capítulo 5/15 leitura outubro de 2023
18 – Te esconjuro, Satanás!
O Santo não conhecia Hilda.
Ela se aproximando toda altiva para encarar o Santo. Este, vendo Hilda, em pensamento.... “Mais fosse um anjo... o demônio sabe como se
fantasiar para nos tentar”.
O Santo gritou então, o crucifixo erguido apontado no rumo
dela frente à multidão: - Te esconjuro,
Satanás!
Nesse momento, deu um trovão já com a chuva caindo. Hilda não se abalou e encarou o Santo. Ela estava com 21 anos de idade incompletos. Encarou o Santo e recebeu o apoio de uma
aglomeração que apoiava ela e era contra mudar a Zona Boêmia do centro de BH.
Entre os apoiadores de Hilda mais próximos estavam Maria
Tomba Homem e o travesti Cintura Fina.
Hilda fez no ato um desafio ao Santo. Abaixe esse crucifixo e me responda: O senhor é santo dos ricos ou dos pobres?
19 – E se foi Deus que me mandou?
Ela pergunta ao santo:
“Você que é santo, soube como vive um operário brasileiro?”. “Pois eu, que você diz que sou o demônio, sei
como vive um operário brasileiro”.
Caiu a chuva.
O santo ficou calado e só depois de uma cotovelada da beata
Loló cobrando uma reação dele, o frei, vendo a chuva cair disse:
- Esta é uma chuva abençoada porque vem lavar os pecados da
Rua Guaicurus e da Zona Boêmia”.
Nisso de chuva, trovões, acaba a energia e ficam todos no escuro.
20 – O sapato da Cinderela
Um raio caiu no Restaurante Bagdá provocando um
incêndio. Foi um corre corre geral. Nisso, Hilda perdeu um pé do sapato no
tumulto e o santo achou e colocou furtivamente no bolso do paletó.
Parte Dois
1 – O Santo e a pecadora
A vidente que previu a morte de Getúlio Vargas teria dito a
sorte de Hilda. Que ela iria sofrer
como Gata Borralheira e iria perder um pé do sapato que ela amava, do tempo dos
bailes no Tenis Clube. E quem achasse o
pé do sapato seria seu Príncipe Encantado.
Ela anunciou a perda do sapato no rádio e jornais. Ofereceu dois tipos alternativos de
recompensa: mil dólares em dinheiro ou
um beijo dela.
Houve vários e vários que tentaram a sorte mas o sapato não
servia.
2 – Um diálogo muito estranho
O repórter foi ao convento para tentar conversar com o frei
(amigo de infância...). O leigo que o
atendeu disse que o Frei estava nos fundos, na Casa de Purgação, o que incluía alto flagelo para se
livrar de maus pensamentos. Disse que
há dois dias o frei estava nessa purgação.
No flagelo, o santo em pensamento vai devolver o sapato para
Hilda e ganha os beijos dela. Correm
juntos, descalços pela chuva. Dançam uma
música. Aí termina o sonho no flagelo.
O santo abre o olho e promete: - Eu ainda vou exorciza-la, Hilda
Furacão. Hei de tirar o demônio do seu
coração.
4 – Em que se fala sobre o Mal de Hilda, com base em fatos e
boatos.
A Câmara Municipal de BH e o projeto de lei para criar
retirada do centro a Cidade das Camélias e para lá transferir a Zona Boêmia.
O vereador comunista diz que tem provas que as entidades que
apoiam o projeto são financiadas pelo lobby dos imobiliaristas e construtores.
O vereador de situação trouxe uma pasta que teria “provas”
de que o ouro de Moscou estaria financiando o vereador comunista.
Havia empate de 9x9 entre os vereadores pro e contra a
mudança da zona.
Um coronel do cacau de Ilheus-BA querendo rematar todas as
fotos eróticas da Hilda. Pagaria em dólar. E pretendia um dia leva-la em definitivo
para Ilheus-BA.
Um dia um fazendeiro, grande criador de gado zebu no Triângulo
Mineiro, depois de se contagiar pelo Mal de Hilda, prometeu leva-la para sua
terra. Grana não seria problema para
ele.
Continua no capítulo 6/15