Cap. 09/20
O autor destaca a liderança de Roberto Baggio, líder do MST
no Paraná, um dos articuladores da Vigília Lula Livre. (conheci o Baggio em evento concorrido do
MST nas dependências da UFPr Universidade Federal do Paraná aqui em Curitiba,
envolvendo agricultura familiar e Agroecologia com forte presença dos
integrantes do MST que sempre tem o acolhimento da UFPr).
Um dia aparece um grupo de PMs na Vigília dizendo que iriam
fazer os militantes abandonarem o local.
O comandante falava aos gritos com os dirigentes do acampamento. Surgiu entre os acampados um senhor de terno
e disse com voz calma que sem ordem judicial isso não poderia ocorrer. O PM disse que se o pessoal não se retirasse,
iria prender todos. O senhor de terno
então disse – Então pode começar me prendendo.
Só que para me prender, tem que ter ordem de um desembargador.
Tratava-se do juiz federal paulista Edevaldo Medeiros, 47
anos que acabara de entregar a Lula um memorial de apoio da Associação de Juizes
para a Democracia. O PM deu no pé com
seu grupinho de subordinados.
Página 147 – fotos e legenda. Casal de militantes não conseguia
engravidar. Foram na vigília e tempos
depois veio a gravidez. No ultrassom
(foto no livro) o bebê aparece fazendo um L com os dois dedinhos. “Um milagre, disseram os pais”. O pessoal resolveu tratar o assunto com
certa reserva para não virar uma romaria ao local. Na mesma página do livro há a foto de Lula
carregando no colo a bebê que antes aparece no ultrassom. O nome da criança é Maria Luiza e tem inclusive
o nome dos pais dela no texto.
Em que pese todo o período de prisão de Lula, ele era rigorosamente
proibido de receber jornalistas e dar entrevistas.
No final de 2018, o advogado Cezar Britto, ex presidente
Nacional da OAB Ordem dos Advogados do Brasil, requereu o direito dele dar
entrevista na prisão. Alegou à justiça
que até traficantes em penitenciárias de segurança máxima andavam dando entrevistas
e não se poderia negar a Lula esse direito.
Solicitou em juízo e a juíza Gabriela Hardt (desafeta de
Lula) negou o pedido. Lula recorreu ao
STF e o Ministro Ricardo Lewandowski, destacado em sorteio, decidiu pelo
direito de dar entrevista. Só que o
caso no STF ainda tinha que passar pelo plenário e o Ministro Fux e Toffoli
conseguiram segurar o caso até passar as eleições.
Na decisão do STF foi colocada que Lula poderia dar
entrevista a quem ele estivesse de acordo a conceder.
O Diogo Mainardi (do site O Antagonista) e a Revista Crusoé
tentaram mas Lula não os aceitou.
Lula deu entrevista para dois jornalistas. Florestan Fernandes Junior do jornal El País
e à Mônica Bérgamo da Folha de São Paulo.
A entrevista durou uma hora e cinquenta minutos.
O El País mostrou a entrevista pela TV para o Brasil e o
mundo.
O episódio do hacker de Araraquara.
Tudo começou no domingo, dia das mães, 12-05-2019. O Vermelho acessou conversas dos procuradores
da Lava Jato entre si e conversas com o juiz Moro. Deltan Dallagnol, que se postava como
ferrenho na luta contra a corrupção, comprava casinhas populares (ilegalmente)
para fazer patrimônio. Casas estas que
são vendidas para os de baixa renda.
O Vermelho (não por ideologia – pela cor da barba) se chama
Walter Delgatti Neto e estava com 30 anos e estudava direito. Filho de pais separados, vivia na casa da
avó. Ele não chegava a ser um hacker,
mas é bem acima da média em informática e celulares.
Vermelho antes tinha assistido na faculdade uma palestra com
Deltan sobre a Lava Jato. “Vermelho
saiu de lá convencido de que aqueles caras de Curitiba estavam salvando o
Brasil dos ladrões”.
Continua no capítulo 10/20