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domingo, 25 de outubro de 2020

CAP. 07/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM - Autora Hannah Arendt - Filósofa alemã judia (assistiu o julgamento)

CAP 7/20      -   outubro de 2020

         Os planos eram passados e executados em segredo e os que recebiam ordem para execução, juravam manter as mesmas sob segredo.

         Página 102 – Eichmann nunca teve nada a ver com o uso de gás.

         102 -  No campo de Lublin, foram mostrar a ele o sistema de extermínio.   Um motor de um velho submarino russo seria acionado e o dióxido de carbono emitido pelo motor iria asfixiar os judeus no prédio dos alojamentos.   No campo de Treblinka o processo seria semelhante.   Seu superior imediato era Müller.

         103 – Visitou na Polônia o campo de Kulm que em polonês se chama Chelmono, que em 1944 exterminou mais de 300.000 judeus da Europa.

         Neste campo o método de extermínio era com uso de caminhões de gás.  Enchiam o furgão de judeus, trancavam, davam partida e acionavam o gás mortífero enquanto o caminhão se dirigia para a vala comum na floresta.     Era chegar ao destino com os judeus já mortos, joga-los na vala anteriormente preparada e cobrir com terra.

         103 -  Visita ao campo de Minsk na Russia Branca ocupada.    Lá ele viu os militares alemães matando judeus em massa por fuzilamento.

         105 – Em Treblinka, agora, usavam ácido ciânico.

         Eichmann voltou em missão várias vezes ao campo mais famoso que foi Auchwitz.    (a missão do Eichmann era enviar cargas de judeus para essas execuções).   Nesse campo usaram dois métodos de execução.   Fuzilamento ou gás, naquele sistema dos caminhões de gás.

         105 – O julgamento se estendeu no tempo por 111 seções e quase nove meses.   No caso de Eichmann em Israel.

         106 – Agravante ao reu.   Antes ele visitou os locais de execução e ficou ciente até das formas de execução.

         107 - ...”sabemos como era fácil para os membros dos esquadrões de extermínio abandonar seus postos sem grandes consequências, mas ele não insistiu nesse ponto...”      “Eichmann admitiu que podia ter recuado sob um pretexto qualquer, e outros o fizeram.   Ele sempre considerou tal passo “inadmissível”...

         108 – O advogado de defesa poderia alegar que ele cumpria ordem superior, mas optou por alegar que ele cumpriu Atos de Estado para tentar livra-lo da pena.

         112 - ...”ainda hoje, existe entre os alemães o insistente ´equívoco` de que ´só` foram massacrados Ostjden, judeus da Europa Oriental”.    “Essa maneira de pensar que distingue entre o assassinato de povos ´primitivos` e povos ´cultos` , não é tampouco monopólio do povo alemão...”  (ver caso de índios, aborígenes pelo mundo...)

         113 – Nessa dos campos de concentração até homossexuais foram atingidos pelo fato de serem homossexuais.

         114 – Houve a Conspiração de 20 de Julho na Alemanha contra o regime nazista.   O principal motivo foi os descontentes com o fato de Hitler estar preparando a guerra.

         ... “giravam quase exclusivamente em torno do problema da alta traição e da violação do juramento de lealdade a Hitler”

         “Na realidade,  a situação era tão simples quanto desesperadora: a esmagadora maioria do povo alemão acreditava em Hitler – mesmo depois do ataque à Russia e a temida guerra em dois fronts”.

         115 – O líder da Conspiração de 20 de Julho, Carl Friedrich Goerdeler, ex prefeito de Leipzig na Alemanha.

         116 – No verão de 1943 o programa de extermínio sob o comando de Himmler chegou ao clímax.  O General Rommel era um dos militares de alta patente na guerra.

         116 – Os incêndios contra todas as sinagogas da Alemanha determinados por Hitler causou... “.... a população parecia estar nas garras de algum medo: casas de Deus haviam sido incendiadas, e tanto os crentes quanto os supersticiosos acreditavam numa vingança de Deus”.

         Em 1943 já estava claro que a Alemanha seria derrotada e houve proposta dos Aliados para encerrar a guerra com rendição incondicional da Alemanha, mas os alemães recusaram.

         117 – A Alemanha, através de Goerdeler fez uma proposta de paz “justa” numa guerra que a Alemanha iniciou de forma injusta.  E a proposta da Alemanha, formalmente expressa em memorando aos Aliados, queria o reconhecimento das suas fronteiras de 1914 mais a anexação da Alsácia-Lorena, ao lado do acréscimo da Áustria e dos Sudetos... e o sul do Tirol.

         118 – Mesmo que Hitler caísse, era animo das forças armadas de continuar a guerra “até que se conseguisse uma conclusão honrosa”.   O que significava a anexação da Alsácia-Lorena, da Áustria e dos Sudetos.

         118 – Não há provas nem é provável que Eichmann chegou a se encontrar com os movimentos anti Hitler de 20 de Julho.

         118 – O líder da oposição (Conspiração) a Hitler, Goerdeler, “propunha pagar indenização aos judeus alemães por suas perdas e mau tratos.  (isto em 1942).     Nesta fase os alemães já estavam expoliando e matando judeus.    Mais a ideia de enviar judeus para um país colonial como Canadá ou América do Sul.

               Continua no capítulo 8/20 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

CAP. 06/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 6/20       -   outubro de 2020        

(a autora acompanhou nos anos 60 o julgamento em Jerusalem)

         Página 86 -  Como réus, eram comum que os do alto comando para se safar nos processos, tentavam jogar a culpa em alguém ausente ou presumivelmente morto.

         90 – O plano do reu poderia, por suposto, estar dentro do sonho dele virar governador Geral de um estado judeu a ser criado na região ocupada, assim como Hans Frank era na Polonia ocupada e Heydrich na Tchecoslováquia.

         Sem sucesso, tenta o plano de colocar 4 milhões de judeus na distante Madagascar, a maior ilha do mundo na costa Africana.   Ilha com mais de 4 milhões de nativos e sob a condição de colônia da França.   Este plano surgiu no Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.    A França por sua vez tinha seu próprio plano de enviar do país, 200 mil judeus para sua colônia de Madagascar.

         91 – Só na Polônia havia mais de 3 milhões de judeus.

         Nessa época do projeto Madagascar, absurdo, era tempo de guerra e a Marinha inglesa tinha o comando sobre o Atlântico e inviabilizava esse plano.

         Em guerra, o povo alemão queria se desfazer dos judeus, já os mantinha em campos de concentração; não podiam deporta-los e acabaram chegando à “Solução Final”.   Execução em massa.

         93 – Cada departamento agindo do seu jeito numa competição entre si, tendo os judeus como foco.   Brigavam...    “todo mundo alemão batalhando pela supremacia branca”.

         93 – Explode a guerra contra a Rússia e com isso acaba a parte “negocial” para expatriar judeus via emigrações forçadas.

         Eichmann alega que ali “era o fim de sua carreira”.   Acabava com seu sonho de se criar por lá um Estado Judeu governado por nazistas e sob sua batuta no comando.

         93 – O reu em certa fase tinha que consultar Oswald Pohl para descobrir qual era o destino final de cada embarque de judeus.

         93 – Muitas empresas industriais se instalavam perto dos campos de concentração para explorar mão de obra de trabalho forçado, algo muito lucrativo.    A Siemens entre elas.

         Campos de Auschwitz e Lublin entre os destaques.

         Nas fábricas...  “matar por meio do trabalho”...

         94 – Na fábrica da I.G.Farben pelo menos 25.000 judeus dos aproximadamente 35.000 que nela trabalharam, morreram no período.

         Invasão da Rússia dia 22/06/1941.

         96 – Heydrich, poderoso, foi fuzilado por patriotas tchecos.

         O único campo de concentração que ficou sob o comando de Eichemann foi o de Theresienstadt na Thecoslováquia.   Esse campo teria sido pelos nazistas como “vitrine” para o mundo exterior – era o único campo onde representantes da Cruz Vermelha Internacional podiam entrar.

         98 – Capítulo VI – A Solução Final:  Assassinato.

         Invadem a Rússia em junho de 1941.   Em 31-07-1941 Heydrich recebe uma carta de Hermann Göring, comandante em Chefe da Força Aérea, Primeiro Ministro da Prússia, Vice de Hitler na hierarquia de Estado.   A carta era para que Heydrich preparasse a “Solução Geral” da questão judaica dentro dos domínios da Alemanha.   (Solução Geral era um termo cifrado para se referir à Solução Final que era secreta como plano.

         Os domínios da Alemanha incluía os países por ela ocupados como Polônia, Tchecoslováquia etc.   

         ...”para a implementação da desejada Solução Final”...    Consta que essa ideia já era gestada há anos na Alemanha...

         Eichmann chamado a Berlim.  Heydrich em reunião com ele faz uma fala inicial e chega ao ponto:  “O Füher ordenou que os judeus sejam exterminados fisicamente”.

         No julgamento, Eichmann em juízo esqueceu de citar algo muito importante em sua defesa.

         99 – Que além da ordem de extermínio, as execuções não estariam sob a ordem do seu RSHA, mas sob o comando do Escritório para Economia e Administração da SS.   E que o codinome da operação era Solução Final.

         Himmler já tinha conhecimento dessa operação desde a derrota da França no verão de 1940 e este não concordava com essa operação.   Como o escalão do reu não era alto, demorou para chegar nele a notícia da operação.      Usavam uma linguagem própria para a execução dos planos como – campo de concentração virava Reassentamento; trabalhos forçados viravam trabalhos no Leste e assim por diante.

                                      ..... continua no capítulo 7/20

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

CAP. 05/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do Nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 5/20          -     outubro de 2020   (a autora participou do julgamento e fez reportagem na ocasião, anos 60 em Jerusalém)

         Página 62 – Ele queria ser nomeado para chefe de polícia em alguma cidade alemã mas não conseguiu.

         63 – Num caso de um judeu preso.   “E a polícia o prendeu e mandou para o campo de concentração, e segundo ordens de Himmler, ninguém sai, depois de entrar num deles”.

         65 – Alemanha de então com população de 80 milhões de pessoas.

         “E a sociedade alemã de 80 milhões de pessoas se protege contra a realidade e os fatos exatamente da mesma maneira, com os mesmos auto-engano, mentira e estupidez que agora seriam impregnados na mentalidade de Eichmann”.

         65 – O slogan criado por Hitler ou Goebbels, o da propaganda nazista: “A batalha pelo destino do povo alemão”.     Ajudava no auto-engano de todos.    “Sugeria em primeiro lugar que a guerra não era guerra; em segundo, que fora iniciada pelo destino e não pela Alemanha; e um terceiro, que era questão de vida ou morte para os alemães, que tinham de aniquilar seus inimigos ou ser aniquilados”.     Isto era coisa do Terceiro Reich,

         66 – O reu participou da Conferência de Wannsee “que debateu os vários métodos de morte”.

         67 – Deu trabalho no tribunal para quem tinha que acusa-lo, defende-lo, julga-lo e descreve-lo.    “Para tudo isso, era essencial que ele fosse levado a sério, o  que era muito difícil...  a menos que se declarasse um mentiroso esperto – coisa que evidentemente não era”.

         67 – Se declara incapaz de fazer juramento.

         Capítulo IV do livro – A Primeira Solução: Expulsão.

         70 –    ...”se isso significava nada mais que prestar obediência cega ao Füher, todos  eles haviam sido pequenos dentes da engrenagem – até mesmo Himmler, que, conforme revela seu massagista Felix Karnten, não recebeu a solução final (extermínio) com grande entusiasmo”.

         72 – No começo o movimento tinha um lado pró sionista mas no curso do tempo virou o que foi e terminou em extermínio de judeus.

         A propaganda nazista na fase de convivência com os judeus usava o slogan:   “Usem com orgulho a Estrela Amarela”.   Mais adiante os judeus eram obrigados a usar a estrela amarela.   Estrela de seis pontas amarela sobre fundo branco.

         74 – No tempo de apoio para a emigração de judeus  para a Palestina, esta estava sob governo Britânico.    Era a Gran Bretanha que dificultava a entrada de imigrantes judeus na Palestina.

         75 – A ponderação de Eichmann de que salvou do extermínio centenas de milhares de judeus....   “encontra uma estranha sustentação no ponderado juízo dos historiadores judeus, os Kimche.

         75 – Paradoxo:   O reu era ao mesmo tempo visto como algoz dos judeus, era também visto como   ...”ativo batalhador pelo resgate de judeus na Europa”.

         78 – Palácio Rotschild na Austria.   O reu chegou a despachar lá.

         Páginas 78/79 – Entre 1937 e 1941 ele recebeu quatro promoções.

         80 – Agora, ele vai cuidar da questão dos judeus em Praga, na Tchecoslováquia.     A Polônia e a Romênia também não queriam os judeus lá.

         81 -  Com a conquista dos territórios Poloneses, Hitler herda mais uns 2 milhões de judeus poloneses.

         Em 1941 foi suspensa a emigração de judeus.  

         82 -     Capítulo V do livro: A Segunda Solução: Concentração

         Início da II Guerra Mundial dia 01-09-1939.   Himmler foi o fundador da SS, que data de 1936.   SS Serviço de Segurança.

         Oswald Pohl era o Chefe encarregado dos campos de concentração.

         83 – No julgamento, após terminada a fase de defesa, o tribunal entrou em recesso por quatro meses para redigir o julgamento.

         84 – Centrais da SS – havia sete seções.   Seção IV – “Sua tarefa era combater oponentes hostis ao Estado.   Era dividido em duas Sub-Seções:

         IV-A cuidava dos oponentes acusados de comunismo, sabotagem, liberalismo e assassinato.

         IV-B – cuidava das seitas, isto é, católicos, protestantes, maçons e judeus.

         No topo de tudo era o Himmler que se reportava diretamente ao Hitler.

         85 – Há publicação de memórias de Rudolf Höss, comandante de Auschwitz.

         85 – Construiram uma série de órgãos e departamentos militares com funções diversas e comandos diversos e na fase do auge da perseguição aos judeus, todos departamentos competiam por isso. Perdida a guerra, levados a tribunal, os chefões se acusavam e tentavam tirar o corpo fora, mas nenhum acusava Hitler.

................. continua no capítulo 6/20

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

CAP. 04/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 4/20        -   outubro de 2020  (a autora acompanhou o julgamento no local)

         Página 51 – A Noite dos Cristais de novembro de 1938.   “em que 7.500 vitrines de lojas judaicas foram quebradas, todas as sinagogas foram incendiadas e 20.000 judeus foram levados para campos de concentração”.

         51 – “As leis de Nuremberg de 1935 privaram os judeus dos seus direitos políticos, mas não de seus direitos civis; eles não eram mais cidadãos”.    Vedada relação sexual entre alemães e judeus; vedados casamentos também entre alemães e judeus.

         Mulher alemã de menos de 45 anos não podia, por lei, se empregar na casa de judeus.

         52 – As AS – tropas de assalto, os camisa marrom.   Responsáveis pelos progroms e atrocidades.   Emergem também os camisas pretas...

         53 – O novo chefe de Eichmann, Von Mildentein, exigiu dele que lesse Der Judenstaat de Teodor Herzl, o famoso clássico sionista, que converteu Eichmann ao sionismo imediata e definitivamente.    Ele propunha solução política – expulsão dos judeus, mas lá na frente veio a ordem de “solução física” (extermínio).

         O reu adquiriu um verniz de hebraico. O idioma iídiche dos judeus atuais é “basicamente um velho dialeto alemão escrito com letras hebraicas”.    Andou lendo livros inclusive de história dos judeus etc.

         Lia pouco...   “para desânimo do pai, nunca recorreu aos livros da biblioteca familiar.

         54 – Com seu conhecimento do povo judeu, conseguiu o cargo de espião oficial dos escritórios sionistas e de suas reuniões.

         54 – “Idealista” – declarou que se fosse por ordem superior, mandaria seu próprio pai para os campos de extermínio...   centenas de milhares de judeus eram enviados para Auschwitz.

         55 – A partir de 02-08-1914, data do início da Primeira Guerra Mundial os judeus na Alemanha perderam a cidadania e poderiam ser deportados em qualquer momento.   Mas só cinco anos depois, ocorreu de repente a expulsão de 15.000 judeus que foram despejados na Polonia, perto da fronteira com a Alemanha.

         56 – Na Áustria em 1938, já ocupada pela Alemanha, a tarefa de Eichmann era promover a “emigração forçada”  (deportação) de judeus.

         Ele foi condecorado pelo “sucesso” do seu trabalho.  Em oito meses, 45.000 judeus deixaram a Áustria.  Já na Alemanha, na jurisdição de outra liderança, só saíram 19.000 judeus.   Em menos de 18 meses a Áustria foi “limpa” de judeus.   Cerca de 148.000 judeus ao todo foram deportados, equivalente a 60% da população judaica daquele país .

         57 – O “sucesso” conseguido na Áustria tinha um trunfo.  Conseguiram através de acordo com associação judaica, que os judeus ricos pagassem um tanto em dinheiro que propiciou meios dos mais pobres também poderem emigrar de forma forçada.   ( A ideia não foi de Eichmann mas ele usou com sucesso dentro da perspectiva do cargo)

         A ideia foi de um advogado sob seu comando, chamado Rajakowitsch.   Chegaram a exportar o modelo para a Holanda ocupada se livrar dos judeus.

         Eichmann criou uma verdadeira linha de montagem, reunindo todas repartições num só ambiente.   Receita Federal, Polícia, Relações Exteriores etc.  O judeu entrava rico numa porta, transitava por todos os departamentos e saia pobre do outro lado, com uns trocados para entrar no novo país e um passaporte na mão para sair em 15 dias.

         A outra opção para o judeu era ser enviado para o campo de concentração.

         O sistema criado tinha que prover algum recurso em moeda do país onde o emigrante iria entrar e então o pessoal da burocracia bolou um sistema onde uns, com recursos dos judeus ricos, iam ao país, comprava moeda suficiente, fazia um cambio pra lá de negro da moeda, os que iriam migrar compravam essas moedas para usar no novo país.     O câmbio oficial então era de 1 dolar a 4,20 marcos.  Para os judeus, saia de 10 a 20 vezes mais caro.   

         59 – “Falar demais foi o vício que arruinou Eichmann”.   Ele disse que ia dançar no túmulo de satisfação pela morte, pelos alemães, de cinco milhões de judeus”.

         60 – O reu caiu porque se vangloriou demais.   “O que acabou levando à sua captura foi sua compulsão a contar vantagem...”

         61 – Esperando o julgamento em Israel, um guarda deu um exemplar de Lolita para ele ler.   Dois ou três dias depois, ele devolveu por achar o livro indecente.

              ..... continua no capítulo 05/20

domingo, 18 de outubro de 2020

CAPÍTULO - 03/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt

 CAP 3/20     - outubro de 2020

  (a autora é Filósofa alemã judia e esteve presente no julgamento e fez reportagem para a imprensa na ocasião)

         Página 40 – Ele admite:  “Não era exatamente um aluno dos mais estudiosos”

         PNS Partido Nacional Socialista.   Pelo qual Hitler se fez.  Nada de socialismo.   Só mesmo o nome inicial do partido.  

         42 – O reu tinha parentes judeus.    Ajudou judeus a emegrarem no período do nazismo.   Teve uma amante judia quando já era do Partido Nazista.   O maior crime talvez para um membro da SS (Serviço de Segurança) era ter relação sexual com uma judia.

         43 – Ficou muito incomodado quando Hitler determinou a eliminação dos judeus.   “Nunca havia pensado... numa solução violenta”.

         43 – Em 1932, ele foi dispensado do emprego e se alistou no PNS Partido Nacional Socialista e entrou para a SS Serviço de Segurança.

         08-05-1945 foi o dia da Derrota da Alemanha.   Fim da guerra.

         44 – No tempo de criança, seus pais colocaram-no na Associação Cristã de Moços.   Depois ele foi para o  Movimento de Jovens Alemães – Wondervogel.   Após insucessos, entrou para o grupo dos Veteranos de guerra Austro-Germânico.

         44 – Foi aspirante a maçom, mas teve que desistir, porque sendo da SS não poderia ser maçom.

         44 – O “Reich dos mil Anos” que durou 12 anos e 3 meses.    O projeto de Hitler era enorme.

         45 – Entrou no partido meio sem noção, sem conhecer o regulamento do partido e nem ler Mein Kampf, o livro escrito por Hitler.

         45 – Por que ir para a SS?    Ele era um fracassado no emprego e viu no movimento um caminho para tentar se refazer.    Mandaram levas de judeus para a distante Ilha de Madagascar na costa Africana.

         Na SS ele nunca passou da patente de tenente-coronel.

         46 – Campo de Dachau, um dos campos de concentração.

         47 – Ele não gostava da rotina monótona do serviço militar.   Aderiu à SS para sair da rotina militar anterior.

         Capítulo III do livro – Um  Perito na Questão Judaica.

         48 – Na SS havia o recém criado SD Serviço de Inteligência da SS; criada dois anos antes por Himmler, este que se reportava direto a Hitler.

         A SD era liderada por Reinhardt Heydrich, ex oficial da Marinha e que comandava a SD e teria sido o mentor da “Solução Final” aos judeus.

         Função da SD – espionar membros do próprio partido PNS.   O órgão vira a Polícia Secreta do Estado – A Gestapo.   De 1936 em diante, Himmler chefiava a SS e a Gestapo.   A SD era altamente secreta e quando o reu entrou para a tal, não sabia o escopo da entidade.

         49 – A SS Serviço de Segurança, tinha sido criada como unidade especial de proteção dos líderes do partido PNS.

         49 – Em 1935 a Alemanha, contrariando o tratado de Versalhes (perdedor na Primeira Guerra), retomou o plano de rearmamento inclusive com Força Aérea e Marinha.    E deixou a Liga das Nações em 1933, esta que era a antecessora da ONU  (que buscava a paz entre os povos).

         Hitler discursava – “A Alemanha precisa de paz e deseja a paz”.

         50 – Alemanha se armando e falando em paz.   No esforço armamentista, praticamente acabou com o desemprego e Hitler tinha grande prestígio no país e no exterior.

         “Devido ao enorme programa de rearmamento, o desemprego havia sido eliminado, a resistência inicial da classe trabalhadora fora quebrada, e a hostilidade do regime que de início voltava-se  primordialmente contra Antifascistas – comunistas, socialistas, intelectuais de esquerda e judeus em posições importantes -, ainda não se voltara inteiramente à perseguição de judeus enquanto judeus”.

         Em 1933, a primeira coisa que o nazismo fez foi excluir os judeus do serviço público.   Mas mantiveram os judeus da área de negócios quase intocados até 1938.

                  .......... continua no capítulo 4/20

sábado, 17 de outubro de 2020

CAPÍTULO 02/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt

 CAP 02/20    - Hannah Arendt - Filósofa alemã judia que viveu nos USA  (esteve presente no julgamento e fez reportagem sobre o mesmo)

         Página 26 -  O julgamento em pauta em Jerusalém causou um movimento na Alemanha, que andava apática e tolerante com os criminosos contra o povo judeu circulando normalmente na vida cotidiana da Alemanha.       ....”não se incomodavam com a presença de assassinos soltos pelo país”.

         O processo em Israel demorou dez meses até o julgamento e nesse tempo o mundo se voltou contra a Alemanha por estar omissa ao invés de punir os líderes nazistas responsáveis pelo genocídio contra os judeus.

         Para se safar, a Alemanha passou a punir os líderes nazistas locais.

         31 – Cita o nome de autoridade árabe em Assembleia que teria suposto que os “Sábios de Sion” teriam usado  Hitler  para causar o que causou e com isso resultar ao fim e ao cabo, não ao extermínio do povo judeu, mas à criação do Estado de Israel.

         32 – Capítulo II do livro – O Acusado

         Otto Adolf Eichmann.   Raptado em Buenos Aires no dia 11-05-1960 e levado a júri em Israel no dia 11-04-1961.    Acusado de cinco tipos de crimes contra o povo judeu; contra a humanidade; crimes de guerra etc.

         A lei para punir nazistas, de 1950   ( A II Guerra Mundial terminou em 1945) previa que...    “uma pessoa que cometeu um desses... crimes... está sujeita à pena de morte”.

         Os três juízes na sessão deixaram de fazer a pergunta básica ao reu: do que você está sendo acusado?

         O advogado da cidade de Colonia (Alemanha) o defendeu.  Dr. Robert Servatius.

         32 -  “A defesa aparentemente teria preferido que ele se declarasse inocente com base no fato de que, para o sistema legal nazista então existente, não fizera nada errado; de que aquelas acusações não constituiriam crimes, mas atos de Estado”.

         O mentor da propaganda nazista Goebbels disse em 1943:   “Ficaremos na história como os maiores estadistas de todos os tempos ou como seus maiores criminosos”.

         33 – Declaração do réu:  “Com o assassinato dos judeus não tive nada a ver.  Nunca matei um judeu, nem um não-judeu – nunca matei um ser humano”.

         34 – Decisão do Exército Alemão na Iugoslávia em 1941 que vinha perdendo soltados em guerrilha.   Para dar um basta, decidiu que para cada soldado morto, executariam cem judeus e ciganos.   E os da guerrilha não eram nem judeus nem ciganos.    Mas quem já estava detido era o povo judeu.

         35 – Na Iugoslávia, campo de concentração para homens.   Quando da chamada “Solução Final”  (extermínios), colocaram mulheres e crianças judias sérvias em caminhões com dispositivos para morte por gás e os executaram.

         35 – Acusaram o réu de dar ordem para executar judeus.   Ordem que teria sido dada por telefone...   “era ainda mais difícil acreditar que Eichmann estivesse em posição de dar ordem para os Generais do Exército alemão.”

         ...  “ele sempre fora um respeitador de leis, porque as ordens de Hitler, que sem dúvida executou o melhor que pode, possuíam força de lei no Terceiro Reich.

         Um perito em lei da Alemanha de então...   “O comando do Füher... é o centro absoluto da ordem legal contemporânea”.

         36 – Negócio florescente na época.  Himmler enviara um homem de confiança a Budapeste para tratar da emigração de judeus, que pagavam fortuna para deixar a Alemanha.   Compravam a saída.

         37 – Parecer dos psicólogos que examinaram o réu em sua vida pessoal e profissional.   ...”não apenas normal, mas inteiramente desejável...   pelo menos mais normal do que eu fiquei depois de analisa-lo”.

         37 – Parecer do sacerdote que o atendeu na prisão antes do julgamento...   “é um homem de ideias muito positivas”.

         37 – O reu negava ser  antissemita.   Ponderava...   “alguns de meus melhores amigos são antissemitas”.

         38 – Ele nasceu em 19-03-1906 em Solingen na Alemanha.   O pai era contador e teve cinco filhos.   Ele não conseguiu concluir o secundário e dissimulava dizendo que foi por questão financeira da família.

...................................... continua no capítulo 3/20

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

CAPÍTULO 01/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (Julgamento do Nazista) - Autora: Filósofa alemã judia - Hannah Arendt

 

LIVRO – EICHMANN EM JERUSALÉM – Um Relato Sobre a Banalidade do Mal - Autora: Hannah Arendt         - fichamento em outubro de 2020

Capítulo - 01/20

O livro trata do julgamento em Israel de um dos relevantes agentes Nazistas que implementaram o extermínio de judeus. Eichmann fugiu para a Argentina onde viveu por anos e foi sequestrado por Israel e levado a júri naquele país nos anos 60 com repercussão mundial. A autora é alemã, judia, filósofa e esteve na equipe que fez a cobertura jornalística do julgamento. Ela foi professora universitária e escritora. Morava nos USA.

Vamos ao fichamento de leitura em si:

A autora nasceu na Alemanha em 1906, de família judia rica. No ano de 1924 cursava universidade em Berlim. Em 1941 se refugiou para os USA. Foi professora em NY. Publicou vários livros. Faleceu em 1975.

Neste livro na abertura ela faz uma nota ao leitor com data de junho de 1964.

Página 13 – Casa da Justiça em Jerusalém. Entram três juízes. Presença de duas estenógrafas que vão anotando falas. As falas são em hebraico com tradução simultânea para o francês de forma excelente, inglês de forma tolerável e um alemão, uma comédia, muitas vezes incompreensível.

Ela destaca que tantos do povo de Israel são provenientes da Alemanha e é estranho um tradutor tão ruim na língua do réu e da defesa do mesmo.

Numa cabine de vidro, o réu voltado para a plateia.

14 – O presidente do júri: Moshe Landau. Na época, o primeiro ministro de Israel era David Ben-Gurion, o que mandou raptar Eichmann na Argentina para ser julgado em Israel por crimes de guerra.

...” por seu papel na `solução final´ dos judeus. “A justiça exige que o acusado seja processado, defendido e julgado...”

15 - “Em juízo estão os seus feitos, não o sofrimento dos judeus...”

16 – Antes houve os julgamentos de Nuremberg. (logo depois da segunda Guerra Mundial)

16 - Diferente de Nuremberg, aqui eram os judeus julgando o réu que agiu contra seu povo.

17 – É citado no Tribunal que “não fazemos distinções étnicas”... mas a lei rabínica ..... proibindo judeus de casar com não –judeus.”

“Gentios” (não judeus) não tem direito a enterro em cemitérios judeus.

(lembrando que a autora do livro é filósofa judia)

18 – A autora critica a ingenuidade da acusação que denunciou as Leis de Nuremberg de 1935 que proibia casamento e relações sexuais entre alemães e judeus. Logo um judeu denunciar isso, sendo que seu país não aceita casamento com outros povos.

A autora disse que a imprensa internacional (em peso lá) viu isso e fez que não viu. Fez silêncio sobre isso.

18 – “...judeus orientais, por aqueles a quem a historia nunca foram contada”. (A história para eles é o que está no livro sagrado)

19 – Na plateia a grande parte era judeu de meia idade para cima que viveu os fatos e nem precisava de tantas explicações sobre os mesmos. Judeus migrantes da Europa, geralmente.

19 – “Um julgamento parece uma peça de teatro porque ambos começam e terminam com o autor do ato, não com a vítima”. No teatro fica no lugar do herói.

19 – Cita o governador geral da Polônia ocupada pelos nazistas, julgado e enforcado em Nuremberg por crimes de guerra. Hans Frank.

21 – “... a causa possível da prontidão demonstrada pela comunidade judaica alemã em negociar com as autoridades nazistas durante os primeiros estágios do regime nazista”.

22 – A autora reprova o Estado de Israel de então ainda praticando a dicotomia judeus e gentios. (gentios – todos os não judeus).

“Nada mais terrível do que essas procissões de seres humanos marchando como fantoches para a morte”.

24 – A Alemanha criou “tardiamente”, só em 1958 a Agência Central de Investigação de Crimes Nazistas. (A Guerra terminou em 1945)

25 – A autora cita penas leves que antes foram impostas a nazistas ligados às mortes em massa de judeus. Muitos foram condenados a serviços forçados.

Continua no capítulo 02/20