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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Fichamento do livro - cap 2 - QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma Favelada - CAROLINA MARIA DE JESUS (ANOS 60)

 capítulo 2

 

         Carolina no consultório médico.  Tocaram num assunto de política.  Ela deu opinião sobre Carlos Lacerda.     ...”gosta de intriga.   Um agitador.”

         Foi dormir meia noite.   “Quando despertei, os raios solares penetrava pelas frestas do barraco”

         Vizinhas não gostavam de Carolina porque ela sabia conversar e diziam que ela conquistava os homens.   Por isso brigavam até com as crianças dela.

         Ela protesta:  “Eu não vou na porta de ninguém.   É vocês que vem na minha porta para aborrecer-me”.     

         “Mas eu não encontro defeito nas crianças.   Quando falo com uma criança lhe dirijo palavras agradáveis.     ...”Tenho apenas dois anos de escola mas procurei formar meu caráter.”.

         Sobre as vizinhas implicantes:   “Elas alude que eu não sou casada.  Mas eu sou mais feliz do que elas.   Elas tem marido, mas são obrigadas a pedir esmolas.  São sustentadas por associações de caridade.

         “Os meus filhos não são sustentados com pão de igreja”.     ...”Elas tem que mendigar e ainda apanham.   Parece tambor”.

         Fala da vizinha que bebe e os filhos não vingam.   “Ela odeia-me porque os meus filhos vingam e por eu ter rádio”.

         ...”As  pessoas dadas ao vício de embriaguez não compram nada.  Nem roupas”.   “Os ébrios não prosperam”.

         Depois do dia de catar papel.   Cheguei em casa.   Era 23:55 h.   “Esquentei a comida, li, despi-me e depois deitei.  O sono surgiu logo.”

         Cedo, fila para pegar água na torneira da favela.

         “Eu não consegui armazenar para viver, resolvi armazenar paciência”.

         “Hoje comprei marmelada para eles”.  (os filhos)

         Nota:   A marmelada já foi o doce mais consumido no Brasil.

         Vizinhos aborrecem Carolina e seus filhos.  Ela desabafa:   “Vou escrever um livro referente à favela.  Hei de citar tudo que aqui se passa.”

         Vizinha provocando ela:   “A única coisa que você sabe é catar papel.” Eu disse:   ...”Cato papel.  Estou provando como vivo!”.   “Há mulheres que o esposo adoece e elas no período da enfermidade mantém o lar.   Os esposos quando vê as esposas manter o lar, não saram nunca mais”.

         Vizinhos bebem e até dão bebida alcoólica para as crianças deles.

         “Os meus filhos reprova o álcool.”   

         Rascoas.   Nome pelo qual chamam as meretrizes na favela.

         Carolina falando do café da manhã dela e dos filhos.   Diz que tenta caprichar no café e cada um em casa gosta de um jeito.  Ela gosta de mingau de aveia.

         Faz oito anos que cato papel.   “O desgosto que tenho é residir na favela”.    Catar papel e ter que levar a filha de dois anos que não gosta de ficar em casa.  Complicado para a mãe.

         O saco de papel na cabeça e a filha no braço.  Serviço duro.

         Sobre a filha Vera.  “Ela não tem culpa de estar no mundo.”

         Todos os dias eu escrevo.  Sento no quintal e escrevo.

         Frio de julho.  Chegar à noite do trabalho duro.   “Tomei banho, esquentei a comida, li um pouco.  “Não sei dormir sem ler”.

         ...”O livro é a melhor invenção do homem”.

         ...”Catar papel e cantar.   Eu sou muito alegre.  Todas manhãs eu canto.  De manhã eu estou sempre alegre.”

         O seo João batendo na porta.  Procurando remédio caseiro para dor de dente.   “Quis saber o que eu escrevia.  Eu disse ser o meu diário.  Ele falou:

         “Nunca vi uma preta gostar tanto de livros como você.” Ela diz:  Todos tem um ideal.  O meu é gostar de ler”.

        

         Continua no capítulo 3

quarta-feira, 22 de maio de 2024

FICHAMENTO - capítulo 1 - LIVRO: QUARTO DE DESPEJO - Diário de Uma Favelada - CAROLINA MARIA DE JESUS

 

Capítulo 01                    maio de 2024

 

         Edição 2022 a que estou lendo.          Editora Ática – 260 páginas

         Na orelha do livro escrito na década de 50.    ... “Nós somos pobres, viemos para as margens dos rios.   As margens dos rios são os lugares do lixo e dos marginais”.

         Não mais se vê os corvos voando às margens do rio, perto do lixo.  Os homens desempregados substituíram os corvos”.

         Livro escrito em caderno, um tipo de diário, na Favela do Canindé na margem do Rio Tietê em São Paulo-SP.

         Carolina, catadora de recicláveis, mãe de três filhos, tirava o sustento do lixo coletado pelas ruas.

         Luta diária contra a fome, a doença e a violência.

         Publicado na década de 60, esgotou rápido e já foi traduzido para treze idiomas.  Foram mais de 1 milhão de exemplares ao todo.

         Na abertura, poema de Edmilson A. Pereira:

         “A mão de Carolina”  

         ... “espera-se dela, ontem e agora

Algo mais que receber prêmios

A mão Carolina

Escreve em acusação sem volta”.

         Apresentação do livro:    60 anos de um Clássico

         Texto de Cidinha da Silva, escritora negra, como ela mesmo destaca.

         ... jornalistas e até críticos literários trocavam o prenome de Carolina Maria, usando Maria Carolina...

         Página 12 -  Mais de 1 milhão de cópias do livro dela vendidos no mundo todo.

         “Não podemos nos esquecer, quando uma pessoa subalternizada vence a opressão, produz-se certo regozijo no coração da mídia dos opressores que gostam de se distinguir dos algozes mais terríveis”.

         ...”Por fim, compartilho com você, leitor, a ideia que venho amadurecendo e que tornei pública em outras ocasiões:  a de que autoras como Carolina Maria de Jesus só passarão a ser canônicas quando conseguirmos pluralizar o cânone, já que não nutro ilusões de derrubá-lo”.

         A escritora Cida propõe que todas as memórias...  “oriundas de periferias, possam também ocupar as instâncias definidoras do que pode ser considerado canônico”.

         Agora, vamos à Carolina e seu livro em pauta.

         Forma de diário, letra cursiva...   08-12-1958

         ... “o padre veio dizer a missa.    ... disse aos favelados que eles precisam ter filhos.  Penso:  porque há de ser o pobre quem há de ter filhos – se filhos de pobre tem que ser operário.

         Carolina reclamando da miséria junto com seus filhos a uma amiga:

         “Eu não paro um minuto.  Cato tudo (lixo reciclável) que se pode vender.   E a miséria continua firme ao meu lado”.

         ... doente...    melhorou  ... sentei na cama e comecei a catar as pulgas... Eu comecei fazer planos para o futuro.

         Livro dedicado a onze netos de Carolina.  Ela cita os nomes deles.

         Começa o livro em si com texto escrito em 14-07-1955.

         Ter que deixar as crianças em casa e sair para catar papel.  Preocupação diária.

         Ganhou alguns alimentos do carro do Centro Espírita da Rua Vergueiro, 103.   

         Uma da favela perguntou se Carolina está grávida.  Ela ficou brava.

         “Tenho pavor dessas mulheres da favela.  Tudo quer saber!   A língua delas é como pés de galinha.  Tudo espalha”.

         ...”Saí à noite e fui catar papel.   Quando passava pelo campo do São Paulo FC, várias pessoas saindo do campo.  Todas brancas, só um preto.”

        

Continua no capítulo 2

sábado, 18 de maio de 2024

RESENHA (AMADORA) DO LIVRO - NO AR RAREFEITO - autor do livro: JON KRAKAUER (USA)

 Resenha do livro

No Ar Rarefeito (Pico Everest)
Autor do livro: Jornalista Jon Krakauer
O autor é alpinista, jornalista e escritor.
Li dele primeiro Na Natureza Selvagem, sobre um jovem americano que escalava montanhas no Alasca e teve um acidente fatal. O autor refez o trajeto do jovem.
Nesse livro fiquei sabendo da obra No Ar Rarefeito sobre a escalada do Everest.
Esta obra traz uma riqueza de informação sobre os desafios da empreitada, da cultura local, das motivações de cada alpinista para encarar o desafio extremo. Tem até o custo da aventura.
Vamos nessa como leitores.

terça-feira, 14 de maio de 2024

MUDANÇAS CLIMÁTICAS - FALA DO PRESIDENTE DO IPCC HÁ DEZ ANOS ATRÁS (EM 2014)


Dias atrás eu estava fazendo uma pesquisa na área da Ciência Política na BPP Biblioteca Pública do Paraná. Por acaso, acabei vendo uma entrevista nas páginas amarelas da Revista Veja de 09-04-2014. Já se vão dez anos.
O que me chamou a atenção foi que o entrevistado era o Presidente do IPCC que é um Painel Intergovernamental que trata das mudanças climáticas, orgão colegiado que congrega os mais destacados pesquisadores do mundo no tema.
O presidente do IPCC (ligado à ONU) de então era um indiano com vários cursos universitários, dentre estes, Engenharia. Trata-se de Rajendra Pachauri.
Num destaque da entrevista, que a revista coloca em letras maiores o então presidente do IPCC diz:
"Sabemos até que ponto o aquecimento global é influenciado pelo homem. A conclusão: com 95% de certeza, a maior parte das mudanças climáticas que vem ocorrendo desde meados do século XX é resultado de nossas atividades".

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Resenha do livro sobre Mudanças climáticas - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (USA)

 

Resenha do livro – Uma Conversa Inconveniente -  Autor:  Al Gore

 

O autor tem formação em jornalismo e segue carreira política destacada.   Foi Senador e por duas gestões, vice presidente dos USA pelo Partido Democrata.

         Desafiado por dois marcantes episódios na família, fez reflexão sobre o propósito na vida dele e colocou foco na relação familiar e na defesa do meio ambiente.   Isto há décadas.

         Ao longo do tempo, consultou muito da pesquisa sobre o meio ambiente e aguçou a atenção nas mudanças climáticas.

         Tem em sua trajetória mostrada neste livro a luta para mitigar os efeitos das ações humanas que tem prejudicado o clima.

         O livro cujo exemplar eu li é de 2006 e posso afirmar que o assunto tem conteúdo bastante atual até porque pouco fizemos para defender o meio ambiente desde então e muito fizemos para agravar a situação.

         Confira e comprove.   Boa leitura!





quarta-feira, 1 de maio de 2024

Resenha do livro - A MORTE DA VERDADE - NOTAS SOBRE A MENTIRA NA ERA TRUMP - Autora: Jornalista MICHIKO KAKUTANI (americana)

 

 Resenha do livro                         01-05-2024

 A Morte da Verdade – Notas sobre a Mentira na Era Trump

(Prêmio Pulitzer de Jornalismo) – Editora Intrínseca – 2018 – 270 páginas

 

         A autora tem quatro décadas de profissão e aborda temas com clareza e pautada em dados de pesquisa.

         Destaca o povo dos USA e o “medo das mudanças sociais”.   Fala do sonho dos conservadores:  “A volta da América Grande novamente”.

         Discorre sobre a era da pós verdade e da influência marcante das redes sociais.

         Consta que há até gente fazendo ciência falsa para suprir a demanda dos negacionistas que são muitos.   Inclusive sobre mudanças climáticas.

         Medido pelo jornal The Washington Post no primeiro ano do governo Trump:  2.140 alegações falsas dele numa média de 5,9 destas por dia.

         A autora vai discorrendo sobre a sociedade americana e mostra que tem sido corroída a democracia deles e também em muitas nações mundo afora.     Finalmente temos que o livro é bastante atual e esclarece muitos pontos do cenário interno dos USA e que transcendem suas fronteiras.

         Um livro a serviço da cidadania.  

fichamento do livro - cap. 11 final - (RE) APROPRIANDO-SE DE SEUS CORPOS - TEMA DO ABORTO - Autora Advogada e Professora - EMMANUELLA DENORA

 capítulo 11 – final                30 de abril de 2024

 

         Sobre a criminalização do aborto no Brasil.     ...”o posicionamento político que emana é a partir da disposição do Estado que o tutela através de uma legislação construída e sistematizada para o domínio feminino a partir da ‘normalidade´ de gênero masculina.

         Ainda no texto do Habeas Corpus do STF já citado acima...   concedido pelo Ministro Luis Roberto Barroso.   “Por meio da criminalização, o Estado retira da mulher a possibilidade de submissão a um procedimento médico seguro.   Não raro, mulheres pobres precisam recorrer a clínicas clandestinas sem qualquer infraestrutura médica...     Trata-se de um grave problema de saúde pública, oficialmente reconhecido”.

         A autora deste livro destaca:   “Estima-se que sejam realizados de 700 a 800 mil abortos clandestinos anualmente no Brasil.   De acordo com a ONU, em 2012 somente no Brasil, 200.000 mulheres morreram devido a complicações em abortos, o que, como argumenta e orienta a própria ONU, teria sido resolvido se os direitos reprodutivos e de saúde da mulher fossem uma prioridade governamental”.

         Pesquisa sobre o aborto no Brasil (ano 2010) mostra que a maioria das mulheres que abortam são negras, adolescentes/jovens adultas, de baixa escolaridade... por fatores variados, desde questões de baixa renda, a abandono pelo companheiro.  São mulheres que estão sozinhas com a sua dor e desamparadas pelos seus e pelo Estado, e este insiste em negar a elas direitos básicos de vida digna”.

         FIM              leitura e anotações entre 30-03-24 a 30-04-24.      

     Como de costume, ao ir lendo a obra, vou destacando a lápis no livro o que acho de mais relevante e anoto com caneta num caderno específico no qual coloco numeração de páginas e índice.   Em 30 anos, são 46 cadernos de médio porte, 96 folhas cada.   Depois passo para o word e posto no blog amador cujo site consta na folha de rosto do meu Facebook.    Hobby não dá trabalho, dá prazer.