Total de visualizações de página

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

CAP. 34/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 CAP. 34/35

          Continuação das falas do Humano de Negócios Charles Eisenstein

 

         O ambiente geral é de polarização nestes tempos.   Eisenstein aposta na contracultura generosa, com uma boa dose de empatia, para acalmar a disputa e resgatar a convivência.    “A empatia gera a criatividade e dá origem a uma comunicação hábil”.    “Eu posso usar o humor ou apreciação ou contar verdades duras com amor”.   “Não é fácil o tempo todo”.

         “Quando as pessoas sentem que você não está atacando, que você não está julgando, elas se tornam mais abertas a ouvir.  E uma maneira de atacar o julgamento é tentar sobrecarregar alguém com força intelectual.   Tentamos destruir a sua existência com mais evidência, mais lógica, que muitas vezes só acionam no outro, mecanismos de defesa”.

         “O que faz as pessoas se sentirem conectadas é quando elas experimentam generosidade ou testemunhar generosidade, porque na economia normal todo mundo está preocupado apenas consigo”.

         “Todo mundo está tentando conseguir o melhor negócio”.

         ...”quando alguém é generoso com você, isso lhe dá um ponto de vista que não se encaixa neste mundo”.    ...”quando você experimenta a generosidade ou mesmo vê alguém sendo generoso, você se sente mais à vontade, mais seguro”.   E sente vontade de ser também mais generoso.

        

         Bate papo com Charles Eisenstein

         Propósito numa empresa.      Geralmente na missão das empresas tem enunciados que vão além de falar em busca do lucro em si.   Mas no dia-a-dia, a missão é meio que deixada de lado.

         Por que as pessoas buscam uma riqueza que objetivamente nem precisam?

         “Acho que estamos todos muito pobres.    Fomos privados de coisas que tornam a vida rica, por exemplo, conexões íntimas com a comunidade e com a natureza, um sentimento de pertencer ao mundo”.

         “No Brasil, notei como todas as casas ricas tem portões de arame farpado e sistemas de segurança ao seu redor”.   Isso não é riqueza.   Riqueza é você se sentir seguro.    E, ironicamente, em algumas favelas, as pessoas tem mais riqueza.   As crianças corriam por toda parte – seu território em toda a favela.

         “Consumismo e posses são uma tentativa de compensar as conexões que perdemos”. É por isso que quando alguém vive uma forte experiência religiosa ou espiritual, geralmente abandona sua ambição simplesmente por redescobrir essa conexão que foi perdida.    Aí já não é necessário compensar mais”.

         “No futuro, teremos incentivos, vai custar muito caro poluir e quem hoje polui menos vai ter muita vantagem, por exemplo.

         Isso ainda não aconteceu, mas, se existe um futuro, terá que ser assim.   A alternativa a isso é um planeta morto.

 

NOTA – este foi o depoimento do último Humano de Negócios a participar deste livro que tem suas 420 páginas de puro conteúdo ao meu ver.    Seguirá o capítulo final com mais uns comentários de um colaborador e o desfecho do autor.         (o próximo livro dos fichamentos será sobre a escalada do pico Everest – livro No Ar Rarefeito – autor – montanhista, jornalista e escritor Jon Krakauer).

domingo, 19 de dezembro de 2021

CAP. 33/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 33/35

          Outro dos Humanos de Negócios:   Charles Eisenstein

         Licença para amar

 

         Publicou em 2016 no SESC Vila Mariana em São Paulo um livro:  “O mundo mais bonito que nossos corações sabem ser possível”

         Ele nasceu em 1967 nos USA.  Formado em matemática e filosofia em Yale – USA.   Quando criança, sofreu bullying na escola e começou cedo a buscar propósito de vida e o propósito do ser humano.

         Um dos livros que ele leu no passado e mexeu com ele:   “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson  (é um clássico dos ecologistas).

         No tempo usual, ao invés de buscar estágios, se mandou para Taiwan e lá se dedicou a traduções.   Leu muito por lá, inclusive sobre as tradições espirituais orientais.

         “Aos poucos entende que a humanidade embarcou num caminho de separação.” Separação da natureza; separação um do outro; separação da verdade.    Gera crise na humanidade.   Crise de finanças, econômicas, médicas, educacionais, ecológicas...

         Ele acredita que é como um parto.   “que vai nos levar para fora deste mundo de separação e nos empurra a uma nova história de reunião e encontro”.

         Uma das separações – os ricos cada vez mais ricos.   Segundo a Ong Oxfam, em 2018, 26 bilionários concentravam a riqueza de 3,8 bilhões de pessoas mais pobres no mundo da base da pirâmide social.

         ...”o modelo atual não é benéfico”.

         “Não podemos ter crescimento infinito num planeta finito”.

         “Um dia nosso sistema vai simplesmente parar de funcionar”.   “O problema é que somos inteligentes, criativos e produtivos.   O problema é que fizemos isso violando as leis da natureza.   Nós fizemos isso de uma forma que não é ecológica, mas certamente é possível administrar uma sociedade ecologicamente”.

         “Se tem um conselho que ele dá é não desistir dos questionamentos internos”.   Foi aos 36 de idade que as coisas começaram a clarear para ele”.

         Seu primeiro livro:  “A ascensão da humanidade”.   The Ascent of Humanity.

         “Hoje noto que não estou tão fora do mainstream como eu costumava estar, porque eu acho que o mainstream está mudando”.

         Para ele o mundo já está em transição...   ... governanças colaborativas...   “Precisamos de pessoas que façam coisas alternativas e holísticas, que pareçam completamente loucas a partir da lógica do sistema”.     (Os produtores de agricultura orgânica... poderiam ser um exemplo, penso como leitor)

         Ele já lançou cinco livros, tem canal no YouTube e usa Twitter.   “Nada cobra pelo compartilhamento de ideias”.

         “Quando resolvemos decidir com base no coração e não no bolso, começamos a construir algo do qual nos orgulhamos”.       ...teremos a quebra de paradigma...    ...”já que o sistema atual promove mais a escassez, a alienação e a competição”.

         O rolo compressor de hoje em dia no mundo corporativo:  “metas perseguidas a todo custo.   Se for necessário subir a voz em uma discussão, pagar uma propina ou demitir em massa em nome da produtividade, tudo bem, afinal do objetivo é entregar valor ao acionista – aquele que ninguém conhece ou em sabe quem é”.     ... “nós transformamos a natureza em produto e os relacionamentos em serviços”.

         Ele se intitula um teórico do decrescimento que fomenta uma economia movida por uma força intrínseca (como a paixão e a generosidade) e não extrínseca (como o dinheiro e o lucro).

         ...”capitalismo consciente: estar a serviço”.

 

         Continua no próximo capítulo

 

 

 

CAP. 32/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 32/35

          Outro Humano de Negócios -  PEDRO FRIEDRICH

         Sempre em marcha

 

         Ele é argentino.   O episódio dele há tempos, quando tinha 25 de idade, ao tentar escalar com um amigo o pico perto da divisa Argentina e Chile.   Já tinha anos e anos de experiência em escaladas.   Passou apuro no Pico Fitz Roy.    O desafio não é da altura (3.359 m) mas os paredões quase verticais e bem escorregadios.   Isto além de neve e muitos ventos.

         No caso do acidente na escalada desse pico ele já era pai de cinco filhos.

         Pedro tem graduação de Engenheiro Agrônomo   (como eu, leitor).   Ele comandou a  Metalúrgica Tonka.   A empresa tem 48 anos e a cultura de não demitir empregados por falta de trabalho.    Isso gera nos empregados uma motivação extra.   Isso na Argentina que, semelhante ao que ocorre no Brasil, enfrenta ao longo do tempo, altos e baixos na economia e na política.

         O foco da Tonka é gerar produtos para adequar a combustão a gás.  A Argentina tem em sua matriz energética, aproximadamente a metade representada por energia vinda da queima de gas de origem fóssil.

         Daí ele faz a pergunta:   Como fica o planeta?  

         Resolveram criar um setor voltado a produtos com base em energias renováveis.

         Em 2014 a Tonka foi uma das primeiras da Argentina a se certificar como empresa B, isto é, com um modelo de negócio que gera valor para todos os públicos de maneira intencional e não apenas para os acionistas.

         A empresa adotou para si a sustentabilidade profunda com cinco pilares:

1 – eliminar o desperdício (reduzir no que puder o lixo)

2 – aumentar o uso da energia limpa dentro de casa

3 – neutralizar a pegada ambiental.  (compensar o que tira do ambiente)

4 – contribuir para a felicidade dos empregados

5 – agir com propósito

         Pedro passou também a  investir numa plataforma (via internet) de turismo, a Pueblos Originales, experiências turísticas de cunho social.

         O autor cita o Banco de Bosques, onde ativistas ambientais arrecadam fundos, compram áreas de florestas particulares e transformam em Parques Nacionais.   Florestas para preservação do ecossistema.   Dessa forma que nasceu o Parque Nacional Impenetrable que conta com 128.000 hectares (cada 1 há tem 10.000 m2).

         Cita o IBERÁ, iniciativa de regenerar áreas e reintroduzir flora e fauna originais daquele ecossistema.   No caso inclui onças.  O IBERÁ tem atualmente mais de 1 milhão de hectares.

         Em relação aos problemas grandes...   “dar um passo”.   “Aprendemos que nunca devemos desistir”.

 

         Bate papo com Pedro Friedrich

         “... muito mais tem que ser feito.  E é por isso que nós ainda procuramos o que falta para sermos mais felizes com nós mesmos e criar um modelo de alto impacto positivo para o planeta”.

         Reduzir o lixo no que puder.  Reciclar o máximo que puder e ajudar as pessoas que são catadores de recicláveis, geralmente pessoas carentes.

         Sobre mensurar o grau de felicidade, eles trouxeram o sistema em uso no Butão (pequeno país asiático) e implantaram junto ao seu público.

         No diagnóstico constataram que algumas pessoas declararam que em algum apuro, não tinham a quem recorrer.   Articulando entre si, cada um escolheu seu par e por anotação do telefone entre si, ficaram em acordo para socorro mútuo em eventual necessidade.

         As ameaças da ação humana afetarem o clima são reais e o IPCC vem mostrando isso.   Temos que fazer alguma coisa para proteger o planeta.    “Mas o bem cresce exponencialmente e o mal está desacelerando, dando-nos uma chance real”.

         Ele vê os jovens cada vez mais se engajando em Ongs e ações para proteger o planeta.   Também tem havido novas tecnologias que são mais ecológicas.    “... nós precisamos ter consciência disso e garantir que os nossos filhos saibam”.

 

         Final deste caso.    Há outros...

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

CAP. 31/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

CAP. 31/35 

 Nilima Bhat    - indiana   -       A força do shakti; 

Ela escreveu o livro Liderança Shakti – O Equilíbrio do poder feminino e masculino nos negócios”.    Escreveu em conjunto com Raj Sisodia, um dos fundadores do Movimento Capitalismo Consciente.

“O objetivo do seu trabalho é colaborar com a restauração e reconciliação, principalmente, da dimensão feminina em homens e mulheres, fazendo os lideres genuinamente mais cooperativos, criativos e inclusivos.   Essas são as características do shakti”.

“É um livro que não cria um vilão de gênero.   Está destinado a curar as relações”.    Ela tem feito retiros em muitas regiões dentro dessa missão.

 

Bate papo com Nilima Bhat

Yoga e liderança.    “Um líder consciente nada mais é que um yogi”   O livro dela foi lançado em 2016.   Em 2016 Trump foi eleito.   A Marcha das mulheres foi em janeiro de 2017 e o movimento do #MeToo começou.  “Então o livro tinha que chegar naquele momento, não só para ajudar as mulheres a encontrar sua voz e poder, mas também para serem ousadas e se curarem”.

As empresas também estão investindo mais em formação e inclusão. “Na Índia há um grande movimento contra o assédio sexual no trabalho”.

“... desenvolver inteligência espiritual e emocional”.   Ela finaliza sua fala:

“O momento é agora, pois precisamos de líderes conscientes para nos tirar da nossa crise planetária”.

 

 

Outro Humano de Negócios   -   Raj Sisodia  (indiano)

Uma ponte entre opostos

Residia nos USA em 2007.   Visita a empresa texana chamada Whole Foods Market e se propõe a vender alimentos saudáveis.   Tornou-se líder mundial em vendas de alimentos naturais e orgânicos.

Um dos fundadores da empresa – John Mackey.   Ele escreveu o livro Empresas Humanizadas.

Raj tem uma série de cursos de alto nível realizados na Índia e nos USA.   Se dedica à vida acadêmica desde a década de 1980.

Raj nasceu em família de posses e de elevada casta.   O pai de Raj conseguiu cursar Agronomia no ocidente.    No tempo da infância de Raj era comum os patrões baterem nos empregados na Índia.   Raj estranhava muito isso.

Adulto, formado, atuando em marketing e principalmente na vida acadêmica pesquisando e dando aulas.   Um dia seu mentor disse que ele deveria focar mais no que estava sendo bom no marketing de empresas e ele fez isso e se aceitou.

No tempo de jovem, foram morar nos USA, nos agitados anos 60.  Guerra do Vietnã, movimento de luta pela paz, assassinato de Martin Luther King, atentado contra o candidato Robert Kennedy, rebeliões, protestos e até o homem chegando à lua.

Raj já vinha de experiência com empresas que buscavam algo mais que o lucro apenas.    Encontra em John e seu empreendimento, alguém com visão similar.    John chamava de Capitalismo Consciente.   Esse termo foi criado anos antes por Muhammad Yunus, fundador do Gramenn Bank, ganhador de Premio Nobel com sua ação no mundo do microcrédito num país asiático pobre e populoso  - Bangladesh.

“A lente apurada de Raj captou outro aprendizado, que se tornou uma fonte de estudo.   Com esses trabalhos eu observei a ascensão dos valores femininos na sociedade e no mundo.    As empresas conscientes refletem mais valores femininos porque tratam de compaixão, de carinho, de inclusão social”.

 

Bate papo com Raj Sisodia

Raj, o mais velho dos três irmãos.   Raj era mais sensível do que o pai esperava para a vida na aldeia.   O pai atirava e deu uma arma para ele aprender a usar.   Ele não gostava de atirar.   No tempo de casar, o pai queria escolher a noiva da região para ele e ele recusou.   Romperam relações por anos e ele buscou se reencontrar com suas ideias.   Se dedicou bastante aos estudos.

Sobre mudanças no mercado, ele avalia que o setor mais difícil de olhar para o lado mais humano é o setor financeiro.

“É um obstáculo para que as empresas se tornarem mais conscientes”.  Muitas empresas nos USA estão fechando o capital, tornando-se privadas.   “O número de empresas americanas listadas na bolsa caiu pela metade entre 1996 e 2012.   Ele avalia que isso não é bom, porque havendo mais empresas de capital aberto, há mais chance de se investir.   “Precisamos de um mercado vibrante”.

Ele critica os fundos e investidores que buscam resultado de curto prazo que ficam procurando galinha morta no mercado  para comprarem e “reestruturarem”, buscando ganhar dinheiro rápido a qualquer custo.

Contra esse comportamento, cogita-se de se criar uma Bolsa de valores para negócios de longo prazo.    As empresas que nela operassem, poderiam ter planejamentos de longo prazo.   Nessa potencial bolsa, as ações poderiam ter o voto proporcional ao tempo que o investidor mantem consigo as ações.

Ele vê no mercado surgirem mais empresas com propósito (olhando também o social), principalmente criadas por jovens empreendedores.

“Essa é a tendência”.    Ele escreveu o livro – “Empresas que curam...”   Cita 25 casos de empresas que foram se  desvencilhando de práticas do passado e seguindo rumo ao capitalismo consciente.   Podem servir de exemplo a outras empresas.      “Nosso movimento está ganhando força, já está em dezoito países e continua crescendo”.

Final do depoimento de Raj Sisodia

         Continua o fichamento em outro capítulo 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

CAP. 30/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 30/35

 A missão da Guayaki: restaurar até 2020, duzentos mil acres de Mata Atlântica sulamericana e gerar 1.000 empregos. (dois acres se aproximam de 1 hectare e este é equivalente a 10.000 m2)

         Atualmente a empresa, com sede na Califórnia, tem enorme frota de carros elétricos para distribuir os variados produtos que contém erva mate e sabores diversos.    Na atualidade conta com 300 empregos diretos, dentre os quais, 57 ex detentos.   Usam erva mate oriunda do Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai.

         “500 famílias trabalham hoje na regeneração de 40.000 ha de floresta”.

         Criaram até uma empresa de publicidade para divulgar os produtos da Guayaki focado em 23.000 universidades no mundo e seus respectivos públicos.  É a Come To Life.     “Ao fomentar a cultura, a arte e a música, reforça a associação da erva mate a um estilo de vida alternativo e saudável”.

         Alex reside em Buenos Aires e supervisiona os trabalhos na América do Sul.   Nesta época ele tem cinco filhos e está aos 48 de idade.   Mora perto da natureza.

         O respeito dele com o meio ambiente.    ...”o leva a falar não em conservação e reflorestamento, mas em regeneração que inclui flora e fauna.  Um processo que não se limitaria ao cuidado com o planeta, mas à construção de uma nova relação do ser humano consigo mesmo, com os outros e com o sistema do qual faz parte”.

         “É preciso romper os estereótipos, entender de onde viemos, honrar os ancestrais e cuidar do nosso destino”.

         Na Argentina entre 2015 e 2019 foram criados nove Parques Florestais Nacionais.    “Nossa espécie está em perigo...   nós partilhamos a mesma mãe.   Eu acredito nisso”.     “Insisto que temos que prestar mais atenção ao comportamento e aos sinais da natureza”.    

 

         Bate papo com Alex Pryor

         Falou que apesar da boa intenção, mesmo o  Banco Mundial apoia projetos duvidosos.    Citou o caso desse banco apoiar plantio de kiri na Costa Rica.   Árvore oriunda da Índia.   Vira uma monocultura que não confere com o ambiente natural da planta.

         Há projetos menores, de regeneração da identidade da comunidade.  Cultura, arte, línguas antigas, músicas.

         São diferentes paradigmas, visões e abordagens.

        

 

         Outra Humana de Negócios   -   Nilima Bhat   

         A força do shakti;

         Em 1998, Nilima morava em Singapura e era chefe de comunicação corporativa da ESPN Star Sports, ligada à Disney, um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.

         Passando por Delhi, vê tankas, quadros de pinturas tradicionais do Tibete.  Compra uma tela.  Se impressiona com a obra.

         Mudou para Mumbai na Índia e lá passou a atuar no Conselho da holandesa Philips.   Tempos do governo Rajiv Gandhi, filho de Indira Gandhi.   Ambos tem esse sobrenome mas não são parentes do Mahatma Gandhi.

         Ela, para consolidar a força da Philips na Índia, buscou o poder de Shakti, divindade feminina, consorte à divindade masculina Shiva.

         Ela nasceu e se criou na Índia, mas sendo filha de militar e recebeu estudo em escolas de militares e a educação era secular e não entrava muito na espiritualidade do pais.

         Ela mudava de emprego acompanhando a carreira do marido.   Percebeu ao longo da carreira de jornalismo...   “era realmente massagear a verdade conforme o necessário”.    ...”meu chamado era mais profundo:   Viver na verdade e expressar o que é importante, bom e verdadeiro”.

         Ela e o marido publicitário, vinham de famílias de classe média indiana.   Muitos dos seus amigos partiram para um pHD ou MBA para se aventurarem nos USA.

         “Ninguém pensava em significado ou propósito, mas sim em ganhar a vida”.

         Quando o marido dela conseguiu um emprego em Londres, eles tinham dois filhos e ela estava com 32 de idade.   Já com a economia estável na família, ela resolveu buscar outro patamar na vida, o das necessidades emocionais e espirituais.   Passou a estudar yoga e vedanta, ambas práticas muito fortes na cultura indiana.

         O marido dela teve câncer aos 40 de idade.

         Ela sempre foi boa aluna e a tendência seria ser cientista, médica ou engenheira.   Mas ela gostava de lidar com pessoas.

         Doenças e acidentes na família.   Ela buscou ser resiliente e apelou para Ganesha, divindade Indu que lida com a remoção de obstáculos.

         Após a cura do câncer, o marido dela deixou o mundo corporativo.  Passou a atuar em atividade mais holística.

         Ela, pela história de vida e pelos estudos, sentiu que seu propósito estava ligado a trabalhar pelo empoderamento das mulheres e para divulgar a sabedoria da Índia para o mundo.

 

                            Continua...

CAP. 29/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP. 29/35 

         Bate papo com Joan Melé

         ...”também queremos causar mudança em outros bancos”.    Criamos uma aliança com mais de 50 bancos e mais de 40 milhões de clientes em todo o mundo.   Chamam o conjunto de “Bancos com Valores”

         Pagar um pouco mais, no caso, o  cliente pagar...   “por trás de um preço barato, há um oculto que alguém paga caro – seja com a própria vida ou poluindo o ambiente”.    Ele diz que comumente o povo não consome alimentos orgânicos alegando que são mais caros, mas gastam em supérfluos que são dispêndios e não são úteis à pessoa nem ao meio ambiente.

         ...” promover a consciência no uso do dinheiro”.      (O Pepe Mujica, ex presidente do Uruguai pratica isso e bate muito nessa tecla combatendo o consumismo) 

... e agora parece que estamos doentes, obsessivos por dinheiro e crescimento”.   Mudar é possível.  Nós fizemos isso com um banco.

         Citou as últimas palavras do bilionário Steve Jobs.   “ele disse que tinha fama, dinheiro, sucesso, mas jogou a vida fora, foi um miserável, se equivocou, porque o mais importante é a amizade, o amor, a arte”.

         Joan completa sobre seu modo de ser e de viver:    “Essa é a minha maneira de ver a vida e o mundo”.       Fim desta etapa

        

         Outro Humano de Negócios abordado:   Alex Pryor

         A serviço da planta    

         Argentino, nasceu e cresceu em Buenos Aires, dividindo o tempo entre viver no campo e na cidade.   Os pais dele tomavam chimarrão direto.   Ele também sempre tomou e toma.

         O pai de Alex apresentou a rede McDonald’s aos argentinos no passado.   Alex optou pela vida rural e preservacionista.

         Alex e família se mudaram para o pantanal do Paraguai na década de 1990.   Aos 20 anos de idade, Alex foi para a Califórnia estudar e ouviu algo numa universidade sobre alimentos.    Um professor nigeriano discorreu sobre política alimentar e ele achou o tema relevante.

         O tal professor provocava debates entre os alunos com a pergunta:  Por que há fome no mundo?     A ONU já vinha alertando para os danos causados pelas mudanças climáticas.  Isto nos anos 1990...

         Um dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável  (os ODS) lançados pela ONU envolve a erradicação da fome, a segurança alimentar, a desnutrição.... a agricultura sustentável.     Sustentabilidade envolve os três pilares: economicamente viável, socialmente juto e ecologicamente correto.

         Os estudantes do curso começaram a praticar agricultura orgânica.   Só que a universidade em si não apoiava na época esta “aventura” dos produtos orgânicos.

         Alex era adepto do cultivo orgânico e também chamava atenção pelo seu chimarrão (com sua cuia de tomar erva mate).   Costume que vem dos índios guaranis.      Na universidade diziam que ele “fumava” em sala de aula ao verem que ele tomava a erva com a bomba e cuia cujo conjunto parece um cachimbo.    Proibiram ele de tomar chimarrão  durante a aula.

         “Comprovado cientificamente que a erva mate contém 24 vitaminas e sais minerais, além de 15 aminoácidos e polifenóis abundantes”.

         “O mate também representa  o encontro e o diálogo”.

         Todos colegas da universidade quiseram provar o mate.

         Ao retornar ao Paraguai, Alex parte em busca de mais informações sobre a erva mate que é nativa da região.   Visitando os índios da região, descobriu que seu caminho era “integrar o elemento social ao negócio”.

         Isto em 1995, depois de formado na universidade americana.   Entendeu que o papel dele era procurar mercado para a erva mate a preço justo.

         Volta aos USA já levando um pequeno estoque de erva mate e começou a empreender.   Logo um colega de universidade se encantou pela proposta e se associou a ele.

         Em 2011, conseguiram que a empresa deles obtivesse a Certificação que reconhece empresas comprometidas com a geração de valor para outros públicos além dos acionistas.  O nome da empresa deles é Guayaki Sustentable Rainforest Products.   

         A missão da Guayaki: restaurar até 2020, duzentos mil acres de Mata Atlântica sulamericana e gerar 1.000 empregos. (dois acres se aproximam de 1 hectare e este é equivalente a 10.000 m2)

         Atualmente a empresa, com sede na Califórnia, tem enorme frota de carros elétricos para distribuir os variados produtos que contém erva mate e sabores diversos.    Na atualidade conta com 300 empregos diretos, dentre os quais, 57 ex detentos.   Usam erva mate oriunda do Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai.

         “500 famílias trabalham hoje na regeneração de 40.000 ha de floresta”.

                            Continua no capítulo seguinte...