capítulo final
Capítulo 12 – Morte e fuga
Deborah de fato viajou com as pedras preciosas e como combinado
com Anna, não pagou Jos que ficou em apuros com seus fornecedores traficantes.
Alaor, sócio de Jos, estava doente e morreu. A loja dele já estava em apuro financeiro.
Anna e seu amigo delegado aposentado e suas colaboradoras,
ajudaram a liquidar os haveres no Bairro e caíram fora. Inclusive porque os bordeis do Bairro Bom
Retiro em São Paulo estavam sendo obrigados a fechar.
Jos fugiu para a Guiana holandesa para depois tentar
conseguir uma viagem de navio até a Holanda.
Sirenes na rua e a chegada da polícia no bordel.
“- Lá vem eles novamente.
Vão entrar de casa em casa roubando o pouco que resta dessas
mulheres. A maior parte delas chegou
aqui jovem, perdida, sem um tostão. Vão
sair daqui velhas, perdidas, sem nenhum tostão.
“Mais sorte teve Diva, que não viveu para ver esta cena”. Diva foi a gerente do bordel de Anna e
morreu de sífilis.
Capítulo 13 -
Despedidas
Anna e as mulheres do bordel se despedindo e buscando alguma
esperança para um futuro incerto. Anna
diz: “Eu não tenho concelhos para dar,
casas de mulheres mudam de lugar e de clientes, temos que nos adaptar. Nós deixamos de dar lucro, os meganhas
passaram a ganhar mais nos puteiros novos, nas casas noturnas e nas boates”.
“Para putas velhas, em São Paulo, tudo acabou”.
Anna abriu umas garrafas de champanhe que restavam e brindou
com as mulheres da casa como despedida.
Destacou que estava planejando ser professora de idiomas e
literatura numa escola n interior de Minas Gerais, a convite da dona da escola.
As crianças da escola que ganhavam livros de Anna souberam
que ela iria embora e vieram trazer flores e se despedir. Se posicionaram em frente ao bordel e leram
poesias, trechos de poesias na verdade, de diversos autores e que diziam algo
que se encaixasse ao momento.
Muita emoção e lágrimas de Anna. Nisso chegaram os policiais e dispersarem as
crianças com alguma truculência.
Ralhando com as crianças por estarem na frente de um bordel.
Capítulo 14 - Os
caminhos
A viagem de Jos foi de navio até Belém do Pará. Lá ele alugou um pequeno avião de
propriedade de um holandês que era também o piloto. Chegaram em Paramaribo, capital da Guiana Holandesa. Ficou três meses lá até haver um navio que
desse certo para leva-lo até a Europa.
O caminho de Deborah
Deborah voltou para sua terra natal na Bélgica e se
articulou com comerciantes e lapidadores de pedras preciosas.
Ela conseguiu quitar o imóvel que foi dos pais dela. Depois restaurou e reabriu a loja que era da
família.
Viagem de Jos
Ele foi de navio até o porto de Rottherdam. Depois foi de trem até a cidade onde moraram
seus pais. Passou inclusive por Utrecht.
Debora encaminhou as pedras para lapidadores da Antuerpia na
Bélgica. Mantém correspondência com a
amiga Anna que continua no Brasil.
Remeteu à amiga a parte que cabia a ela na venda das pedras, como forma
desta recuperar a perda que Jos lhe causou no passado.
Deborah visita com frequência seu amigo Cornelius que tem
problemas mentais decorrentes da guerra, da prisão em campo de concentração e
do trabalho forçado. Ele passou a
lidar catando sucatas, levando para um galpão ao lado da casa e ir montando
coisas sem nexo mas que para ele poderia ser um barco. Sobe no barco fechado no galpão, lê em voz
alta, faz discurso para ninguém.
Capítulo 15 - Coisas
desimportantes
Em resumo, Jos, para desencargo de consciência, resolveu se
acertar diante dos erros do passado.
Enviou duas caixas de pedras. Uma para Preta Lina e outra para o amigo Cornelius,
agora doente mental.
Preta Lina colocou a caixa de pedras num barquinho com ajuda
do carroceiro que trouxe a caixa e remaram até o lugar do rio que ela indicou. Nisso Preta Lina passa a ir soltando as
pedras na água do rio como oferenda a Osum para este perdoar Jos pelos pecados
cometidos e tentar mudar a sorte dele.
A caixa que chegou a Cornelius, este colocou a caixa de
pedras preciosas num barquinho, foi para o lugar que achou melhor no rio e foi soltando
as pedras na água até completar a tarefa.
Assim ele se sentiu mais leve, aliviado.
Capítulo 16 -
Encontro no Galpão de Cornelius
Deborah indo de barco encontrar mais uma vez o velho amigo
Cornelius. Não dialogaram, já que ele está
demente.
Ele lê no galpão e faz discursos entre altos brados. Conversa aos quatro ventos.
O barqueiro que está trazendo Deborah para mais uma visita
ao demente pergunta a ela: “Por que a
senhora insiste em visitar seu amigo?
Ela responde -“eu não sei
responder. Me sinto em paz quando ouço
ele declamar. Acho que precisamos dos
loucos para aliviar um pouco da nossa demência.”
Deborah assistindo e Cornelius declamando de forma teatral,
trechos de livros.
Lê inclusive uma fala atribuída a Jean Cocteau (1889 – 1963)
“- E quando estiverem no meu enterro, finjam chorar, meus
amigos, pois os poetas fingem morrer”.
FIM final
da leitura 12-10-24