UM DEDO DE PROSA
RESUMIDO DO LIVRO
CONVERSA DE BUZÚ -
Autor do livro: Jornalista Clarindo Silva
(Presidente da Associação dos
Comerciantes do Centro Histórico de Salvador - BA)
O livro tem 115 páginas sendo várias delas
ilustradas pelo artista gráfico Batatinha que entre outras obras, desenha para
o Grupo Olodum.
São contos curtos
oriundos de conversas dentro do ônibus circular da cidade.
O autor já foi reporter de jornais por
longos anos e é um ativista cultural destacado.
Li o livro na tarde de ontem. Anotei
alguns episódios de forma resumida.
Vamos primeiro à fala do que fez a
introdução.
O autor Clarindo Silva, conhecido por
Mestre Clá, marca ponto de terno branco no Projeto Cultural Cantina da Lua que
fica numa esquina do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.
Mestre Clá diz que nas conversas que
ouve nos ônibus urbanos se nota que as pessoas "perderam totalmente a
noção de privacidade". O autor foi por muitos anos reporter policial em
Salvador.
Tem sido anfitrião
no Bar e Restaurante Cantina da Lua que também é sede do Projeto Cultural do
mesmo nome.
Na visita ao local com guia da cidade,
tivemos contato com Mestre Clá e adquirimos o livro dele autografado.
A Cantina da Lua é
bem mais que um bar no Pelourinho. É tambem um espaço cultural variado e no
local já foram lançados mais de sessenta livros de diferentes autores.
Após a apresentação, vamos aos causos
narrados por Mestre Clá de forma resumida.
1 - No buzão, um passageiro falando das
escapadas da vizinha que é casada. Depois de contar o caso, ele mesmo diz que
vai calar a boca...
2 - O cara contando que mastigou cravo
para encarar cedo o patrão ao chegar atrasado e cheirando cachaça. Mas a mulher
dele tinha telefonado pro patrão avisando que naquela noite ele não apareceu em
casa. Ele disse que por castigo o patrão fez ele trabalhar duro mesmo no porre
feroz.
3 - O rapaz que chamou uma idosa
desconhecida de tia. Ela ficou uma arara e partiu para discussão. Aí outros
tomaram partido dos lados e foi aquele fuzuê.
4 - ônibus lotado e dois colegas de
trabalho batendo papo. Um deles disse: Se você chegar primeiro no trabalho,
bata meu ponto.
5 - Duas colegas de trabalho falando
mal de outra. "Aqui pra nós: vou lhe dizendo, não tenho prova, porque não
sou colchão. Mas por aí, todo mundo fala que ela sai com o patrão".
6 - Duas colegas - falando de uma
subgerente delas que teria saido de férias e mandou cartões postais de Paris
para as amigas do trabalho. As amigas desconfiaram porque a outra não ganha um
salário de poder ir pra Europa. A amiga disse que a coisa foi assim: A
subgerente foi passar férias em São Paulo na casa do filho do patrão. Ele tem
amigos em Paris e então esse amigo de lá mandava os cartões às colegas de
trabalho da tal em nome dela.
7 - Essa prosa foi direta com Mestre
Clá, no buzão. Um cara que o reconheceu e perguntou se ele ainda estava vivo.
"Veja que pergunta!". E depois o gaiato ficou falando dos bailes de
antigamente com os homens de terno, coisa e tal. Diz que hoje em dia usam
bermuda que para ele são calças curtas.
.......
Lá na Bahia não se diz que o fulano
está lascado. Está "lenhado".
Outra expressão - a
pessoa tomou banho de cuia...
Já em outro
episódio - A treta pelo ônibus Beiru-Tancredo Neves . Na verdade o destino é o
mesmo. Causa confusão. Aí que Mestre Clá resolve explicar o por quê dos dois
nomes. Beiru era um negro escravizado que conseguiu a alforria e com o tempo
comprou terras no que hoje é o local que leva seu nome desde longa data. Quando
Tancredo Neves morreu antes da posse, formou aquela comoção social e no calor
da hora, um vereador de Salvador resolveu mudar o nome do Bairro Beiru para
Tancredo Neves. Deu confusão. Daí o ônibus ter como destino Beiru-Tancredo
Neves para contentar as duas alas.
Nessa de explicar, Mestre Clá passou do
ponto que ia descer, mas colheu caloroso reconhecimento dos que estavam na
treta pelo nome do lugar.
Outro episódio - As amigas falando, uma
delas lava roupa para a família de uma idosa. "Colchas de chenil. Você já
ouviu isso? É uma peste ruim pra passar sabão, ruim para enxaguar e uma
desgraça para passar". Um dia a lavadeira estava lavando a tal colcha de
estimação da patroa, tocou o celular, foi atender e queimou uma beirada da
colcha. O marido dela para tentar disfarçar a coisa, cortou uma parte mas a
colcha ficou curta.... Deu crepe.
Outro episódio - Os colegas que vão no
mesmo ônibus para o trabalho e um sabe que o outro entra em serviço bem mais
tarde. Pergunta por quê o amigo vinha mais cedo e o amigo entrega o ouro. Vem
espiar de uma janela da firma, uma vizinha que acorda cedo e troca de roupa
numa boa todo dia de janela aberta...
Uma expressão: "O cara é um
chibungo".
O autor tem a comenda de Doutor Honoris
Causa de uma universidade livre de Paris e várias comendas do Estado da Bahia.
FIM.
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