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domingo, 5 de junho de 2022

CAP. 02/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 02/20

 

         Anita é recebida por Inder Singh, emissário do rajá.

         Ela residia em Madri quando foi pedida em casamento pelo rajá.

         Inder, o mesmo que um dia foi até a casa de Anita entregar uma carta de amor do rajá, o que mudou a vida dela.

         Em Bombaim, estão a uns dois mil quilômetros do reino do rajá.  Uma viagem de trem e depois mais duas horas de carro até o palácio do rajá.

         O Hotel Taj Mahal em Bombaim é em estilo vitoriano, projetado por um arquiteto francês.    Em 1904 o hotel com “elevadores elétricos”, orquestra permanente.   No hotel, lojas com sedas e outros itens de luxo.  O único de alto padrão de Bombaim que abre a todos os públicos.  Os outros de luxo só abrem para os brancos.

         Capítulo 3 -   Vacas andando pela cidade.   Como se sabe, são animais sagrados para o povo da Índia.    E os rickshaws, aquelas bicicletas com banco para dois passageiros atrás.     Andando pela cidade, um muçulmano fala sobre as vacas:   “Nós as comeríamos de boa vontade, mas para os hindus, a vida de uma vaca vale mais que a de um homem”.

         Bondes de dois andares – herança britânica – em Bombaim em 1904.

         Em 1904 o indiano natural de Bombaim, Rudyard Kipling ganhou o Prêmio Nobel de literatura.

         A Índia foi destaque também na produção de seda e tecidos de seda e de outros materiais.

         A cidade de Bombaim que Anita vê:  “Muito rica e muito pobre”.

         Sobre as Torres do Silêncio  num lugar alto de Bombaim.   Lugar de orações “onde os parses celebram seus ritos funerários”.    Seguidores de Zaratustra ( o zoroastrismo) um sacerdote do leste da antiga Persia... uma das religiões mais antigas da humanidade.

         No passado remoto, os parses, reprimidos na Pérsia pelos muçulmanos, migraram para a Índia.    Os parses não enterram nem cremam seus mortos.  Colocam os mortos de forma ritual sobre os mármores das Torres do Silêncio e em instantes, abutres e corvos os devoram.   Assim, na crença deles, a pessoa retoma nova vida daí em diante.

         Há pessoas exclusivas para o rito de recolher os ossos dos defuntos e lança-los ao mar.

         Anita teve um desmaio no restaurante do hotel em Bombaim.   Examinada pelo médico, o diagnóstico:   ela estava grávida.    Foi do caso que teve com o rajá em Paris.      E isso explica o enjoo que teve a viagem toda, mesmo em tempos de mar calmo.

         Ela imagina o quanto o pai iria ficar decepcionado se soubesse da aventura da filha antes do casamento.   Ele obcecado pela honra da família.

         Ela lembra do veredito do pai:   “Se não tem casamento, não tem Anita”.

         O pai de Anita sempre foi muito pobre.    Houve na Andaluzia anos de problemas de clima e de pragas nas lavouras e agravou a pobreza do povo.

         O rei foi lá em solidariedade mas ficou por isso mesmo.   A família Delgado, de Anita, tinha um Café na cidade e foram ficando sem clientes e decidiram vender o estabelecimento e migrar para Madri.

         Em Madri, o pai procurando emprego.  Anita conseguiu aulas de dança de graça.    “Ensaiavam diariamente sapateado e castanholas e o faziam escondidas do seu pai...”

         Um Café Concerto estava contratando bailarinas como figurantes e foram recrutar na escola onde Anita e a irmã Vitória eram alunas.    Foram convidadas a atuar por contrato, mas o pai delas ficou muito furioso.   A mãe ponderou que o dinheiro deles estava no fim e o emprego das filhas era uma necessidade.   Assim foi e estas passam a sustentar a família em Madri.

         No caso da gravidez, a mãe aceitaria.   Faria um drama, mas aceitaria.  “Era uma mulher prática e resignada, cansada de lutar contra a miséria”.

         Capítulo 5 -     Anita está há cinco meses do parto (já na Índia), longe da mãe e da irmã.    Tem medo de ser rejeitada pelo rajá.

         “A única coisa que tem certeza de verdade é do amor incondicional de seu pai, porém ela o traiu.   Por isso não consegue dormir”.

         Casamento  do rei da Espanha com uma nobre inglesa.  Ele, Alfonso XIII.   Entre os convidados ilustres, desfilava sua alteza o rajá Jagatjit Singh do reino de Kapurthala.

         À noite no Café, Anita e a irmã iriam se apresentar no palco entre os espetáculos da casa.      ... saia curta, armada, cor de fogo...

         Anita, a irmã e a mãe num almoço num hotel chique a convite do rajá que assistiu a dança dela.  Ele fala seis idiomas.  Tinha viajado pelo mundo afora e era 18 anos mais que os 17 de Anita.

        

                            Continua no capítulo 03/20

sexta-feira, 3 de junho de 2022

CAP. 01/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 

PAIXÃO ÍNDIA            02-06-2022

 

CAP. 01/20

 

Este livro foi escrito por um antropólogo e escritor que se baseou em episódios históricos para elaborar um romance no qual uma jovem espanhola se casa com um rajá da Índia.   Ano 1908, perto do final da presença do império britânico sobre a Índia.

         Noiva espanhola Anita Delgado, de 17 anos, bailarina.     Conhece o rajá que se apaixonou por ela e a encheu de joias e demais presentes.  Ele é o marajá do reinado de Kapunthala, um dos tantos pequenos reinos existentes na Índia.   Marajá vem de grande rajá.

         Segundo costumes da região do marajá, ele já tem três esposas e Anita passaria a ser mais uma esposa.   Trata ela de forma especial mas isso a afasta mais do convívio com as outras esposas dele.

         Primeira parte -    A vida é um conto de Fadas.

         1907 -   Navio de passageiros saído de Marselha, na França, com escalas antes de chegar na Índia e depois da Índia seguirá até Saigon no Vietnã.

         Até a Índia, são quatro semanas  de viagem.   O piso do navio em certo ambiente é de madeira de teca (madeira leve e duradoura), muito comum em embarcações.     (a planta chegou a ser cultivada no Noroeste do Paraná).

         Anita viaja com sua dama de companhia, a quarentona Madame Dijon e Lola, a criada, uma malaguenha.

         Anita viaja no compartimento nobre do navio sob custeio do rajá, seu noivo.   Na terceira classe do navio, muitos peregrinos muçulmanos regressando da visita a Meca, a cidade sagrada deles.

         Anita tem bastante enjoo na viagem.   Para ela, os enjoos duraram a viagem toda.

         Todos no navio sempre de olho em Anita, uma jovem atraente.   Ela fala um francês com sotaque andaluz, que é a sua origem.    Na véspera da chegada a Bombaim  (atual Mumbai) elas são convidadas para jantar com o capitão do navio, com direito a música ao vivo.   Todos curiosos sobre o destino da viagem dela.

         Ela diz que vai visitar amigos em Delhi, capital da Índia.   Era uma mentirinha.

         Ela desembarca em Bombaim (hoje Mumbai, cidade da Índia que conheci em viagem de dez dias há três anos).

         Anita gosta de contar a verdade, mas o rajá a orientou a guardar segredo sobre a viagem.   E mesmo se pudesse, como dizer a verdade?   Que iria se casar com um rei?   Um rajá.

         Casou no civil no bairro Saint Germain em Paris com o rajá.   Um casamento sem convidados.  Só mesmo o rito formal de um casamento no civil para cumprir requisitos dos pais da noiva, preocupados com a reputação.

         Os pais de Anita no começo do namoro não aceitavam o casamento, mas a mãe dela foi aceitando pelo tanto de presentes que a noiva ia ganhando.

         Mãe de Anita, dona Candelária Briones.    Os pais preocupados.   E a honra?    Os amigos que ajudaram a aproximar os dois, indicaram como positivo o casamento.

         Faz eles se casarem de papel assinado em cartório, recomendaram.  Assim a honra fica em dia.    O pai de Anita, Angel.

         Nessa de casamento, os pais de Anita não precisariam nunca mais se preocuparem com dinheiro, que sempre foi uma carência na família.

         Rezas para a padroeira de Málaga, a Virgem da Vitória.

         Capítulo 2  -    Quando os portugueses chegaram ao que hoje se chama Mumbai, colocaram o nome de Bombaim por considerarem Bom Bahia.   Naqueles tempos das grandes navegações, por volta de 1.500, os portugueses dominaram Goa que fica naquela região.   Foi uma ação de terror e destruição pela violência dos portugueses de então.

         Incluiu em Goa a destruição de templos hindus e muçulmanos.   Quando os portugueses aportaram no passado, Bombaim era um lodaçal e insalubre.

         Do porto se avistava o Hotel Taj Mahal com suas cinco cúpulas.

         Na cidade e região, muitos corvos voando em todo lugar.   Eles são aproximadamente do tamanho de uma pomba doméstica, pretos e tem um grasnado rouco.   Não tem nada a ver com o urubu.

         Na época da chegada de Anita, 1907, ainda a Índia era colônia do império britânico e poucos anos depois, conquistou a independência.

         Naquela época, no desembarque dos navios, usavam inclusive elefantes para transporte de cargas.

         Viajantes mais ilustres que lá chegam, recebem uma guirlanda de flores de cravo-da-Índia de cor amarela.    (ainda hoje em dia isso se repete).

         Anita é recebida por Inder Singh, emissário do rajá.

         Ela residia em Madri quando foi pedida em casamento pelo rajá.

 

                   Continua no capítulo 02/20

domingo, 29 de maio de 2022

CAP. 08/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 08/08

         No Haiti se uma adolescente está estudando e fica grávida, tem que deixar a escola e perde o ano letivo.   Aqui no Brasil há forma prevista em lei para a adolescente continuar o ano letivo antes do parto e por certo tempo após o parto.    A busca é de preservar o ano letivo sem perda para a aluna.

         Os haitianos disseram que no caso de matrícula em escolas, geralmente há burocracia na documentação e prazos curtos para cumprir e apresentar documentos.   Eles que geralmente tem longas jornadas de trabalho, tem dificuldade de cumprir com a documentação exigida nos prazos determinados.   É uma barreira para acesso ao estudo deles.

         Não raro empresas que empregam migrantes cobram muito desempenho deles e negligenciam direitos do trabalhador migrante.   Ainda por cima, certas empresas fazem marketing por estarem empregando migrantes.

         Jornadas de trabalho e de estudo deixam pouco tempo para lazer e cultura.   Os migrantes pouco saem de casa para estas atividades que ajudam na socialização.   Ficam menos visíveis na comunidade.   Nos poucos tempos que tem para si, usualmente se encontram com seus conterrâneos para interação e lazer.

         O autor defende que a Educação Social iria ajudar a mudar essa lógica e integrar mais os migrantes à comunidade.   Os migrantes notam que quando são procurados é sempre no sentido assistencialista, para tentar ajuda-los em algo, mas eles poderiam ser vistos também como seres que tem talentos e habilidades que podem contribuir para apoiar também outras pessoas da comunidade.   Mesmo na possibilidade de transmitirem um pouco de sua cultura ao povo local.

         Mais uma vez o pesquisador destaca que o Educador Social teria um papel relevante nessa integração na qual o migrante pudesse ter acesso à cidadania.

                   Conclusões

         “O fim das coisas é não ter fim”  (Giovani Giroto)

         “A compreensão desta obra exigiu que, primeiro se fizesse claro o contexto histórico do Haiti, a condição de vida das pessoas que lá vivem, os motivos para migrar e as políticas de acolhida que fazem do Brasil um país procurado pelos haitianos”.

         O Brasil deu respaldo legal aos migrantes do Haiti mas não implementou políticas públicas que de fato acolhessem esses migrantes, o que ficou mais por conta de Ongs e o sistema de ensino público.

         Entre as Ongs, destaque para Igrejas e o voluntariado a elas associados.

         “O Brasil é avaliado por ser receptivo, porém não dá suporte para todos que estão migrando para o país”.

                   Fim.                                        27-maio-2022

                   orlando_lisboa@terra.com.br

sábado, 28 de maio de 2022

CAP. 07/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 07/08

 

         Migrantes haitianos pesquisados e suas trajetórias.    Citados com nomes fictícios para preservar a privacidade deles.   Foram colocados nome africanos.

         Uma delas:   Niara – nasceu na capital do Haiti, Porto Príncipe.    Ela fazia faculdade lá e trabalhava.    Um tio que migrou para Maringá-PR e que tem um pequeno comércio na cidade  convidou ela para migrar e ela veio.   Chegando ao Brasil, descobriu que veio grávida.   Agora com uma criança e tendo que trabalhar, dificulta para tentar retomar os estudos.

         Outra:   Ashia (Esperança) -  Ela morava no interior do país e ainda não trabalhava mas estudava.   Veio porque o namorado tinha migrado para esta região em estudo.    Terminou o ensino médio no Brasil e está cursando a UEM, curso de Letras.   Reside em Maringá com o marido e a filha.

         Outra:  Makini  (Calma) – Iniciou no seu país o curso de enfermagem e pretende dar sequência no curso no Brasil.

         Outro: Bomani (guerreiro) – Atualmente cursa engenharia de produção com ênfase na Construção Civil na UEM.

         Outro: Ayo (felicidade) – Trabalhando na construção civil ou fazendo bico no mercado informal.

         Capítulo 6 – Análises

         Quatro dos cinco casos em estudo se referem a pessoas que não estavam em vulnerabilidade social no Haiti e migraram esperando encontrar no Brasil mais chances de realizarem seus planos.

         Encontraram aqui uma realidade desfavorável ao seus planos, de certa forma.

         6.1 – Da expectativa à nova realidade.       ...estudo aponta:    “que a maior parte dos haitianos que migram para o Brasil buscam trabalho.   Em segundo lugar, esperam melhorar de vida e, em terceiro lugar, ajudar a família por meio da migração.”

         Os desafios enfrentados no processo migratório:    A maioria dos haitianos que migraram para o Brasil nunca tinham ouvido um diálogo em português.   Não conhecer o idioma impede o entendimento dos direitos do migrante.   Para acesso aos direitos, tem que entender o idioma.

         6.3 – Acolhida e inclusão de haitianos e haitianas em Maringá-PR

         Os haitianos pesquisados de Maringá, ao chegarem à cidade já tinham um “elo” na cidade ou região, representado por algum parente ou namorado da mesma origem.

         6.4 – Perspectivas sobre educação no Haiti e no Brasil

         Na fala do pesquisador Arroyo (2009)    -  “falar com os alunos não de cima para baixo, impositivamente, como se fosse dono da verdade a ser transmitida...”

         ...”A relação professor-aluno precisa ser colaborativa, respeitosa...”

        

         Continua no capítulo final 08/08

sexta-feira, 27 de maio de 2022

CAP. 06/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 06/08

         Capítulo cinco do livro – Metodologia aplicada

         Foi escolhida a abordagem qualitativa.   “A opção metodológica foi a Etnopesquisa e o Estudo das Narrativas de migrantes haitianos...”

         ... “A partir da compreensão de que a Etnopesquisa crítica busca inserir o pesquisador em um campo que ele não faz parte”.

         ...”Para observar e compreender o cotidiano e as verdades do outro, é necessário que o pesquisador deixe de lado suas verdades”.

         5.2 – Etnopesquisa implicada e o Estudo de Narrativas

         “A pesquisa em história oral exige procedimentos específicos, por exemplo, devolver as entrevistas transcritas para os entrevistados para que estes possam analisar, retirar ou acrescentar alguma informação”.

         “A história contada é tão verdadeira quanto a escrita”.    “Narrar e ouvir fazem parte de um processo de aprendizagem”.

         Segundo Josso (2004) “propõe o conceito ‘caminhar para si’ como uma forma de aprender sobre si mesmo e sobre o meio”.   De acordo com a autora Josso, ao  descrever uma viagem, narrar sobre o trajeto percorrido, descrever a bagagem, as passagens e os lugares, o individuo descreve também sobre si mesmo”.     ...”viagem e viajante são apenas um”.

         5.3 – Procedimentos metodológicos de coleta e análise de dados

         Tratando-se de pesquisa envolvendo pessoas, o projeto passa antes pelo crivo do Comitê de Ética da Universidade, para depois se partir para o trabalho de campo em si.

         5.4 – Acesso ao campo.    O trabalho de campo desta pesquisa foi no decorrer dos anos 2018 e 2019.   O pesquisador participou de reunião pública para  a criação da Ong AERM Associação dos Estrangeiros Residentes na Região de Maringá-PR.   Foi no ano de 2018

         ...”que vivem na pele a experiência de ser um refugiado e imigrante dividido entre a gratidão do pouco que tem e a luta por conquistar o muito que falta”.

         Há refugiados da guerra da Síria inclusive em Maringá-PR e região.

         Missão Paz é uma das ongs que atuam no acolhimento de migrantes e refugiados.

         Giovani (co autor deste livro) tem um tio que é padre da ordem dos Scalabrinianos.     “e os trabalhos dessa Congregação são voltados para imigrantes ao redor do mundo”.    A convite do tio, Giovani foi a São Paulo conhecer as obras de atendimento da Casa do Migrante na capital, sob gestão dos Scalabrinianos.

         Como parte da interação com o trabalho da entidade, Giovani passou a ajudar a atendente da secretaria da Casa do Migrante e assim interagiu com os que lá chegavam em busca de atendimento, além de atender demandas de informações pelo telefone.  

         Em São Paulo, capital, há o Museu da Imigração com bom acervo.

         O Departamento de Geografia da UEM Universidade Estadual de Maringá tem trabalho nessa área da migração.  Tem projeto de extensão universitária na área.

         A UEM também tem o ECI Escritório de Cooperação Internacional.

         Numa articulação do Giovani, três haitianos conseguiram se matricular na UEM na categoria de vagas remanescentes nos respectivos cursos.

         Outra ong, a ABUNA de Maringá acolhe migrantes e refugiados e tem apoiado os que estão em situação de vulnerabilidade social.

         Almoço de integração com migrantes e refugiados que contou inclusive com estes tocando músicas com instrumentos típicos da Síria e ofertaram doces sírios por eles confeccionados.

 

         Continua no capítulo 07/08

quinta-feira, 26 de maio de 2022

CAP. 05/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP.05/08

 

         Temos desde 2002  uma Resolução do CNE Conselho Nacional de Educação que analisa diplomas universitários de imigrantes que tem curso fora do Brasil.   Estando nos conformes, esses diplomas são validados aqui.

         Em Resolução de 2016 do CNE, o Brasil passa a analisar títulos de Pós Graduação, Mestrado e Doutorado feitos por imigrantes antes de entrarem no Brasil.   Os títulos são analisados por universidades públicas do Brasil que mantenham os respectivos cursos.  Se tudo estiver nos conformes, esses títulos também são homologados no Brasil.

         Os imigrantes ao tentarem fazer faculdade no Brasil poderiam concorrer nos vestibulares, mas a barreira do idioma é um obstáculo.   Redação é um dos gargalos.

         A UEM Universidade Estadual de Maringá-PR   tem um regulamento que apoia a inclusão de migrantes.   Conta já com alguns haitianos fazendo graduação.

         Capítulo 4 – A importância da Educação Social e do Trabalho das ONGs para a garantia de direitos dos Migrantes residentes no Brasil

         O livro cita a Declaração Universal dos Direitos Humanos, esta que foi promulgada em uma Assembleia da ONU após a segunda guerra mundial.   Foi promulgada em Paris em 1948.

         No Brasil importante documento de 1990 se refere ao ECA Estatuto da Criança e do Adolescente. 

         Direitos básicos – moradia, segurança, educação e afins.

         4.1 – O papel da Educação Social   -   O Educador Social está numa área de estudo ainda pouco conhecida no Brasil e é recente em nosso meio.

         Lidar com público em vulnerabilidade social e o de violação de direitos.

         “Na Educação Social os educandos são cuidadosamente conquistados, ouvidos, para que se inicie o processo educativo”.

         Educação Social...  engajado na luta dos oprimidos...

         ... pedagogia social e popular de Paulo Freire...    “valoriza o saber popular em vez do saber padronizado pela elite”.

         ...”une teoria e prática com a finalidade de converter os alunos, professores e todos aqueles que participam da sociedade em potenciais protagonistas da transformação social”.

         Pessoa vulnerável na escola regular não vê sintonia entre o que tentam ensinar e o que ela anseia aprender e por isso ela se desmotiva e há evasão.

         ...”o não  aprendizado dos conteúdos são formas que essas crianças tem de falar que essa escola não consegue enxergar seu cotidiano, seus desejos, sua existência”.

         “Educação Social...  tem uma preocupação com a formação cidadã de toda e qualquer pessoa...”

         “O papel do Educador Social é ter uma preocupação com o outro que, em muitos momentos, nem o próprio outro tem, seja por falta de conhecimento ou pela falta de esperança”.

         A Assistência e o Assistencialismo.    “ O assistencialismo é uma prática sistemática de caridade que provoca dependência e submissão dos usuários”.     ...”é uma prática contrária ao objetivo da emancipação que buscamos”.

         Há projetos de lei buscando regulamentar a profissão de Educador Social e definir graduação adequada a esse profissional.

         4.2 – Educador Social para Migrantes

         Alguns fatores de vulnerabilidade do migrante: “instabilidade financeira, dificuldade com a nova língua, separação familiar e pouca previsibilidade do futuro próximo.”

         Havendo estrutura de apoio a esses grupos, haverá mais proteção e mais voz e visibilidade a eles.   Por lei de 2002, associações serão sem fins econômicos.   Só podem haver para fins políticos ou sociais.

         4.3 – Associações e outras instituições que atuam em prol dos imigrantes – do global para o local.

         Na região de Maringá – PR, as de destaque:

         1 – ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

         2 – Caritas Brasileira  - ligada à CNBB – Igreja Católica

         3 – Missão Paz em São Paulo 

         4 – AERM  Assoc.dos Estrangeiros residentes na região de Maringá-PR.

         ACNUR, criada pela ONU em 1950, após a segunda guerra mundial.

         A Caritas está presente em 165 países e aqui é ligada à CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

         Caritas ...”busca a autonomia e transformação social das pessoas em vulnerabilidade”.

         Em termos práticos e também conceituais, a Caritas, por ter foco no trabalho de Voluntários, fica num sistema algo diferente do que propõe a Educação Social que pressupõe profissionais graduados para a finalidade e dedicação prioritária à causa.

        

         Continua no capítulo 06/08

quarta-feira, 25 de maio de 2022

CAP. 04/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 04/08

 

         O Paraná é o terceiro em número de haitianos, abaixo de SP e RJ.

         No Paraná predominam haitianos com idades entre 30 e 59 anos, sendo a maioria do sexo masculino.     Costumam vir antes para tentar emprego e se conseguir, a meta costuma ser trazer a família.

         Até 2018, na região de Maringá-PR, registrados 6.386 haitianos. 

         O livro cita o filme documentário “Travessia Brasil- Haiti”.

         No Haiti, 50% da população é urbana.   Em Pato Branco, são 94% da população da cidade, moradores na zona urbana.   Em Pato Branco, 99% das crianças em idade escolar, escolarizadas.   No Haiti são 38% analfabetos.   Naquele país, 55% da população vive abaixo da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de US$.1,25 por dia per capita.

         Haiti – história e contextos:   Migrações forçadas, como escravizados africanos no passado.  Depois no Caribe, se concentraram em migrações regionais.   Na Costa do Caribe (na América Central), predominam negros e mulatos.    Os negros da elite no Haiti sabem ler e escrever em francês, língua dos colonizadores do passado.    Os camponeses, geralmente muito pobres, tem baixa escolaridade ou são analfabetos e concentram a pobreza em maior grau.

         No começo da colonização espanhola no Mar do Caribe, o atual Haiti era um ponto importante para os colonizadores (é parte de uma ilha), isto no século XVI.  Já no final do século XVI Cuba passa a ser o ponto mais importante para os colonizadores na região e o Haiti perde a atenção da Espanha.    A França passou a ocupar o Haiti e usando mão de obra escrava, expandiu principalmente as culturas de cana de açúcar e café para exportação.   Em 1804 o país conquistou a independência da França.  

         A ilha onde fica o Haiti tem um segundo país que é a República Dominicana, com quem o Haiti tem conflitos históricos.

         A República Dominicana conquistou a independência em 1844 e este país fez um branqueamento do seu povo enquanto o Haiti ficou com sua maioria negra.

         O povo do Haiti fala o idioma Kreyol e tem cultura de herança africana e francesa.    Já na República Dominicana se fala o espanhol e a herança é hispânica.    O Haiti pratica o vodu como seita religiosa e a República Dominicana pratica o cristianismo.

         Em 1915 houve no Haiti a chegada dos Marines, militares americanos que passam a exercer influência no país e que seria um dos fatores de estagnação local.   Afetaram o sistema de posse da terra, permitiu-se estrangeiros terem terras no país e os americanos trouxeram o protestantismo para o Haiti.

         Governos autoritários.  Um deles, Duvalier, aliado dos USA.   O sistema enriqueceu ditadores e resultou como o único país das Américas entre os 25 mais pobres do mundo.

         Nas últimas décadas parece ter havido menos governos autoritários por lá.    A partir de 2004 o Haiti passou por uma ocupação militar internacional sob a supervisão da ONU.  Missão das Nações Unidas para a paz e a estabilidade do país.   A missão com militares de vários países foi comandada por um General brasileiro.

         Há estudos acadêmicos que afirmam que a tal missão matou muita gente no Haiti e aterrorizou o país.   Em 2017 foi decretado o fim da Missão.

         O terremoto de 2010 teria deixado ao redor de 300 mil mortos e outro tanto semelhante de feridos no país.   Depois do terremoto, pobreza e falta de saneamento, o cólera bacteriano se espalhou e agravou a situação geral.

         3.2 – Políticas de acolhimento aos imigrantes haitianos no Brasil

         Portaria de 2018 tratava especificamente dos haitianos.  Em novembro de 2019 o governo Bolsonaro revogou essa portaria e deixou mais precário o acolhimento dos haitianos que chegam ao Brasil.

         Vinham ao Brasil, haitianos que viviam na miséria e eram acolhidos com Visto Humanitário.   Na sequência, também passaram a imigrar ao Brasil, haitianos que buscavam melhor meio de vida mesmo não tendo perfil de viver na miséria.

         Esta restrição pela revogação da portaria vai tornar mais difícil a regularização dos novos imigrantes do Haiti que demandam o Brasil.

         3.2.1 – Políticas de inclusão aos migrantes haitianos nas instituições de ensino superior no Brasil.

         Continua no capítulo 5/8