & DANIEL

 Meu hobby sempre foi a leitura e tenho minha biblioteca formada ao longo de décadas.   Desde 1994 passei a fazer um fichamento do meu modo para cada livro lido.   A meu critério, para evitar virus de computador, faço primeiro o fichamento em letra cursiva e em seguida passo para o Word e assim publico neste blog amador de um Engenheiro Agrônomo aposentado.

     O blog em si tem oito anos e está segundo o Contador de Acessos na página de rosto deste, com pouco acima de 103.000 acessos.     Considero essa marca bastante promissora para um amador que faz isto como forma de compartilhar informações com outros leitores.

     Tenho lido livros com foco em assuntos que no conjunto chamo de Geopolítica, envolvendo História, Economia, Política e similares.   

           Há autores como Laurentino Gomes e seus livros Escravidão (3 volumes), Noam Chomsky, Yuval N. Harari, Joshua Cooper Ramo  (livro A Era do Inconcebível), Ricardo Geromel (O Poder da China), Michiko Kakutani  - jornalista americana (livro A Morte da Verdade)  e outros mais.    Todos com resenha postadas no blog.


        No momento estou publicando em capítulos de duas laudas cada, o fichamento do livro editado nos USA em 2018 chamado COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - da autoria de dois professores de Harvard, sendo STEVEN & DANIEL.    Livro publicado no Brasil em português em 2021.      Tem despertado interesse inclusive aqui no Brasil porque essa guinada para a direita com Trump tem sido meio que reprisada aqui no Brasil recente, inclusive no desfecho com o perdedor insuflando o povo contra as Instituições.


    Seguem os dados dos acessos ao blog nestes sete dias finais de janeiro de 2023 segundo ferramenta do próprio blog.      resenhaorlando.blogspot.com.br

        USA            400 acessos                               

        Irã                 44 acessos                                

        Alemanha      31 acessos                               

        Brasil             21 acessos         

 Noruega            20 acessos                       

   Suiça                   5 acessos                                                                           

 Luxemburgo       5 acessos

Rússia                5 acessos

    Holanda            3 acessos                                                                       Seichelles            3 acessos

     Reino Unido        2 acessos                                                                 Canadá                1 acesso

      Outros               4 acessos                                                                      

     Minha gratidão a todos os que tem acessado o blog e espero que tenha sido útil.    Costumo usar diariamente do Facebook onde inclusive posto também os mesmos capítulos que ficam misturados com outras postagens.     Caso queiram fazer algum comentário, pode ser aqui no blog ou no Facebook ou no Messenger (MSN).      Gratidão.                                                                        


        

CAP. 07/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - ed. 2018 nos USA e 2021 no BR

 capítulo 07/20

 

         A explosão da quantidade de mídias alternativas ajudou a surgirem novos tipos de candidatos.   A internet em ação, TV a cabo etc.

         No passado era um longo tempo para ficar conhecido e nos tempos atuais, é da noite para o dia.

         Surgimento do canal de TV Fox News e seu perfil de entretenimento conservador.    Esta foi uma das que apoiou Trump

         Mesmo Trump sendo um azarão, a mídia conservadora começou a leva-lo a sério na corrida eleitoral.  Recebeu apoio do site mais influente de notícias, o Breitbart News. 

         Trump via campanha criava controvérsias para atrair mídia de graça e funcionou muito bem para ele.   As controvérsias dele atraíram todo canal de mídia e ele conquistou o equivalente a dois bilhões de dólares de mídia gratuita só na base das controvérsias que criava de caso pensado.

         Nesse contexto, Trump não precisou do apoio dos políticos para chegar ao poder.   Driblou essa barreira.

         Página 64 -   “Em março de 2016, o ex candidato republicano Mitt Romney fez um discurso ...”  descrevendo Trump como um perigo.   “Trump é uma fraude que não tem nem temperamento nem discernimento para ser presidente.”

         Os políticos experientes destacaram tanto os pontos negativos de Trump que podem ter causado até efeito contrário ao que desejavam, ajudando Trump a ser eleito.

         Até a eleição de Trump, as únicas exceções de pessoas sem carreira política que chegaram à presidência, foram alguns generais de destaque.   Nunca políticos inexperientes em administração pública chegaram ao cargo.

         Trump além do mais, “exaltava a liderança de Vladimir Putin e outros ditadores.”

         “Teriam os republicanos indicado um aspirante a ditador?”

         “Já antes da posse, Trump já testou positivo nos quatro parâmetros que medem a tendência a ser autocrata”.

         Frase de Trump:   “É melhor termos cuidado, porque essa eleição via ser fraudada...”

         “Desde 1860 nenhum candidato de peso tinha afirmado tendência de fraude no processo eleitoral dos USA”.

         Pesquisa da época da campanha de Trump constatou que 73% dos eleitores republicanos “acreditavam que a eleição pudesse ser roubada de Trump”.    Isto de tanto ouvir insinuações dele.

         Segundo quesito para diagnosticar candidato a autocrata.   Trump negava a legitimidade dos seus concorrentes.    “Políticos autoritários descrevem seus rivais como criminosos, subversivos, impatrióticos ou como ameaça à segurança nacional ou ao modo de vida existente”.

         Trump na campanha tratava Hillary Clinton como “criminosa” e que “ela teria que ir pra cadeia”.

         Terceiro quesito -   Apoiar a violência.    “No último século, nenhum candidato presidencial democrata ou republicano jamais endossou a violência...”

         “Trump rompeu com esse modelo”.   Endossava a violência.

         Outro fator para diagnosticar autocrata.   “Intolerância à crítica e querer dar o troco...”

         Trump ameaçou Jef Bezos e seu jornal Washington Post.   “Se eu for presidente, ah, eles vão mesmo ter problemas”.

         Mesmo Nixon que era mais displicente com a democracia até então não deu tantas mostras de tendência à autocracia como Trump.

         Nos anos 30 vários países na Europa passaram por regimes ditatoriais. Alemanha, Itália e outros.

         Na América do Sul foi nos anos 60/70 que ocorreram vários regimes ditatoriais.

         Abdicação Coletiva – a transferência da autoridade para um líder que ameaça a democracia.      ...”perder a democracia é pior do que perder uma eleição”.

         Na eleição de Trump, os adeptos do Partido Republicano sabiam dos riscos e optaram por eleger o candidato que tem perfil de autocrata.

 

         Continua no capítulo 08/20

domingo, 29 de janeiro de 2023

CAP. 06/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018 (no BR 2021)

 capítulo 6/20

  

         Os autores dizem que o povo americano sempre está no risco de embarcar nessas aventuras e que o fator que tem barrado isso são “os guardiões de democracia – nossos partidos políticos”.

         Em 1920, uma convenção tensa para escolha do candidato pelo Partido Republicano.  Já tinha havido no dia várias votações e não se chegava ao número de delegados necessário.   Uma reunião de portas fechadas entre os caciques da política destacou um nome de pré candidato que era nas votações um azarão com 4% do número de delegados.   Escolhido na “salinha fumarenta” pelos caciques partidários, Harding foi o escolhido e seu nome foi submetido ao colegiado que aprovou e ele se elegeu presidente.  Não foi um primor no mandato, mas o sistema estava “protegido” contra os outsiders que poderiam colocar o país numa aventura autoritária.

         “As instituições guardiãs remontam à fundação da república dos USA.   A Constituição de 1787 criou o primeiro sistema presidencial do mundo”.

         Alexander Hamilton escreveu na obra O Federalista sobre o risco de aventureiro ser eleito presidente.     ...”se preocupava com a possibilidade de que uma presidência eleita pelo voto popular pudesse ser muito facilmente capturada por aqueles que jogassem com o medo e a ignorância para ganhar as eleições e depois, governar como tiranos”.

         Ele propôs um sistema de filtro para evitar aventureiros.    Inspirado nisso adotaram o Colégio Eleitoral para escolher candidatos.    “O Colégio Eleitoral tornou-se assim o guardião da nossa democracia”.

         Um problema histórico do sistema americano é que a constituição deles não fala nada sobre partidos políticos.

         O complicado é cuidar para que os partidos escolham candidatos populares e que não sejam demagogos.

         Página 50 – Henry Ford, milionário, industrial, “era uma versão do tipo demagogo extremista.   Veiculando em jornal...   “vociferava contra banqueiros, judeus e bolcheviques (comunistas).

         “Suas opiniões atraiam elogios de racistas de todo o mundo”.   Em 1938 foi homenageado por Hitler.   Recebeu deste a Medalha da Ordem do Mérito da Águia Alemã.

         Ford teve uma infância pobre no meio rural.

         No curso da longa guerra do Vietnã, em 1968, o presidente Lyndon Johnson governava.   Naquele ano morreram 16.592 soltados americanos na guerra.   O povo americano já estava impaciente.    Em abril de 1968, assassinam Martin Luther King.   Em junho de 1968 durante a campanha para presidente, Robert Kennedy é assassinado.     Lyndon Johnsson era pela continuidade da guerra do Vietnã e Robert Kennedy era pelo fim da guerra.

         Capítulo cinco – A Grande Abdicação Republicana

         O foco empresarial de Trump é a incorporação imobiliária, que lhe trouxe fortuna.   E ele chegou a comandar programa de TV na modalidade reality show.   

         O sistema de primárias adotado pelos americanos abriu as portas inclusive para os outsiders (os de fora da política).

            Grande número deles passaram a se apresentar para ver se emplacavam no cargo de presidente.

         Aventureiro sendo muito rico para bancar parte da campanha e sendo bastante popular acaba tendo chance de chegar ao poder.

         Em 2015 Trump se lança em campanha contra 16 concorrentes.  Um deles era Jeb Bush, filho e irmão de ex presidentes.    A boa parte dos concorrentes era composta de governadores e senadores.

         Trump não era nem um republicano e não podia contar com a classe política para chegar ao poder.    Mesmo quando Trump começou a crescer nas pesquisas, ainda não era levado a sério.

         A internet tem propiciado o candidato levantar fundos para a campanha com valores expressivos, o que não ocorria no passado.

        

         Continua no capítulo 07/20

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

CAP. 05/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores - Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - publicada em 2018 nos USA e 2021 no BR

capítulo 05/20

 

 

 

         Página 40 – A Áustria tem alguma tradição de eleger políticos de direita radical.  Em 2016 ocorreu que os dois partidos mais fortes do país levaram, enfraquecidos, dois outsiders pra o segundo turno.   Lideranças políticas se uniram para derrotar o mais radical.

         Políticos declararam que romperam amizades até com familiares por conta dessa aliança para salvar a democracia do país.

         Os autores encerram o capítulo que cita alianças fatídicas, relembrando que o sistema dos USA sempre evitaram o extremismo e os outsiders ao menos antes do evento Donald Trump.    Neste caso, rompeu com a tradição, trazendo risco à democracia.

         Capítulo 02 – Guardiões da América

         Cita dos anos 30 nos USA o romancista Philip Roth e o livro Complô Contra a América.  Uma obra de ficção.   Há o episódio real de um piloto que atravessa o Atlântico com seu avião e é um exímio comunicador.

         Chega de forma triunfal aos USA.   Deste ponto, o romance de ficção coloca esse herói simpatizante do nazismo como candidato a presidente pelo partido Republicano.   Isto num momento que já tinha ocorrido duas dezenas de votações sem tirarem o nome de consenso para escolha de um candidato.

     O herói Charles Lindbergh era o  aviador.   No romance o herói parte para a campanha...  “de estado em estado, com seus óculos, botas cano alto e macacão de aviador”.   É eleito presidente dos USA na ficção.

         Página 42 -  Isto num contexto complicado da vida dos USA, anos 30 quando naquele país “havia de fato não menos que oitocentos grupos de extremistas nos USA”.   Havia na época até um destacado padre católico e simpático a Mussolini e ao fascismo.    Atacava os partidos políticos dos USA.  Padre Colghlin.  

         Ele fazia discursos para estádios lotados.    “A revista Fortune disse que ele era praticamente a maior coisa que jamais acontecera no rádio”.

         Nas viagens pelo país, multidões se colocavam nas margens das estradas para ve-lo passar.

         Já o governador da Lousiana, no tempo da Depressão, se arvora como aspirante a ditador.   Apelido de KingFish, o Chefão.   Grande destaque popular e que foi enorme ameaça à democracia.   Um dia lhe perguntaram se ele conhecia a constituição e ele respondeu:   “Eu sou a Constituição neste momento”.

         Formou seguidores com o discurso de “redistribuição das riquezas”.  Criou o movimento “Compartilhar nossa Riqueza”.    ...”tinha então (nos anos 30) mais de 27.000 células em todo o país e uma mala direta com quase oito milhões de nomes.  Disse ao repórter do Jornal New York Times que iria enfrentar e vencer Frank D. Roosevelt.   “Eu posso pegar esse Roosevelt.  ... Posso prometer mais do que ele.  E ele sabe disso”.

         Em 1935, entretanto, KingFish foi assassinado.   O nome dele era Huey Long.

         Um outro caso, após a Segunda Guerra Mundial com outro autocrata, o senador Joseph McCarthy, fez campanha usando o medo do comunismo.

     Usava listas negras, censura, banir livros etc.    O senado votou uma censura a ele e seus meios.   Mesmo após essa medida, o Instituto Gallup mostra que em 1954 ele tinha apoio de 40% do eleitorado americano.

         Outro caso de autocrata dos anos 70.   O senador do Alabama George Wallace.   Ele de postura segregacionista e desafiadora.   Foi candidato a presidente em 1968 e 1972.    Wallace... “muitas vezes incitava a violência e exibia uma desconsideração casual pelas normas constitucionais”.

         Declaração dele:    “Há uma coisa mais poderosa do que a Constituição... É a vontade do povo”.        (no Brasil recente, vimos e ouvimos muito disso...)

         Os autores argumentam:  “Em resumo, os norte-americanos tem há muito uma veia autoritária.”

 

Próximo capítulo 6/20 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

CAP. 04/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard (USA) - STEVEN & DANIEL - Ed. 2018 e no BR em 2021

CAP 04

   Página 27 - A Venezuela antes de Chavez se vangloriava de ser a democracia mais estável da América do Sul, desde 1958.

     Chavez é eleito pelo voto popular em 1998.    ....    Nem todas as democracias cairam na mesma armadilha de apostarem em outsider, o que vem de fora.

     Hitler e Mussolini chegaram tentar antes no voto chegar ao poder, mas só chegaram quando os políticos tradicionais estavam sem forças e meios de debelar crises e apoiaram esse tipo de outsider para resolver a questão.   Desaguou em nazismo na Alemanha e fascismo na Itália.       

     Geralmente os partidos políticos tendem a filtrar para evitar aventureiros no embate eleitoral.    "Resumindo, os partidos políticos são os guardiões da democracia".   

     O líder húngaro Viktor Orbán começou como democrata liberal no final dos anos 80.   De 1998 a 2002 ele governou a Hungria democraticamente.  Depois desandou para a autocracia.   

     Sobre o tema da democracia, cita o Cientista Político alemão Juan Linz.   Foi professor em Yale, estudou como as democracias morrem e em 1978 publicou um destacado livro sobre o tema.   Ele criou uma "prova dos nove" para detectar líderes autocratas.   Já os autores deste livro que estou resenhando até com inspiração no trabalho de Linz, criaram quatro conjuntos de sinais.   Um político deve nos preocupar quando:  

      1) - rejeitam, em palavras ou ações, as regras democráticas do jogo;  

       2) - Negam a legitimidade dos oponentes; 

      3) -  toleram e encorajam a violência;  

     4) - dão indicação de disposição para restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia.

     Comumente os outsiders populistas caem nessas regras em parte ou no todo.      ...

     Página 32 -   ...."afirmando representar a voz do povo, tentam atropelar o sistema e as regras da democracia".     "Tendem a negar a legitimidade dos partidos estabelecidos, atacando-os como antidemocráticos e mesmo antipatrióticos".    

     "Prometem sepultar essa elite e devolver o poder ao povo".

     "Na América Latina, por exemplo, todos os quinze presidentes eleitos na Bolívia, Equador, Peru e Venezuela entre 1990 e 2012 eram outsiders populistas.   Alberto Fujimori (Peru), Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Lucio Gutierrez e Rafael Correa.   Todos os cinco acabaram enfraquecendo as instituições democráticas".

     Página 34 -  Os partidos devem erradicar de suas fileiras, extremistas.   Em 1933 uma liga da juventude na Suécia fazia parte de um partido.  Essa liga da juventude começou a radicalizar à direita e apoiar Hitler.  Foi podada pelo partido que em 1934 perdeu muitos eleitores mas não embarcou no nazismo.

     Partidos democráticos devem evitar aliança com pessoas que tem tendência a não respeitar a democracia.  

     "Por fim, sempre que extremistas emergem como sérios competidores eleitorais, os partidos predominantes devem forjar uma frente única para derrotá-los."    (O livro é de 2018.  Isto de certa forma ocorreu no Brasil na eleição no segundo turno em 2022).

     Quando há risco, uma das alternativas é a formação, como citado acima, de frente democrática contra o autocrata.

     Nos anos 30, a Bélgica se viu no risco de ter um presidente eleito com perfil alinhado ao nazismo.  Para debelar esse risco, fizeram uma coalizão entre parlamentares de partido Católico com partido Socialista.  Dessa forma, conseguiram adiar o avanço do nazismo por um tempo.   Depois em guerra o país foi invadido pelo nazismo alemão.

     Na Finlândia também nos anos 30 um movimento fascista causou momentos de agitação pública crescente e queria tomar o poder para colocar um perfil "apolítico" e "patriótico" no lugar da democracia.   Foram barrados.  

 

      continua no capítulo 05/20

sábado, 21 de janeiro de 2023

Cap.03/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN LEVITSKY & DANIEL ZIBLATT - 2018

capítulo 03/20

  

         ..."os assassinos da democracia usam as próprias instituições da democracia - gradual, sutil e mesmo legalmente - para matá-la".

Os USA em 2016 e o fracasso ao eleger Donald Trump. Falhou o partido dele, o Republicano e falharam os eleitores.

         Eles (USA) tem há mais de dois séculos o sistema de freios e contrapesos que ajudaram a suportar importantes turbulências como a Guerra Civil, a Grande Depressão, a Guerra Fria e o caso Watergate.   Os autores entendem que se projeta para o governo Trump a salvaguarda da  democracia pelo sistema de freios e contrapesos que possuem.  (livro de 2018).

         Eles atribuem boa parte do sucesso na defesa da democracia aos freios e contrapesos, normas que para eles já se tornaram “como naturais”:   a tolerância mútua, ou o entendimento de que as partes concorrentes se aceitem umas às outras como rivais legítimas e a contenção, ou a ideia de que os políticos tem que ser comedidos.

         Os dois principais partidos dos USA, o Republicano e o Democrata, são bastante sólidos e vem se alternando no poder periodicamente.

         No caso do Brasil fica mais difícil inclusive pelo elevado número de partidos políticos.

         Lá eles tem questões se agravando em termos de raças e culturas.

         ...   “E, se uma coisa é clara ao estudarmos colapsos ao longo da história, é que a polarização extrema é capaz de matar  democracias”.    

         “Contudo... nos ensinam que a polarização é capaz de matar as democracias, elas também nos ensinam que esse colapso não é inevitável nem irreversível”.

         ... “Porém proteger nossa democracia exige mais do que medo e indignação.”

         Capítulo – Alianças Fatídicas

         Em 1922 o rei da Itália convidou Benito Mussolini para seu primeiro ministro.    Mussolini e sua vestimenta preta.    Ele tem uma legião de seguidores paramilitares, em torno de 30.000 pessoas empobrecidas e revoltadas.    A chegada de Mussolini para a posse criou uma enorme expectativa inclusive nesses seguidores.

         “Bandos de fascistas perambulavam pelas ruas de Roma”.     Mussolini disse ao rei que estava vindo do campo de batalha e que atravessou o Rubicão...   (ficou essa frase na história com seu significado...).  Um marco do fascismo na Itália.

         “Mussolini fez sua parte para sacralizar o mito”.     Fez a chegada triunfal para sua posse se parecer com um ato de “revolução”.

         A Itália de 1922 em má situação econômica, agitação social, os esfomeados fascistas de fardas como paramilitares.    E o rei ainda por cima, com o medo do comunismo.

         Mussolini engajou os fascistas e deu segurança aos políticos e aos investidores.   Uma solução de curto prazo.    Os caciques políticos da época viam Mussolini como “um aliado útil”.

         Os autores citam casos de líderes de esquerda e de direita que chegaram ao poder com apoio popular.  Adolf Hitler, Alberto Fugimori (Peru), Hugo Chávez.    Chegaram ao poder “por dentro”, via eleições e apoio político e popular.

         Os líderes políticos que apoiaram esses “de fora” (outsiders) acreditavam que usariam esses agregadores e voltariam a manter o poder para os caciques políticos num segundo momento.   Não foi o que ocorreu.

         O erro:   “entregar condescendentemente as chaves do poder a um autocrata em construção”.

         Hitler em 1933.   Ele assume o poder.   Alemanha conturbada e tenta alternativas sem sucesso.       “Convencidos de que alguma coisa tem que  dar certo, um conluio de conservadores rivais se reuniu no final de janeiro de 1933 e chegou a uma solução:   é preciso por um outsider popular na chefia do governo.   Esses caciques políticos desprezavam Hitler, mas viam nele alguém com apoio popular.   Pensavam os caciques políticos que depois de controlada a situação, conseguiriam controlar Hitler...

         “Nós o recrutamos para nós mesmos...”.

         Como no caso da Itália com Mussolini, esta também foi uma “aliança fatídica” segundo os autores deste livro.    Situações em que os caciques políticos apostam no outsider (um de fora) e depois perdem o controle e se estabelece uma ditadura.    Buscar cooptar o de fora quando a situação se normalizasse.   Só que na prática a coisa descambou para a ditadura, pro nazismo na Alemanha e para o fascismo na Itália como sabemos.

         “Tipo de barganha com o diabo...”.

 

         Continua no capítulo 04/20