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domingo, 29 de outubro de 2023

CAP. 11/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor - ROBERTO DRUMMOND

 

Cap. 11/15 fichamento do romance HILDA FURACÃO- autor ROBERTO DRUMMOND

Hilda marcou entrevista coletiva e declarou que recusava dois pedidos de casamento feitos por milionários. Destacou que agradecia de coração, mas não aceitava porque não os amava e que amava uma pessoa impossível. – “É um amor impossível, mas ainda assim devo ser fiel a ele.”

O jornalista recebe um ultimato do Jornal Binômio. Ou descobre o segredo da Hilda optar pela zona boemia ao invés do casamento milionário ou o jornalista estaria despedido do emprego.

Reporteres de jornais de destaque na época, sempre de esquerda. Fernando Gabeira, Mauro Santayana.

O jornalista do Binômio, Ponce de Leon, se fantasiou de mendigo e fez ponto por uns tempos nas escadarias de uma igreja de BH pedindo esmolas. Depois fez uma série de reportagens que fez grande sucesso na imprensa.

O jornalista narrador sentia ciúmes do sucesso dos seus colegas. Além do mais era hipocondríaco, inventava doenças para sofrer com elas.

A analista dele atende ao seu pedido para interna-lo no sanatório de doentes mentais de Barbacena MG. Lá ele pretendia conseguir ótimas reportagens.

“O médico e político JK Juscelino Kubstcheck era homem alegre... estava sempre sorrindo, o riso era sua marca registrada.” Ele foi governador de MG antes de ser presidente da república, o que fez Brasilia.

Como governador de MG inclusive construiu o Parque da Pampulha com represa que formou o lago e as construções com projeto do Arquiteto Oscar Niemeyer. Um dos destaques é a capela de São Francisco ornada com artes plásticas do artista plástico Candido Portinari. Houve longo impasse para a igreja católica local aceitar a igreja projetada por um comunista e decorada por outro comunista já citados. Depois de certo tempo chegaram a um acordo e a igreja passou a receber as celebrações normais.

A igreja citada e outros prédios projetados por Niemeyer são destaque no roteiro de turistas que vão a Belo Horizonte.

(visitei duas vezes a Pampulha e nela as obras de Niemeyer, incluindo a Igreja de São Francisco que é pequena e muito linda)

(Visitei também a casa projetada pelo Niemeyer ao lado do lago da Pampulha, onde morou por uns tempos o ex presidente Juscelino. É um espaço aberto à visitação pública)

Um ateu reza

O jornalista ateu morria de medo de viajar de avião. Um dia teve que ir a serviço de BH até Montes Claros MG para fazer reportagem sobre as “vendas” de nordestinos que depois seguiam para obras de Brasilia em construção.

No passado o jornalista foi pego no colégio de padres por estar lendo o livro O Cavaleiro da Esperança de autoria do comunista Jorge Amado, sobre o comunista Luiz Carlos Prestes. Foi expulso do colégio por isso.

Agora no voo, voltou a rezar de medo de morrer.

Em Montes Claros todos negavam o comércio de nordestinos, o tráfico humano. O jornalista e o fotógrafo alugaram um carro e foram para a rodovia para seguir caminhões pau-de-arara. Seguiram um e na periferia da cidade, parou perto de um curral antigo e lá descarregava as pessoas a serem vendidas.

O jornalista disfarçado de fazendeiro comprou um casal de nordestinos com recibo assinado e tudo.

A reportagem deu enorme repercussão. Levaram depois o casal de nordestinos para o Rio de Janeiro e foram entrevistados pelas TVs da capital.

Os telespectadores doaram muitas roupas e outras coisas ao casal que depois ficaram empolgados e acharam que não precisariam mais trabalhar, que já tinham fama. Mas logo acabou o estoque de doação e o casal veio procurar o repórter “que os comprou” e veio se amparar com seus “donos’. Foi um embaraço para o repórter.,

O repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.

Continua no capítulo 12/15

 

 

         O repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.

         O pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.

         “Bela B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha nem onde cair morto.”

         A cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e estava em novos tempos.   Até foi criada uma zona de meretrício na cidade.   Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.

         Umas pessoas admiravam:  - “Deu a louca no mundo:  ela vai se casar com um comunista!”.

         O bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não se falava em outra coisa na cidade.  E se dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do bordel.

         Aramel e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do comunista e a estrada estava bloqueada.  O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre bubônica na cidade e estava matando gente.  Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana.   Também tinha o boato que a doença veio das pulgas das malas das prostitutas.

         Ao invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de lá que não sabia o que fazer.

         Hilda tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado.   Mesmo tendo medo de avião, o jornalista encarou a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B, a Beatriz.

         Para todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive por acolher o bordel.    O avião passa num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para sua amada.    Aquilo contagiou positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o mais.   Um deles puxa o carnaval e o povo sai em festa acompanhando os cordões.    Assim acabou a praga e voltou a normalidade.

         Enfim, em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.

         Nesse tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.    Jânio Quadros renuncia à presidência da república.   Era para assumir o vice João Goulart, tido como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir.   Conseguiram mudar a lei para um parlamentarismo, tirando poder do presidente.

         Tretas dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na cara de um general.    Logo em seguida os militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o maquinário.  Nisso até as fotos do casamento do jornalista foram para o lixo.

         O general e a rosa

         Nessa ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência.  O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João Goulart, vulgo Jango.   Brizola era governador do Rio Grande do Sul.

         Outros notórios da esquerda e que incomodavam os militares.  Miguel Arraes, o deputado pernambucano Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma agrária “na lei ou na marra”.

         Consta que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político José Aparecido de Oliveira em BH.   Este que morava ao lado da casa de um general da ativa.   O general seguidamente era visto podando as roseiras do jardim da moradia dele.  

         O político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general até ouvir as prosas.

         Tempos agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política do Brasil.   Um dia a esposa dele perguntou como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.

        

         Continua no capítulo 12/15

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