CAP. 04/05
A volta
para casa. Na volta dela para casa, a
mãe em viagem e o pai em missão. Em
casa, irmãos e governantas. Ela
“reconhecendo” a casa... “as fotos em família em que eu não aparecia”. (profundo para ela)
A casa
dela em Rabat, capital do Marrocos.
Quando ela volta para casa em 1969, o General Oufkir já era desde 1964 o
Ministro do Interior do Rei Hassan II.
O General era influente, respeitado e temido.
“Meus
amigos o pintavam como o inimigo público número 1. A simples menção ao seu nome os congelava”.
Os pais
dela não brigavam mas eram bem diferentes.
Ela teve treta com o pai quando viajaram para a Espanha. Ela teimosa e insubmissa. Blusa sem sutiã, minissaias.
Se
encontrar com um bando de amigos que o pai não aprovava. Fumar escondida do pai e um dia foi
pega. Tinha tudo na mão. Mimada.
Vários
generais foram executados após o golpe frustrado.
Ela
tinha o sonho de conhecer o ator Alan Delon.
Passear com o ator Steve Mac Queen.
O seu destino previsível se não fosse presa.
No
sofrimento, o amadurecimento e a identidade e razão de ser. O golpe dia 10-07-1971. Ocorreu no palácio de Skhirat onde o rei
fazia três dias de festa no seu aniversário de 42 anos.
Soldados
matam no palácio centenas de convidados ilustres presentes na festa. Mais de duzentos mortos. Dez oficiais, entre os quais, quatro
generais, foram depois executados por terem participado do golpe.
O pai
dela tentou junto ao rei um julgamento aos revoltosos mas nada conseguiu.
Mais
poder ao General Oukfir após a tentativa de golpe. Cumulou cargo de Ministro da Defesa e do
Estado Maior das Forças Armadas.
Controlava as Forças Armadas, a Polícia e o Interior.
Pela
primeira vez, o povo questionando o poder divino do rei.
Costume
no Marrocos de não se cozinhar quando alguém de casa morre. O rei mandou comida e ela não aceitou. O rei podia ter prendido elas por rebeldia.
Na
tentativa de novo golpe contra o rei, o pai dela estava envolvido e foi, após o
golpe fracassar, executado. Prenderam
os familiares dele. Prisão domiciliar.
O rei
teria acusado no rádio que a mãe de Malika era a eminência parta dos fatos do
golpe. A família dela foi levada para
o deserto de Assa, perto da fronteira com a Argélia. Casa de chão, três cômodos, colchões no
chão. Água só de baldes.
Antes a
vida era só com roupas de marca e agora, no exílio no deserto as roupas soavam
ridículo.
Base
alimentar da família presa. Pão, azeite
e mel. Carne de cabra.
Ela ouve
rádio de Paris e revive o passado em pensamento.
A mãe
viúva, exilada, aos 36 anos de idade.