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domingo, 29 de junho de 2025

Cap.5/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli

 capítulo 5/10                    junho de 2025

 

         A extrema direita, não  conseguindo todos os objetivos,  ...”criou circuitos paralelos de comunicação e (des)informação, fermentando grupos vociferantes, conspiracionistas e delirantes”.

         Logo desandou para o quebra-quebra do dia 8/01/2023.

         Olavo de Carvalho, o guru e mentor da direita radical morreu  de covid-19 em janeiro de 2022.   Não chegou a ver o estrago feito na invasão dos Palácios em Brasília na tentativa de golpe.    Olavo era um ferrenho crítico das vacinas.

         Capítulo – Não vai ter golpe.       Os radicais da direita sequestrando para si táticas e repertório da esquerda.

         A esquerda encarou o impeachment da Dilma como um golpe inclusive por não ter fundamentos jurídicos nos motivos alegados para tirarem ela do poder.   Tanto ela não cometeu crime no mandato que não conseguiram retirar os direitos políticos dela.

         ...”ela acabou sendo absolvida das alegadas pedaladas fiscais em agosto de 2023”.   (pg. 62)

         Em 2019 na guerra de narrativas puxada pela direita tendo à frente o MBL Movimento Brasil Livre liderado pelo jovem Kim Kataguiri, movimento colocado na mídia como o lado do bem e o pessoal da esquerda como o mal.

         O MBL chegou a fazer uma marcha de São Paulo a Brasilia para lá entrar solene no Congresso com assinaturas coletadas e pedido de impeachment da presidente Dilma.

         Nesse gesto da marcha, de propósito copiaram alguns elementos do MST de marchar a Brasília com pautas para reivindicar junto ao Governo.  

         ... MBL na marcha...  “feita por uma trupe mambembe, sem multidões, sem base popular”.

         O acampamento dos 300, onde uma das líderes era a Sara Winter  (Sara Giacomini).  Ela era ex integrante de um grupo da Europa chamado grupo FEMEM de ultra direita.    Ela e seu grupo era ferrenha defensora de Bolsonaro.     Foi inclusive assessora da então Ministra Damares Alves, até que se desentendeu com a deputada bolsonarista Carla Zambelli e deixou o cargo.

         O grupo dos 300 tinha inspiração no grupo dos 300 de Esparta que guerreava com um exército muito grande de Leônidas, nos tempos remotos.

         O filme baseado no caso dessa guerra contra os poderosos Persas virou ícone da direita radical.   Rodou o mundo e foi criticado por ter estética fascista.

         O grupo dos 300 da Sara também se dizia inspirado no Gideão do Velho Testamento e o confronto militar de poucos do Gideão com apoio divino contra exército muito maior.

         Neste livro os autores citam que a Sara Winter era uma ex prostituta na Europa que já em 2014 andou inclusive pela Ucrânia e tinha relação com grupos neonazistas daquele país.    Depois veio liderar o grupo de direita aqui no Brasil que desaguou nos protestos, marcha, acampamento e no 8/1.

         Antes o MBL liderado pelos jovens radicais de direita agitaram e usaram bastante as redes sociais.    Já o grupo da Sara Winter deu um passo à frente tendo feito treinamento militar, aulas on line com as ideias de Olavo de Carvalho e tinham armas.     Numa ocasião, fizeram um foguetório sobre o STF Supremo Tribunal Federal num ato de hostilidade ao STF e às instituições.

         Em 2022, o STF conseguiu que fossem enquadrados os agressores e Sara foi presa por algum tempo e depois liberada com tornozeleira eletrônica.

         Ela em seguida foi mãe e se mudou para o México e não chegou a participar da campanha para a eleição de 2022.

         Capítulo -  Ataque ao Capitólio nos USA – O roteiro importado (e superado).

         A invasão ao Capitólio que abriga o Congresso americano foi feita no dia 6 de janeiro de 2021.    ...  “foi uma insurreição de massa de partidários de Donald Trump que perdeu a eleição para Joe Biden.”.

         Invadiram o Congresso, os da ultra direita.   Visavam impedir que o Congresso emitisse a Certificação da vitória de Joe Biden.

         “Saldo da invasão:  5 mortos, 140 policiais feridos, 700 condenados por invasão, agressão e conspiração...”    Ainda corre processo nos USA para punir os financiadores e instigadores da invasão.

         No caso da invasão do Capitólio havia uma mistura de política com religião.  Pentecostais e neopentecostais ajudaram a criar narrativas de cunho messiânico que indicavam que o ungido para o cargo era o Trump, deixando de lado o fato consumado de que o vencedor da eleição foi o Joe Biden.

        

         Continua no                          capitulo 6/10

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Cap. 4/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - Coautores: PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 

Os autores citam o guru da direita, Olavo de Carvalho que se autoproclamava filósofo em ter graduação na área.   Era um intelectual que lançou vários livros, deu muitas palestras e cursos para militantes da direita. Não acreditava na vacina e consta que morreu de covid 19 em janeiro de 2021.

         Sobre Olavo, o livro aqui diz:     “Como provocou Olavo de Carvalho, a direita precisa aprender a insurgir-se:     Me diga o seguinte:  quantos grêmios de faculdade vocês tomaram?  Nenhum.  Quantas redações de jornal vocês tomaram?  Nenhuma.  Quantos sindicatos vocês tomaram?  Nenhum.  Quantas igrejas da teologia da libertação vocês tomaram?  Nenhuma.   Em suma, vocês deixaram tudo nas mãos dos ‘comunistas’, e tudo está nas mãos deles.   E eles fazem o que querem.  Deu para entender?

         Volta o autor deste livro:   “Em geral, as tomadas de poder pelas forças reacionárias e fascistas ocorreram por movimentação de bastidores, conchavos e chantagens, tentativas de golpe e pela ação nas ruas de forças militares ou milicianas no combate dos revolucionários, antecipando-se às supostas ameaças comunistas – “...

         Os autores citam vários golpes e tentativas de golpes no Brasil, sempre perpetrados pela direita.   (página 54)

         ...  golpes...   “Quase todos contavam com milícias para assumir o poder e intimidar a população.   Um exemplo vem da Ditadura de 1964 que tinha o temido DOPS.   Departamento de Ordem Política e Social.  Era o órgão de repressão do governo militar instaurado em 1964.

         Vários estudiosos dessa Ditadura Militar de 1964 a 1985 buscam explicar a mesma pelo fato da esquerda ser massacrada por ela, mas a mesma esquerda saiu vitoriosa na sequencia, a saber.

         Conclusão de estudiosos, entre eles, vários Generais   ...”vinham estudando desde o final dos anos 1980 o fato da esquerda, mesmo derrotada militarmente pela ditadura, ter sido vitoriosa do ponto de vista político, moral e simbólico”.   (página 55)

         Após a Ditadura Militar no Brasil, a esquerda, também chamada Campo Progressista... “teria mudado de estratégia, mudando da luta armada para guerra de posição que consistia na construção de liderança não pela força das armas, mas por meio do controle progressivo dos aparelhos de reprodução cultural e ideológica da sociedade.  

         Nesse contexto os teóricos da direita entendem o que enxergam como o caminho trilhado pela esquerda para chegar ao poder e ter à frente o PT.

         Os teóricos da direita atribuem em parte isso à obra de Antonio Gramsci que teria sido lido por círculos restritos no Brasil, essa estratégia de “construção de hegemonia com conquista de coração e mentes antes de um processo revolucionário insurrecional...”

         Os teóricos da direita chamam a estratégia do campo  progressista de “Gramscismo ou marxismo cultural”.    Deram tanta ênfase a essa narrativa que a transformaram em uma “teoria da conspiração”.  Algo imaginário mas que levou muita gente a acreditar nisso.

         Incomodou muito a direita radical o fato dos governos após os vinte e um anos da ditadura (64-85) ter durado menos do que o período seguinte do “socialista” Professor da USP, sociólogo, Fernando Henrique Cardoso em dois mandatos e depois o PT em sucessivos mandados até o impeachment da Dilma.

         Os autores avaliam que os governos do PT tem praticado a chamada social democracia.

         Olavo de Carvalho e alguns pares da direita propunham o uso do método de conquistar as pessoas de forma gradativa para levar o mando político para a direita.

         Os teóricos da direita pelo mundo afora, incentivou adeptos a formarem grupos de leitura de Gramsci para aplicarem “no sentido contrário”.   Ir ocupando espaços na área acadêmica, cultural, de comunicação etc para implantar suas deias usando assim uma caricatura do método de Gramsci.

         “Se o tempo histórico brasileiro seguiu acelerado, a estratégia olavista do ‘gramscismo de direita’, sem freios e sem ética, prosperou enormemente como disputa de hegemonia por meio do pânico moral, fundamentalismo religioso e discurso de ódio”.

         “Assim, logo transitou para a polarização e a radicalização...”.

         Fica aqui expresso o movimento que trouxe a polarização e o ódio...

         Continua o livro....   “basta ver a guerra aberta contra universidades, professores, estudantes, jornalistas, religiosos de esquerda, minorias etc.

        

         Continua no capítulo 5/10

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Cap. 3/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo 3/10                        junho de 2025

             ( autor Pedro Fiori Arantes é Professor da UNIFESP - Campus Guarulhos SP)

         Já em 2018 o Eduardo Bolsonaro na bravata já falava em fechar o STF "com um jipe, um soldado e um cabo".     Ameaçava uma Ditadura.

         O povo viu tanto pela mídia os votos dos ministros do STF que ficou conhecendo mais o nome dos ministros do que os dos jogadores da nossa seleção de futebol.

         O PT no governo ficou encurralado nesse embate que ficou mais entre a direita raivosa e o Supremo – STF.

         “O Supremo ficou como o último baluarte do Estado de Direito no caso”.    Só que esse protagonismo do STF nas crises de 2013 para cá marcou posições muito controversas como nos casos:  Em 2014, o alinhamento em muitas posições da Lava Jato.     Também sobre admitir prisão em segunda instância que não tem respaldo constitucional.    Mais as ratificações das delações premiadas.    Soma-se a restrição do foro privilegiado em certos casos para políticos.

         Homologações das delações como o da Odebrecht.   Aplicação da teoria do domínio do fato.   Se alguém da hierarquia cometeu delito, o chefe máximo também é solidário no delito (mesmo que por delegação o subalterno agiu sem o conhecimento do chefe).   Para punir líder do PT.    Essa teoria foi escavada no passado da Alemanha e quase nunca tinha sido colocada em prática.

         Ainda exemplo sobre passar por cima das leis.    Cita o presidente de Israel Benjamin Netanyahu que, mesmo com ampla oposição das ruas, conseguiu aprovar uma lei que permite à maioria do Congresso reverter decisões da Suprema Corte.   (O que fere a Democracia).

         Os autores do livro Como as Democracias Morrem, da autoria de dois Professores da Universidade de Harvard já alertavam sobre essa prática.  (eu li e resenhei também este livro fundamental):   “...que o ataque ao Judiciário costuma ser o primeiro passo dos autocratas para se perpetuar no poder.”.

         Sobre os acampados de Brasilia que depois invadiram a Praça dos três poderes:  Havia lá um chamado “Grupo Selva” entre os acampados e o nome se liga a uma frase de um grito rebelde de militares.

         Os acampados criaram nas vésperas do 8 de janeiro uma senha para o que viria a ser o quebra-quebra (buscando conseguirem a GLO e um golpe militar).  A senha era Festa da Selma para disfarçar Selva.

         Página 47 – Capítulo:   História e Imaginário da tomada de poder

         Os autores citam casos de revoluções onde o povo oprimido toma o poder dos representantes dos abastados.   Isto no caso da Revolução Francesa (1789), Revolução Russa (1917), Revolução Cubana (1959).    Contrariamente, no caso do 8 de janeiro era a direita radical que tem ligação com o capital e as elites que teria insuflado os acampados.

         A fotografia documentando revoluções

         “Nas imagens, a revolução não é abstrata, mas material, não é um mero conceito, mas o retrato da ação das massas alterando seu destino”.

         ...”Susan Sontag no livro Sobre Fotografia (1977)...  “A fotografia não é apenas uma representação passiva da realidade mas interpretação ativa, que seleciona e interpreta o mundo”.    “Ela pode distorcer, omitir e ficcionar a realidade, ainda que pareça seu registro fiel”.

         Eu, leitor, destaco algo que me parece tanger essa colocação da Sontag:

         Um exemplo recente nas passeatas em tempo de eleição no Brasil.  Direita e Esquerda se alternando em passeatas.   Alguém interessado em mostrar pouca adesão, ia e fotografava o evento na fase em que estava no apronto antes de começar a passeata em si e aparentava pouca gente.     Em situação contrária, uns pegavam foto de uma passeata da sua turma e maquiava a multidão de forma a parecer que esta era muito maior.   Tornam assim a foto um embuste.

        

         Continua no capítulo 4 de 10 previstos.     (grato aos leitores.   Se puderem replicar, sempre é interessante).

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Cap.2/10 - fichamento do livro 8/1 A Rebelião dos Manés - Coautores - PEDRO FIORI ARANTES E OUTROS - 1ª edição 2024

 ... uma legião de "Guerreiros prontos para a morte pelo Capitão"

        Convite ao "estranhamento" do 8 de janeiro.

        Na ditadura militar, nunca a esquerda cogitou sequer atacar os Palácios de Brasilia, sede do poder.

        Houve passeatas de diversos grupos populares em Brasília em eventos anteriores, mas nunca atacaram Palácios.     ..."sempre respeitaram a intocabilidade de Brasília".

        Qualquer "marcha" para Brasília é facilmente detectável e controlável pelo poder constituído.    Até pelos deslocamentos que as pessoas tem que fazer para chegar ao centro do Brasil.

        Houve algumas "ocupações" do Congresso em ocasiões em que grupos buscavam resguardar interesses em votações.

        "Ocupações temáticas, mais ou menos violentas, ocorreram em votações por garantia de direitos ou contra a supressão de direitos".

        Máscaras dos Anonymous (inspiradas em Guy Fawkes) apareceram em manifestações.

        No governo Temer, houve protesto em Brasília e ele decretou GLO Garantia da Lei e da Ordem, acionando o Exército.   Houve então forte reação por conta do exagero da medida e no dia seguinte, o Temer revogou a GLO.

        A Constituição em seu artigo 142 prevê GLO ..."mas estabelece que o papel das Forças Armadas como garantidor dos poderes Constitucionais.  Isto não significa  que autoriza as FFAA a arbitrar conflitos entre poderes como poder moderador".

        Desde a proclamação da república, temos longo histórico de dez golpes e intentonas (tentativas de golpes) militares no Brasil.

        "a convocação de uma GLO em Brasília em meio a uma rebelião pode levar a uma ruptura da ordem democrática e não à sua garantia".

        No 8/1 os manifestantes tinham a intenção de provocar uma GLO para os militares tomarem o poder.   Queriam uma Ditadura.

        O jurista conservador Ivens Gandra era um incentivador da GLO no caso do 8/1.

        "Sobre a invasão e depredações nos palácios no 8/1:  A autoria foi dos autodenominados 'patriotas', 'cristãos' e 'cidadãos de bem' ".

        "No caso do 8/1 normalizado pela mídia como atos antidemocráticos ou atos golpistas, utilizaremos diferentes termos conforme o ponto em discussão mas consideramos mais correta a definição como rebelião e insurreição".

        Na nota de rodapé:  "Lembramos que o impeachment da Dilma não foi só resultado da voz das ruas, mas uma confabulação que envolveu Parlamento, Judiciário, grande mídia e interesses do capital".

        Recordando:  (página 36) -  "A ascensão do fascismo, do nazismo e das ditaduras sul-americanas sempre recebeu o apoio dos principais capitalistas e das máfias locais".

        Capítulo - Os cidadãos de bem em fúria

        A direita se tornou insurgente?

        "Desde novembro de 2022, parcela dos 'patriotas' se apresenta como 'manés da revolta' contra o STF e o TSE Tribunal Superior Eleitoral.

        Conjurados...  Essa do mané foi depois do episódio no exterior quando um bolsonarista irritou na entrada do Hotel onde o Ministro Barroso do STF estava chegando e foi abordado aos gritos pelo bolsonarista que estava num grupinho para hostilizar o ministro.    Este se irritou e soltou a frase:    "Perdeu, mané.  Não amola".

        Essa frase causou grande ressentimento nos fanáticos da direita.   Os revoltosos inclusive picharam a estátua da Deusa da Justiça em frente ao Palácio com os dizeres:  "Perdeu, Mané".    O caso repercutiu muito e a autora do ato respondeu processo.

        Os  revoltosos do 8/1 imputavam à Justiça (TSE e STF) a derrota deles nas urnas.   Na época da eleição de 2022, o STF já havia aberto inquéritos contra o chamado Gabinete do Ódio e as mídias digitais.   Estes que espalhavam em massa, materiais antidemocráticos nas redes sociais.

        O poder Judiciário era o poder que agiu com mais vigor contra os atos ilegais e antidemocráticos.   A ira da direita cria a frase:  "Supremo é o povo e não o Tribunal".

        Já em 2018 o Eduardo Bolsonaro na bravata já falava em fechar o STF "com um jipe, um soldado e um cabo".     Ameaçava uma Ditadura.

        continua no capítulo 3/10

    (gratidão aos leitores que vem seguindo nossas resenhas extensas que não seguem metodologia formal)                            junho de 2025































segunda-feira, 16 de junho de 2025

Capítulo 1/10 - fichamento do livro - 8/1 A Rebelião dos Manés - Autores PEDRO FIORI ARANTES et alli. - 1ª ed. 2024

 

                                                       junho de 2025

      Há pouco tempo tive informação pelo próprio autor de um livro que coloca luz sobre fatos que tem ocorrido de forma sorrateira no Brasil e que teve os dedos dos militares.    Trata-se do livro O Brasil no Espectro de uma Guerra Híbrida de autoria do Antropólogo Piero Leirner, Professor Dr da UFSCar Universidade Federal de São Carlos – SP.   Li o livro dele que foi o segundo pesquisador brasileiro a ter acesso ao Exército e fez estudos por duas décadas e os fundamentos que ele coloca no livro são sempre baseados em fatos e documentos e sujeitos à apreciação dos pares da Academia. 

     Li o livro acima e fiz o fichamento e publiquei no meu blog amador. 

     Através deste, fiquei sabendo do livro 8/1 A Rebelião dos Manés, publicado em 2024 – 1ª edição pelos co autores Pedro Fiori Arantes, Fernando Frias e Maria Luiza Menezes.    O primeiro citado é Professor da UNIFESP campus de Guarulhos-SP.      (livro da Editora Edra)

         Vamos ao primeiro capítulo deste fichamento previsto para dez capítulos de duas páginas cada.    O livro tem 170 páginas.

         Início da leitura dia 05-06-2025.

         O prefácio do livro é de Tales Ab´Sáber.   São 16 páginas de prefácio.

         A velha mídia  como jornais, rádio e TV estão perdendo espaço e o espaço crescente das mídias nas redes sociais via internet.

         ...”nova literatura de interpretação, e do capitalismo contemporâneo, desde o lugar ´estranho´ do Brasil no mundo, não mais um país periférico..., mas tão mundialmente  integrado  quanto inteiramente dependente na prática:  não mais um país pobre..., mas sempre absolutamente injusto e por isso imensamente violento”.

         ...média no Brasil de 45.000 assassinatos por ano.

         Página 9 -  a linha deste livro segundo o do prefácio:   “Os trabalhos que, reconhecendo a situação histórica e social nova... fazendo uma atenta historiografia crítica do presente.   8/1 A Rebelião dos Manés está claramente nesta posição”.

         ... nestes tempos de governos do PT... de modos que o PT, para amplos e múltiplos setores sociais, tornou-se o destino crítico verdadeiro de uma democracia tendente à social-democracia de fato e ao socialismo democrático”.

         Nos tempos da ditadura (1964-1985) os diferentes movimentos da esquerda convergiram, entre estes igreja, sindicatos, universidades, intelectuais etc  .... “o espírito verdadeiramente democrático e esperançoso de populações urbanas, de uma sociedade muito autoritária e desigual, convergiram e se unificaram no projeto político institucional de levar Lula ao poder”.    

         ... “os dez anos lulistas foram materialmente significativos para os pobres no país, e espetacularmente favoráveis à mística petista, assim confirmada”.

         “A direita vai se articulando e em 2013 começa a colocar o povo nas ruas.   Mais adiante, o levante antipetista com o advento da Lava Jato do Juiz Sergio Moro alimentando a ideologia da corrupção petista absoluta, confundindo o sistema geral da corrupção do Estado capitalista com o partido dos Trabalhadores no poder, em nome dos tucanos e em um segundo tempo, do messias do caos, Jair Bolsonaro...”

         Um congresso conservador, o uso das redes sociais, os métodos fascistas e tudo o mais, espalhou o ódio.   (página 19)

         A direita...  “A impertinência, o desrecalque da violência direta, o direito à mentira de massas – bem liberado pela justiça e pelo jornalismo oficial em 2018...   “o uso das redes sociais coordenadas para a máxima circulação da propaganda fascista...   erigir falso líder autoritário como solução absoluta...”

         “Muito desta política de radicalização, que inventou a ideia de polarização.....   A extrema direita foi montando... “uma legião de guerreiros prontos para a morte pelo Capitão” ...

        sobre a direita...   “De fato, não era revolucionária, mas simplesmente agregada e submissa ao poder ditatorial arqui-tradicional brasileiro que conjurava.”

         “A rebelião dos Manés queria nos fazer a todos manés de uma nova ordem de malandros, ideólogos fascistas e velhos militares brasileiros, tão espertos como ignorantes, no poder”.         Fim da fala do prefácio.

         Segue no capítulo 2

terça-feira, 3 de junho de 2025

Capítulo 9 (final) - fichamento do livro - SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - Autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (Ano 1822)

fichamento do livro SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - Autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (Ano 1822)
capítulo final 9
O povo local sempre sabe quantos pés de café tem os grandes proprietários e quantos negros eles tem. Os ricos... “vivem contentes enquanto não tenham diferença realmente senão pela vanglória da fama, dos pobres que vegetam a pequena distância de suas casas”.
Neste livro aparece o vocábulo que eu só tinha visto numa das biografias de Lampião escrita por um jornalista. Palavra: almocreve. O que tem profissão de ir em comboio levando dinheiro de comerciantes para compra de produtos para abastecer o comércio dos que fizeram as encomendas. Almocreve e sua prática da almocrevaria.
Cita a nova vila de Bananal SP que foi muito rica. Alavancada pela cultura do café e por ficar na rota da estrada que descia de MG para o Vale do Paraíba onde bifurcava para SP e RJ.
(Li um livro sobre Bananal SP e quero ir visitar a cidade hora dessas)
Na página 202 o autor cita uma lenda indígena que ouviu de um indígena da sua comitiva. A arara e o urubu. O urubu convidou a arara para um banquete e serviu a ela carne de anta estragada. A arara ficou uma arara de raiva. Passa um tempinho ela dá o troco convidando o urubu para um banquete e encheu a mesa de comidas à base de frutos da sapucaia. O urubu comeu demais e a comida fez caírem todas as penas da cabeça. Desde então, todo urubu não tem penas na cabeça.
Fez constar que o povo do interior atribui o bócio (papo) à água fria das regiões serranas. Na verdade o bócio ocorria, como já foi citado, à falta do mineral iodo na dieta. O que foi contornado bem mais adiante pela adição de iodo no sal de cozinha.
A recorrente precariedade dos ranchos onde os viajantes faziam pousos. Muitas vezes só tinha o telhado e sem paredes laterais. Chuva, vento e frio eram enormes incômodos aos viajantes. Os pousos eram tão precários que nem eram cobrados pelos comerciantes que ganhavam o dinheiro ao fornecer alimentos para os viajantes e a tropa, cercado para os animais pousarem.
“Tenho quase tanto medo da chuva quando estou num rancho, do que quando fora”.
O aborrecimento do Botânico com o tropeiro que lhe presta serviço. O tropeiro sempre tinha pressa e se incomodava do patrão estar fazendo paradas para coleta de plantas de interesse da pesquisa. Tanto a coleta como o preparo e acondicionamento para viagem tomavam tempo e causavam impaciência no tropeiro.
Quando pousavam num rancho coberto, era comum haver outros viajantes no mesmo local alojado e acendiam fogueiras. A fumaça incomodava muito o botânico que ficava com os olhos ardendo.
Na parte final do livro o autor dedica sete páginas para fazer um balanço detalhado de tudo o que foi gasto durante a viagem. Até as gorjetas dadas entraram no relatório, assim como o milho para os animais.

FIM. 03-06-2025 


    Próxima leitura e resenha:    UM RIO NA ESCURIDÃO - Autor Masaji Ishikawa

domingo, 1 de junho de 2025

Cap. 8/9 - fichamento do livro SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (ano de 1822)

capítulo                8                maio de 2025

 

         Após 1822 quando o Brasil conquistou a independência, o rei perde poder aqui e os ricos influentes e funcionários graduados civis e militares, com destaque para estes últimos, crescem em poder a ponto de prejudicar os mais pobres.

         “Assim o pobre lastima o Rei e os capitães-generaes porque não sabe mais a quem implorar apoio”.

         Um nobre de Vila Rica (atual Ouro Preto-MG) tinha terras com plantio de mamona.  Deixou de cultivar a área e cresceu a mata no local por setenta anos.  Após esse tempo, a área voltou a ser cultivada com a derrubada da mata e a mamona voltou a vegetar e produzir normalmente.  

         As terras dos fazendeiros perto das estradas tem as casas dos agregados, sendo que os donos fazem suas casas longe da estrada para não serem incomodados pelos viajantes.

         Na rota SP ao RJ,   “é para lá de Lorena-SP que recomeça a encontrar os homens ricos.  Devem todos a fortuna à cultura do café”.  (página 185)

         O autor encontrou pelas estradas tropas transportando sal e ferro.   Este ficou indignado e disse que é uma vergonha um país tão rico em minério de ferro, ficar importando ferro da Europa.   Sugere que o Governo deveria colocar uma taxa alta do ferro importado e assim os ricos daqui seriam induzidos a montar fábricas para a produção de ferro ao menos para o consumo interno.

         Destaca a recorrente figura do Capitão Mor que manda nos vilarejos.  Fala de Areia, local no trecho Rio- SP onde ainda havia a cultura do café.

         “Tiram-se mudas dos velhos cafezais.  Começam elas produzir aos três anos e estão a pleno vigor aos quatro anos”.

         “Já no pleno viço cada pé de café dá de três a quatro libras (cada libra 453 gramas) de frutos.   (penso que é café em coco, ou seja, com casca)

         Podam os ponteiros dos pés de café para que não fiquem muito altos e assim facilita as colheitas manuais.

         Cafezal velho, fazem a recepa, cortando quase toda a planta deixando algo em torno de meio metro de tronco e vem uma rebrota que retoma o vigor da planta e volta a produzir por anos.

         Encontrou na região vários imigrantes europeus, dentre eles, franceses que vieram em busca de prosperidade e o Brasil era visto como boa alternativa.

         “Nos últimos seis anos tem imigrado para este país, grande quantidade de franceses, atraídos em sua maioria, pela fama de riqueza de que o Brasil goza na Europa e a esperança de rápida fortuna”.

         “Consta a maioria de militares de ambições contrariadas, operários sem clientela e aventureiros desprovidos de princípios e moral”.

         Muitos se deram bem no Brasil e alguns voltaram frustrados para a Europa ou migraram para a América Espanhola.

         Cita a vila de Cunha-SP.   Local na Serra da Mantiqueira, lugar alto na rota do caminho real de MG a Paraty-RJ e de lá derivando para SP e RJ.

         Em Cunha também se plantava café.  No meio do cafezal, plantavam milho e feijão.   (destaco como leitor que até os anos 70 inclusive aqui no Norte do Paraná era comum os pequenos cafeicultores plantarem o que chamavam de lavoura branca no meio dos cafezais.   Milho, feijão e arroz)

         Cita que ouvia do povo local que precisava de três negros para cuidar de dois mil pés de café em produção.

         Quanto mais o autor de aproxima da cidade do Rio de Janeiro, mais via cafezais e riqueza.   Cita a vila de Rezende – RJ e seus cafezais.   Havia fazendas de 40, 60, .. 100 mil pés de café.

         Os ricos pouco se interessavam em estudar os filhos.  Não se vestem bem e comem basicamente arroz e feijão.      ...”o aumento da fortuna se presta muito mais para lhes satisfazer a vaidade do que lhes aumentar o conforto”.   (página 198 de 220)

         O povo local sempre sabe quantos pés de café tem os grandes proprietários e quantos negros eles tem.  

        

         Continua no capítulo final            9