............... parte 2..
96 – Curioso que o termo “Monarca” no
interior gaúcho denomina quem “reina” com os animais na vida de campeiro. Nada a ver com Monarquia.
97 - Até tropas federais foram enviadas para “cortar o passo do bando
em armas”.
98 – Oficiais, metralhadoras e 160 praças
(soldados). Década de 1910
104 – Coronel João Gualberto ....
impulsivo... jovem.
105 – João Gualberto parte de trem com 265
praças para a região em conflito.
106 – Coxilhas palmenses. (Coxilha: substantivo feminino - extensão de terra com pequenas e grandes elevações, constituindo
uma espécie de ondulação, e na qual se desenvolve a atividade pastoril).
107 – Não se conhecia nenhum
ato de violência dos supostos insurretos.
107 – O Monge João Maria manda emissários
encontrar a tropa para dialogar com o comando.
Tinham 40 pessoas armadas de winchester e a proteção de mulheres e
crianças dos fanáticos, isolando-os.
116 -
Entre os soldados à noite, alguém acende vela, a mula se espanta, dá uma
“passarinhada” (balança para os lados) e
lá se vai a metralhadora e pentes de bala para a lama e a água. Tudo fica sem condição de uso imediato.
117 -
A metralhadora falhou. Após
tiros dos soldados, surgem da mata entre 250 e 300 da defesa/ataque do Monge. Facões à mão. Uma bala certeira do Sargento Vergilio Rosa
acerta o monge.
118 – O Coronel João Gualberto leva dois
tiros. Os policiais batem em retirada
deixando dez soldados mortos.
119 – Do lado do monge, 13 mortos e 4
feridos.
120 – João Gualberto achou que ia enfrentar
meia centena de homens mal armados.
Achou que ia vence-los “a toque de clarim”. (só pela ameaça...)
120 -
O combate durou menos de uma hora.
João Gualberto morre e é enterrado num cemitério da região do conflito.
121 – Dá a entender que oito dias após o
enterro de João Gualberto, tiraram ele do túmulo e o levaram para a Capital
(Curitiba) para um sepultamento apoteótico.
125 – Tudo ocorreu no local chamado
Irani.
127 -
Nesse tempo a sede da Província do Paraná era no Palácio Rio Branco,
onde atualmente (2017) fica a Câmara Municipal de Curitiba. Após essa derrota militar, o presidente
da província do Paraná pediu ajuda federal.
128 – Cita o tenente Manoel Eufrásio.
128 – Federais – soldados destacados de
Ponta Grossa.
129 - ... tapejara dos sertões
sulinos... (substantivo . MG - aquele que
conhece bem o território; baqueano, vaqueano)
129 – O local para se preparar o combate era em Palmas-PR.
130 – Armas que ficaram em poder do adversário. Incluindo a metralhadora e 4 pentes de 250
balas cada.
130 - O Irani, salvo o Faxinal
dos Fabrícios, tinha 13 casas mais uma capela.
131 – As tropas federais mandaram emissários e estes constataram que os
adversários se espalharam rumo a SC para lugares como Campos Novos, Capinzal...
131 - Diz o autor que houve
refrega e mortes dos dois lados e o saldo foi que a leva de federais fez o povo
de lá entrar no eixo. Paz.
133 – Fizeram o julgamento dos “bandidos” e tudo ficou registrado no
Cartório Criminal de Palmas.
137 – “Eram intrusos e posseiros de terras devolutas à espera de
medições oficiais, retardadas, ou que não vinham nunca. (injustiçados pelo Estado). Quando lá despontavam, vinham pejadas de
enormes concessões aos privilegiados de ordem política, na maioria dos casos,
estranhos à área e aos sacrifícios pela conquista do seu pedaço de chão”. (O estado doava a terceiros, terra que tinha
posse estabelecida com famílias morando e tirando o sustento da terra)”
Estas glebas superpostas ao mundo dos posseiros e intrusos, desmantelava
aquele reino de lavouras, ervais, pinheiros de corte, especulações e esperanças
que aí se instalara. Para agravar
mais, ainda havia o conflito por divisas entre PR e SC. Sem divisa estabelecida, nenhum dos dois
estados dava assistência ao povo simples que lá vivia. Era conflito e sangue.
138 – “Viviam à moda indígena... em distâncias impraticáveis,
desconhecendo o serviço público, o médico, o sacerdote...”
138 – Alguns já tinham sido despejados de posses anteriores...
139 - ... estudos, historiadores, etc.
“A brutal guerra seria, no fundo, uma revolta de camponeses espoliados” (espoliado – que perde o que é seu)
139 - Concessão de terras para a
ferrovia no apagar das luzes do Império, dia 09-11-1889. Aí a vida dos posseiros que já eram um caos
virou um inferno. As terras perto do
traçado da ferrovia foram concedidos à empresa empreendedora. Terras já ocupadas.
A concessão se dá ao Engenheiro João Teixeira Soares. Trecho de Itararé – SP até o Rio Uruguai –
RS. Pela concessão, a empresa construía
o trecho ferroviário e ficava dono de
faixa de 9 a 30 km de faixa dos lados da ferrovia.
140- o Estado (União) concedeu e a companhia ia expulsando (ou
liquidando) os posseiros e colocando fogo nos barracos dos moradores. Quando solicitado pela empresa, o Estado
enviava forças de segurança para ajudar a expulsar os posseiros.
140 – E veio também para a região a Southern
Brazil Lumber, companhia americana para derrubar pinheiros para
exportação. “Insaciável devoradora de
pinheiros”. O diretor dessa companhia
no Brasil era Percival Farquhar.
(este também é citado no livro Chatô,
Rei do Brasil, do jornalista Fernando Morais.
Farquhar já representava grandes corporações de fora no RJ)
A empresa Lumber era sócia da estrada de ferro também e monopolizou o
uso de vagões deixando na miséria as pequenas serrarias da região.
141 - O caminho de ferro que geralmente
é fator de civilização, para o povo da região foi o castigo total. O autor cita que, ao contrário, na
Argentina, ao fazerem novas estradas de ferro, distribuíam lotes de terras para
pequenos agricultores e assim houve justiça social e desenvolvimento
regional.
147 – Vasta bibliografia citada.
Uma delas. “Corografia do Paraná”
datada de 1899 de autoria de Sebastião Paraná.
151 – A criação da UFPr Universidade Federal do Paraná, a primeira
Universidade do Brasil. As outras eram faculdades isoladas. Na época dos conflitos.
152 – Em 1913 a erva mate era para o Paraná o que o café era para SP.
152 – Os carroções eslavos (em 1913) e o começo da concorrência com o
trem e os primeiros carros e caminhões.
152 - A ação desastrosa do Irani (a Guerra injusta)
custou além das vidas, 600 mil contos.
Na época a arrecadação do Paraná era de 6.000 contos por ano.
153 – No auge do conflito de fronteira a ACP Associação Comercial do
Paraná boicotou produtos de SC.
154 – Pessoa de destaque em SC no episódio. Ercilio Luz que apoiava a paz e a resolução
do problema de divisas. Em SC o
presidente do estado na ocasião era Lauro Muller.
155 – A jovem Teodora, neta de Euzébio, como vidente, tem a visão do
Monge João Maria. E a notícia se
espalha.
157 – Euzébio vende o que tem para ir à cidade de Taquaruçu. O filho Manoel (16 anos) é “ungido” (ele era analfabeto).... obra de religião,
justiça e caridade.
162 – “Tanto o fanatismo político como o religioso, ao longo da
história, produziu criminosos e heróis, mártires e santos”. (O autor deste livro nasceu em 1911 e
faleceu em 1968).
....................... continuará com a parte 3 que será a parte final em breve.