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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Fichamento do livro - CONVERSA DE BUZÚ - Autor Jornalista Clarindo Silva - Mestre Clá. Agitador cultural do Pelourinho - Centro Histórico de Salvador - BA

 


UM DEDO DE PROSA RESUMIDO DO LIVRO

CONVERSA DE BUZÚ - Autor do livro: Jornalista Clarindo Silva

          (Presidente da Associação dos Comerciantes do Centro Histórico de Salvador - BA)

          O livro tem 115 páginas sendo várias delas ilustradas pelo artista gráfico Batatinha que entre outras obras, desenha para o Grupo Olodum.

São contos curtos oriundos de conversas dentro do ônibus circular da cidade.

         O autor já foi reporter de jornais por longos anos e é um ativista cultural destacado.

         Li o livro na tarde de ontem. Anotei alguns episódios de forma resumida.

         Vamos primeiro à fala do que fez a introdução.

         O autor Clarindo Silva, conhecido por Mestre Clá, marca ponto de terno branco no Projeto Cultural Cantina da Lua que fica numa esquina do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.

         Mestre Clá diz que nas conversas que ouve nos ônibus urbanos se nota que as pessoas "perderam totalmente a noção de privacidade". O autor foi por muitos anos reporter policial em Salvador.

Tem sido anfitrião no Bar e Restaurante Cantina da Lua que também é sede do Projeto Cultural do mesmo nome.

         Na visita ao local com guia da cidade, tivemos contato com Mestre Clá e adquirimos o livro dele autografado.

A Cantina da Lua é bem mais que um bar no Pelourinho. É tambem um espaço cultural variado e no local já foram lançados mais de sessenta livros de diferentes autores.

         Após a apresentação, vamos aos causos narrados por Mestre Clá de forma resumida.

         1 - No buzão, um passageiro falando das escapadas da vizinha que é casada. Depois de contar o caso, ele mesmo diz que vai calar a boca...

         2 - O cara contando que mastigou cravo para encarar cedo o patrão ao chegar atrasado e cheirando cachaça. Mas a mulher dele tinha telefonado pro patrão avisando que naquela noite ele não apareceu em casa. Ele disse que por castigo o patrão fez ele trabalhar duro mesmo no porre feroz.

         3 - O rapaz que chamou uma idosa desconhecida de tia. Ela ficou uma arara e partiu para discussão. Aí outros tomaram partido dos lados e foi aquele fuzuê.

         4 - ônibus lotado e dois colegas de trabalho batendo papo. Um deles disse: Se você chegar primeiro no trabalho, bata meu ponto.

         5 - Duas colegas de trabalho falando mal de outra. "Aqui pra nós: vou lhe dizendo, não tenho prova, porque não sou colchão. Mas por aí, todo mundo fala que ela sai com o patrão".

         6 - Duas colegas - falando de uma subgerente delas que teria saido de férias e mandou cartões postais de Paris para as amigas do trabalho. As amigas desconfiaram porque a outra não ganha um salário de poder ir pra Europa. A amiga disse que a coisa foi assim: A subgerente foi passar férias em São Paulo na casa do filho do patrão. Ele tem amigos em Paris e então esse amigo de lá mandava os cartões às colegas de trabalho da tal em nome dela.

         7 - Essa prosa foi direta com Mestre Clá, no buzão. Um cara que o reconheceu e perguntou se ele ainda estava vivo. "Veja que pergunta!". E depois o gaiato ficou falando dos bailes de antigamente com os homens de terno, coisa e tal. Diz que hoje em dia usam bermuda que para ele são calças curtas.

.......

         Lá na Bahia não se diz que o fulano está lascado. Está "lenhado".

Outra expressão - a pessoa tomou banho de cuia...

Já em outro episódio - A treta pelo ônibus Beiru-Tancredo Neves . Na verdade o destino é o mesmo. Causa confusão. Aí que Mestre Clá resolve explicar o por quê dos dois nomes. Beiru era um negro escravizado que conseguiu a alforria e com o tempo comprou terras no que hoje é o local que leva seu nome desde longa data. Quando Tancredo Neves morreu antes da posse, formou aquela comoção social e no calor da hora, um vereador de Salvador resolveu mudar o nome do Bairro Beiru para Tancredo Neves. Deu confusão. Daí o ônibus ter como destino Beiru-Tancredo Neves para contentar as duas alas.

         Nessa de explicar, Mestre Clá passou do ponto que ia descer, mas colheu caloroso reconhecimento dos que estavam na treta pelo nome do lugar.

         Outro episódio - As amigas falando, uma delas lava roupa para a família de uma idosa. "Colchas de chenil. Você já ouviu isso? É uma peste ruim pra passar sabão, ruim para enxaguar e uma desgraça para passar". Um dia a lavadeira estava lavando a tal colcha de estimação da patroa, tocou o celular, foi atender e queimou uma beirada da colcha. O marido dela para tentar disfarçar a coisa, cortou uma parte mas a colcha ficou curta.... Deu crepe.

         Outro episódio - Os colegas que vão no mesmo ônibus para o trabalho e um sabe que o outro entra em serviço bem mais tarde. Pergunta por quê o amigo vinha mais cedo e o amigo entrega o ouro. Vem espiar de uma janela da firma, uma vizinha que acorda cedo e troca de roupa numa boa todo dia de janela aberta...

         Uma expressão: "O cara é um chibungo".

         O autor tem a comenda de Doutor Honoris Causa de uma universidade livre de Paris e várias comendas do Estado da Bahia.

FIM.