CAP. 06/10 - leitura em janeiro de 2021
Página 129 – “Claude Lévi-Strauss, o maior Antropólogo
cultural do nosso tempo (que já esteve no BR por algum tempo)... reação de repulsa aos estranhos... êmica
... separação espacial (tipo guetos)... reação de “ingerir”. ... fazer dos corpos
algo igual ao do corpo que os ingeriu...
Um tipo de reação ao estranho é de exilar ou aniquilar. A outra, ao contrário é de “digerir” e suprimir
a alteridade do outro.
( A alteridade é o reconhecimento de que existem pessoas e culturas
singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias
maneiras. Reconhecer a alteridade é o primeiro passo para a formação de uma
sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante, onde todas e todos possam
expressar-se, desde que respeitem também a alteridade alheia.)
133 – Item – Não fale com
Estranhos
“Torna-se cada vez mais
fácil misturar a visão dos estranhos com os medos difusos da insegurança”... Como resumiu Sharon Zukin: “Ninguém mais sabe falar com ninguém”.
...”mas no uso
norte-americano comum, a cultura é, antes de tudo, a etnicidade que por sua vez
é um modo legítimo de escavar um nicho na sociedade”. ... implica acima de tudo separação territorial,
o direito a um espaço defensável, espaço que precisa de defesa e é digno de
defesa precisamente por ser separado”.
...”já que há os espaços
onde ninguém sabe falar com ninguém, a meta é estar no nicho seguro onde todos
são parecidos com todos... onde... há
pouco a se falar e a fala é fácil.
...queiram tirar sua
lasquinha da etnicidade e inventem cuidadosamente suas próprias raízes,
tradições, história compartilhada e futuro comum...
... sua cultura separada e
singular... um valor em si mesma...
Cada formação social
promove seu próprio tipo de racionalidade, investe seu próprio significado na
ideia de uma estratégia racional de vida.
Sennett há vinte anos já
citava: ...”as pessoas se tornarem
espectadores passivos de uma personagem política que lhes oferece para o consumo
suas intenções e sentimentos em lugar de seus atos”.
139 – Ao longo dos tempos
as pessoas sempre tiveram dificuldade de lidar com estranhos e o problema
aumenta se os estranhos são estrangeiros.
Isso... “pode muito bem levar a unir o difuso
amontoado de indivíduos atemorizados e desorientados em alguma coisa vagamente
assemelhada a uma “comunidade nacional; e essa é uma das poucas tarefas que os
governos de nosso tempo são capazes de fazer e tem feito.”
A Modernidade como História
do tempo
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144 – Da Modernidade
Pesada à Modernidade Leve
A modernidade pesada foi a
era da conquista territorial. Na versão
pesada da modernidade, o progresso significava
tamanho crescente e expansão espacial.
No tempo das grandes fábricas e da mão de obra por muito tempo no
emprego, o autor compara a um casamento por conveniência entre o capital e a
mão de obra.
Era a conveniência e a
necessidade – raramente de amor... deveriam
permanecer unidas: uma não poderia
sobreviver sem a outra. Quem começava
uma carreira na Ford tinha boa chance de encerra-la na mesma. Já quem inicia uma carreira na Microsoft já
não tem essa tendência. Nas empresas de
tecnologia da atualidade gerentes se ocupam de implementar formas organizacionais
mais soltas e por isso mais adequadas ao fluxo...
...tentativa permanente,
não conclusiva, de formar uma ilha de adaptabilidade superior.... num mundo
percebido como múltiplo, complexo e rápido e, portanto, como ambíguo, vago ou
plástico (maleável...)”.
Em tais condições a ideia
de uma carreira parece nebulosa e inteiramente fora de lugar.
A mudança em questão é a
nova irrelevância do espaço...
Hoje os dados trafegam
quase na velocidade da luz. O longe e o
perto até perdem o sentido nesse tráfego.
Continua
no capítulo 7/10