capítulo final 6/6
O progresso na vida acadêmica trouxe para Leda a certeza de
deixar a família e cuidar da carreira e da vida dela.
Chegou a ficar três anos sem ver as filhas. ... Leda lembrando das filhas
crescendo ... “Marta quando tinha 16 anos já era da minha
altura.”
Coisa do tempo dos avós do amigo de Leda. Criança chorava e a avó pegava um paninho,
enrolava um punhadinho de açúcar e dava para a criança chupar e parar de
chorar. Nome disso: Pupatella.
Era um artifício usual por muitas avós e mães do passado de
Leda e seu amigo Giovanni. Este que
atualmente cuida do hotel na praia onde Leda estava hospedada.
Giovanni um dia bateu na porta do apartamento onde Leda
estava hospedada e lhe trouxe um peixe de presente.
Ela não sabia preparar o peixe. Ele preparou com capricho e ambos jantaram
juntos tomando um vinho acompanhando a refeição.
Ele viu a boneca e perguntou a Leda se ela sabia do roubo da
boneca de Elena. Leda desconversou e
mudou de assunto.
Depois que Giovanni foi embora, Leda ficou na dúvida se
devolvia a boneca ou não. “Eu estava
confusa, às vezes parecia que Elena poderia ficar bem sem ela, mas eu, não”.
Nina tinha o número do celular de Leda e ligou para
ela. Queria conversar com ela, inclusive
para se justificar do fato de ter sido flagrada por ela no love na mata da
trilha dos pinheirais com Gino, o rapaz que cuida dos guarda sois da praia.
Na conversa, Nina quis saber coisas da vida de Leda, que era
separada e mãe de duas filhas. Filhas
que ficaram sob os cuidados do pai.
Ambas se encontraram e conversaram. No final da prosa, Nina dá um beijo meio
desajeitado na boca de Leda como despedida e não tinha notado que foi vista
nesse gesto pela cunhada Rosária e pelo marido dela.
Logo após o beijo, a reflexão de Leda. “Onde está a regra que faz Nina ser bonita e
Rosária, não?”
Leda relembrando a gravidez.
A avó, sete filhos, a mãe dela, quatro filhos e Leda não queria isso
para si. Ficou com duas filhas.
“Eu era diferente e rebelde”. A primeira gestação e parto dela foram
tranquilos e ela se recorda que estava feliz.
Já na gravidez da segunda filha, foi tudo muito
desagradável. Sobre a segunda
filha: “Parecia que meu marido ocupado
demais com a sua fúria de progredir na carreira, sequer percebia que sua filha,
depois de nascer, havia se tornado voraz, exigente, desagradável como nunca me
parecera dentro da barriga”.
Leda limpando a boneca de Elena. Escorria água suja de dentro da boneca. Examinando atenta, com ajuda de uma pinça,
tirou algo de dentro da boneca. Era uma
minhoca de praia em decomposição, que Elena teria colocado na boneca talvez
para fingir uma gravidez na boneca.
Afinal, a tia Rosária estava grávida e brincava bastante com a pequena
Elena.
... Leda se pesa e mede a altura. Tinha perdido um pouco da altura e um pouco
do peso. Ficou magoada. Parecia que estava regredindo e detestava o
seu passado, sua infância e sua adolescência até sair de casa aos 18 anos para
estudar em Florença.
Só passou a gostar dela a partir dessa idade, fora de casa.
Gino, o dos guarda sois da praia, traz a Leda um recado de
Nina. Ela queria emprestar a chave do
apartamento para Nina para uma ocasião.
Isto para depois do fim de semana, quando o marido dela voltava ao
trabalho.
Leda aceitou e ficou imaginando.
Quando resolveu sair de casa e deixar marido e filhas. Nos três anos que ela ficou ausente, teve
relacionamento com o cientista britânico da área dela, de Letras.
Após três anos, Leda resolveu voltar para casa e então foi o
marido que resolveu mudar para o Canadá e levou com ele as duas filhas.
Agora Leda acha que Nina quer deixar a família e vê em Leda
um apoio e afeto.
Nina vem ao apartamento de Leda emprestar a chave conforme pedido
antes pelo recado de Gino. As duas
conversam e Nina demonstra inaptidão para ser mãe e o desejo de abandonar a família. Soube que Leda mora em Florença e chegou a
pedir o endereço e dizer que poderia aparecer por lá.
Nisso Nina pega a
boneca para entregar a Nina que fica estupefata e fala cobras e lagartos para
Leda. Diz que esta sendo tão letrada,
não esperava uma atitude dessas que ficar com a boneca sabendo do sofrimento de
uma criança. Leda respondeu que fez
isso e não entendia por que fez.
Nina que tinha ganho um alfinete de Leda, desses de fixar o chapéu,
tirou o alfinete e cutucou abaixo da costela de Leda. Pegou a boneca com furor e foi embora,
levando a chave que havia solicitado com ela.
Era o fim para a tentativa de algo mais entre Leda e Nina, o
que fez Leda encerrar a temporada de praia, colocar a bagagem no carro e
partir.
Pouco antes da partida,
um telefonema das filhas cobrando de Leda notícias. Perguntaram se ela estava viva ao menos. A mãe resumiu tocada pelo encontro
inusitado com Nina e o desfecho como ocorreu.
“Murmurei: - Estou morta, mas bem”.
Fim
Próximo livro de cabeceira:
Quincas Borba – Autor: Machado
de Assis