capítulo 8/8 (final) Leitura em dezembro de 2023
Capítulo – A víbora
...à noite, na casa.
...”tinha consciência do resto da casa que se perdia na escuridão, os
objetos sérios e vagos flutuando pelos cantos.”
Na casa com Otávio, divagando...
“Largassem-na no deserto...
Tomar uma trouxa de roupas, ir embora devagar. Não fugir, mas ir. Isso, tão doce: não fugir, mas ir...”
Joana diz para Otávio que quer ter um filho dele. Ele acha estranho isso porque percebe que o
relacionamento deles está na reta final.
- “Só terminará quando eu tiver um filho, repetiu ela,
obstinada.”
Ela diz... ...
depois de um filho nada nos restará senão a separação...
- “E o filho? – indagou ele.
Qual será o papel do pobre em todo este sábio arranjo?
- Oh, ele viverá – respondeu. ... ela ... cheia de piedade ... apertou os lábios, confusa – um amor
cheio de lágrimas.”
- “Você bem sabe que não se trata disso. Oh, Otávio... Murmurou depois de um
instante, as chamas subitamente reavivadas – que nos acontece afinal, o que nos
acontece?
A voz de Otávio era áspera e rápida quando respondeu: - Você sempre me deixou só.
... – “Não .. assustou-se
ela. -É que tudo que eu tenho não se
pode dar. Nem tomar. Eu mesma posso morrer de sede diante de
mim. A solidão está misturada à minha essência”...
... seguiu o diálogo todo truncado...
“subitamente compreendeu que Joana iria embora.” “Sim, ele continuaria. Havia Lídia, o filho, ele mesmo”.
...” A indefinível sensação de perda quando Joana o
deixasse.”
Ele em pensamento: “Minha,
minha, não partas!” – implorou do fundo do seu ser”.
“Mas ele não pronunciaria tais palavras porque desejava que
ela partisse, não saberia o que fazer de Joana se ela ficasse”.
- Quer mesmo um filho? – perguntou ele porque, medroso da
solidão em que avançara, quis subitamente ligar-se à vida, apoiar-se em Joana
até para poder em Lídia, como quem quer atravessar um abismo agarra-se às
pedras pequenas até galgar a maior”.
- Nós não saberíamos como faze-lo viver... veio a voz de
Joana.
Otávio, transtornado, ferve os nervos: - Foi tua tia quem te chamou de víbora. Víbora, sim!
Víbora! Víbora! Víbora!
Depois ele se acalmando.
“Os dois mergulharam em silêncio solitário e calmo”.
Capítulo - A partida dos homens
Joana após a partida de Otávio. “Tomou consciência da solidão em que se
achava no centro de uma casa vazia”.
Otávio estava com Lídia, grávida...
... Haveria de reunir-se a si mesma um dia, sem as palavras
duras e solitárias.
Capítulo – A viagem
Aceitou sua parte na herança. Viajando de navio. Joana sempre em suas elocubrações...
“Deus meu, eu vos espero, deus, vinde a mim, deus brotai no
meu peito, eu não sou nada...” ... não
tenho alegria e minha vida é escura como a noite sem estrelas”... “esse orgulho de viver me amordaça, eu não
sou nada...”
“Porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho
até a morte – sem – medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e
bela como um cavalo novo”. FIM
No Postfacio do livro há o comentário de Nádia Battella
Golflib
Ela discorre sobre a autora e esta obra e no contexto coloca
um perfil:
“Joana é uma personagem intensa e pautada pela
complexidade. Múltipla. Quer e não quer. Pode tudo.
Mas não pode. Segue. Mas não chega. Deseja.
Mas não deseja mais. Não seria
esse o próprio risco do intrincado bordado da vida, com avanços e recuos?”