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quinta-feira, 17 de março de 2022

CAP. 03/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Autora - Antropóloga e pesquisadora - MIRIAN GOLDENBERG - 2021

 capítulo 03/06

         Para Simone Beauvoir -   “Os trabalhadores intelectuais seriam menos afetados do que os outros pelo declínio fisiológico.   Os criadores teriam, em sua relação com a sociedade, uma singular autonomia”.

         Página 60 – Conquistar a Liberdade

         A autora fala do que seria até um paradoxo das pessoas de certa idade.  Conquistam um poder objetivo (sucesso, dinheiro, prestígio, boa forma física) e de outro lado a “miséria subjetiva” que aparece nos seus discursos – decadência do corpo, gordura, flacidez, medo, solidão...

         A pesquisadora nota nas entrevistadas o medo do envelhecimento do corpo dentro daquele olhar “subjetivo” citado acima.    Elas cobrando a si próprias.

         “As mulheres constroem os seus discursos  matizando as faltas que sentem e não as suas conquistas”.

         Há um abismo entre o lado poderosas e o lado insegurança.

         Entre as entrevistadas já mais velhas, a pesquisadora já nota maior equilíbrio entre o lado poderosa e menos inseguranças.   Elas já se sentem melhores com a condição atual delas.

         “As mulheres mais velhas, em sua maioria, afirmaram que deixaram se de preocupar com a opinião dos outros e passaram a priorizar os seus próprios desejos”.

         Frases recorrentes das mais idosas.    “Hoje eu sou mais livre”.   “Hoje eu posso ser eu mesma pela primeira vez na minha vida”.   “É o melhor momento na minha vida”.

         Fala da autora:      “... a felicidade pode estar nas coisas simples como dar risadas com as amigas, brincar com os netos, caminhar na praia, ler um bom livro, ir ao cinema ou teatro”.

         Elas, nesta fase de mais liberdade, já criados os filhos.    “... não se sacrificam tanto para provar o próprio valor.   Elas estão mais comprometidas com a própria felicidade e menos preocupadas em atender as expectativas e às demandas dos outros”.

         A autora diz:   “É uma verdadeira libertação”.

         Página 69 – O envelhecimento comumente torna elas invisíveis.

         “Ao se tornarem invisíveis para o homem, não precisariam investir tanto na aparência, na sexualidade, na sedução.   Já que não estão mais competindo por homens no mercado, poderiam se concentrar em outros investimentos e cuidados.    “Ser elas mesmas”.

         Almejar a Felicidade

         Ela cita o renomado Sociólogo Zygmunt Bauman (li dele Modernidade Líquida).  Ele destaca para o universo dos idosos dois fatores muito relevantes: segurança e liberdade.   Indispensáveis para uma vida feliz.

         Depoimento de uma professora de 75 anos, aposentada.  Foco na saúde.    “Com saúde, um pouco de dinheiro e bons amigos dá para viver muito bem nas diferentes fases da vida”.

         Já no depoimento de uma arquiteta que vive solteira.  (o lado segurança)

         “Percebi que tudo na vida é frágil demais.  Cansei de tomar sozinha todas as decisões e não ter alguém que me proteja.   Tudo que rejeitei durante toda a minha vida passou a ser o meu maior desejo:   um casamento sólido, seguro, um marido que cuide de mim, filhos que me amem.  Só que agora é tarde demais”.

         Zygmunt Bauman lembra que é muito difícil equilibrar segurança e liberdade.   Ele inclusive cita o filósofo Sócrates.   “Ele não acreditava em uma maneira única de ser feliz”.    Assim sendo, também não há um modelo de Bela Velhice.

         A autora:  “Muitos gostam e querem continuar fazendo coisas que sempre fizeram”.  (e se assim são felizes, tudo bem)

 

 

         Continua no capítulo 04/06

quarta-feira, 16 de março de 2022

CAP. 02/06 - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Projetos de Vida e a Busca da Felicidade - Autora: Antropóloga - MIRIAN GOLDENBERG - 2021

capítulo 02/06

         E mail de uma jornalista.    “... ser tolerante, humildade, praticar exercícios... “

           Aqui a autora do livro – “Sobretudo ler, ler muito, mas preferencialmente algo que leve à reflexão e à mudança positiva do comportamento.   O mais fundamental – buscar um significado elevado para a vida.”

         Idosos pesquisados...   “Eles gostaram, particularmente, da ideia de ter um projeto de vida na velhice”.    “Querem envelhecer do jeito que escolheram livremente e não de acordo com as convenções sociais”.

         ...”fazer suas escolhas mais livremente e priorizar a própria vontade.”

         ...”escolhas livres, não mais imposições sociais ou familiares”.

         A autora: “Aprendi com eles (idosos) que a velhice é (ou pode ser) bela”.    “Não existe um modelo”.

         Pesquisa dela desde 2005 na UFRJ Universidade Federal do RJ. Nome da pesquisa:   Corpo, Envelhecimento e Felicidade.

         Pesquisa com idosos de ambos os sexos, contemplando 1.700  pessoas.   Cita a poderosa Leila Diniz.   Ela deu entrevista ao Jornal O Pasquim em 1969.   Morreu em acidente aéreo em 1972 aos 27 anos.

         A autora cita o Manifesto das Coroas Poderosas.      “...sem vergonha das imperfeições e sem procurar a aprovação dos outros”.   Frase que encerra o Manifesto:   “Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais”.

         Página 40 – Negar a velhice não é o caminho para conviver com a velhice.

         Inventar a Bela Velhice.     A mãe da autora é polonesa e o pai, romeno.  Os pais dela criaram quatro filhos e a mãe dela só pode estudar até o ginásio.   Com esforço da mãe e do pai, ele conseguiu estudar Direito.

         A mãe dela tinha paixão pelo estudo e pelos livros.

         Nosso projeto de vida guarda alguma relação com nosso passado, nossa história de vida.

         “Só assumindo consciente e plenamente, em todas as fases da vida, que nós também somos ou seremos velhos, poderemos ajudar a derrubar os medos, os estereótipos e os preconceitos sobre a velhice”.

         Ela cita vários fundamentos defendidos por Simone de Beauvoir.

         Página 49 -   Encontrar o Projeto de Vida

         Cita Beauvoir e seu livro chamado O Segundo Sexo.   “com O Segundo Sexo aprendi a importância da luta pela liberdade e pela independência econômica feminina, valores que nortearam minha trajetória pessoal desde então.  (ela tinha menos de vinte anos de idade quando leu livro da Simone Beauvoir.

         Já o livro O Velhice, da Beauvoir é bem pessimista em relação aos idosos.   A autora francesa coloca a situação dos idosos, já no tempo dela, na situação de “ignorados, estigmatizados, abandonados”.

         A autora deste livro não ignora a problemática dos idosos no ambiente social, mas busca dar pistas para as pessoas contornarem os obstáculos e conseguirem envelhecer com Dignidade, Liberdade e Felicidade.

         Ela busca caminhos para o idoso conseguir chegar a essa fase de “maneira mais digna, mais plena e mais feliz”.

         O livro A Velhice, da Beauvoir tem 711 páginas.     Ela já sinalizava a importância de se ter um projeto de vida.

         Página 53 -  “Desde muito cedo, somos livres para escolher e construir nosso próprio projeto de vida”.

         Buscar o Significado.       “O significado da vida é único e próprio de cada indivíduo”.

         Ela cita o pesquisador e psiquiatra Viktor Frankl, austríaco que enfrentou campos de concentração na Europa dos anos 40.    “...alertava que a felicidade e  o sucesso só aconteceriam como efeitos colaterais (e naturais) de uma dedicação a uma causa maior do que o próprio indivíduo:  “Não procurem o sucesso.  Quanto mais o procurarem e o transformarem em alvo, mais vocês vão errar.   O sucesso vai persegui-los precisamente porque vocês se esqueceram de pensar nele”.

 

 

                   Continua no capítulo 03/06 

terça-feira, 15 de março de 2022

CAP.01/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - autora - Antropóloga MIRIAN GOLDENBERG - edição 2021

 No aniversário da minha esposa em setembro do ano de 2021, ela ganhou de uma das filhas este livro lançado no ano passado e devidamente autografado pela autora.

         O conteúdo me chamou a atenção e resolvi também ler e destaco que é rico em conteúdo num compacto volume de 156 páginas.

         Vamos ao fichamento              (março de 2022)

         A geração que passou a juventude nos anos 60/70 rompeu com uma série de preconceitos relacionados ao corpo, sexo, família, amor, trabalho etc.

         Agora na fase da velhice, está criando os “sem idade”, não se aposentou de si mesma.  Trabalha, canta, dança, viaja etc.

         Uma verdadeira revolução comportamental e simbólica.

         Desde março de 2015 a autora vem fazendo pesquisa só com pessoas nonagenárias.    “Com eles aprendi que a velhice é bela quando não tentamos congelar nossos corpos, comportamentos e ideias e quando aprendemos a saborear intensamente essa fase da vida, que pode ser o melhor momento de toda a nossa existência.”

         A importância de valorizar o tempo do idoso.   ...”priorizando o que é realmente importante e verdadeiro em suas vidas”.

         As mulheres sentem mais o pânico de envelhecer...

         Velhice – “É o momento em que muitas mulheres se sentem mais livres e felizes pois podem ser elas mesmas”.

         Os medos dos homens -   “... medo do momento da aposentadoria, da impotência e da dependência física”.

         Mais velhos, eles passaram a valorizar o mundo dos afetos:  a casa, a esposa, os filhos, os netos.

         Anseiam ter o cuidado, a compreensão e o carinho dos familiares.

         Além dos projetos que os façam se sentir mais úteis, ativos e produtivos.

         “A velhice tanto pode ser vista como uma fase de medos, perdas e doenças, quanto como um momento de beleza, liberdade e felicidade”.

         Ela constatou três diferentes tipos ideais...    “Denominei os diferentes discursos sobre a velhice de – Velhofobia, Velhoeuforia e Velhoalforria.   (alforria é ganhar a liberdade, digamos)

         “... a bela velhice não é um caminho apenas para celebridades ricas e poderosas.”

         Cita que há casos de pessoas idosas...  “que perderam o medo de envelhecer após lerem o livro”.    A autora dá palestras e recebe elogios calorosos das leitoras dos seus artigos.

         Uma leitora diz:   “O seu livro mudou minha vida”.

         “Se cada um de nós começar, dentro de casa, a escutar com atenção as histórias de seus pais e avós, reconhecer a sua importância e valor, enxergar a beleza de todas as fases da vida, cuidar com carinho e demonstrar admiração e gratidão por tudo o que as pessoas de mais idade representam, não vou mais precisar falar e escrever tanto sobre velhice, não é verdade?”

         ...bela velhice.   “Encontrar  um projeto de vida”.  Buscar o significado da existência.   Conquistar a liberdade, almejar a felicidade, cultivar a amizade, viver intensamente o presente, aprender a dizer não, respeitar a própria vontade, vencer os medos, aceitar a idade e dar muitas risadas”.

         Simone de Beauvoir escreveu o livro A Velhice.   Ela no passado já apontava  algo de relevante para se ter uma boa velhice:   Ter um projeto de vida.   

         A autora do livro que estamos citando, destaca como exemplos de viver bem a velhice, pessoas como Gil, Caetano, Rita Lee e outros.

         Estes não aposentaram de si mesmos, recusando as regras que os obrigariam a se comportar como velhos.

 

 

                   Segue no capítulo 02/06

domingo, 13 de março de 2022

CAP. 09/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor historiador francês PIERRE CHAUNU - edição 1971

capítulo final 9/9 

         A guerra foi consequência da expansão dos americanos para o Oeste avançando pelos territórios mexicanos.

         Após a Guerra da Secessão (1861-1865) nos USA já após conquistado o Oeste, há grande industrialização do país e este consegue excedentes de capital e precisa expandir mercados.   Disputa entre USA e Espanha por Cuba e explode em Havana um navio encouraçado dos USA e este declara guerra à Espanha.   Esta perde a guerra e com ela, pelo Tratado de Paris (1898), há a independência de Cuba e a Espanha tem que ceder Porto Rico e Filipinas aos USA.    (Filipinas, estratégica na Ásia e colônia da Espanha há mais de três séculos...)

         As modalidades de expansão ianque.

         Uma companhia francesa estava executando as obras de abertura à navegação do Canal do Panamá.   Era a empresa de Lesseps.    Em 1903 os USA compraram o direito de completar o canal e deter a posse do mesmo.  Virou uma rota importante de navegação entre o Atlântico e Pacífico na região.   O território onde se localiza o canal pertencia à Colômbia.  Esta teve que “ceder” uma faixa de 10 milhas de cada lado do canal aos americanos.

         As relações dos USA com os países latinos só foi mais cordial nos tempos de Franklin Delano Roosevelt (1933).   Já na eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914), os USA sentiram a necessidade de “unir” em torno de si a América Latina como forma de defesa do seu próprio território.

         A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) fez a Inglaterra perder mercado na América Latina e os USA ganharam mercado nesta região.   Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) era tempo em que a Argentina usava muito carvão inglês.   Com o advento da guerra, ficou prejudicado esse fornecimento.   A Argentina passa a usar milho e trigo como fontes de combustível.     Nesse tempo da Segunda Guerra, a América Latina fica carente de fornecimento de produtos têxteis e maquinários.   Os USA passam a suprir esse mercado e mesmo após finda a guerra, se firmou como fornecedor forte para a A. Latina em detrimento da Europa.

         Durante as guerras o Brasil teve incentivo para expandir as seringueiras para produção de borracha inclusive para artefatos de guerra.

         Conclusão:     Apesar da América Latina apear do domínio europeu e ficar sob o domínio dos USA por assim dizer, na época das guerras, teve chance de iniciar um processo de industrialização, mesmo tendo que contar com apoio de algum capital dos USA.

         O autor destaca no Brasil a icônica Siderúrgica de Volta Redonda instalada no RJ (eixo Rio – SP) num entroncamento estratégico de ferrovias do RJ com MG que era e é fornecedora de minério de ferro em abundância.   Esta grande siderúrgica foi projetada por engenheiros da Mac Kee Corporation dos USA.

         Nos anos 1970 o autor diz que as reservas de minério de ferro de MG só perderiam para as reservas da Rússia e acrescentou que as de MG são de melhor qualidade.

         Destaca o lado da expansão demográfica na América Latina.

         Em 145 anos, até 1960, a A. Latina saiu de 20 milhões de habitantes para 215 milhões.   É o dobro da taxa de crescimento da humanidade no mesmo período.   Ele alega que essa expansão tem ônus mas também traz oportunidades e que administrada com competência tem chance de ser favorável à América Latina.

                                               Fim.              Fevereiro de 2022. 

CAP. 08/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor historiador francês - PIERRE CHAUNU - edição 1971

 capítulo 08/09

         Uma economia complementar da Europa

         Antes da ONU havia a Liga das Nações.   Dados desta:   No exercício fiscal 1929/1930 – exportação de produtos em bruto por:

         Bolívia -   98,8%

         Brasil -  98,0 %

         Argentina – 90%.

         América Latina – campo de exploração do capitalismo da Europa.

         Em 1913, em termos de toneladas de cargas de navios da América do Sul para a Europa e para os USA.

         Para a Europa – seguiam 22,5 milhões de toneladas por ano.

         Para os USA – 4,4 milhões de toneladas por ano.

         No advento da segunda guerra mundial esse perfil mudou.   A América do Sul passa a exportar mais para os USA e menos para a Europa desgastada pela guerra.    Aí é um ponto em que os USA crescem como potencia.

         “América Latina, campo de exploração do capitalismo da Europa”.   Nesta época, 1913, a Inglaterra era uma potência imperial e também uma potência financeira.  (com respaldo de uma forte frota naval)

         A Inglaterra investiu pelo mundo em infraestrutura como o caso de estradas de ferro para agilizar o escoamento de matérias primas e para ela distribuir produtos manufaturados com agregação de valor.    Nessa época (1913)  a Inglaterra tinha investido na Argentina em estrada de ferro e frigoríficos ao ponto do autor dizer que ela se tornou na prática “uma colônia financeira da Inglaterra”.

         “Entre 1907 e 1914, por ocasião da saída em massa do capital britânico para fora de suas fronteiras, quase 250 milhões de libras esterlinas foram para a Argentina e para o Brasil.   O acumulado de investimentos ingleses na Argentina até 1913 era de 320 milhões de libras esterlinas.   Montante aproximado ao aplicado nas colônias inglesas – Índia e Ceilão para a mesma época.   Nestas duas, no período os ingleses investiram 379 milhões de libras esterlinas.

         Na época a França tinha menos acúmulo de capital disponível e optava por aplica-los na Europa.

         “Com 30 bilhões de francos-ouro investidos, as grandes potências da Europa Ocidental tinham conseguido deitar a mão à economia do continente americano.    Estes investimentos não deixaram de fazer perigar a independência das jovens repúblicas das Américas.”

         Em 1862 Napoleão III tentou um plano de comandar o México para reduzir a ascensão americana no continente.   Foi rechaçado pelos mexicanos e pelos USA.

         Em 1902 a Alemanha, Inglaterra e Itália queriam, mediante um bloqueio combinado à Venezuela, impor suas reivindicações, motivadas pela má gestão financeira do governo venezuelano.     Foram dissuadidos pelos USA e seus interesses no caso.  

         Capítulo III  -   “O Terceiro Ladrão – o Tio Sam”.   (primeiro – Portugal/Espanha, segundo, Inglaterra e terceiro, USA)

         “As condições no ponto de partida”.

         USA de colonização inglesa e protestante, diferente da A. Latina de colonização espanhola e portuguesa, católicas.     Os USA por muito tempo ignoraram os latino-americanos.    “...existe todo um complexo de superioridade, ignorância e de desprezo” dos USA pelos latinos.

         Mais adiante o autor cita...    A chamada Doutrina Monroe, de 1823  “que afirmava em termos inequívocos a solidariedade interamericana”.

         Por volta do ano 1800 a frota de veleiros dos USA era a segunda maior do mundo.   Ajudou-os a tomar frente em reforçar as trocas comerciais com a A. Latina.

         A Inglaterra tinha capital para aplicar nos territórios dos seus parceiros e isso os USA não tinham porque os dispêndios foram grandes para eles estruturarem seu vasto território   (a marcha para o Oeste).

         A Inglaterra deu mais um salto com os barcos a vapor e casco metálico.   Maiores, mais seguros e mais rápidos.

         As intervenções Armadas

         Os USA compram a Loisiana de Napoleão I e depois a Flórida, da Espanha, tempo em que esta estava à beira da falência.

         Guerra USA x México.

         México perde a guerra e com isso perde a metade do seu território ficando com ao redor de 2 milhões de km2.  (1848).   Assinam o tratado de Guadalupe Hidalgo.    A guerra foi consequência da expansão dos americanos para o Oeste avançando pelos territórios mexicanos.

         Continua no capítulo final 9/9

sábado, 12 de março de 2022

cap. 07/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor: historiador francês PIERRE CHAUNU - edição 1971

capítulo 07/09

          Getúlio Vargas sufocou os integralistas.    Ao contrário do Brasil, os demais países da A. Latina após a independência alternaram movimentos de anarquia e outros de ditadura.

         A Argentina após a independência ficou por cinquenta anos sem estabilidade política.    Uma das razões foi que o Vice Reino do Prata teve divisão para quatro países independentes: Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.   Atritos de fronteira surgiram em várias ocasiões.

         Na Segunda Guerra Mundial a Argentina tinha simpatia pelas potências do Eixo, os que perderam a guerra.   (Alemanha, Italia, Japão)

         Uruguai e o conflito entre os blancos e os colorados (índios).

         A Bolívia como uma das repúblicas mais agitadas, no período de 1820 a 1898  ...”registraram-se nada menos que sessenta levantes militares; foram promulgadas dez constituições e assassinados seis presidentes”.

         O Equador, desde 1830 teve 12 constituições em oitenta anos.    A Venezuela em oitenta anos teve onze constituições.   A Colômbia, sete constituições desde 1830, por outro lado, até 1903 teve setenta revoluções.

         O México, mesmo perdendo bastante território para os USA (praticamente a metade dos seus 4 milhões de km2) é um país extenso.  No México há uma aristocracia forte e por outro lado, os índios das diversas etnias sempre pressionando por ter seus direitos na proporção de suas populações.    Os campos petrolíferos do México são explorados por companhias americanas e inglesas.    Concentraram renda no México, o que causou revolução que durou anos.   Eclodiu em 1912 e durou vinte e cinco anos.    Luta pela emancipação da população índia e para cessar a espoliação por agentes estrangeiros.    No México em 1938 são expropriadas 19 empresas estrangeiras.      

         “Liberar o país da hipoteca estrangeira, promover um socialismo nacional, síntese mexicana de dados mexicanos, tal é o sentido da Revolução do México, o esforço mais interessante até hoje empreendido na América Latina para resolver de forma original o problema político e social”.

         O autor cita de passagem a Guerra do Paraguai, da qual o Brasil foi parte oponente.  Fala do tanto de gente, inclusive civil, que morreu nessa guerra   (1865 a 1870).

         Capítulo II – A Influência Europeia

         A grande revolução técnica dos anos 1850-1860 com foco na Europa gerou excedente de capital e produção competitiva em escala para disputar mercados fora da Europa inclusive.

         A imigração europeia e sua influência na América Latina.

         Os imigrantes europeus vieram mais para a zona temperada (clima mais frio) da América do Sul.   Sul do Brasil, Argentina  e Uruguai.  Clima mais assemelhado ao da Europa.

         O impacto da revolução industrial na Europa

         Entre 1650 (antes da Revolução Industrial) e 1960, a população da Península europeia cresceu 620%.     Já a população de origem não europeia de 1650 a 1950 cresceu 320%.   Grosso modo, a metade do crescimento da península europeia.

         O maior fluxo de europeus foi para os USA. Entre 1820 e 1930 26.180.000 europeus migraram para os USA.    No mesmo período, migraram para a América Latina 6.000.000 europeus.

         Dois fatores foram apontados como causa disso.    A explosão de população na Europa e a adoção de navios a vapor (e casco metálico) que tornavam as viagens mais rápidas e seguras.

         Outro fator que atraiu europeus para o continente americano foi a abertura de muitas ferrovias no continente, o que facilitava a ocupação das áreas e o intercâmbio comercial.     Nesse período de incremento de ferrovias, muitas foram feitas com capital abundante da Europa, resultante da Revolução Industrial e mão de obra europeia que tinha conhecimento em implantar ferrovias.

         Essas ferrovias valorizaram as terras no Novo Mundo, o continente americano e foi um atrativo grande para as migrações.

         No caso da indústria de carne no pampa argentino, uruguaio, gaúcho, um novo fator ajudou a alavancar a economia.   A partir do ano 1890 a indústria de congelamento permitiu estocagem da carne e impulsionou esse mercado inclusive para exportação.

         Antes da Primeira Guerra Mundial era enorme o contingente de italianos migrando para a Argentina e isso se estancou com a guerra.  Não fosse isso,  a Argentina teria um contingente tão grande de italianos que iria dar outra feição cultural ao país, deixando-o mais italiano do que espanhol.

         Brasil -   Os imigrantes europeus que chegaram à região cafeeira estranharam o clima mais quente e a relação com patrões que ainda tinham um ranço muito forte do período escravocrata que tinha acabado relativamente recente.

         Continua no capítulo 08/09 

quinta-feira, 10 de março de 2022

CAP. 06/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor historiador francês - PIERRE CHAUNU - edição de 1971

capítulo 06/09

 

         Infraestrutura na América Latina -   O sistema de ser explorada pelas metrópoles, Portugal e Espanha, manteve a A. Latina com muitos pobres e poucos ricos que gastavam em produtos elaborados da Europa.   Não teve fôlego quando a Revolução Industrial para aproveitar a maré.   Os poucos de altas posses não tinham tantos recursos para infraestrutura na A. Latina.

         Exemplo: ferrovias.    Nos anos 1960 a A. Latina com mais de 21 milhões de km2 tinha só 90.000 km de linhas férreas de bitola larga.     Os USA neste mesmo período com seus 7,8 milhões de km2 tem 500 mil km de ferrovias de bitola larga.

         Para agravar, a A. Latina é pobre em carvão mineral que foi o padrão de energia por longo tempo e que só mais recentemente vem sendo substituído pelo petróleo e outras fontes de energia.   (O livro é de 1971)

         Fragilidade econômica da A.Latina geralmente interagia com fragilidade política e ensejou várias revoltas e quedas de governos.

         Os que mais conseguiram um sucesso relativo na era da industrialização foram o Brasil, a Argentina e o Chile.   Mais conflituosa foi a América Central.

         Houve entre 1918 e 1929 um período em geral de prosperidade no qual os conflitos se acalmaram na América Latina.

         A A. Latina na era da industrialização no século XX fica na condição de colônia financeira da Europa com destaque para a Inglaterra, França e Alemanha.   As duas guerras mundiais retiram fôlego da Europa e reforçam o poder dos USA.   Isto faz com que este passe a ter hegemonia na exploração da América Latina.

         Capítulo 1 – As Dificuldades Políticas Internas   -   A A. Latina fez suas Constituições com grande semelhança da dos USA e em menor grau, da França.   E nelas, como nos USA, com um poder executivo forte.

         “Mas todo esse aparelho mascara a verdade, porque o país da virtù , noção latina, os homens contam mais do que as instituições”.

         E o autor vai mais longe:

         “As garantias constitucionais não tem fundamento sólido nas estruturas sociais que continuam a ser as mesmas do passado colonial:  a revolução política não as modificou.   Tal como no passado, temos a aristocracia herdeira da conquista e a massa iletrada dos mestiços e dos índios; persiste o hiato de uma classe média”.

         O autor destaca que pode ter sido positivo para o Brasil a monarquia após a independência para manter o regime sem sobressaltos e conflitos.   Passamos de 1822 a 1889 com a monarquia e efetivamente fomos bem menos turbulentos que os países vizinhos.

         Sobre Dom Pedro II – “Culto, inteligente, atento aos seus deveres, desconfiado em face da Igreja Católica...”

         Sofreu pressões da elite que defendia manter a escravatura e Dom Pedro II era contra a escravatura.   Tanto que a escravatura foi extinta em termos legais no BR em 1888 e em 1889 a elite acabou com a monarquia e constituiu a República.

         Dom Pedro II estava em viagem à Europa em 1888 e coube à Princesa Isabel assinar a Lei Aurea que acabou com a escravidão em termos legais.    Nessa época havia 700.000 escravizados no Brasil e a elite ficou furiosa com essa lei.

         O Brasil teria sido beneficiado durante a primeira Guerra Mundial.  Vinha de um período de prosperidade de 1820 a 1929.  Mas em 1929 a crise externa atingiu nossa economia.

         Nos anos trinta no Brasil, crise econômica e o “medo do comunismo” (insuflado pelos USA).    Surgimento no Brasil, da Ação Integralista Brasileira de inspiração fascista.  (de direita).

         Getúlio Vargas sufocou os integralistas.    Ao contrário do Brasil, os demais países da A. Latina após a independência alternaram movimentos de anarquia e outros de ditadura. 

         Continua no capítulo 07/09