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domingo, 20 de setembro de 2020

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - RJ 2014 - cap. 7/20

 CAPITULO 7/20 

         Produção -  Já a produção mundial por habitante ultrapassou os 2% ao ano entre 1950/1990.   Parte por causa da recuperação da Europa pós guerra e parte pela recuperação da Ásia com a China puxando a produção.

         A China em anos recentes conseguiu índice de crescimento jamais visto, ao redor de 9% ao ano.

         103 – No gráfico se projeta estimativa de crescimento da produção mundial/habitante:

         Atual (2012)         - produção mundial cresce        2,1%

         2030 – estimativa.............................................       2,6%                    

         2050 - estimativa ............................................       2,4%

         2100 – estimativa..............................................       1,3%

         Na estimativa, cresce até o ano 2030 e depois começa a cair.

         105 – A questão da inflação.      O autor disse de forma bem resumida que foi a inflação que “pagou” as dívidas dos países nas duas guerras mundiais.    Os papeis da dívida pública não tinham correção e a inflação fazia com que o valor real da dívida ia caindo em relação aos preços que iam sofrendo com a inflação.

         106 – A grande estabilidade monetária nos séculos XVIII e XIX.    A inflação passa a ser um fenômeno importante a partir do século XX.

         107 – França.   Moeda de “franco” a partir de 1795.    1 franco, uma moeda de 4,5 gramas de prata.

         108 – A paridade entre o franco e a libra ficou estável por quase dois séculos.   1 libra valendo entre 22 e 25 francos.

         USA o dólar vem de 1775.     Alemanha e o marco-ouro desde 1873.

         No fim do século XIX e início do século XX todos sabiam que 1 libra equivalia ao redor de 5 dolares ou 20 marcos ou 25 francos.

         109 – O significado da moeda nos clássicos da literatura.   A estabilidade da moeda facilitava ao escritor falar da condição social dos seus personagens.

         109 – O fim dos padrões de referência monetários do século XX.   A primeira Guerra Mundial elevou os gastos e dívidas dos países e estes abandonam o padrão ouro nos anos 1920.   Há inflação.  Após a II G.Mundial, retornam ao padrão ouro entre 1946 e 1971, quando o dólar deixa o padrão ouro.

         Inflação na Alemanha entre 1870 a 1913 – perto de 0%

         Alemanha entre 1913 e 1950 – média de 16% ao ano

         França entre 1913 e 1950 – média de 13% ao ano.

         Cita os romancistas Nagib Mahfouz do Egito e Orham Pamuk da Turquia com temas em Istambul.  (1970-1980)

         II Parte   - Dinâmica da relação capital x renda.

         113 – Nos romances do século XIX na Inglaterra e França, a riqueza geralmente aparecia em dois itens:  terra e títulos da dívida pública.    Cita o personagem Pai Goriot que fez fortuna no ramo de massas e depois vendeu tudo e aplicou as rendas em títulos da vida pública.   Teve as filhas que se casaram bem (financeiramente), mas todas de mal com o pai.

         118 – A metamorfose do capital do Reino Unido e da França.    A França no período colonial teve por bom tempo um estoque elevado de capital externo por ter suas colônias.

         Por volta nos anos 1800, França e Inglaterra tinham capital que se aproximava de 6 a 7 anos da renda nacional.   Vieram duas guerras mundiais e o capital caiu em ambas para 2 a 3 anos.    Formou uma curva em u, caindo e depois nos anos 1950, pós guerra, se recuperando.   Em 2010 o capital nacional de ambos países, volta ao patamar de 5 a 6 anos, ou seja, demorou um século para essa recuperação e voltar ao ritmo de 1914.

.......................... continua no capítulo 8/20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Ed. Intrínseca - cap. 08/20

 

Capítulo 8/20 

         120 – Boa parte do capital do século XIX evaporou nos conflitos dos anos 20/40 do século XX na França.    Por volta de 1990-2000 esse capital se recompôs e temos uma nova Belle Époque.

         121 – O capital mudou a forma.   Antes era principalmente a terra e hoje se tornou imobiliário, industrial e financeiro.

         121 – Nos últimos três séculos, o Reino Unido e a França eram as duas principais potências coloniais do mundo.

         122 – Até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido tinha de capital externo o equivalente a dois anos de renda nacional.

         Na Belle Époque o capital da França investido no exterior uma renda média  de 5% ao ano, o que é uma boa renda.   Assim acumulou um capital externo equivalente a pouco mais de 1 ano da renda nacional.    Nesse período colonial, ambos países tinham déficit na balança comercial, mas que eram cobertos pelas rendas externas vindas das colônias.

         123 -  Renda e Riqueza.    Algumas ordens de grandeza.

         127 – França e Reino Unido.   O patrimônio do setor privado está entre 95 e 99% do patrimônio nacional de ambos na atualidade.

         A riqueza pública na história.    O Reino Unido – dívida pública e o retorno do capital.     O Reino Unido após a II G.Mundial, chegou a ter dívida pública na casa de 200% do PIB Produto Interno Bruto.    O Reino Unido teve anteriormente guerra com os USA pela ocasião da independência deste.   Nessa guerra o R. Unido chegou a elevar sua dívida para 200% do PIB.    No mesmo período o patrimônio privado aumentou muito no Reino Unido, sendo que o privado (dinheiro dos ricos) financiou a guerra com ganhos para si, através de financiar a dívida pública inclusive.

         O autor se vale de forma indireta nos romances de Jane Austen para aferir a prosperidade no Reino Unido no passado e em Balzac para o caso da França.    Quase sem inflação, os investidores tinham renda anual de títulos públicos com renda na casa dos 4 a 5% ao ano, o que era uma excelente renda, praticamente sem risco.

         132 – Quem lucra com a dívida pública?      Karl Marx já alertava que a dívida pública engordava o capital privado.     ...”um instrumento a serviço do capital privado.”

         134 – Escritor Marcel Proust, em 1913 e sua publicação “No Caminho de Swann”.      Os rentistas que na França de 1913 ganhavam juros polpudos, após a inflação anual de 13% por muitos anos, em 1950, os rendimentos do mesmo capital passou a ser 100 vezes menor.      Com isso caiu drasticamente  o valor da dívida pública da França entre 1913 e 1950, mesmo com as guerras.    

         Por causa da II G. Mundial a França mais uma vez quebrou por inflação anual média em torno de 50% entre 1945 e 1948.

         135 – Os riscos da Equivalência Ricardiana. 

         Keynes em 1936 escreveu sobre a “eutanásia dos rentistas”.

         136 – A França – um capitalismo sem capitalistas no Pós Guerra.

         França e Reino Unido – no século XVIII e no século XIX tinham riqueza pública igual a 50% da renda nacional.    No fim do século XX, início do século XXI, chegam com 100% da riqueza nacional investida principalmente em saúde e educação.

         Ambos países em 2010 tinham ativos públicos da seguinte ordem:

         França – 150% da renda nacional.    

         Reino Unido – 100% da renda nacional.

         O Estado investiu em setores industriais e financeiros no período 1950/1970 e em seguida passou a privatizar esses mesmos ativos entre 1980 e 1990.   Vários países fizeram isso, inclusive o Brasil.

         O crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e a Grande Depressão foi um baque para o mundo e trouxe descrença no capitalismo.   Causou desemprego de ¼ da PEA população economicamente ativa nos USA, Alemanha, Reino Unido, França, etc.

         O jargão do liberalismo do Laissez-faire que vinha até então, caiu no descrédito.   O capitalismo mostrou que não se corrigia por si menos sem a mão do Estado.      Surge então mais empreendimento público, de economia mista, etc. e maior “regulação” do capital.

         O fato da URSS ganhar a guerra junto com os aliados reforçou a idéia de que o controle estatal da economia tinha seus méritos.

         137 – “Afinal, não teria esse sistema permitido que um país notoriamente atrasado, que em 1917 ainda funcionava sob o sistema de servidão tradicional, se industrializasse em marcha forçada?”

         Na França, desconfiança com o capitalismo foi reforçada em 1945, uma vez que boa parte da elite econômica francesa estava sob suspeita de ter colaborado com a ocupação alemã no país e de ter enriquecido de forma indecente entre 1940 e 1944.    O empresário Louis Renault foi preso em 1944 e suas fábricas foram confiscadas em 1945.     Nos anos 50 na França pos guerra, houve muitas nacionalizações nos setores de indústria e financeiro.

         No período dos Trinta Gloriosos (1950-1980) era pós guerra e a França tinha boa parte da economia nas mãos do Estado.   E os países tiveram um período de prosperidade sem similar na história.

         139 – A França na atualidade, após as estatizações do período 1950-1970, privatizou bastante e atualmente é um dos paraísos do capital privado.

         139 – A Renault, em 1990 voltou a ser uma empresa com ações em bolsa.    A telefonia da França também volta a ser de capital em bolsa a partir de 1998-1999.

           continua no cap.   9/20


FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 9/20

 

Capítulo 9/20          (agosto/2020)

 

                   Livro – Capítulo 4 -  Da Velha Europa ao Novo Mundo

         Página 140 -  USA abundância de terra e por isso, valor baixo e trabalho escravo.

         143 -  Na Europa atual, a Volkswagen alemã tem parte do capital estatal.  São 15% do capital estatal e 20% do direito a voto.   (2010)  a VW é líder mundial na fabricação de automóveis.

         No século XX em tempo de Guerra, a Alemanha teve inflação anual por volta de 17% a.a.    Lá a inflação pagou a dívida pública.   Mesmo assim o povo alemão tem aversão enorme por inflação.

         145 – Empresas alemãs que tem representantes dos empregados com voz deliberativa junto à empresa.

         146 – Os choques sobre o capital no século XX.  

         148 – O canal de Suez no Oriente Médio dava altas rendas ao Reino Unido e França entre 1869 e 1956, quando o presidente Nasser nacionalizou o canal.

         149 – O capital na América – mais estável do que na Europa.

         154 – O Novo Mundo e o capital externo.

         157 – Thomas Jefferson tinha terras e 600 escravos que herdou do pai.   USA censo de 1860 -  Mais de 4.000.000 de escravos.   Guerra da Secessão em 1861 e abolição da escravatura lá em 1865.   O uso de escravos lá foi mais na parte sul dos USA.

         No sul dos USA os escravizados chegaram a representar 40% da população regional.

         160 – Negros nos USA ficaram sem a igualdade de direitos até os anos 1960.

         Época em que países aboliram a escravidão:

         USA em 1865; Reino Unido em 1833; França em 1848

         Preço do escravo nos USA em 1860.    Um escravo valia 2.000 dolares equivalente a 10 vezes o salário anual de um trabalhador livre de então que era de 200 dolares por ano.

         Capítulo 5  - A relação Capital/Renda no longo prazo.

        

         Nos séculos os estudos aqui relatados (últimos 300 anos) o capital nacional variou bem pouco, na casa dos 5 a 6 anos da renda nacional.

         Nos USA tem sido menor, na faixa de 4 anos da renda nacional.

         165 – A segunda lei fundamental do capitalismo:   Beta = s/g

         S é a taxa de poupança.   G é a taxa de crescimento da renda nacional.    Ex.  s = 12% e g = 2%.    12/2 = 6 ; passando para porcentagem: 600%.

         Ou seja.   Um país com poupança de 12% a.a. e renda nacional de 2% terá a razão capital/renda de 600% o que equivale que manterá acúmulo de capital equivalente a seis anos de renda nacional do capital.   A fórmula vale para análise de longo prazo.

         Uma acumulação de fortuna individual pode ocorrer rápida, mas de um país, não.    Geralmente é um processo de décadas...

         169 – A volta do capital nos países ricos desde os anos 1970.

           O autor coloca os principais países por ordem decrescente de PIB Produto Interno Bruto.   USA> Japão > Alemanha > Canadá > Austrália.

         Os países citados são os ricos com alta renda per capita.    A China tem um PIB enorme, mas dividindo por sua população dá um valor individual baixo e portanto é país pobre.

         171 -  Houve bolha financeira no Japão nos anos 1990.   O autor fala de passagem na bolha americana de 2008 que se refletiu em esfera global.

         172 – “Além das bolhas: crescimento fraco, poupança forte”

         Aqui tem tabela de países ricos, mas não aparece a China porque apesar do PIB alto, dividindo pela população, dá média baixa por habitante.

         172 – Os países ricos tem crescido num ritmo semelhante e modesto.  Entre 1970/2010 a média ficou entre 1,6% e 2% ao ano a renda média nacional por habitante.

         173 – Crescimento demográfico na Europa e Japão de 1970 a 2010: média de 0,5% ao ano.    Nos outros países ricos citados como USA, Canadá e Austrália, o crescimento no período entre 1% e 1,5%.

         O autor disse que a acumulação de renda na Europa é maior que nos USA em parte porque o crescimento demográfico é menor na Europa que nos USA.

         177 – Bens Duráveis e Objetos de Valor

         179 – No século XX aumentou a presença do Estado fornecendo cada vez mais estrutura de saúde, educação e segurança à população.   (O chamado Estado Social).

         Capítulo 6 – A Divisão Capital – Trabalho no Século XXI

         197 – Um gráfico mostra um deslocamento do ganho do capital e perda para o trabalho nos anos 1850, na Revolução Industrial e a pressão deve ter ajudado o operariado a buscar a alternativa comunista.  

          No ano de 1800 o trabalho ficava com 65% da renda

         O capital ficava com 35% da renda.

         198 – Rendimento da indústria em torno de 5 a 6% ao ano na atualidade.   Já a caderneta de poupança o rendimento é bem abaixo, entre 1 e 2% ao ano.

         200 – Os fluxos: mais difíceis de estimar do que os estoques.

         Sistema de Responsabilidade Limitada nos empreendimentos.  Foi um grande invento no final do século XIX.   Protege o capital do dono do empreendimento, separando do capital da empresa em si.

        

 ...........................continua no capítulo 10/20

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 10/20

 CAPITULO 10    - 10/20

         Continuação...   Página 202 -   O rendimento do capital ao longo da história.    Historicamente o rendimento do capital é na média de 5% ao ano e assim, 20 anos para o rendimento dobrar o capital.

         Era tão estável e popular esse índice na França no passado que os romancistas só citavam a renda de um personagem e as pessoas já deduziam o tanto de capital que a pessoa tinha, multiplicando a renda por 20.       5% x 20 anos = 100%  (no caso, o capital)

         Nos séculos XVIII e XIX as duas fontes mais comuns de renda na França e Reino Unido eram a agricultura (terra...) e o tesouro público – os títulos da dívida pública que rendiam juros.

         204 – Rendimento do capital no século XXI

         Rendimento puro do capital – antes dos impostos – e o rendimento efetivo, após os tributos.     Paises ricos tributam o rendimento do capital em até 30%.

         Aluguel de imóveis, rendimento médio estimado em 3% a 4% ao ano.    Risco baixo, rendimento baixo.     Ex.  Apto.de 600.000,00 x 4% = 24.000,00 por ano.     2.000,00 por mês.

         207 – Ativos reais e ativos nominais.

         209 – A noção de produtividade marginal do capital.     

         211 – O capital em excesso mata o retorno do capital.

         215 – A proeza do pesquisador alemão Jurgen Kuczynski, professor de história econômica.   Entre 1960 e 1972 ele publicou 38 volumes da história universal dos salários.

         Os autores defendiam que ao longo do tempo havia uma distribuição “tranquila” entre o capital e o trabalho.  Ou seja, uma estabilidade.   O que não é verdade.   Em economia essa “verdade” era aceita até por volta de 1990.   Relatórios da OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e do FMI Fundo Monetário Internacional começaram a mostrar que o capital estava com ganho desbalanceado com relação aos salários.

         216 – A substituição capital – trabalho no Século XXI

         Uma elasticidade superior a 1.      

         219 -       Período 1800-1810             período 2000/2010

                   Capital        35 a 40%                       25-30%

                   Trabalho     60 a 65%                       70-75%

         Nos tempos recentes aumentou a importância do trabalho na produção.  

         220 -  A evolução da divisão do capital – trabalho no médio prazo.

         220 – Numa fase da Revolução Industrial aumentou a fatia do capital e caiu a fatia do trabalho.   Tempo de salários miseráveis e jornadas longas.

         220 – Na França, estagnação dos salários no período 1810 a 1850 enquanto o setor industrial ia a todo vapor.

         223 – Volta a Marx e à queda da taxa de lucro.  Segundo Pikkety, Marx acompanhava até pelos relatórios do parlamento britânico por quatro décadas, os dados para reforçar suas teses sobre a exploração exacerbada do capital sobre o trabalhador.   Teria faltado reforço estatístico, mas o rumo dele era razoável.      (o autor deste livro logo no início já deixa claro que ele é capitalista)

         227 – O Retorno do capital no regime de crescimento baixo.   O autor reconhece que, na atualidade, temos séries históricas mais amplas do que no passado e distanciamento histórico para uma análise mais livre do que ocorreu no passado na relação capital – renda – mão de obra, etc.

         228 – Futuro -   ...” é possível que as transformações tecnológicas de longo prazo favoreçam um pouco o trabalho em relação ao capital...”

         229 – “A tecnologia, assim como o mercado, não tem limite ou moral”

         “Se desejarmos, de fato, fundar uma ordem social mais justa e racional baseada na utilidade comum, não basta contar com os caprichos da tecnologia”.

 

         III Parte  - A Estrutura da Desigualdade

         233 – Desigualdade e Concentração: Primeiras Impressões

         233 – Romance de Balzac – de 1835 -  O Pai Goriot   -   Um jovem de Paris estuda direito.  Um amigo ex presidiário, colega de pensão, dá conselhos ao colega.   Faz as contas de quanto o futuro advogado ganhará na vida e os percalços e puxa saquismos que haveria no pacote.   Ou casar com mulher rica e ter acesso ao capital...  E tem uma moça que frequenta a pensão.   É feia mas rica...   O ex presidiário sugere ao rapaz deixar o estudo, casar com a moça e o colega “apagaria” o pai dela e a fortuna ficaria para o herdeiro...   (mediante uma comissão...)

         Herdar 1 milhão de francos, juro 5% ao ano, 50.000 francos por ano – uma renda para viver no conforto sem “mexer uma palha”.

         236 – Estudar e ralar ou casar bem e viver da herança e dando uns trambiques.   Era a cara dos nobres da França na Belle Époque.    Também no Reino Unido de então.    Isto nas chamadas Sociedades Patrimoniais.

         Na França e no Reino Unido a situação mudou no Pós Guerra quando caiu a renda das heranças e então o estudo e o trabalho ganharam mais espaço na sociedade.

         241 -  Países mais igualitários em relação a salários.  Os escandinavos.  (Suécia, Dinamarca, Noruega)

         245 – O autor, como vários outros  (inclusive Jessé Souza) faz crítica ao separar classes sociais só pela faixa salarial.   Aqui este autor diz que o critério só do salário é arbitrário e discutível.

 

................. continua no capítulo 11/20  

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 11/20

 CAPÍTULO 11/20

 

         Página 246 – Décimo superior (os 10% mais ricos) e o Centésimo superior (o 1% no topo dos mais ricos)

         França de 1789 (ano da Revolução Francesa) – A aristocracia representava 1 a 2% da população.

         246 – Sobre a divisão em classes.   Sempre é polêmica.

         247 – Ele resolve usar a estatística dos Décimos.   Divide em três grandes grupos:    Os 10% mais ricos, os 40% do meio e os 50% da base.

         247 – Luta de classes ou luta dos centésimos (os do ápice da pirâmide x os da base)

         Para comparar de diferentes épocas e de diferentes regiões, o termo estatístico fica melhor estratificado em décimos e centésimos.

         248 – França de 2013.   65 milhões de habitantes.

         Na França de 1789 o Primeiro Estado eram os da aristocracia.  O Segundo Estado, o clero e o Terceiro Estado, o povo em geral.

         “... as rendas do trabalho representam geralmente, entre dois terços e três quartos da renda nacional”.

         250 – Países mais igualitários na renda do trabalho.  Os escandinavos.   Os 10% mais bem remunerados recebiam 20% da massa salarial.  Os mais mal remunerados desses países, os 50% mais pobres, ganham ao redor de 35% da massa salarial.

         Países mais ou menos igualitários da Europa Ocidental (rica)  - Os 10% mais bem remunerados ficam com 25 a 30% da massa salarial e os da base, em torno de 30% da massa salarial.

         Os países mais fortemente desiguais como os USA (base 2010):

         Os 10% mais bem remunerados  ficam com 35% da massa salarial e a metade mais pobre, fica só com 25% da massa salarial.

         252 – A desigualdade do Capital: Disparidades Externas.

         253 – Patrimônio e Distribuição.   Escandinavos – desigualdade média.  Europa Ocidental  - desigualdade média/alta.

         Americanos – desigualdade alta.

         (sempre respaldado em link com as fontes das estatísticas consultadas de fontes reconhecidas pela ciência)

         255 -  A maior inovação do Século XX:  A classe média patrimonial.

         Há um século os 1% mais abastados na Europa tinham 50% da riqueza.  Os 40% do meio detinham mais ou menos 5% da riqueza nacional.      Nos dias de hoje são os 50% mais pobres que detem pouco menos de 5% da riqueza nacional.      Em outras palavras.   Até por volta de 1900 a 1910 praticamente não havia classe média.

         256 – Concentração da riqueza neste início de século XXI.

         Europa – os 10% com mais patrimônio tem 60% do patrimônio total.

         USA – os 10% mais ricos detem 70% do patrimônio total e os 50% mais pobres, detem 5% do patrimônio nacional privado, mesma posição de 1910.

         Europa – os 40% da classe intermediária detém 1/3 da riqueza nacional e nos USA, ¼ da riqueza nacional.     O autor destaca que é uma lasquinha do patrimônio, mas já é relevante em relação aos séculos anteriores.

         Essa classe média tem algum patrimônio e disputa poder político, etc.

         256 – Dados marcantes  -  De 1900 ao ano 2000 – Os 1% mais ricos da Europa tiveram sua fatia de riqueza caindo de 50% do total para 20 a 25%.

         257 – A desigualdade total da renda: Os dois mundos

         260 – O problema dos indicadores sintéticos.

         Coeficiente de Gini (nome do Pesquisador italiano Corrado Gini) do início do século XX.    O Coeficiente é Zero – quando há igualdade total.  E 1 quando é desigualdade total.    O Índice Gini pode ser para vários fatores como:

         - Desigualdade da renda do trabalho

         - Desigualdade da propriedade do capital

         - Desigualdade da renda total       (esta é a mais usual)

         261 – O Véu Casto das publicações oficiais.  Desde longa data o Estado se esquiva de mostrar dados de renda, patrimônio, etc. dos 10% mais ricos.   A questão é política.

         A forma mais produtiva de apresentar os dados destacando a metade inferior e o décimo superior de cada sociedade.    Os 50% mais pobres e os 10% mais ricos.

         263 -  Hoje em dia se tem acesso aos parâmetros de longo prazo.   Tipo:  População dos países; renda anual dos países; riqueza nacional.

         O autor defende estudar levando em conta os três extratos que propõe:  Sempre dividir em – Os 10% mais ricos; os 40% do meio e os 50% mais pobres.

         Além de outras vantagens, esse critério tem mais sincronia com as tabelas de dados de séculos anteriores  (ele estudou aqui os três séculos mais recentes), o que facilita para se fazer comparações em séries históricas longas.

         Certas tabelas do passado agrupam:

         Nomes dos nobres; dos burgueses; dos senhores; dos artesãos; dos agricultores, etc.    E por grupo, as respectivas rendas.

         Já na atualidade, são bem usuais os Índices de Gini e de Pareto.

         264 – “O modo como se procura medir a desigualdade jamais é neutro”.

............... continua na parte 12/20 

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 12/20

  CAPÍTULO 12/20

         Página 265 – Capítulo 8 – Os Dois Mundos

         A redução da desigualdade no século XX.

         268 – “Nenhum processo estrutural de compressão generalizada da desigualdade – em particular da desigualdade no trabalho – parece ter desempenhado papel relevante no longo prazo, contrariando as previsões da teoria de Kuznets”.

         “Trata-se de uma lição fundamental a respeito da dinâmica histórica da distribuição da riqueza, sem dúvida alguma a mais importante do século XX – tanto que encontramos os mesmos fatos, com pequenas variações, para todos os países desenvolvidos”.

         A história da desigualdade: Uma histórica política e caótica.

         270 -  A França aprovou no senado em 1914 o Imposto sobre a Renda, cujo projeto vinha sendo travado no Parlamento desde os anos 1890.

         270 – Da Sociedade de Rentistas à Sociedade de Executivos

         273 – França – os 10% de maior renda.  No período entre guerras (1914-1945) os professores primários e do ensino médio apareciam pela renda, nos 9 dos 10% de maior renda do país.

         Na atualidade esse nível de renda para estar nos 9 dos 10% de melhor renda, tem que ser professor de ensino superior, pesquisador, etc.

         274 – Morar num apartamento próprio e ser assalariado.   A pessoa nesse caso está pagando aluguel para si próprio.    O valor desse aluguel entra como renda de capital e se a pessoa é assalariada, o restante é renda de salário.

         275 – Os limites da declaração de renda  -  Lá na França e vários outros países,   “É mais fácil esconder renda de um investimento do que renda do salário”.

         284 – Os USA no século XX se tornaram mais desigual que a França e mesmo que a Europa.   No século XX a desigualdade caiu na Europa e cresceu nos USA.

         286 – Nos anos 1950-1970 os USA estavam num período bem igualitário  (a fase mais igualitária da história deles).

         287 – O décimo superior de rendas detinha 30 a 35% da renda nacional.   Desde os anos 1970-1980 ocorre uma explosão.   O décimo superior passa a bater 45 a 50% da renda nacional nos aos 2000/2010.

         (concentrou a renda bastante na ponta da pirâmide social)

         USA e a bolha da internet no ano 2000 e outra bolha de 2007 (a da sub prime) elevaram em cinco pontos percentuais a fatia do décimo (os mais ricos) da renda nacional.

         287 – O décimo dos mais ricos -  32% da renda nacional dos anos 1970 e passa para 46% em 2010.      Já no período o 1% mais rico em 1970 detinha 9% da renda nacional e passou no período 2000/2010 para 20%.

         No décimo superior estão inclusive os professores das universidades e eles foram beneficiários nesse período citado.   Tendem com isso a achar que a situação melhorou para todos os americanos, mas não foi assim.

         289 – O décimo superior na renda americana atingiu dois picos em um espaço de 100 anos, sempre 1 ano antes do crash das bolsas.

         1º pico em 1928 e veio a quebra da bolsa de NY em 1929

         2º pico em 2007 e veio o estouro da bolha em 2008 com reflexo enorme na economia americana e que se refletiu pelo mundo inteiro.

         “Do meu ponto de vista, não resta dúvida de que o aumento da desigualdade contribuiu para fragilizar o sistema financeiro americano”.

         Na página 289 desta edição do livro, o autor dá detalhes sobre a bolha de 2008.

         290 – USA e déficit comercial.    Principais fatias de excedentes em relação aos negócios com os USA:   China > Japão > Alemães.

         Desestabilizaram o sistema financeiro americano e mundial.    “... os desequilíbrios internos da sociedade americana são 4 vezes maiores do que os desequilíbrios mundiais”.

         “... parece-nos que é mais vantajoso procurar soluções para determinados problemas nos USA do que na China ou em outros países”.

         A desigualdade nos USA é importante mas não é a causa única...

         (na leitura e resenha, pulei proposital da página 290 para a 419 focando no que para mim era mais esclarecedor).

         Capítulo 12 -  A desigualdade Mundial da Riqueza no Século XXI

         419 – Será que o capital vai se concentrar?...

                   Nos países que exportam petróleo?

                   Na China?

                   Nos mega bilionários dos próprios países?

         422 – Lista de bilionários da revista Forbes.   Ela faz o hanking desde 1987 dos que tem de 1 bilhão de dólares para cima.    O top da lista nos anos 80 foi um japonês que ficou na posição entre 1987 e 1995.  Um americano, de 1995 a 1999.  Um mexicano entre 1999-2014.

         Segundo a Forbes, no mundo em 1987 havia 140 bilionários.    Em 2013 já eram 1.400 bilionários.     As fortunas passaram no período de 300 bilhões para 5,4 trilhões de dólares.   Quase 20 vezes maior.

         444 – Fundos Soberanos – detidos por Países.   Se destacam mais no tempo desde a formação da OPEP Organização dos Paises Produtores de Petróleo para cá.     Fundos Noruegueses – 700 bilhões de euros.   Equivale a duas vezes a soma da riqueza das bilionárias universidades americanas.

         População – Irã, 80 milhões; Egito – 85 milhões; Iraque 35 milhões.

         ....................continua no capítulo 13/20   

FICHAMENTO DE LEITURA - O CAPITAL NO SÉCULO XXI - Autor: Thomas Piketty - Editora Intrínseca - RJ 2014 - cap. 13/20

 CAPITULO 13/20

         Página 448 – CHINA   -   A China vai possuir o mundo?

                   Ela vem crescendo rápido enquanto está defasada em tecnologia e vem melhorando e ganhando produtividade.   Quando estabilizar – equalizar com os mais elevados, o ritmo arrefece e normaliza.

         450 – Africa reduzindo no século XXI o crescimento demográfico.  Capital vindo de fora com foco na origem do capital da Ásia e nesta, especialmente da China.     O que pode gerar tensão geopolítica.

         450 – Fundos Soberanos (pertencentes a países) do mundo árabe (com riqueza do petróleo).    Muitos dólares para países com populações não tão grandes.   Podem usar capital para “comprar” outros países por assim dizer.

         Já a China tem e terá altos recursos para investimento externo, porém ela pela sua grande população, não deverá seguir tanto a linha de “comprar” outros países.     Por outro lado, o autor admite que o grupo do petróleo hipoteticamente pode “comprar” o mundo literalmente.

         “Resumindo, a renda do petróleo  de fato permitiria em certa medida, comprar o resto do planeta e depois viver da renda desse capital”.  

         A posse de fatias do mundo por bilionários.

         “Como vimos antes, essa tendência já começou”.    Crescimento mundial baixo; necessidade de busca de capital; potencial dos bilionários investirem...  aumentando a concentração de renda”.

         451 -   “...o risco de uma divergência oligárquica (os bilionários) parece muito mais forte do que uma divergência internacional”.

         451 – “É particularmente importante insistir que o medo atual de uma apropriação crescente pela China é pura fantasia.    Os países ricos são, na realidade, muito mais ricos do que costumamos imaginar”.

         452 -  O patrimônio imobiliário e financeiro, descontadas as dívidas possuídas  pelas famílias europeias soma 70 trilhões de euros.    Enquanto os ativos chineses dos seus Fundos Soberanos (de Estado) e em reservas no Banco da China somam 3 trilhões de euros, tendo como base o ano 2010.

         De onde vem o medo da China?

         452 – “De onde vem então esse medo, esse sentimento de perda de posse, em parte irracional?    Ele se explica, sem dúvida, por uma tendência universal a responsabilizar os outros pelas dificuldades domésticas”.

         Os países Ricos São tão Pobres assim?

         453 – Mapear as riquezas do mundo esbarra na caixa preta dos Paraisos Fiscais.   Um deles, os bancos da Suiça.

         454 – Somando o que os países dizem dever para fora e o que outros tem de crédito, não bate a conta.    Aparecem mais devedores do que credores.    A diferença está nos Paraisos Fiscais – dinheiro escondido.

         Estima-se que esse não declarado e escondido está na casa de 8% do PIB Produto Interno Bruto mundial.      A isso o autor compara:   Devemos para o planeta Marte.

         Nesse quesito de apresentar dados, o Japão desponta positivamente.   Os ativos do Japão aplicados externamente correspondem (base 2014) a 4% do PIB mundial.

         QUARTA PARTE

         Página 457 - Regular o Capital no Século XXI

         460 – A crise de 2008 (da sub prime dos USA) e retorno do Estado.  Os estudiosos comparam a gravidade dela com a crise de 1929.   Uma diferença é que esta recente não gerou depressão.

         Na crise de 1929, entre 1929 e 1935, o nível de produção dos grandes países desenvolvidos caiu 25% e o desemprego também foi enorme.   “A Grande Depressão”.     A crise de 2008 fica como “A Grande Recessão”.    Os grandes países só recuperaram a produção “normal” em 2013.     Na crise de 2008 os governos agiram para evitar a quebra do sistema financeiro pois com esta ruiriam bancos, empresas, etc.

         Esta medida não foi tomada na crise de 1929.

         Em 2008 os governos criaram liquidez, etc.    Equacionou a crise mas não conseguiu superar.

         Problemas estruturais da crise de 2008:

         a) – Falta gritante de transparência financeira

         b) – crescimento da desigualdade distribuição da renda

         Foi a primeira crise financeira do século XXI “mas é pouco provável que seja a última”.

         461 – Na Crise de 1929 o Presidente Roosevelt elevou a taxa sobre as rendas mais altas de 25% para mais de 80%.   Mais tarde, no Governo Clinton nos anos 1990, ele conseguiu elevar a taxa sobre as rendas mais altas para em torno de 40%.    Já Barack Obama em seu segundo mandato tenta elevar a taxa de 35%  que era vigente no governo Bush para os 40% da era Clinton.

         462 – A evolução de um Estado Social no Século XXI

         Ele define como Estado Social quando o governo cobra impostos significativos e investe inclusive em Educação e Saúde da população com acesso gratuito.

         De 1870 a 1910 perto da primeira G. Mundial, o Estado arrecadava poucos impostos da população e ofereciam poucos serviços como polícia, justiça, exército, relações exteriores, administração geral, etc.

         Investiam muito pouco em Saúde, Educação e Infraestrutura (estradas, etc.) 

         Nesse tempo antes do Estado Social, os países arrecadavam ao redor de 10% da renda para custear os serviços essenciais.

         Já nestes tempos de Estado Social, com mais cobrança de impostos e mais serviços ofertados pelos Países:

         Base ano de 2010:

         Porcentagem cobrada sobre a renda nacional:

         Suécia -       55% de taxa sobre a renda nacional  

         França -       49% de taxa  “

         Reino Unido -       40% de taxa

         USA  -        31% de taxa sobre a renda nacional.

         (fala-se aqui no Brasil que somos o país que mais arrecada impostos no mundo – a ciência mostra que isso não é verdade)

         464 – “O peso do poder público nunca foi tão grande”.     O autor lembra que o Estado também lida com regras de convivência, etc.

         O Estado em muitos países, a partir dos anos 1980-1990 reduziram o rigor das regras para o mercado financeiro, o que ajudou a se criar a bolha de 2008 que estourou nos USA e refletiu afetando a economia mundial.

               ......   continua no capítulo 14/20