Continuação... (trecho final)
Ele mostrou experimentos agronômicos da
Universidade Federal do Ceará com água de reuso de esgoto tratado em hidroponia
– sistema de cultivo em estufas, sem contato com o solo. Bons resultados.
Mostrou hidroponia para produzir forragem
de milho com água de esgoto tratado. No
caso, colocam o milho por 24 h em água para estimular a germinação. Em seguida, colocam na hidroponia e o milho
brota e cresce rápido. Com 15 dias já
tem o porte de uns 25 cm
(pelo visual do slide) e é usado como forragem para animais. Pelo método produzem a cada 15 dias, 20 kg de forragem verde por
m2 de alto valor nutricional. Este
caso é o da Universidade Federal de Viçosa-MG. Suponho que dá para ver o artigo e as fotos
em busca pelo Google com o título:
“Forragem verde hidropônica com Esgoto Tratado) + UFViçosa-MG.
Ele destacou que há vários livros técnicos
produzidos pela equipe de pesquisadores nos tempos do Prosab – Programa de
Saneamento há citado. Atuavam no
Prosab universidades de 13 estados e eram mais de 200 pesquisadores no tema do
saneamento. Os livros estão destacados
no site da FINEP.
Sobre o risco de alguma bactéria do esgoto
passar por um vegetal (metabolismo deste) e ir parar no fruto, ele comparou que
a bactéria é um “monstro” em tamanho e que isto é impossível. Diferente de irrigar, digamos hortaliças
com água de reuso aspergindo água nas folhas de alface, por exemplo, que é
consumida in natura. Aí é proibido e o
risco é total.
O pesquisador, muito bem humorado, comparou a bactéria passar pelo
metabolismo da planta, seria como uma pessoa estar na praça de alimentação do
Shopping tomando um suco de canudinho e engolir uma vaca... impossível.
O problema para o reuso da água do esgoto
em geral é a logística. Levar a água até
a cultura agrícola adequada. Uma das
soluções é a hidroponia com produção intensiva de vegetal bem perto da fonte da
água de reuso. Hidroponia produz via
de regra 10 vezes mais que no sistema convencional.
O gargalo é normativo, pois não há
impecilho agronômico ou sanitário/ambiental ao reuso de água em agricultura, adotando-se
os cuidados técnicos específicos.
Ele elencou e explanou sobre os itens
abaixo, sobre diversos prismas. Reuso
controlado:
- Ponto de vista sanitário – questão de
saúde pública
- Ambiental – sustentabilidade
- Tecnológico – adequação
- Econômico – viabilidade
- Social – decisões e benefícios
- Legal – normas, direitos e deveres.
Palestra
17ª - “Estudo de Caso – Projeto SAFIR – União
Européia – Produção Segura e de alta qualidade de alimentos na agricultura...
“
Palestrante: Finn Plauborg – Universidade de Aarthus –
Dinamarca
A Dinamarca tem 5,6 milhões de
habitantes. Ele trabalha no
Departamento de Agroecologia da universidade citada.
Lembrou dos desafios que as mudanças
climáticas trazem para todos. Na
opinião dele é uma estupidez as pessoas quererem vir todas para as periferias
das cidades em detrimento da vida no campo.
Mais vida urbana, mais demanda
para reuso da água. Ele tem trabalho no
tema em Gana na África. Disse que a
Dinamarca é um dos países que tem mais normas para regulamentar a Agricultura
do mundo. Citou o potencial da quinoa
(planta dos Andes peruanos) que cresce mesmo em lugar com pouca água e solo com
pH até 8 a
9, adversos para a maioria das culturas.
Um alimento nutritivo.
Projeto Safir –
Eficiência/economia/segurança.
A palestra dele deve estar no site da ABES
PR e deve conter dados interessantes. www.safir.eu.org
Palestra
18ª - “Estudo de caso – Reuso de
água em sistema de resfriamento utilizando a tecnologia de Eletrodiálise
Reversa” - Palestrante:
Engenheiro Químico Rodrigo Suhett de Souza – Petrobras
“O melhor reuso é o uso eficiente”. Na Petrobras eles adotam o reuso de água
desde a década de 70. Consumo de água em refinaria de petróleo
(geralmente para resfriamento de equipamentos) fica em torno de 1 litro de água para 1 litro de petróleo
processado. Boa parte da água se
dissipa como vapor.
Palestra
19ª – “A experiência do Vale do Mesquital (México)” Palestrante Bianca Jiménez – Unesco – ONU
Ela é mexicana. Disse que quando o México foi “descoberto”
pelo colonizador, o local da Cidade do México já tinha uma zona urbana com mais
ou menos 200.000 habitantes. Hoje a
Cidade do México tem 22 milhões de habitantes. O solo dessa cidade era encharcado e o uso
intensivo da água por lá está causando problema nas construções, inclusive as
de grande valor histórico. Tem
monumentos afundando lentamente por lá.
Se captei corretamente, ela disse que a Catedral da cidade em 50 anos
afundou 87 cm . ???
Ela falou de um sistema de reuso de água
para agricultura nas regiões de periferia, onde há muita pobreza. Falou da água de esgoto conter muito
nitrato que é uma ameaça à saúde pública.
(A Universidade Positivo tem Pós na área de Gestão Ambiental)
Palestra
20ª - “Tratamento de Águas e Efluentes
com Peróxido de Hidrogênio”
Luiz Alberto Cesar Teixeira - empresa Peróxidos do Brasil
Peróxido de hidrogênio H2O2.
O produto é miscível em água. Ao
dissolver, o H e o O são átomos que não são contaminantes do meio ambiente.
O produto é fabricado no Brasil
em grande escala por várias empresas competidoras. Ele é da fábrica de Curitiba-PR. Ele disse que comumente o pessoal usa em
tratamento de esgoto a alternativa do hipoclorito de sódio que parece barato,
mas geralmente este vem com 20% de concentração. Já no caso do peróxido é praticamente 100%
concentrado.
Lembrou alguns usos do peróxido. Tratamento de água/esgoto, desinfetar local
para fazer curativo nas pessoas, branqueamento de papel na indústria, branqueamento
de tecido na indústria, etc.
Disse que em SP e PR é bem utilizado o
peróxido em tratamento de esgotos e reduz inclusive o mau cheiro. Baixas doses.
Controla inclusive a proliferação do
danoso mexilhão dourado.
Lembrou que cloro na forma de gás é mais
barato, mas é de risco em caso de vazamento.
Cloro em outra formulação não em gás é mais caro.
Peróxido não deixa resíduo na água
tratada. Outros tratamentos podem
reduzir o O2 na água e se esta for lançada ao rio pode matar peixe por falta de
O2. Lembrou que mortandade de peixe é
um dano visível pela população que fica indignada.
Mostrou fotos de uso de peróxido na região
mais poluída da represa de Guarapiranga que abastece parte de SP. Nos lugares mais poluídos tem muita matéria
orgânica que sofre ação de microrganismos e no processo se consome O2 da
água. O peróxido ajuda a repor O2 na
água no caso.
Palestra
21ª “Cuidando da Água e do Cliente”
Palestrante – Andrés Forghieri - empresa Neoflow
A
empresa é norueguesa. Um dos produtos
dela é um tipo de hidrômetro. Estão no
mercado em 23 países. No BR tem fábrica
em Embu das Artes-SP.
Hidrômetros de alta precisão. Permite inclusive a leitura por ondas de
rádio de distância de até 300
m . Disse que na
Noruega é comum o uso do equipamento e a água é cobrada uma vez por ano. Passa o carro com o equipamento de leitura
remota e a leitura é feita. Isto
ocorre de forma periódica porque assim se houver algum vazamento eles já conseguem
detectar e avisar o cliente. O
hidrômetro funciona com ultrassom e não tem partes móveis. Tem bateria interna com garantia de 16
anos. Agüenta impacto, é à prova d´água,
não sofre efeito de imã, etc. Não mede
ar. Aprovado pelo Imetro. Caso se tente inverter o fluxo da água, o
hidrômetro veda. Transmite informação ao
leitor a cada 16 segundos. Produzido
totalmente com uso de robôs. Como
emite cada 16 segundos mensagem, caso haja vazamento, já em seguida dá para
saber e cuidar do caso. (custaria
hoje ao redor de R$.500,00)
Isto foi o que consegui anotar (e passar
para o Word!) da forma que compreendi e espero que o material seja útil às
pessoas que tem interesse no tema.
Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida -
Curitiba – PR orlando_lisboa@terra.com.br (41)
9917.2552
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