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domingo, 2 de março de 2025

Fichamento do livro de poesia - MORTE E VIDA SEVERINA - Autor: JOÃO CABRAL DE MELO NETO

 


Autor:  João Cabral de Melo Neto               (poesia – crítica social)   02/25

 

          Faz um bocado de tempo que li este livro do poeta nordestino João Cabral de Melo Neto.    É uma aula de cidadania ao mostrar as agruras do povo do sertão Nordestino nos tempos passados.    

     O livro descreve o sertanejo Severino, um nome bastante recorrente no Nordeste, seguindo do Sertão em busca de Recife.    Na alegoria, Severino caminha andando a pé e opta por tomar por rumo os pequenos rios que correm e que lá muito adiante vão engrossando as águas rumo ao mar.

         ...”Morremos de morte ingrata

Mesma morte Severina

É a morte que se morre

De velhice antes dos trinta,

De emboscada antes dos vinte,

De fome, um pouco por dia”.

         Severino seguindo o curso do rio, estação das secas e até o rio morre nessa época, ficando seco.   Então o retirante busca um pequeno povoado próximo para tentar um emprego temporário.   Busca conseguir uns trocos para sobreviver e depois seguir adiante rumo ao mar.

         No vilarejo, vê uma mulher na janela e pergunta por emprego.

         Ela pergunta o que ele sabe fazer como trabalho.

         ... “Sei também tratar de gado,

         Entre urtigas, pastorear

         Gado de comer no chão

         Ou de comer ramas no ar.”

         A mulher continua perguntando e ele explica:

         “Deseja mesmo saber o que eu fazia por lá?

         Comer quando havia o quê

         E, havendo ou não, trabalhar”.

         A mulher responde:

         - “Essa vida por aqui é coisa familiar”.

         A mulher pergunta se ele sabe os ritos e rezas de velório.  Ele diz que não e que só acompanha enterros.

         Ela diz que se ele entendesse desse ofício teria emprego e ela poderia ser sócia dele.   Rezas e velórios.

         - “Pois se o compadre soubesse

         Rezar ou mesmo cantar

         Trabalharíamos á meia,

         Que a freguesia bem dá.”

...

         O retirante segue e chega à zona da mata pernambucana

         “Os rios que correm aqui têm a água vitalícia”.

         Mas nestas terras boas para plantações, as grandes áreas são de grandes usinas de açúcar.   Imensas plantações de cana-de-açúcar.

         “Os donos são muito prósperos e os operários, miseráveis”.

         “Tem cemitério por aqui também”.

...     

         “Esta cova em que estás,

         Com palmos medida,

         É a conta menor

         Que tiraste em vida.

         - É de bom tamanho,

         Nem largo nem fundo,

         É a parte que lhe cabe

         Neste latifúndio.

         - Não é cova grande,

         É cova medida

         É a terra que querias

         Ver dividida.”

         ...

         É uma cova grande

         Para teu defunto parco,

         Porém mais que no mundo      

         Te sentirás largo

         - É uma terra grande

         Para tua carne pouca,

         Mas a terra dada

         Não se abre a boca.

...

         “E chegando, aprendo  que,

         Nessa viagem que eu fazia,

         Sem saber desde o sertão,

         Meu próprio enterro eu seguia

         Só devo ter chegado

         Adiantado de uns dias...”

         ...

         Agora Severino já estás na região de mangue onde mora o povo miserável em Recife.

         Também vê muita miséria por lá.   Riqueza de poucos e miséria de muitos.

         No meio disso, nasce uma criança de uma família na miséria.   Vizinhos vem ver a criança e trazem presentinhos.   Uma diz:

         - “Minha pobreza tal é

         Que não trago presente grande

         Trago para a mãe, caranguejos

         Pescados por estes mangues,

         Mamando leite de lama

         Conservará nosso sague”.

         ...  Outra vizinha com oferenda

         - Minha pobreza tal é

         Que coisa não posso ofertar:

         Somente o leite que eu tenho

         Para meu filho alimentar,

         Aqui são todos irmãos,

         De leite, de lama e de ar”.

         ...

         Severino matuta e vê que no meio de tanto desalento, sente um alento pela solidariedade daqueles que tão pouco tem mas que compartilha entre si.

         Na conversa com o Mestre Carpina, experiente da vida, este mostra a Severino que apesar de tudo, novas vidas vem chegando e o pobre é solidário e vida que segue.   Severino se conforma diante desse alento.        FIM.

                   Término da leitura e fichamento – dia 10-01-2025

                     resenhaorlando.blogspot.com.br

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Cap. 4 (final) - fichamento do livro - GUIA DO OBSERVADOR DE AVES - Reserva Natural Salto Morato (PR)

 Nesta parte final citarei a sequência das aves descritas no livro.   Todas vem com uma foto colorida da ave, as características como cores, porte, peso, regiões onde habitam, comportamento, canto, tipos de alimentos que elas usam, locais onde fazem os ninhos, tipos de ninhos etc.

     Segue a lista das aves:
beija-flor-preto
maria-da-restinga
pia-cobra
pomba-galega
gaturamo-verdadeiro
capitão-de- saíra
viuvinha
ben-te-vi-rajado
martim-pescador-pequeno
bacurau (ou curiango)
pula-pula-ribeirinho
Jaó
pintadinho
papa-formiga-da-grota
papa-taoca-do-sul
garrinchão-de-bico-grande
saracura-do-mato
pichororé
joão-porca
cuspidor-de-mascara-preta
......tangarazinho
sabiá-coleira
alma de gato
pica pau de cabeça amarela
...
falcão relógio
pixoxó
sabiá una
sabiá pimenta
gralha azul
tucano do bico preto
periquito rico
saira azul
guaxe ou guaxo
tiriba de testa vermelha
maritaca verde
...
urubu de cabeça vermelha
gavião pombo pequeno
urutau ou mãe da lua
coruja listrada
jacutinga  (ameaçada de extinção)

     fim                     // agradeço aos que tem acompanhado meus fichamentos.
                                  resenhaorlando@gmail.com     -  contatos serão bem recebidos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Cap 3 - fichamento do livro - GUIA DO OBSERVADOR DE AVES - Reserva Natural Salto Morato (PR)

 Cap 3

     Na nossa região sul da Mata Atlântica paranaense, o período de reprodução das aves se concentra de setembro a dezembro.  Na primavera. 

  Período no qual os pássaros cantam mais e se apresentam com mais frequência visando a reprodução.

     Já no período chuvoso (janeiro a março) as aves mudam de pena e ficam com menor mobilidade além de cantar menos.

     Alguns pássaros se alimentam e fazem ninhos na planta caeté que parece ser da família das musáseas (da banana) e dá um pendão colorido de flores com tom principal, vermelho.  São as chamadas Helicônias.

     Horários mais prováveis de avistamento.   Começo das manhãs e cair da tarde.

     Na minha infância na zona rural do bairro Represa em Cerquilho SP eu ouvia nas tardes o canto das siriemas nos pastos e o canto dos nambus.   Havia muitos outros pássaros que a gente via e ouvia.

     De manhã cedinho tem também a vantagem do sol ainda não estar forte.

     Ventos dificultam avistamentos e as aves ficam mais abrigadas.

     No sol da meio dia, o ar forma bolsões de calor e as aves de rapina aproveitam esse ar quente inclusive para ficarem planando no ar observando em busca de possíveis presas.

     Presas que podem ser inclusive filhotes de pássaros em ninhos.

     Na infância (fala do leitor aqui) vi muito tesourinha sair desesperado - na verdade o casal junto, atacando gaviões que estavam levando filhotes deles embora.   Era uma batalha aérea.

     Reserva Salto Morato   - No litoral de Guaraqueçaba PR

     Tem site na internet e tem um sistema de Receptivo na modalidade agendamento.

     Pássaros.     Saira-de-sete-cores.    Na verdade tem cinco cores. Azul claro, azul escuro, verde, amarela e preta.    A maioria dos pássaros descritos no livro tem em comum a média de dois a três ovos por ninhada.   Comumente com pintas marrons que ao meu ver, ajudam a camuflar os ovos para evitar predadores.

     Saíra-militar.   Azul/vermelho/preto/verde.   O peito dela é todo verde.   Coloca média de 3 ovos por postura.

     Bentevizinho-de-penacho-vermelho -   Quando caça borboleta, bate a caça seguidamente num galho para tirar as escamas dela e depois ingerir a caça.   Dois ovos em média.

     Miudinho -  pesa 6 gramas.   Ninho tipo do tecelão.   2 a 3 ovos.

     Suiriri - também conhecido como siriri.   Conheci na infância.  Se parece com ben-te-vi, com costa preta e peito amarelo.   Menor que o ben-te-vi.

     O Suiriri é um dos pássaros que costuma espantar as aves de rapina da redondeza.    Tem o hábito de caçar insetos em pleno voo.

     Pica-pau-anão-de-coleira  Costuma fazer ninho em oco de pau.

     Tiê-preto.  Também chamado de Tietê.   2 a 3 ovos.

     Sanhaço-cinzento  - frequenta com frequência as cidades.  Costuma visitar meu quintal quando deixo banana no muro de casa.  Eles vem também comer frutos da jabuticabeira.

     Gavião-carijó  - considerado de certo porte.  pesa 270 g e mede 36 cm.   Dos gaviões é o mais comum no Brasil.   Também é conhecido como pega-pinto e papa-pinto.   Na minha infância era comum nos terreiros das casas rurais, as pessoas ter galinhas chocas criando pintinhos.   Eles  davam um rasante e levavam nas garras um pintinho para o desespero da galinha.  

     Põe dois ovos.  Os filhotes nascem brancos e providos de penugem que parecem pelos.

     Juruviara  - parece com o siriri e com o ben-te-vi até certo ponto.

     Por outro lado é bem menor que estas outras aves.

     Cambacica -   Pequena, amarela, preta e branca.  Bico curvo.  Conhecida também como Sebinho.

     Andorinha-serradora - Faz ninho nos barrancos.  3 ovos.

     Trovoada - parece um tico tico no porte e nas cores.   Pequeno porte.  Põe 3 ovos.

     continua no capítulo 4

     

     

     

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Cap. 2 - fichamento do livro - GUIA DO OBSERVADOR DE AVES - Reserva Natural Salto Morato (PR) - janeiro 2025

   Capítulo - Como observar pássaros?

     Para o observador de aves, as regras mais importantes: SPP Silêncio, Paciência e Perseverança.
     O que levar a campo.    Inclusive capa de chuva e embalagem à prova d´água para proteger os equipamentos como binóculo, celular, caderneta de anotações  e câmera fotográfica.
     Binóculo para observar aves (ver página 22 do livro) recomenda entre 7 e 10 de aproximação e a objetiva que capta a imagem com uma abertura que não seja tão grande (regula a entrada de luz).   Recomenda as seguintes relações entre aproximação x abertura:  7x35 ou 8 x40 ou 8x 42 ou 10 x 42.
     Na página 23 do livro há dica de regulagem do binóculo.   Costuma-se fechar um olho e ajustar para o olho direito que seria o guia.   (eu fiz exame recentemente e o Oftalmo disse que meu olho guia é o Esquerdo)   Curiosamente se faço mira com qualquer objeto, é sempre com o olho esquerdo.
     Página 24 - No final da página há indicação de cuidados com as lentes, pois estas contém película ou películas delicadas para evitar reflexo.   Se não limpar com cuidado, pode danificar essas películas e prejudicar o equipamento.   Pano seco limpo é uma alternativa e há produtos específicos para limpar lentes do gênero.
     Já abordando hábitos das aves, na página 31, falando das aves de chão.  Há aves que andam e outras que saltitam na caminhada.  Observar isso também ajuda na descrição para conhecer de que ave se trata ao comparar com o Manual.
     A ave estando em galho, ela pousa em galho mais na horizontal ou em galho mais vertical ou de forma mista?
     Atitude da ave.   Há as mais ativas e as mais pacatas.
     Os ouvidos do observador são meios de obter importantes informações para identificar a ave avistada ou ouvida pelo seu canto.    É muito comum primeiro ouvirmos o canto de uma ave e irmos no rumo para procurar avista-la.
     Muito importante estar sempre ouvindo com atenção e fazendo silêncio.   Aves tem seus "cantos" e tem seus "chamados".  Canto para atrair parceiro etc.   Canto para se comunicar entre si e piados de alerta.
     Pessoa que tem formação musical e entende de partituras, pode transformar o canto de uma ave em notas musicais com boa aproximação.
     Capítulo -  Anotando, pesquisando e dando nome à ave.
          Espécie / gênero / família /   Tudo isso pode ser anotado na caderneta de campo junto com as demais anotações.
     Importante:  citar o nome do lugar onde a ave foi avistada e a data e horário.    Honestidade ao anotar o avistamento.
     Se a pessoa avistar uma ave e não conseguir uma descrição correta, ficando dúvida, não "chutar" um nome para a ave porque pode dar um dado enganoso para terceiros.
     Há quem desenhe o pássaro avistado e cite no desenho as cores nas partes do corpo do pássaro.  Ajuda a depois confrontar com os pássaros que constam do Manual impresso.
     Os observadores de aves são muitos e interagem pelas redes sociais e criam verdadeiras confrarias do setor.

     continua no capítulo 3                                         resenhaorlando@gmail.com

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Cap. 1 - Fichamento do livro - GUIA DO OBSERVADOR DE AVES - Reserva Natural Salto Morato (PR)

 Capitulo 1 - fichamento do livro - Guia do Observador de Aves  (janeiro/25)

 
    O livro bem fundamentado e ilustrado, escrito por biólogos que atuam na área, foi patrocinado pela Fundação Boticário de Proteção à Natureza.   Livro editado em Curitiba PR em maio de 2013
     Adquiri o livro numa feirinha de um evento estadual da Agroecologia aqui em Curitiba.
     A citada fundação conta com o Projeto Oasis e tem duas RPPN Reserva Particular de Proteção à Natureza, sendo uma na Mata Atlântica no litoral do PR (em Guaraqueçaba) e outra no Cerrado Brasileiro chamada Reserva Natural Santo do Tombador.
     A da Mata Atlântica se chama Reserva Natural Salto Morato.   (Salto Morato é uma cachoeira com mais de 100 m de queda d´água e fica nessa Reserva).   Recebe visitantes com agendamento pelo site deles.
     A Fundação é membro fundador do Forum Curitiba sobre Mudanças Climáticas.   Este que apoia o Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação da Natureza.
     Na apresentação do livro a Fundação dá seus contatos inclusive com site e páginas nas redes sociais.
     O prefácio do livro é do Biólogo Phd Fábio Omos e este é membro do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
     Na fala dele:    O Brasil conta com mais de 1.800 espécies de aves.
     A Reserva Salto Morato no litoral do PR conta com 324 espécies de aves.   Os três co-autores deste livro conseguiram o record local de avistarem/observarem 164 espécies de aves num só dia.
     O primeiro capítulo explica sobre Observação de aves.   Como ver e buscar reconhecer a ave. Página 13 
     Diz que o observador de aves coleciona lembranças.   Vê, anota, fotografa, grava som.   Pesquisa um pouco sobre as aves e passa a ser um defensor da natureza.
    Capítulo sobre a Reserva Salto Morato em si
     É uma RPPN Reserva Particular de Preservação da Natureza, isto registrado em cartório e que segue as regras legais de proteção.    Tem a área de 2.253 hectares  (cada hectare equivale a 10.000 m2).   Tem um perímetro de 22,14 km.    Foi criada legalmente em 1994 e registrada nos orgãos competentes.
     Se localiza a 20 km da cidade de Guaraqueçaba-PR que fica no litoral norte do PR.   Distante 170 km. de Curitiba.   Acessos principais:  Por rodovia, seguindo a Paranaguá/Morretes/Antonina/Guaraqueçaba.    Ou de Paranaguá por barco até Guaraqueçaba e desta até a reserva, por via terrestre.
     A região da reserva tem índices de chuvas em média o dobro do que ocorre em Curitiba.   Em Curitiba a média fica em torno de 1.250 mm de chuvas por ano e lá são de 2.000 a 2.500 mm por ano.   Maior ocorrência em Fevereiro, mas as chuvas são frequentes.
     A flora se classifica como Floresta Ombrofila Densa.    A área, antes de ser uma reserva, pertencia a particulares que exploravam a pecuária (mais comum com búfalos).   Também culturas de subsistência e extrativismo de madeira de lei, palmitos (mais comum da palmeira juçara) da mata etc.
     Capítulo - O que observar?     Seguem fotos dos pássaros descritos e a descrição de nome científico de cada um, seguido de nomes populares e dos hábitos dos mesmos.   É um verdadeiro manual para quem vai fazer desse lazer uma prática a mais.
     O pássaro da capa do livro é o Tangarazinho, que é bem colorido.   Este também é descrito na página 97 do livro.
     Estima-se que no mundo haja ao redor de 10.000 espécies de aves.   Destas, 3.500 na América do Sul.  Destas, 1.832 no Brasil.    Na Reserva Salto Morato, que em termos geográficos é um pingo no mapa, tem 324 espécies, ou seja, é uma concentração elevada de espécies numa área relativamente pequena.
     Há na reserva várias espécies que são chamadas de endêmicas, por ocorrerem numa região bem específica em função de condições de solo e clima.
      
     Segue no capítulo 2