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terça-feira, 16 de agosto de 2022

CAP. 05/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano) -

 CAP.5

  

         “Em 2004 foi preciso reescrever os livros de Ciência.  Estes diziam:  “É impossível haver furacões no Atlântico Sul.  Mas naquele ano, pela primeira vez, um furacão atingiu o Brasil.   Furacão Catarina em março de 2004”.

         Em 2004 também nos USA foi quebrado o record histórico de tornados.

         Um importante órgão do ramo nos USA:  O NOAA  Administração Nacional Oceânica e Atmosférica.

         A NOAA vem estudando efeitos do aquecimento global nos oceanos e o aumento da velocidade dos ventos.   Em 2005 e 2006, furacões que atingiram o Golfo do México, avariaram um terço das plataformas marítimas de exploração de petróleo, incluindo a maior plataforma do mundo, A Thunder Horse da BP British Petrolium.

         O respeitado MIT Massachussets Institute Tecnology em 31-05-2005, menos de um mês antes do furacão Katrina atingir os USA, deu respaldo ao consenso científico de que o aquecimento global está tornando os furacões mais poderosos e mais destrutivos.

         “As grandes tempestades, tanto no Atlântico como no Pacífico, aumentaram em duração e intensidade, desde a década de 1970, em cerca de 50%”.

         O furacão Katrina foi catastrófico para os americanos.

         Nos anos 30, uma tempestade diferente, terrível, sem precedentes ganhava força na Europa Ocidental.   Na ocasião Winston Churchill alertou o povo inglês:   “A era da procrastinação, das meias medidas, dos expedientes que acalmam e confundem, a era dos adiamentos está chegando ao fim.  Em seu lugar, estamos entrando na era das consequências”.   Disse isso em 1936.

         O setor de seguros nos USA.      (base 2005 – o livro é de 2006)

         Nas últimas três décadas as indenizações pagas pelas seguradoras por acréscimo dos eventos ligados ao clima aumentaram em quinze vezes.

         Fenômenos climáticos extremos como furacões, enchentes, secas, tornados, incêndios florestais etc.   Parte do aumento por conta do aquecimento global recente.

         Só pelo furacão Katrina, as seguradoras desembolsaram em indenizações nos USA, 60 bilhões de dólares.  (Katrina – setembro de 2005)

         Muitos fundos de pensão nos USA têm como parte do patrimônio, seguradoras e notam que são afetados por crescimento nos riscos.

         Um gráfico de grandes seguradoras citado no livro mostra os prejuízos decorrentes das catástrofes.   Começa em 30 bilhões de dólares no período de 1960-1969.   Salta para 290 bilhões no período 1988-1997 e dá um salto ainda maior para 720 bilhões no período 1997-2005.

         Em 2005 foram 27 fortes furacões nos USA, todos citados com foto no livro em discussão.

         O aquecimento global e as grandes enchentes no mundo.    Gráfico com Europa, Américas e Ásia.

         Na ordem de afetados por mais ocorrência, em ordem crescente:  Europa, América e Ásia, a mais atingida.

         Dados da Ásia – ocorrência de grandes enchentes:

         Período                número de enchentes

         1950-59                         48

         1970-79                         90

         1980-89                         220

         1990-2000                     330

         Um exemplo:  A metrópole Mumbai na costa da Índia, em julho de 2005 teve uma chuva de 930 mm em 24 horas.     Para se ter uma ideia, em Curitiba chove em média 1.200 mm em UM ANO.

         Nessa chuva extrema em intensidade, formou uma camada de água de 2 m de altura na cidade causando caos.    Morreram na ocasião mais de mil pessoas.

         O aquecimento global também traz grandes secas.   O fenômeno desloca águas na atmosfera, descarregando concentradas em certas áreas e deixando outras em seca severa.

         No século XX houve na terra quase 20% de aumento no volume de chuvas.   Um mapa mundi no livro mostra os locais nos quais aumentaram as chuvas (em maior número) e as regiões nas quais diminuíram as chuvas.

         Nas Américas, predominam pontos com aumento de chuvas.   Já na periferia do deserto do Saara na África, predominam regiões onde aumentam as secas.

         O Lago Chade na África era o sexto maior do mundo e entre 1963 e 2001 (há fotos), ficou reduzido a uma pequena parte do que já foi, trazendo miséria e conflitos dos povos da região.   Em 2001 o lago estava com 1/20 do que foi até a década de 60.    Menos água, menos peixe, menos agricultura e mais fome.   E disputas por recursos para sobrevivência dos povos.

         Áreas que secaram do Lago Chade e de outros grandes lagos africanos, as terras começaram a ser cultivadas e houve e há conflitos com perdas de vidas na disputa por essas terras.

         Na África, perto do Mar Mediterrâneo, países como Marrocos, Líbia e Tunísia perdem, cada um, cerca de 1.000 km2 de terra produtiva por ano devorada pelo avanço do deserto.

 

                   Continua no Capítulo 06

sábado, 13 de agosto de 2022

cap. 04/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano)

CAP. 04

 

         Nos 650.000 anos passados a concentração de CO2 na atmosfera nunca tinha passado de 300 ppm (partes por milhão) do ar.     Na atualidade (2006), a concentração de CO2 está acima de 350 ppm e o gráfico monstra que em todos os 650 mil anos passados isto não ocorreu.

         Se nada for feito e as emissões de CO2 até 2050 continuarem no ritmo que vão, chegaremos a estimativas de 600 ppm de CO2, o dobro da média milenar, por assim dizer.   Temperaturas mais elevadas teremos e as mudanças climáticas trarão tragédias como furacões, enchentes, estiagens etc.

         Página 68 – A Grande Virada

         “Recebi não só uma segunda chance mas também a obrigação de dar atenção ao que realmente importa”.   Fala do acidente do filho no passado.

         O filho de Al Gore, então com seis anos escapou da mão dos pais e foi atropelado por um carro em alta velocidade na saída de um jogo de beisebol.  Foi quase um mês de hospital.  Fratura de ossos, perfuração de órgãos e outras complicações.   O casal tem mais três filhas que ajudaram no tratamento pós hospitalar do garoto Albert.

         O acidente com o filho foi um marco na vida de Al Gore e as reflexões desse episódio fez com que ele refletisse muito sobre propósito para a vida.  Dessa reflexão surgiram como foco a família e a questão das mudanças climáticas.

         Ele faz um paralelo entre o filho que escapou por um segundo da mão do pai e foi atropelado e quase veio a falecer.   Foi uma Graça divina o filho se recuperar plenamente.    O autor compara com outra joia que é o nosso planeta maravilhoso que deve ser mantido seguro nas nossas mãos e devemos evitar que ele seja ferido resultando em desastres ambientais.    “Esta joia não pode escapar da nossa mão”.

         Gráfico de temperaturas globais desde 1860 até 2005

         O gráfico mostra que dos 21 anos mais quentes já medidos, 20 destes estão nos 25 anos mais recentes.    O ano mais quente de todos foi o de 2005. (o livro é de 2006).

         “Em 2003 a Europa foi atingida por uma forte onda de calor que matou 35.000 pessoas”   (muitas delas já idosas).

         O verão de 2005 também foi drástico nos USA (calor).

         Em 19-07-2005 a cidade de Las Vegas chegou ao pico de 47,2 graus Celsius de temperatura, seu record histórico.

         A cidade de Tucson, no Arizona, teve temperatura de 38 graus ou mais em 39 dias consecutivos.

         Esses recordes estão ocorrendo pelo mundo todo, inclusive nos oceanos.

         A maior alteração nas temperaturas dos oceanos apareceu dos anos 1970 para cá.    “As temperaturas dos oceanos em termos reais são totalmente coerentes com o que foi previsto em resultado do aquecimento global causado pelo homem.   E ficam muito acima da faixa de variabilidade natural”.

         “Enquanto os oceanos ficam mais quentes, as tempestades ficam mais fortes.  Em 2004, a Flórida foi atingida por quatro furacões extraordinariamente violentos”.

         O ano de 2004 e os tufões no Japão.   Até então o record de tufões num ano no Japão era sete e em 2004 esse record foi quebrado.  Foram dez tufões em um só ano.

         “Em 2004 foi preciso reescrever os livros de Ciência.  Estes diziam:  “É impossível haver furacões no Atlântico Sul.  Mas naquele ano, pela primeira vez, um furacão atingiu o Brasil.   Furacão Catarina em março de 2004”.

         Em 2004 também nos USA foi quebrado o record histórico de tornados.

        

         Continua no capítulo 5     (ao todo haverá ao redor de 15 cap) 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

CAP. 03/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano)

CAP 3

 

 

 Durante o decorrer dos anos há um ciclo normal de subir e descer o nível de CO2 no ar, independente dos GEE.    Os GEE fazem pequena alteração nesse ciclo, causando o efeito estufa na forma de aquecimento da terra acima do normal.

         No verão do hemisfério norte, este se inclina mais para o sol e tendo mais área terrestre com solo e vegetação, esta aumenta a atividade e usa bastante CO2 pela fotossíntese dos vegetais e cai a taxa de CO2 na atmosfera.

         Já no outono/inverno no hemisfério norte, este se inclina para longe do sol e caem as folhas dos vegetais e apodrecem e emitem mais CO2 na atmosfera.    Isto tudo dentro do ciclo normal da natureza.

         No Havai há o observatório de Mauna Loa que vem medindo diariamente há quase cinco décadas o teor de CO2 na atmosfera.

         Na Era pré industrial a concentração de CO2 na atmosfera era de 280 ppm, partes por milhão.   Em 2005 chegou a 381 ppm, um acréscimo bastante significativo.   Mais GEE no ar, mais calor pelo efeito estufa, mais catástrofes climáticas no planeta.

         Um herói da ciência – Roger Revelle

         Anos 60, foi professor de Al Gore.  Foi o primeiro a propor a medição de CO2 na atmosfera terrestre em leituras diárias.   Al Gore foi acompanhando depois dos estudos, a pesquisa do Professor Revelle.  Mais adiante, já atuando no Congresso Americano, Al Gore levou Revelle para um evento no Congresso e esperava que o tema causasse impacto e mobilizasse os congressistas.   Não foi o que aconteceu.

         Em outra fase, Al Gore já Senador fez novos eventos no Senado com o Professor e não conseguiu mobilizar seus pares.

         Al Gore chegou a ajudar na redação do Protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global.     O cientista Keeling que media o CO2 no Havai o fez por aproximadamente cinco décadas de medições diárias.   Keeling morreu em 2005 e o professor Revelle, em 1991.    No livro, amplamente ilustrado, tem o gráfico dessas medições abrangendo 48 anos.

         Pesquisadores na Antártida conseguiram medir CO2 na atmosfera pela análise das camadas de gelo, chegando a estimativas precisas sobre o comportamento do CO2 na atmosfera do período de 650.000 anos.

         Esse banco de dados permite fazer estimativas do que ocorrerá no planeta conforme o ritmo dos humanos descartarem CO2 na atmosfera.   Em síntese:   “É evidente que estão ocorrendo mudanças climáticas radicais no nosso mundo”.

         Mostra duas fotos do famoso pico Kilimanjaro, o mais alto da África.  Entre 1970 e 2000 ao compararmos as fotos, se nota que o pico perdeu muito de sua camada de neve que era permanente na parte alta e que foi diminuindo. Há foto de 2005 com o pico do Kilimanjaro já com pouca neve.    Este é o único pico do continente africano que tem neve eterna (ainda).

         O professor Dr. Lonnie Thompson que é um especialista em neve dos picos estima em 2000 que dentro de dez anos  o Kilimanjaro pode não ter mais neve no seu ápice em certas estações do ano.

         O Parque Nacional das Geleiras no estado americano de Montana, logo precisará mudar de nome para “Ex parque das Geleiras”.   Neste parque, foto de 1930 mostra geleiras.  Foto de 1997 quando Al Gore visitou o parque já era rara a cobertura de gelo.  Em 1997 estimou-se que dentro de 15 anos não haja mais geleira no Parque de Montana.

         Aqui na América do Sul, foto da famosa geleira Perito Moreno na Argentina.   “Quase todas as geleiras de montanhas que existem no planeta estão derretendo, varias delas, rapidamente.   Há uma mensagem nisso”.

         Foto com gráfico de perda de geleira de Colúmbia no Alasca.  

          Mostra fotos comparativas em geleira nos Andes Peruanos.  Compara foto dos anos 70 com fotos de 2006, mostrando perda de cobertura de gelo.

         Fotos de geleiras nos Alpes (na Europa).  Perdas de gelo tanto na Suiça, quanto na Itália.

         A Cordilheira do Himalaia no planalto do Tibet é a que mais está sofrendo com o aquecimento global.  Ela tem cem vezes mais água na forma de geleira que os Alpes.    “Ela fornece mais da metade da água potável para 40% da população mundial.   Sete sistemas fluviais asiáticos nascem na Cordilheira do Himalaia.  Levam água principalmente para China e Índia, dois países solidamente populosos.   

         “Nos próximos 50 anos (base 2005), esses 40% da população mundial devem enfrentar uma grave falta de água potável, a menos que o mundo tome medidas rápidas e corajosas para mitigar o aquecimento global”.

         Estudando as camadas de gelo se faz cálculos precisos sobre o teor de CO2 na atmosfera ao longo de séculos.  O autor mostra um gráfico relativo a mil anos com o teor de CO2 na atmosfera.    No gráfico fica patente que o aquecimento recente tem a ação do homem.   Há forte correlação entre a elevação do CO2 na atmosfera e o aquecimento do planeta.

         Continua no capítulo 04 

domingo, 7 de agosto de 2022

CAP. 02/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano)

CAP. 02                                    agosto de 2022 - leitura

 

         Grande parte das nossas emissões de CO2 é retida nos oceanos, afetando o seu conteúdo e na  vida marinha.   Torna a água mais ácida.

         Em 2005 a academia de ciências de onze países desenvolvidos alertaram para a urgência da cooperação e ações para combater o problema das mudanças climáticas pelo efeito estufa.

         Há crise climática e há também as oportunidades.  Temos um “propósito moral poderoso” a implementar.   Isto é bastante positivo.  Uma causa comum unificadora dos povos.     A necessidade de nos elevarmos, deixando de lado as picuinhas que resultam em conflitos etc.

         “Os que agora sofrem com a falta de sentido na vida encontrarão uma esperança”.    “É um desafio moral e espiritual”.

         “O que está em jogo é a sobrevivência da nossa civilização e a possibilidade de habitar o planeta”.

         Fala de outros desafios como a Aids, pandemias (cita isto em 2006), pobreza extrema, má distribuição de renda.

         ... “a erosão da democracia nos USA; e a volta do feudalismo no fórum público”.   Não devemos esperar.   Nas palavras de Martin Luther King, “o amanhã já é hoje”.

         ... “Será que já ferimos a terra de maneira irreversível?”

         “Nós podemos escolher um futuro pelo qual nossos filhos e netos só terão a nos agradecer”.   (requer nossa ação desde agora)

         A primeira foto da terra vista do espaço é do Projeto Apolo, ano 1968.  Em 1969 o homem pisou na lua.   Há uma foto de 1972 que até 2006 era a última (a mais recente) tirada pelo ser humano no meio do caminho entre a terra e a lua.   A foto de 1972 ficou numa exposição tão boa que em 99% dos casos de representar a terra vista do espaço, se usa esta foto.

         Sobre o saber ou não saber, cita o escritor Mark Twain e seu famoso aforismo:  “O grande problema não é o que você não sabe.   É o que você tem certeza que sabe, só que não é verdade”.

         No passado as pessoas achavam que a terra é tão grande que o homem não conseguia afetá-la.   Os tempos atuais mostram comprovadamente que o ser humano pode sim, afetar a terra e vem afetando.    A parte mais vulnerável é a atmosfera.  Ela é fina, extremamente fina.

         Al Gore foi amigo do renomado físico Carl Sagan.    “A atmosfera é tão fina que somos capazes de mudar a sua composição”.  

         Tanto que já sobrecarregamos a atmosfera com CO2, o chamado dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa, abreviados como GEE.

         O sol envia energia para a terra na forma de ondas de luz.   Estas ondas chegam na terra, aquecendo-a de forma adequada e parte da energia é “devolvida” pela terra na forma de raios infra vermelhos.    Parte desses raios são retidos pela atmosfera e retornando à terra para manter seu aquecimento dentro da normalidade.

         O problema é que os GEE gases do efeito estufa por nós emitidos, dificultam essa saída natural de parte do infravermelho e estes retornam à terra aquecendo-a de forma acima da medida e não normal.   Isto afeta todo o sistema planetário.   É o chamado efeito estufa.

         Se a terra hipoteticamente não tivesse a atmosfera para reter e devolver parte do infra vermelho à terra, esta teria uma temperatura média de menos dezoito graus.   Seria muito drástico à vida.     Havendo a atmosfera que devolve parte do infravermelho que a terra está devolvendo ao espaço, a temperatura média anual da terra fica ao redor de quinze graus positivos que é o que temos.

         Dos GEE, o dióxido de carbono responde com aproximadamente 80%. Nossa queima de combustíveis, queimadas de florestas etc., emitem CO2 no ar, causando o efeito estufa.   Um dos GEE é o gas metano.  Há outros.

         O metano provem, dentre outras fontes, dos aterros sanitários e lixões e também por animais, tratamento de esgotos etc.

         Um professor de Al Gore, em 1958, apoiado por um cientista, começou a medir o teor de CO2 na atmosfera numa estação experimental na ilha do Havai.    Ficava longe das indústrias para uma medida mais geral.

         Constataram que vinha subindo na atmosfera o teor de CO2.

         O cientista no caso era Charles David Keeling.

         Interessante notar por imagem que a grande maioria da área terrestre da terra fica no hemisfério norte.  


continua no capítulo 3 

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

CAP. 01/13 - FICHAMENTO - livro - UMA VERDADE INCONVENIENTE - Autor: AL GORE (americano) - An Inconvenient Truth

AL GORE  – UMA VERDADE INCONVENIENTE

 

05-08-22

CAP. 01

 

         O americano Al Gore (Al de Alfred) foi pelo Partido Democrata, duas vezes Vice Presidente dos USA em gestões de Bill Clinton.

         O sub título do livro é:  O que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global.

         Este livro foi editado em 2006 mas resolvi ler porque sei que o assunto continua dolorosamente atual. 

         Eu, leitor, aos longo dos anos como Engenheiro Agrônomo e cidadão, venho me inteirando do problema do aquecimento global e suas consequências.    Há muita pesquisa provando o problema e há muitos interesses econômicos tentando abafar a discussão.

         As pressões do poder econômico fizeram com que na prática, poucas atitudes o mundo tomou para amenizar o problema que vem se agravando.

         Vamos à leitura do livro em si e ao fichamento.

         O autor dedica o livro à esposa Tipper.

         No passado houve um grave acidente com o filho de Al Gore e ele teve que refletir sobre a vida e seu sentido.   O filho se recuperou e ele, o autor, colocou como prioridades a família e a questão ambiental.

         Problemas climáticos se agravando...   “a vontade de ignorar as consequências futuras das nossas ações presentes”.

         Leu muito e ouviu os principais cientistas do ramo.     ... cada vez mais perigoso o avanço das mudanças climáticas.

         ...”já se tornou uma emergência planetária”.  (já em 2006...)

         Al Gore foi vice presidente dos USA nos anos 90.   Tentaram implementar ações contra as mudanças climáticas e enfrentaram fúria no Congresso.

         Tudo piorou quando o Congresso, a partir de 1994 teve maioria republicana, mais hostil às ações para defender o planeta.

         Noticiários de TV viraram “entretenimento” e quem tinha visão independente ficava sem ter veículo para levar sua voz ao povo.

         Evento do clima em 1997 em Kyoto no Japão.  Al Gore levou propostas para lá.    O mundo naquele evento assinou um importante tratado.   Depois Al Gore enfrentou batalha no Congresso americano por ter apoiado o Tratado de Kyoto.

         Em 2000 ele foi candidato à presidência dos USA e chegou bem próximo de ser eleito.   Perdeu por pouco para George W. Bush, Republicano.

         Na campanha, Bush acenou com algumas ações sobre as emissões de CO2 que provocam o efeito estufa e na primeira semana após eleito, mudou os planos.    Bush tinha como vice, Cheney.

         Desarticularam toda ação dos USA que visavam proteger o meio ambiente.   E ainda para piorar tudo, venderam a ideia de que “o aquecimento global não constituía problema algum...”

         Após dois mandatos, Gore sem emprego e volta a lecionar em duas universidades no Tennessee, estado americano.  Ele morava menos de uma hora de carro distante da fazenda dele.

         Fundou a Current TV, rede de TV por assinatura com foco em notícias e informações.

         Implementou um fundo de investimento aliando negócios com melhoria ambiental, à sustentabilidade socioambiental.

         Desde criança ele passava as férias na fazenda da família e aprendeu a lidar com a terra.   A mãe dele leu para ele e a irmã, o livro Primavera Silenciosa da ambientalista Rachel Carson.   (é um clássico do setor)

         “Nos últimos seis anos, tenho viajado pelo mundo, divulgando as informações que coletei...”   Nas palestras, surgiu gente da área cinematográfica e propôs que eles fizessem um filme sobre o tema.   Saiu o filme “Uma Verdade Inconveniente”.

         Livros e filme com dados de Al Gore terão renda para fundações que atuem no rumo de reduzir o aquecimento global.   São trinta anos dele estudando a questão do aquecimento global.

         “O aquecimento global não é apenas uma questão científica, nem política.  É na verdade, uma questão moral”.   Dois mil cientistas em centenas de países estudando o tema por mais de vinte anos.   Pedem a Cooperação do mundo para enfrentar o problema.

         Vem ocorrendo por causa do efeito estufa provocado pela ação humana fenômenos como derretimento da calota polar, principalmente no Polo Norte.   Disto decorre o aumento do  nível dos oceanos.   Esse aumento pode chegar a seis metros, o que seria catastrófico.

         Também o efeito estufa pode afetar as correntes marítimas e os ventos oceânicos, mudando o clima e colocando em risco muitas formas de vida.

Destaca que as correntes marinhas e o padrão de ventos oceânicos tem sido estáveis nos últimos dez mil anos e ultimamente vem sofrendo variações...

 

         Continua no capítulo 02 

terça-feira, 2 de agosto de 2022

CAP. 22/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 22/22  (final)

        

         A nova esposa do marajá, esta que se suicidou, era quarenta anos mais nova que ele.     O marajá perto do fim da vida e a Índia perto do fim de um ciclo.    Fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a Inglaterra anuncia a decisão irrevogável de conceder a autonomia à Índia.

         Gandhi e Nehru haviam conseguido mobilizar as massas através do Partido do Congresso.   Os marajás não queriam perder poder mas estavam em desvantagem.  Para os marajás...    “Olhar para trás era mais reconfortante que olhar para o futuro”.

         O marajá de Kapurthala era justo com seu povo e modernizou bastante seus domínios.    “Queria ser lembrado como o que era, um governante benévolo, aberto e justo”.

         Na reunião solene dos britânicos com os rajás, estes ficaram esclarecidos sobre os termos da desvinculação da Inglaterra em relação à Índia.

         Os marajás que nas guerras ajudaram com tropas, dinheiro e aviões, agora perdem poder, já que a Índia está ficando nas mãos do Partido do Congresso.

         Após a Segunda Guerra Mundial, o território indiano com maior concentração de muçulmanos praticantes do islamismo ficou reunido como Paquistão e outra parte, mais ao sul, com maior número de adeptos do hinduísmo, ficou como Índia.    Só três príncipes (marajás) se negaram a assinar a ata da Independência da Índia.  

         Hari Singh, marajá da rica Caxemira, um hindu em terra de muçulmanos.   Ficou indeciso se optava por pertencer à Índia ou ao Paquistão.   Ocorreu de guerrilheiros do Paquistão invadirem a Caxemira “saqueando, incendiando e aterrorizando a população.”  O marajá se viu, para se proteger, buscar o socorro com a Índia que mandou forças militares e aviões de combate para socorrer a Caxemira.  Esta que virou uma zona de conflito.     Mais adiante, Nehru nomeou o filho de Hari, Karan, para governar a Caxemira.

         Os astrólogos escolheram o dia para ser o marco da independência da Índia para 15/08/1947.   

         O marajá de Kapurthala ouvindo o discurso de Nehru, que foi colega de estudo do filho dele na Inglaterra.   (Harrow University)

         A divisão entre Paquistão e Índia na região do Punjab...   “cortando em dois as terras e a população de uma das comunidades mais militantes e mais unidas, os siques”.   (sique é uma das religiões da região).

         Bibi, a militante (sobrinha do marajá de Kapurthala) se torna ministra da Saúde da Índia independente, para surpresa do seu tio.    Ela foi a primeira mulher a ser ministro da Índia.

         Bibi no tempo da militância pela independência apanhou da polícia várias vezes e foi presa duas vezes.

         Em 1930 Gandhi comandou a que chamou de Marcha do Sal que ficou famosa.   Os britânicos proibiam os indianos de coletar de forma ancestral e artesanal o sal para consumo próprio e Gandhi como um dos gestos de desobediência civil contra o Império Britânico, mobilizou a marcha.   Bibi caminhou a pé mais de 300 quilômetros nessa marcha em 1930.

         Bibi foi uma jovem indiana que estudou na Europa, fumava, gostava de equitação e se tornou uma personalidade na luta pela independência.

         Logo que o Ocidente após a Segunda Guerra Mundial dividiu o território da Índia, houve uma das maiores migrações da história.   Praticantes do hinduísmo emigrando do Paquistão para a Índia e indianos praticantes do islamismo, migrando para o Paquistão, de maioria islâmica.

         Muita gente morreu nessa enorme leva migratória.    Gandhi tinha sido contrário a essa separação de Índia e Paquistão.

         O marajá de Kapurthala governou seu território com zelo por 55 anos e agora tende a complicar as coisas na nova forma de governo do país como um todo.      Ele aos 77 anos, hospedado no hotel Taj Mahal de Bombaim, com vista para o Portal feito no passado para comemorar a visita do Rei da Inglaterra à Índia em 1911.    Agora o marajá já cansado, se preparando para ir para a Europa.

         Dois filhos dele morreram cedo e coube justo a Karan, dedicado na administração dos bens da família, ficar responsável para cuidar dos bens do marajá e família.

         Falava-se que mesmo Nehru teve lá seu caso de amor secreto com uma inglesa.   Nobres indianos costumavam ter um ponto fraco por europeias.

         O marajá dormindo no hotel em Bombaim, ouvindo o grasnar dos corvos muito comuns pela cidade.    (eu, leitor, quando estive nessa metrópole, ouvi e vi muitos corvos pela cidade).

         O marajá pede o jantar no hotel na véspera de embarcar para a Europa.  Quando o garçom chega com a comida, encontra o cliente já morto e sua expressão era serena.    Ele foi o marajá que reinou por mais tempo na Índia.

         Anita ficou sabendo da morte do marido em seu apartamento em Madri e ficou muitos instantes em oração vendo a foto dele em traje de gala.  Recebeu cumprimentos de todo canto do mundo.   O próprio General Franco que governava a Espanha, concedeu a ela uma audiência no Palácio de El Pardo para transmitir a ela as condolências.

         “A saudade que sentia da Índia nunca a abandonou”.   Anita nunca mais voltou à Índia até por recomendação do filho dela.

         O Partido do Congresso acabava de aprovar uma lei para despojar os marajás de todos os seus privilégios e pensões de Estado.  Isto em 1955.

         Em 1962 Anita morreu.  Dia 07-07-1962.  Morreu em casa em Madri.

         Morreu nos braços do filho que teve tempo de chegar de suas rotineiras viagens e se despedir da mãe.

         Ao sepultar a mãe, seu filho enfrentou um obstáculo da Igreja Católica que não deixava ela, que ao casar com o marajá teria supostamente renunciado ao cristianismo.   O filho apresentou testemunhas dos seus criados e o manto que ela doou para a Igreja e que hoje é peça de museu na Espanha.   Museu Catedralício de Málaga.    Foi uma semana de embates até conseguir o enterro dela em cemitério cristão.

         Karan morreu em 1970 na capital da Índia, Nova Delhi.  Seus dois filhos são ativistas políticos em seu país.

         O filho de Anita gostava de jazz, de mulheres e chegou a morar em Hollywood e nunca se casou.   Morreu em 1982 de câncer aos 64 de idade.

         Bibi morreu dois anos depois de Anita, aos 75 anos em 1964.

         Gandhi foi assassinado em 1948 e ela sentiu pelo resto da vida a perda do seu líder.   Foi cremado na margem do Rio Jamina em Nova Delhi diante de uma multidão.

         Em 1975 Indira Gandhi aboliu os últimos privilégios dos antigos marajás.

         “Amor de Outono?”

         Na época da primeira edição do livro, o autor recebeu um telefonema de uma sobrinha de Anita, já octagenária.  O pai dela, viúvo de uma parente de Anita, se tornou seu secretário e passaram a viver, mesmo morando em casas diversas, um relacionamento que durou até a morte de Anita.   A sobrinha dela ligou para o autor para resgatar esta faceta de Anita e para mostrar o álbum de fotos de Anita que ajudou a elucidar passagens da vida dela e também a ilustrar o livro.

         Agradecimentos.    Ele é autor de outros livros, inclusive um sobre a Amazônia, resultado de três anos na região.  O livro se chama Caminhos da Liberdade, editado em 1992.   Ele é Antropólogo.    É autor também de um livro sobre Dom Pedro I.

 

Fim.         (gratidão por prestigiar o trabalho de construir o fichamento) 

CAP. 21/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO

CAP. 21/22

 

         O pai arremata:  Você se casará em setembro.  Começaremos a preparar o casamento assim que voltar da viagem.     O marajá retorna com Anita dias depois de Karan.

         O casamento dela não acabou, mas não faz mais sentido para ela.   Longe de Karan e do filho que estuda na Inglaterra.

         Anita cai doente e ao ser examinada, sai o resultado:   gravidez (de Karan).

         Anita já imaginava o escândalo que vai provocar.  Ela já tinha inimigas no palácio onde era vista como uma ex dançarina oportunista.  Agora de certa forma reforça essa visão das inimigas.

         “O que mais a entristece é o dano que o escândalo vai causar ao marajá, tão zeloso por sua reputação”.

         Ela está casada há dezessete anos.  O tempo deixa marcas.   O marajá dá ordem para transferi-la para outra moradia e não quer mais falar com ela.

         E dá o andamento no divórcio.

         Ela provoca uma conversa na qual pede perdão mesmo sabendo que não haverá reconciliação.   E ele ao fim determina.   E você vai ter que abortar.   Acrescenta que depois disso ela deixe a Índia para sempre.   A dor da culpa.

         “Tem a impressão de que não merece nem o ar que respira”.

         “Na tradição indiana, herdada dos mongóis, é permitido abortar até o quarto mês da gestação, embora só em casos excepcionais”. (isto em 1920 aproximadamente).

         Há séculos, durante o domínio mongol, ... juristas islâmicos foram os primeiros do mundo a legislar sobre o aborto.

         O aborto será feito pela médica vinda de Goa, mais uma enfermeira e a ajuda auxiliar de Dalima.

         Após o aborto, Anita entra em depressão e fica bem fraca.   Os médicos recomendam que se mude para local de montanha, clima ameno e alimentação mais dal ( lentilhas, que é de uso quase diário do povo indiano – ricas em proteínas).  Dal, carnes e laticínios.

         O rajá da Caxemira cedeu um palácio para Anita se recuperar e baixar a poeira do escândalo que ocorreu e foi para a imprensa inclusive na Europa.

         O rajá da Caxemira também teve antes um trauma semelhante por conta de uma amante inglesa e por isso socorre o casal amigo.

         Anita passa três meses na Caxemira com Dalima e vinte criados.

         Ela retorna a Kapurthala para contato com o rajá que lhe passa os dados (documentos) com a pensão dela.   Condição dela perder a pensão no caso de se casar novamente.    Pensão de 1.500 libras esterlinas por ano, que era uma pequena fortuna para os anos 20 do século passado.    

         E ao filho do casal, a garantia dele ser o quinto príncipe na linha de sucessão.

         O marajá promove um jantar pomposo e convida Anita a participar.  Nesse jantar com muitos convidados ilustres, ele apresenta sua nova esposa, uma bela francesa que se senta ao seu lado na mesa de honra.  Anita fica lá pela última fila.     “Uma última humilhação para Anita, que a essa altura já sonha com a liberdade”.

         Anita retorna à Europa aos 33 de idade.   Entre seus pertences, uma foto de Karan com a assinatura dele, que ela carrega pelo resto da vida.

         Epílogo

         Anita sofre ao se despedir de Dalima no porto de Mumbai.  Sub título do epílogo:  “Quem secará nossas lágrimas?”

         Karan, mesmo casado, em suas viagens à Europa, várias vezes esteve com Anita para matarem a saudade.   Mais adiante ele se apaixonou por uma jovem atriz francesa e parou de visitar Anita.

         “Mas na lembrança de Anita, Karan foi sempre o único amor de sua vida”.

         Viveu um vidão entre Paris, Madri e Málaga.   Vivia entre figurões das finanças e tudo o mais, mas preferia a companhia de escritores, pintores, artistas e cantores.

         Ela só não fazia muita publicidade da vida pessoal de medo do marajá reduzir sua pensão.

         O marajá usando sua influência junto à diplomacia, conseguiu barrar a possibilidade de Anita tentar entrar na Índia, mas visitava ela sempre que ia à Europa.  Eles se tornaram bons amigos.

         A namorada francesa só namorou por interesse com o marajá.  Até um dia dar no pé com um jornalista.    O marajá chegou a se apaixonar pela noiva do filho de Henry Ford, o industrial dono da Ford automóveis.   Não foi correspondido.

         Em 1942, o marajá já velho, se casou com uma tcheca, atriz de teatro.  Ela de boa aparência, mas bem complicada.   Tempo da segunda guerra mundial.    A mulher com o tempo ficou com problema mental e buscava sair da Índia.  Em Mumbai, subiu numa torre alta com seus dois cães e de lá saltou para morte.  (Torre Qutab Minar).

         O marajá, com o novo escândalo, envelheceu muito.   Um oficial seu resume:  “Que mistura mais difícil, a do Oriente com o Ocidente, como á água e o óleo”.

         A nova esposa do marajá, esta que se suicidou, era quarenta anos mais nova que ele.     O marajá perto do fim da vida e a Índia perto do fim de um ciclo.    Fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a Inglaterra anuncia a decisão irrevogável de conceder a autonomia à Índia.

 

                   Continua no capítulo final 22/22