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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

CAP. 17/20 - fichamento do livro - MANUAL DO INFINITO - Relatos de um Autista Adulto - Autor: HENRIQUE VITORINO

 capítulo   17/20                           outubro de 2023

        

         Meu autismo é político no intuito de criar estratégias para dar qualidade de vida a todas as pessoas autistas junto de suas famílias.

         ...”Nossos filhos, sobrinhos e netos autistas merecem um mundo muito melhor que o nosso”.

         Capítulo – Amizades de suporte: pessoas que transcendem o espectro.

         “Costumo dizer que uma amizade-suporte pode  nos fazer ir além de nós mesmos”.       ...”As amizades-suporte são aqueles que conseguem nos convencer, aconselhar, proteger, cuidar e se aproximar sem nos causar medo, ou cansaço”.    ...medo.   “Passamos a ser arredios quando nos acostumamos a viver em alerta constante.”

         “Construimos a relação com alguém que nos dá segurança...”    “Esse alguém não se importa em dividir o seu tempo conosco...”

         Pode ser parente ou não.   “Não existe regra para assuntos do coração.”

“Para minhas amizades-suporte, prefiro eleger pessoas neurotípicas.   O motivo é simples:  gosto de ver o mundo pelos olhos de quem é diferente de mim”.

         Amo meus pais, mas eles não se enquadram na categoria de amizades-suporte no meu modo.   Eles me apoiam como pais.

         ...”quase a totalidade dos meus amigos-suporte são homens cisgêneros.”   “Um item importante: autistas precisam e devem ter amizades com pessoas de fora do círculo familiar, mesmo que precisem de acompanhamento constante”.

         “As amizades-suporte nos ajudam a crescer e ganhar independência...

         “Quer descobrir... quem são suas amizades-suporte?   São as pessoas para quem você ligaria em duas situações: durante uma crise sensorial ou para avisar que você ganhou na loteria”.

         O que o autismo uniu, ninguém separe:  cônjuges como suporte (ou não)

         “A vida de namoro é bem diferente da vida do matrimônio”.  “Numa vida a dois é necessário que ambas as partes tenham maior disponibilidade, paciência, afeto, carinho e compreensão”.

         Primeiro mito:  O cônjuge do autista não é seu cuidador.   “O que não se pode aceitar é obrigar o cônjuge a cuidar de sua pessoa autista pelo resto da vida”.    A obrigação é maior da família do autista.    

         ...”Podemos perder a pessoa certa unicamente por que somos levados a manter uma relação de dependência e não de amor...”    “Atuar como cuidador é digno e honesto, mas a relação entre namorados e cônjuges deve ser amorosa:  não paternal ou maternal”.

         Segundo mito:  Não é só a pessoa autista que precisa de cuidado.

         “Quando nós autistas estamos estafados, temos a tendência natural de nos isolar: pelo menos é o que acontece comigo”.

         Terceiro mito:  autistas são incapazes de gerar e criar seus filhos.

         “O autismo nunca impediu alguém de se apaixonar”.

         “É preciso dizer ainda que a masturbação solo é uma forma de vivenciar a própria sexualidade quando não se deseja dividi-la com alguém”.

         “O que não se pode pensar é que autistas são incapazes de ser mães e pais, inclusive biológicos”.   

...”fogos de artifício me irritam e isso ocorre com quase todo autista.”

         Meu garoto:   a família que o espectro me deu.   “Tenho um hábito peculiar quando sinto muito amor por alguém: costumo convidar a pessoa para fazer parte da minha família.”    Página 223 do livro.

         Assim ocorreu com o Avô Antonio.  Ele era meu aluno de informática. 
Ele ficou feliz com o curso e me adotou como neto.   Meus dois avôs biológicos faleceram antes do meu nascimento e assim não tive o privilégio de brincar com eles quando era criança.

         Foi um  convívio muito bom com Vovô Antonio.  Passeios juntos, amizade.    “Se eu for contar toda minha amizade com Vovô, teria que escrever um livro unicamente sobre isso.”

         O Tio Orlando  (página 224).    No livro o autor cita o Vovô Antonio, o Tio Nelson e o Tio Orlando, amigos-suporte.

         (Tio Orlando no caso, este leitor e resenhista)

         “... Tio Orlando é um dos maiores inspiradores na minha arte literária – ele mesmo é um grande leitor”.

         Após a morte do Vovô Antonio,  fiz meu primeiro curta metragem chamado “Meu Garoto”.  Filme em parceria com Bruna Gabrille.

         “Minha família por adoção tardia me ensinou, acima de tudo, que os laços biológicos não representam amor, união, respeito e amizade por si sós.  É preciso que haja mais:  presença, afeto, compreensão, carinho.”

         Não à solidão.   “Terei na comunidade autista primas, primos, tias e tios à vontade”.

        

         Continua no capítulo 18/20

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