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terça-feira, 3 de maio de 2022

CAP. 14/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Escritor - Jornalista FERNANDO MORAIS - 2021

 capítulo 14/20

 

         O irmão dele chamado de frei Chico é pelo tipo da careca dele que ganhou o apelido.

         Lula praticamente não conviveu com os avós e ao contrário de muitos nordestinos de sua época, dois dos avós dele chegaram aos oitenta de idade.

         O pai de Lula era trabalhador, mas arranjou outra família quando dona Lindu estava grávida de Lula.   Ele pegou um pau de arara (caminhão com teto de lona na carroceria)   e partiu para São Paulo com a nova companheira, que era prima da esposa dele, uma moça de 16 anos, com quem veio a ter três filhos.

         Dona Lindu teve que lutar muito para criar os filhos.   O pai dele, depois de dar no pé com a outra companheira, ainda voltou para casa e teve mais um filho com a mãe de Lula.

         Dona Lindu ficou com o sítio de dez alqueires da família no Pernambuco.   Quando decidiu vir para o sul, vendeu o sítio (em moeda corrigida para 2021, por 18,6 mil reais).  Viagem de pau de arara (nos bancos de tábua na carroceria do caminhão coberta com lona) por 13 dias e 13 noites para chegar em Santos-SP.     Lula morou em Vicente de Carvalho-SP no litoral paulista.    O pai dele foi estivador no Porto de Santos.    Geralmente carregar e descarregar sacaria de café no porto.   Ele era vaidoso e ia e voltava do trabalho de terno e gravata.   Era analfabeto.  Para disfarçar, andava sempre com um pedaço de jornal debaixo do braço para impressionar os outros.

         Ele conseguia a proeza de carregar numa só vez 3 sacas de 60 kg de café, uma em cada ombro e uma na cabeça.    Era violento e ao menos era trabalhador e não deixava faltar alimentos aos filhos nas duas famílias.

         Regras ditatoriais dele aos filhos.  Filha não podia estudar, namorar, nem dançar.   Ninguém podia fumar.

         Na página 209 tem foto de Lula menino com quatro anos.

         Moraram em São Paulo, no Ipiranga, num cortiço no fundo de um bar com um só banheiro para os clientes do bar e para os moradores do cortiço.

         Lula nascido em 1945, passou todo o ano de 1959 (aos 14) com três peças de roupa:  as calças marrons, uma camisa branca e um calção como cueca.

         Estudava, trabalhava e nas poucas horas de folga, jogava futebol com os colegas operários.

         Ele era uma liderança no futebol pela redondeza e encarava as rixas e tretas do futebol.   Socos e pontapés não eram raros.

         Nos fins de semana, engraxava sapatos para reforçar o orçamento.   TV era coisa rara na juventude de Lula.   Ele só comprou uma TV nos anos 70, já casado.    Os sonhos de consumo mais simples: maçã argentina naquela embalagem de papel azul e os chicletes de bola Ping Pong.

         Aos 15 anos ele conseguiu o primeiro emprego com carteira assinada no Armazém Colúmbia na função de office boy.   Entrou depois na metalúrgica Parafusos Marte.   Já registrado e ganhando salário como aprendiz de torneiro mecânico.

         O macacão de trabalho já dava a ele algum status na redondeza.   No intervalo de almoço no emprego, uma hora, comiam e depois batiam bola no pátio da empresa até a hora do retorno ao trabalho.

         Os aprendizes de destaque da empresa tinham a chance de uma vaga para curso na Escola do SENAI Serviço Nacional de Aprendizado Industrial.  No caso dele, havia três opções de curso e ele optou por Torneiro Mecânico. Curso de três anos em meio expediente e outro meio expediente era na fábrica onde trabalhava.   Dos três anos de SENAI, dois foram numa unidade bem perto de onde atualmente há o Instituto Lula.   O terceiro ano foi em outra unidade da mesma instituição.

         Quando Lula estava próximo de assumir a presidência da república, recorda dos tempos de SENAI.   “Foi o paraíso!  O SENAI foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.  Por quê?   Porque aí, eu fui o primeiro filho da minha mãe a ter uma profissão, o primeiro a ganhar mais que um salário mínimo, o primeiro a ter uma casa, o primeiro a ter carro, o primeiro a ter uma TV, o primeiro a ter uma geladeira”.

         Escola excelente, inclusive com refeições e lanches diários.   A escola também proporcionava práticas de esportes.    “Então era uma coisa grã-fina pra mim”.        ...”passou a ser motivo de orgulho por toda a vida”.

 

                   Continua no capítulo 15/20

segunda-feira, 2 de maio de 2022

CAP. 13/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Escritor - Jornalista FERNANDO MORAIS - 2021

Cap. 13/20

 

         Nem o Ministro da Justiça ficou sabendo que ocorreriam essas prisões decididas por um grupinho de Generais.  O da justiça de então era Ibraim Abi-Ackel.

         Nesse tempo o general “caveirinha” Milton Tavares de Sousa era o comandante do II Exército com sede em São Paulo.

     “Segundo memorando da CIA Central de Inteligência dos USA, Tavares, em relatos aos generais Geisel e Figueiredo, assumiu o assassinato, em apenas um ano, de cento e quatro pessoas consideradas inimigas do governo”.   (citado na página 186 do livro em pauta)

         Foto mostra as impressões digitais do Bolsonaro no DOPS.

         Levantamento da entidade Anfavea (Assoc. Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) alega que as greves teriam causado prejuízos aos fabricantes e à arrecadação de impostos, em valores corrigidos para 2021, de 4,3 bilhões de reais aos fabricantes e deste valor, 1,3 bilhão em tributos.

          Vinham do exterior mensagens do primeiro mundo protestando contra o governo militar por reprimir com violência as greves.    Era uma dor de cabeça a mais para os militares no poder.

         O governo militar ficou com uma birra enorme contra a Igreja Católica, esta que apoiava os operários.

         Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo de São Paulo, enviou carta a entidade alemã pedindo para ela interceder junto à Mercedes e Volkswagen para amenizar a tensão.   O setor não negociava, não dialogava com os trabalhadores em greve e os sindicatos em intervenção pelo governo militar.

     Na ocasião que Lula foi preso, o plano do Exército era prender ao redor de 120 lideranças, incluindo operários, deputados e onze vigários de paróquias católicas.      A prisão de Dallari da USP e o jurista José Carlos Dias deu repercussão que “atrapalhou” os planos dos militares.   Ambos os presos eram advogados de destaque na nação. 

     O Exército violou a correspondência de Dom Paulo no telegrama onde ele pediu apoio à entidade alemã.   Foi cometido pelo governo militar um crime por violação de correspondência previsto na Constituição vigente.

         Logo em seguida, dado ao mal estar que causou a prisão dos advogados, soltaram estes e outros, mantendo presos os dirigentes do sindicato dos metalúrgicos do ABC, o que incluía Lula.

         Foram os presos dessa leva enquadrados na LSN Lei de Segurança Nacional.   Prenderam na ocasião inclusive o presidente do Sindicato dos Bancários, o Luiz Gushiken.

         A intelectualidade e artistas em peso enviaram mensagens de protesto ao governo e de apoio aos operários e suas lideranças presas.

         Em uma lista enorme (citada na página 198)  que protestaram como Fernanda Montenegro, Fernando Henrique Cardoso, Hélio Bicudo, Juca de Oliveira, Paulo Autran, Raymundo Faoro, Rogerio Cezar Cerqueira Leite.

         A Marinha emitiu nota mostrando que a ação foi inadequada (as prisões em massa) e o próprio ministro da Justiça acusou “erro na execução das ações”.

         Diz o autor:   “Entregaram os presos nas portas do DOPS sem seus responsáveis saberem do que se tratava”.   Tudo foi feito por entidade do Exército, em sigilo.

         As prisões foram feitas pelo DOI CODI, órgão subordinado ao comandante do II Exército, general “caveirinha”.     O DOPS ficava na Rua Tutoia – sede do DOI CODI.

 

         Capítulo 9 -   “Depois de uma infância cruel, morando em lugares degradantes, Lula recebe a chave do paraiso: o diploma do SENAI Serviço Nacional de Aprendizado Industrial”.   (onde cursa para torneiro mecânico)

         Fez curso de Torneiro Mecânico.    Natural do distrito de Caetés, distante 18 km da sede do município de Garanhuns-PE.     Migraram para São Paulo com a mãe, dona Lindu, quando Lula tinha sete anos.   Lula tinha mais sete irmãos e vieram do Nordeste a São Paulo como tantos, de “pau de arara”, ou seja, na carroceria de caminhão coberta com lona e com bancos de madeira improvisada.    Lula estava entre os mais novos dos irmãos.

 

         Continua no capítulo 14/20 

domingo, 1 de maio de 2022

CAP. 12/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS - 2021

 Cap. 12/20 

         Muitos artistas e intelectuais apoiando o movimento grevista. Iriam promover um mega show beneficente no então famoso Estádio de Vila Euclides (em Santo André), local que era muito usado para assembleias do sindicato. Em assembleias dos metalúrgicos naquele estádio, chegaram a ter ao redor de cem mil operários presentes.

         Dezenas de artistas famosos (todos citados nominalmente no livro, dentre eles Chico Buarque, Gal Costa, Martinho da Vila e muitos outros).   Os Mestres de Cerimônia no show seriam o Cartunista Ziraldo e a Atriz Bete Mendes.    A Polícia Federal vetou o show e por isso foi cancelado.

         Quatro dias depois de frustrado o show beneficente, morreu em acidente em Ilha Bela-SP o delegado Sergio Fleury, criador e chefe do esquadrão da morte em São Paulo.   Ele era acusado de torturar até a morte dezenas de operários e políticos presos políticos pela ditadura.

         O SNI Serviço Nacional de Informações suspeitou que uma forte entidade sindical da Alemanha teria enviado doação em dinheiro para ajudar os grevistas.   O centenário sindicato alemão IG Metall teria colaborado com a causa dos grevistas do ABC.   Este sindicato alemão tem dois milhões de filiados.

         Dois jovens operários brasileiros tinham sido enviados à Europa pela Pastoral Operária da Igreja Católica em busca de ajuda.    Trouxeram em dólar, vinte mil de doação de um sindicato da França.  Entregaram a doação ao Dom Claudio, bispo de Santo André.    Os dois jovens operários sofreram forte repressão no Brasil de então e depois foram Ministros do governo Lula.  Um deles é o gaúcho Miguel Rossetto e o outro é o londrinense Gilberto Carvalho.

         Lula e os outros dirigentes sindicais cassados continuavam se reunindo em igreja da diocese de Santo André e comandando os operários na luta por melhorias e irritando a ditadura militar vigente.

         As assembleias dos metalúrgicos continuavam a ocorrer no Estádio de Vila Euclides.     Cassados os dirigentes, prenderam Lula num sábado que teria mais uma assembleia no local.

         A líder estudantil Beá – Beatriz Tibiriçá, assistente de gabinete do deputado Geraldinho que pousava na casa de Lula junto com a família de Lula e Frei Betto, que já esperavam que a prisão estava para ocorrer.   Estavam de prontidão para, havendo a prisão, comunicar a imprensa em geral daqui e de fora do país para denunciar a prisão política e a repressão.

         Lula foi preso por militares à paisana.  Deu medo porque o irmão dele, Frei Chico (apelido de frei), foi preso antes no DOI CODI cinco anos atrás e foi torturado por ser do Partido Comunista e lutava pela causa operária e pelo restabelecimento da democracia.

         Numa perua Caravan Lula foi levado preso, escoltado por seis pessoas armadas.    Ficou com medo de ser levado à tortura.

         Ouviram pelo rádio do carro a notícia da prisão de Lula e ao menos já era público o fato e diminuiu um pouco a insegurança dele.     O estado prende um cidadão e nessa condição, tem que responder pela integridade do mesmo.

         Já que Lula foi levado preso, informaram Dom Paulo Evaristo Arns (Cardeal Arcebispo de São Paulo) e ele divulgou o fato à imprensa.   Ao ouvir a notícia, o motorista da Caravan disse:    -“Esse bispo filho da p... tinha que se foder”.

         Se mostrou importante ter os apoiadores pousado na casa de Lula para saberem que ele foi preso e avisarem a imprensa, como de fato ocorreu.

         Capítulo 8 -  A Marinha viola a correspondência da Cúria de SP e revela que o Cardeal Arns pediu à igreja alemã apoio aos operários em greve.  Lula foi preso no prédio do DOPS perto da estação da Luz na capital.   Prédio da estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana.  Prédio projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo.

         Em outra ocasião o Frei Betto, da ordem dos Dominicanos, também foi preso político pela ditadura militar.

         Ao chegar à prisão, Lula constatou que não foi só ele.   Os demais diretores do Sindicato dos metalúrgicos do ABC também estavam presos, entre eles, o irmão de Lula, o frei Chico.

         Lula ficou assustado quando viu entre os presos, dois destacados advogados – José Carlos Dias – Jurista e Presidente da Comissão de Justiça e Paz da Diocese de São Paulo.   Também preso, Dalmo Dallari, Professor Titular da USP e um dos fundadores da Comissão de Justiça e Paz da Diocese.    Notou que até o semblante do Diretor do DOPS, o delegado Romeu Tuma, estava fechado.   Tuma era sempre visto sorridente e bem humorado.  Neste dia, não. 

         O governador Paulo Maluf só ficou sabendo das prisões desse dia pela notícia de rádio.    Nessa ocasião o presidente da república era o General João Batista Figueiredo.

         As greves tomaram envergadura que as autoridades passaram a tratar como assunto de âmbito federal.   Nem o Ministro da Justiça ficou sabendo que ocorreriam essas prisões decididas por um grupinho de Generais.  O da justiça de então era Ibraim Abi-Ackel.

         Nesse tempo o general “caveirinha” Milton Tavares de Sousa era o comandante do II Exército com sede em São Paulo.

 

        

 

Continua no capítulo 13/20

sábado, 30 de abril de 2022

CAP. 11/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS - 2021

 Cap. 11/20 –

 

 fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor Jornalista FERNANDO MORAIS

Cap 7 - Jardim Lavínia, abril de 1980. Com a polícia na porta para prende-lo, Lula ruge: - Estou dormindo, porra! Eles que se fodam!

Na noite anterior, o casal Lula e Marisa jogaram baralho com dois amigos, um deles, o Frei Betto. Jogando e tomando vinho popular.

Dois dias antes, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que então era presidido por Lula, sofreu intervenção federal e todos os diretores foram destituidos. Antes houve greves de até 140.000 trabalhadores do ABC. Área que inclui São Bernardo e Diadema.

Nesse tempo Lula e família moravam numa casa de 33 m2 em São Bernardo do Campo-SP. Na defesa dos dirigentes metalúrgicos, o Jurista José Carlos Dias, presidente da Comissão de Justiça e Paz. Lula era conhecido de José Calos Dias desde 1975.

Pouco antes da intervenção no sindicato, Lula percebeu que era seguido por policiais à paisana. Depois descobriu que os policiais eram da inteligência militar do Exército e da Marinha. Era tempo da Ditadura Militar.

Frei Betto na época era o responsável pela Pastoral Operária na Diocese de Santo André. O PT tinha sido criado dois anos antes e Lula presidia além do Sindicato, também o PT que ajudou a criar.

"Fosse a serviço dos patrões ou do governo, a polícia tinha motivos de sobra para querer tirar Lula de circulação". Três semanas de greve dos metalúrgicos, dentre estes, multinacionais atingidas como Volkswagen, Ford, General Motors, Mercedes, Scania e da nacional Aços Villares.

Eram tempos do General Newton Cruz no SNI Serviço Nacional de Informações. Produzir relatórios ultra secretos que nem o temido DOPS, que fazia prisões por motivos políticos, tinha conhecimento.

As greves do ABC começam a desencadear greves em municípios como Campinas, Taubaté, Sorocaba, Piracicaba etc. Acendeu a luz vermelha da Ditadura Militar e era tempo de governo de SP por Paulo Salim Maluf. Este que era do partido que apoiava a ditadura.

O TST Tribunal Superior do Trabalho declarou a greve ilegal e liberou na prática a repressão pesada. Ao invés de afrouxar a greve, ela se espalhou mais ainda e ficou mais forte.

"Pelas contas do governo, quase meio milhão de trabalhadores paulistas estavam de braços cruzados. Metade dos operários com carteira assinada do Brasil de então".

Grevistas enfrentando cavalaria, tropas de choque da PM. Muitos feridos dando entrada em hospitais. Um dos líderes grevistas era o pequeno "Ratinho", o pernambucano José Dilermando, empregado da Ford.

O Bispo da Diocese de Santo André nos tempos das greves era Dom Cláudio Hummes que apoiava a luta dos trabalhadores.

Em 2021 Dom Cláudio passou a servir no Vaticano onde preside o Conselho Internacional da Catequese.

Greves longas, salário cortado e começava a faltar alimentos para as famílias dos grevistas. Dom Cláudio Hummes articulou um fundo para socorrer os grevistas nas necessidades mais prementes. Ele é da Ordem dos Franciscanos. A Diocese de Santo André de um lado fazia limite com o Bairro paulista do Ipiranga e se estendia até a Serra do Mar, abrangendo Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. (eu, leitor, na época era jovem e residia em Mauá-SP e tinha parentes metalúrgicos).

Na época, região com 1,6 milhão de habitantes e cem paróquias.

Dom Cláudio, um gaucho com 45 anos na época. Comandava um a diocese de Santo André que abrangia vários municípios que tinham o PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a 10% do PIB do Brasil.

Os operários estavam num nível de organização mais adiantado, comparativamente ao período pós 1964 quando começou a Ditadura.

Houve uma campanha de solidariedade aos grevistas que movimentou gente no Brasil afora. Caminhões e caminhões chegavam carregados de doações de alimentos até os postos de coleta. Muitos artistas e intelectuais apoiando o movimento grevista. Iriam promover um mega show beneficente no então famoso Estádio de Vila Euclides (em Santo André), local que era muito usado para assembléias do sindicato. Em assembleias dos metalúrgicos naquele estádio, chegaram a ter ao redor de cem mil operários presentes.

 

 

continua no capítulo 12/20

quinta-feira, 28 de abril de 2022

CAP. 10/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor - Jornalista Fernando Morais - 2021

 Cap. 10/20 –

 

fichamento do livro LULA - BIOGRAFIA volume 1. Autor jornalista Fernando Morais

Vermelho sabia que o aplicativo Telegram tem fragilidade para acessos espúrios. Ele conseguia jeito de acessar a conta de quem quisesse. Ia acessando famosos, políticos.

Quando ele descobriu as falcatruas da turma da Lava Jato, entrou em contato com a candidata a Vice de Haddad, a Jornalista gaucha Manuela D' Ávila e ela lhe indicou como caminho para ele encaminhar o material, o jornalista americano Glenn Greenwald do site noticioso The Intercept Brasil.

Glenn, 52 anos, jornalista já tinha renome internacional ao conquistar um Prêmio Pulitzer quando atuava no jornal britânico The Guardian. A série de reportagens premiada foi abrir segredos da NSA National Security Agency, o mais poderoso orgão de segurança dos USA.

Glenn usou seu site The Intercept Brasil e foi editando por etapas o maior vazamento de informações já ocorrido no Brasil com tanta relevância. No resumo, mostrava o conluio entre os procuradores da Lava Jato com o juiz Moro para prejudicar o ex presidente Lula. A série de reportagens foi apelidada de Operação Vaza Jato e teve mais de cem etapas entre junho de 2019 e março de 2021.

Para evitar represália, Glenn se articulou com os grandes veículos de comunicação do Brasil como a TV Bandeirantes, Folha de São Paulo, Portal UOL, Revista Veja, Jornal El País e outros.

Pela forma que Vermelho atuou, ficou seis meses preso no presídio da Papuda em Brasilia. Segundo a PF Polícia Federal,Vermelho conseguiu subtrair da Lava Jato algo como sete terabytes, o equivalente a 45 milhões de páginas de documentos.

Nessa o Ministro do STF Edson Fachin declarou que a 13ª Vara (do Juiz Moro) não era competente para decidir sobre a Lava Jato. (08-03-2021). E anulou todas as condenações que Moro tinha proferido na Lava Jato e Lula é libertado e tem de volta seus direitos políticos.

No outro dia, Gilmar Mendes declara o Juiz Moro suspeito por haver tomado as decisões no caso de Lula, tornando-as nulas. Em novembro de 2019 o STF decide que todo reu só viria a cumprir pena após a utilização de todos os recursos jurídicos cabíveis.

Na hora de libertar Lula, o Superintendente da PF se reuniu com o Chefe da PM do Paraná e queriam levar Lula para o teto do prédio da PF que tem um heliporto e de lá mandar Lula em helicoptero até o aeroporto Afonso Pena e de lá embarcá-lo para São Paulo. Eles não podiam tomar essa decisão. O chefe da carceragem Chastalo, que era o responsável pelo processo de soltura do preso foi enfático:

-"O mandado determina que o preso seja colocado em liberdade. Minha responsabilidade é abrir a porta da cela, acompanhá-lo até o andar térreo e abrir a cancela de saída. Isso feito, ele vai para onde quiser."

Há fotos da festa que foi a soltura de Lula (eu leitor, estava lá na ocasião). Era um momento histórico.

Lula foi carregado pelo povo até a Vigília para seu esperado discurso. Era um coro enorme: "Lula livre, Lula livre".

A soltura ocorreu por volta das 18 h do dei 08-11-2019, uma sexta feira.

No final do discurso, ao ser liberado, Lula diz... "Quero apresentar pra vocês uma pessoa de quem já falei, mas que nem todos conhecem. Quero lhes apresentar minha futura companheira. Vocês sabem que eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada e ainda ela aceitar casar comigo. É muita coragem dela".

Beija a namorada e sai de lá candidato a presidente.

continua no capítulo 11/20

sexta-feira, 15 de abril de 2022

cap. 09/20 - fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 -- Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS - edição 2021

Cap. 09/20

         O autor destaca a liderança de Roberto Baggio, líder do MST no Paraná, um dos articuladores da Vigília Lula Livre.   (conheci o Baggio em evento concorrido do MST nas dependências da UFPr Universidade Federal do Paraná aqui em Curitiba, envolvendo agricultura familiar e Agroecologia com forte presença dos integrantes do MST que sempre tem o acolhimento da UFPr).

         Um dia aparece um grupo de PMs na Vigília dizendo que iriam fazer os militantes abandonarem o local.   O comandante falava aos gritos com os dirigentes do acampamento.   Surgiu entre os acampados um senhor de terno e disse com voz calma que sem ordem judicial isso não poderia ocorrer.  O PM disse que se o pessoal não se retirasse, iria prender todos.   O senhor de terno então disse – Então pode começar me prendendo.  Só que para me prender, tem que ter ordem de um desembargador.

         Tratava-se do juiz federal paulista Edevaldo Medeiros, 47 anos que acabara de entregar a Lula um memorial de apoio da Associação de Juizes para a Democracia.     O PM deu no pé com seu grupinho de subordinados.

         Página 147 – fotos e legenda.     Casal de militantes não conseguia engravidar.   Foram na vigília e tempos depois veio a gravidez.  No ultrassom (foto no livro) o bebê aparece fazendo um L com os dois dedinhos.   “Um milagre, disseram os pais”.    O pessoal resolveu tratar o assunto com certa reserva para não virar uma romaria ao local.    Na mesma página do livro há a foto de Lula carregando no colo a bebê que antes aparece no ultrassom.  O nome da criança é Maria Luiza e tem inclusive o nome dos pais dela no texto.

         Em que pese todo o período de  prisão de Lula, ele era rigorosamente proibido de receber jornalistas e dar entrevistas.

         No final de 2018, o advogado Cezar Britto, ex presidente Nacional da OAB Ordem dos Advogados do Brasil, requereu o direito dele dar entrevista na prisão.   Alegou à justiça que até traficantes em penitenciárias de segurança máxima andavam dando entrevistas e não se poderia negar a Lula esse direito.

         Solicitou em juízo e a juíza Gabriela Hardt (desafeta de Lula) negou o pedido.  Lula recorreu ao STF e o Ministro Ricardo Lewandowski, destacado em sorteio, decidiu pelo direito de dar entrevista.   Só que o caso no STF ainda tinha que passar pelo plenário e o Ministro Fux e Toffoli conseguiram segurar o caso até passar as eleições.

         Na decisão do STF foi colocada que Lula poderia dar entrevista a quem ele estivesse de acordo a conceder.

         O Diogo Mainardi (do site O Antagonista) e a Revista Crusoé tentaram mas Lula não os aceitou.

         Lula deu entrevista para dois jornalistas.  Florestan Fernandes Junior do jornal El País e à Mônica Bérgamo da Folha de São Paulo.    A entrevista durou uma hora e cinquenta minutos.

         O El País mostrou a entrevista pela TV para o Brasil e o mundo.

         O episódio do hacker de Araraquara.    

         Tudo começou no domingo, dia das mães, 12-05-2019.  O Vermelho acessou conversas dos procuradores da Lava Jato entre si e conversas com o juiz Moro.   Deltan Dallagnol, que se postava como ferrenho na luta contra a corrupção, comprava casinhas populares (ilegalmente) para fazer patrimônio.   Casas estas que são vendidas para os de baixa renda.

         O Vermelho (não por ideologia – pela cor da barba) se chama Walter Delgatti Neto e estava com 30 anos e estudava direito.   Filho de pais separados, vivia na casa da avó.   Ele não chegava a ser um hacker, mas é bem acima da média em informática e celulares.

         Vermelho antes tinha assistido na faculdade uma palestra com Deltan sobre a Lava Jato.    “Vermelho saiu de lá convencido de que aqueles caras de Curitiba estavam salvando o Brasil dos ladrões”.

         Continua no capítulo 10/20


quinta-feira, 14 de abril de 2022

CAP. 08/20 - fichamento do livro: LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS - EDIÇÃO 2021

CAP. 08/20 

         Consta aqui no livro que o 03 (Eduardo Bolsonaro) foi escrivão de polícia.   Há foto, no auge da campanha daqui, do Eduardo em Nova Iorque em foto  ao lado do controverso Bannon.   Este que dirigia o Breitbart News, site de extrema direita financiado e difundido por neonazistas, supremacistas brancos, antissemitas e nacionalistas radicais.  

         Bannon se envolveu com a empresa Cambridge Analytica “de perfis pessoais do Facebook para traçar eleitores e influenciá-los virtualmente a votar em Trump”.    Bannon foi destacado por Trump como estrategista da campanha dele.

         Eduardo Bolsonaro foi lá aprender os truques do Bannon para turbinar a campanha daqui com base em artifícios de disparo em massa de campanha de forma torta pela lei eleitoral.

         Walter Delgatti, estudante de direito de Araraquara SP invade os celulares dos cabeças da Lava Jato  “e entrega a farsa de Moro e procuradores ao site de notícias The Intercept Brasil.    “Como resultado do seu trabalho, o STF desmonta a ‘república de curitiba’, degola Sergio Moro, anula os processos da força tarefa e põe Lula em liberdade”.    (página 133)

         Na página 134 da edição que estou lendo, há um discurso de Bannon colocando com todas as letras o conservadorismo e posturas supremacistas dos americanos, além da xenofobia, o racismo e tudo o mais.

         Disse que na campanha do Trump tinha que ser defendido esse conjunto de “valores” da direita para ele ganhar a eleição.   Tiveram sucesso.

         Trump subia nas pesquisas e sempre insinuando que iriam fraudar as eleições na qual ele finalmente foi eleito.    E foi um mar de fake News a campanha dele.

         Para Bolsonaro naquela campanha, ele colocava adversários como “comunistas pedófilos...” uma corja que merecia ser fuzilada.    Entre o primeiro e o segundo turno da eleição, a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia de Campos Mello  “publicou uma reportagem especial denunciando o que estava por trás da vertiginosa campanha de Bolsonaro na internet.   A manchete principal do jornal:   “Empresários bancam campanha contra o PT no WhatsApp”.

         O 02 (Carlos Bolsonaro) era um dos pivôs dessa manobra ilegal no WhatsApp.    A Patrícia já tinha investigado esse tipo de campanha ilegal pela internet pela direita no exterior.  Acompanhou a eleição na Índia que elegeu o populista Narendra Modi e a dos USA que elegeu o direitista Trump.    Ambos usaram de forma irregular a internet.

         Patrícia provou inclusive com documentos (orçamento de oferta de serviços) de uma empresa aqui no Brasil, no valor de R$.8,7 milhões de reais, oferecido a Alkmin para “desmoralizar os adversários”.   O serviço ofertado prometia alcançar 120 milhões de eleitores.

         O PT de Haddad na campanha do segundo turno deu uma guinada na propaganda e esta não agradou Lula.    Este que quis saber quem deu a ordem para essa guinada.   Não apareceu um patrono da ideia.  No livro o autor diz:  “Filho feio não tem pai, diz o ditado popular”.

         Após a derrota do PT na eleição, Lula perde pessoas queridas.  Um deles, de câncer, Sygmaringa Seixas.   Depois, o irmão mais velho, Vavá, aos 79 de idade, diabético e sofria câncer.    Lula tinha o direito por lei de ir ao sepultamento do irmão Vavá mas não conseguiu.   Não foi liberado.

         No STF, Dias Tófoli, nomeado por Lula, deu uma autorização em Habeas Corpus inusitado:   para Lula ir até uma Base Militar em SP e para levarem o defunto até a base para Lula velar o morto.    Seria o caso insólito do morto ter que ir até a pessoa que iria velar o falecido.

         Lula não aceitou essa condição absurda e ficou sem poder se despedir do irmão.

         Depois dessa, veio a morte do neto Arthur de sete anos.   Lula ficou inconsolável.  Diz:  “O normal é que fosse eu, que tenho setenta anos, mas uma criança como o Arthur, que nem começou direito a viver?”

         Desta vez a justiça foi mais ágil e arranjou meios de Lula ir ao velório do netinho em São Bernardo do Campo-SP.    Esse direito do preso a ir a velório de parentes próximos está expresso no artigo 120 da Lei de execuções penais.   Direito de todo preso.

         Cemitério cercado de policiais e três helicópteros sobrevoando o túmulo do garoto na presença de Lula.

         Notícia de Moro sendo escalado para Ministro de Bolsonaro.  Moro com 22 anos de magistratura.

         Paulo Guedes foi no passado integrante da equipe econômica na ditadura do General Pinochet no Chile.

 

         Continua no capítulo 09/20