CAP 02/20 - Hannah Arendt - Filósofa alemã judia que viveu nos USA (esteve presente no julgamento e fez reportagem sobre o mesmo)
Página
26 - O julgamento em pauta em Jerusalém
causou um movimento na Alemanha, que andava apática e tolerante com os
criminosos contra o povo judeu circulando normalmente na vida cotidiana da
Alemanha. ....”não se incomodavam
com a presença de assassinos soltos pelo país”.
O
processo em Israel demorou dez meses até o julgamento e nesse tempo o mundo se
voltou contra a Alemanha por estar omissa ao invés de punir os líderes nazistas
responsáveis pelo genocídio contra os judeus.
Para se
safar, a Alemanha passou a punir os líderes nazistas locais.
31 –
Cita o nome de autoridade árabe em Assembleia que teria suposto que os “Sábios
de Sion” teriam usado Hitler para causar o que causou e com isso resultar
ao fim e ao cabo, não ao extermínio do povo judeu, mas à criação do Estado de
Israel.
32 –
Capítulo II do livro – O Acusado
Otto
Adolf Eichmann. Raptado em Buenos Aires
no dia 11-05-1960 e levado a júri em Israel no dia 11-04-1961. Acusado de cinco tipos de crimes contra o
povo judeu; contra a humanidade; crimes de guerra etc.
A lei
para punir nazistas, de 1950 ( A II
Guerra Mundial terminou em 1945) previa que... “uma pessoa que cometeu um desses...
crimes... está sujeita à pena de morte”.
Os três
juízes na sessão deixaram de fazer a pergunta básica ao reu: do que você está
sendo acusado?
O
advogado da cidade de Colonia (Alemanha) o defendeu. Dr. Robert Servatius.
32
- “A defesa aparentemente teria
preferido que ele se declarasse inocente com base no fato de que, para o
sistema legal nazista então existente, não fizera nada errado; de que aquelas
acusações não constituiriam crimes, mas atos de Estado”.
O mentor
da propaganda nazista Goebbels disse em 1943:
“Ficaremos na história como os maiores estadistas de todos os tempos ou
como seus maiores criminosos”.
33 –
Declaração do réu: “Com o assassinato
dos judeus não tive nada a ver. Nunca
matei um judeu, nem um não-judeu – nunca matei um ser humano”.
34 –
Decisão do Exército Alemão na Iugoslávia em 1941 que vinha perdendo soltados em
guerrilha. Para dar um basta, decidiu
que para cada soldado morto, executariam cem judeus e ciganos. E os da guerrilha não eram nem judeus nem
ciganos. Mas quem já estava detido era
o povo judeu.
35 – Na Iugoslávia,
campo de concentração para homens.
Quando da chamada “Solução Final”
(extermínios), colocaram mulheres e crianças judias sérvias em caminhões
com dispositivos para morte por gás e os executaram.
35 –
Acusaram o réu de dar ordem para executar judeus. Ordem que teria sido dada por telefone... “era ainda mais difícil acreditar que
Eichmann estivesse em posição de dar ordem para os Generais do Exército
alemão.”
... “ele sempre fora um respeitador de leis,
porque as ordens de Hitler, que sem dúvida executou o melhor que pode, possuíam
força de lei no Terceiro Reich.
Um
perito em lei da Alemanha de então...
“O comando do Füher... é o centro absoluto da ordem legal
contemporânea”.
36 –
Negócio florescente na época. Himmler
enviara um homem de confiança a Budapeste para tratar da emigração de judeus,
que pagavam fortuna para deixar a Alemanha.
Compravam a saída.
37 –
Parecer dos psicólogos que examinaram o réu em sua vida pessoal e
profissional. ...”não apenas normal,
mas inteiramente desejável... pelo
menos mais normal do que eu fiquei depois de analisa-lo”.
37 –
Parecer do sacerdote que o atendeu na prisão antes do julgamento... “é um homem de ideias muito positivas”.
37 – O
reu negava ser antissemita. Ponderava... “alguns de meus melhores amigos são
antissemitas”.
38 – Ele
nasceu em 19-03-1906 em Solingen na Alemanha.
O pai era contador e teve cinco filhos.
Ele não conseguiu concluir o secundário e dissimulava dizendo que foi
por questão financeira da família.
...................................... continua no
capítulo 3/20