Cap. 11/15 fichamento do romance
HILDA FURACÃO- autor ROBERTO DRUMMOND
Hilda marcou entrevista coletiva
e declarou que recusava dois pedidos de casamento feitos por milionários.
Destacou que agradecia de coração, mas não aceitava porque não os amava e que
amava uma pessoa impossível. – “É um amor impossível, mas ainda assim devo ser
fiel a ele.”
O jornalista recebe um ultimato
do Jornal Binômio. Ou descobre o segredo da Hilda optar pela zona boemia ao
invés do casamento milionário ou o jornalista estaria despedido do emprego.
Reporteres de jornais de
destaque na época, sempre de esquerda. Fernando Gabeira, Mauro Santayana.
O jornalista do Binômio, Ponce
de Leon, se fantasiou de mendigo e fez ponto por uns tempos nas escadarias de
uma igreja de BH pedindo esmolas. Depois fez uma série de reportagens que fez
grande sucesso na imprensa.
O jornalista narrador sentia
ciúmes do sucesso dos seus colegas. Além do mais era hipocondríaco, inventava
doenças para sofrer com elas.
A analista dele atende ao seu
pedido para interna-lo no sanatório de doentes mentais de Barbacena MG. Lá ele
pretendia conseguir ótimas reportagens.
“O médico e político JK
Juscelino Kubstcheck era homem alegre... estava sempre sorrindo, o riso era sua
marca registrada.” Ele foi governador de MG antes de ser presidente da
república, o que fez Brasilia.
Como governador de MG inclusive
construiu o Parque da Pampulha com represa que formou o lago e as construções
com projeto do Arquiteto Oscar Niemeyer. Um dos destaques é a capela de São
Francisco ornada com artes plásticas do artista plástico Candido Portinari.
Houve longo impasse para a igreja católica local aceitar a igreja projetada por
um comunista e decorada por outro comunista já citados. Depois de certo tempo
chegaram a um acordo e a igreja passou a receber as celebrações normais.
A igreja citada e outros prédios
projetados por Niemeyer são destaque no roteiro de turistas que vão a Belo
Horizonte.
(visitei duas vezes a Pampulha e
nela as obras de Niemeyer, incluindo a Igreja de São Francisco que é pequena e
muito linda)
(Visitei também a casa projetada
pelo Niemeyer ao lado do lago da Pampulha, onde morou por uns tempos o ex
presidente Juscelino. É um espaço aberto à visitação pública)
Um ateu reza
O jornalista ateu morria de medo
de viajar de avião. Um dia teve que ir a serviço de BH até Montes Claros MG
para fazer reportagem sobre as “vendas” de nordestinos que depois seguiam para
obras de Brasilia em construção.
No passado o jornalista foi pego
no colégio de padres por estar lendo o livro O Cavaleiro da Esperança de
autoria do comunista Jorge Amado, sobre o comunista Luiz Carlos Prestes. Foi
expulso do colégio por isso.
Agora no voo, voltou a rezar de
medo de morrer.
Em Montes Claros todos negavam o
comércio de nordestinos, o tráfico humano. O jornalista e o fotógrafo alugaram
um carro e foram para a rodovia para seguir caminhões pau-de-arara. Seguiram um
e na periferia da cidade, parou perto de um curral antigo e lá descarregava as
pessoas a serem vendidas.
O jornalista disfarçado de
fazendeiro comprou um casal de nordestinos com recibo assinado e tudo.
A reportagem deu enorme
repercussão. Levaram depois o casal de nordestinos para o Rio de Janeiro e
foram entrevistados pelas TVs da capital.
Os telespectadores doaram muitas
roupas e outras coisas ao casal que depois ficaram empolgados e acharam que não
precisariam mais trabalhar, que já tinham fama. Mas logo acabou o estoque de
doação e o casal veio procurar o repórter “que os comprou” e veio se amparar
com seus “donos’. Foi um embaraço para o repórter.,
O repórter finalmente se encontrou
com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o
namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai
dela ficou sabendo e proibiu o namoro.
Continua no capítulo 12/15
O
repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela.
Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B
na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.
O
pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.
“Bela
B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha
nem onde cair morto.”
A
cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e
estava em novos tempos. Até foi criada
uma zona de meretrício na cidade.
Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.
Umas
pessoas admiravam: - “Deu a louca no
mundo: ela vai se casar com um
comunista!”.
O
bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não
se falava em outra coisa na cidade. E se
dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do bordel.
Aramel
e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do
comunista e a estrada estava bloqueada.
O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre
bubônica na cidade e estava matando gente.
Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana. Também tinha o boato que a doença veio das
pulgas das malas das prostitutas.
Ao
invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de
lá que não sabia o que fazer.
Hilda
tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado. Mesmo tendo medo de avião, o jornalista encarou
a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B, a
Beatriz.
Para
todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive
por acolher o bordel. O avião passa
num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para
sua amada. Aquilo contagiou
positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o
mais. Um deles puxa o carnaval e o povo
sai em festa acompanhando os cordões.
Assim acabou a praga e voltou a normalidade.
Enfim,
em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.
Nesse
tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.
Jânio Quadros renuncia à presidência da república. Era para assumir o vice João Goulart, tido
como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir. Conseguiram mudar a lei para um
parlamentarismo, tirando poder do presidente.
Tretas
dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na
cara de um general. Logo em seguida os
militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o
maquinário. Nisso até as fotos do
casamento do jornalista foram para o lixo.
O
general e a rosa
Nessa
ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência. O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João
Goulart, vulgo Jango. Brizola era
governador do Rio Grande do Sul.
Outros
notórios da esquerda e que incomodavam os militares. Miguel Arraes, o deputado pernambucano
Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma
agrária “na lei ou na marra”.
Consta
que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político José
Aparecido de Oliveira em BH. Este que
morava ao lado da casa de um general da ativa.
O general seguidamente era visto podando as roseiras do jardim da
moradia dele.
O
político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da
casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general
até ouvir as prosas.
Tempos
agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política do
Brasil. Um dia a esposa dele perguntou
como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.
Continua
no capítulo 12/15