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sábado, 11 de novembro de 2023

CAP. 02/4 - fichamento do livro de ficção - AMORES HOSTIS - autora - VIRGINIA KLEEMANN

Capítulo IV  - livro Amores Hostis -  (ficção)

        

         Frase da autora na epígrafe do capítulo:  “Coração teimoso, sempre é, quando humilhado”.

         Outra vez descalçada.   Areia úmida de quando o mar invade o silêncio dos pés.

         ...desejo poder voar.       ... estou maquinando a virada das perspectivas.

         Elaborei lista enumerando o desperdício de energia em causas inúteis.

         “Me coloco entre parênteses.  Talvez, tentar diligenciar negações, me deixar menos ácida; evitar curto-circuito do que ainda prezo em mim.

         Depois de tudo isso passar, me amarei de novo.

         ... voltar pra guerra   ... dar o tempo de me expor em outras jornadas.

        

         Capítulo V

         ...libertinagens... “Sombras da educação monitorada por crenças me incomodam. Estou envolvida com a falta de coragem em romper certas camadas.

         ... já ia longe a conta das furadas que me metia”.

         Vai pela segunda vez ao camarim do autor.   “Tinha total certeza da fisgada”.

         ...Eu desmanchei, me sentia toda bobamente arrepiada, quase descarnada de desejo por este homem”.

         “Baixei a guarda...  cenas de bastidores”.       ... “confesso que me gosto mais como leviana sonhadora, pois assim só machuco a mim mesma...”

         ...”paixão traída dois demais”.

         ...detalhes se desvaneceram e o trabalho me absorveu.

         ...

         De vez em quando, meu solitário corpo rememoriza a maciez e a quentura daquele amor vagabundo.

         “O isolamento se mostra incapaz de reagir.      ...”não quero visionar o futuro.   É medo, será?

         ... minhas moléculas...   prazer interno  .... Está bom desse jeito.

         Abir a janela...  “lá fora a vida está retratada em sépia.

         ... andei.... calçadas alheatórias me convidaram a caminhadas experimentais.    ... projetava conquistas sem me ater aos resultados.

         ... tudo ficará mais  simples se meu cérebro trabalhar no mesmo tom.   O tom da mudança.    Não esqueço o dia que a conheci.

          Me convencia de estar abrindo a mente para novos sentimentos.

         “Estavas encabulada, meio sem saber o que dizer.     ...”Este novo horizonte estava disposta a incorporar.”       “Ela se gabava da felicidade, eu, mais contida, já pensava na moralidade da relação”.

         ... andorinha que sou, uma alma livre.

         Nos pessegueiros, sossego minhas asas, tendo muito que olhar, aqui nada é falso”.

         Três anos voaram.      (fim deste episódio).      Haverá mais dois 

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

CAP. 01/04 - fichamento do livro - AMORES HOSTIS (ficção) - Virginia Kleemann - editado em 2017


     Autora:   Virginia Kleemann   - editado em 2017   - gaucha radicada em Curitiba  PR

 

  (exemplar da BPP Biblioteca pública do Paraná)

 

         “Um café, um caderno e uma caneta.  Estou pronta para passar a limpo a minha insignificante existência”.

         “Quando as palavras... outras cospem verdades cruas e tantas simplesmente não dizem nada”.

         “Sentimento verdadeiro...   O olhar pode falar muito além...  palavras que estão volteando na minha cabeça...  amor...   Foi no tempo de tudo lindo”.

         “Não tão como descobri depois.   A ignorância é sábia, nos isola do que não queremos ver e não vendo não sentimos o tamanho das frustrações”.

         ...”Como a realidade costuma chegar depois do estrago consumado, eu me danei”.

         “Sou boba mesmo, quem mandou acreditar...  Teve um tempo que amei as palavras”.

         II -     ...”foi um amor cruel. Foi.    “Aos poucos vou me desmanchando...   Quero fugir.   Para onde, não sei”.

         ... rua .... me acolhe pro caminhar descalço ...     não recuo da ansiedade de consumir muitos cafés entre os momentos de criação.

         “Vivo por ser solta no imaginário...  vivo pelo prazer de escolher as cores do chão que piso, demorei mas consegui libertá-las”.

         ...Frente a esta fase de negação, mudei minhas perspectivas depois da autoanálise no meu travesseiro e a face sulcada por centenas de lágrimas.  Encontrei o rumo dos objetivos.”

         ...”afirmo que as cores dão e sempre darão o tom da minha imaginação”.

         É isso e pronto!

         Sou colorida, e daí?     ... não quero emoldurar os coloridos que fluem em mim.   Soltar, solta-las, me soltar; o meu maior desejo.

         ... Assina, vai, termina com esta obra!.

         III -  ... meu precioso caderno de lamentações  ...   águas passadas... baixar a cabeça com vergonha dissimulada...  seguir adiante...   e ressalto que:   deixo alguns demônios guardados para futuros rompantes.   Meu caminhar é simples.

         “Vem também a rememória que não ficou sepulta como devia.    Tenho vergonha de assumir que não sou tão centrada, e, de mostrar minhas fraquezas.   Acho que me acostumei às máscaras”.

         ...”A memória que se liga e desliga.  Quero só desliga-la.      ...”estou me ajustando com o que quero.    ...vou entendendo o alcance da liberdade absoluta.   Sim.  Ela existe.”    “Delícia estar no comando.  A independência chegou”.

         Capítulo IV         (o fichamento terá quatro etapas)

 

Feito pelo leitor Orlando Lisboa de Almeida   -  outubro de 2023 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

VISITA GUIADA - PRÉDIO HISTÓRICO DO CENTRO DE SÃO PAULO EDIFÍCIO SAMPAIO MOREIRA

 

Ao lado do Vale do Anhangabau, pertinho do Teatro Municipal de São Paulo, fica no número 346 da Rua Líbero Badaró o prédio que foi o primeiro "arranha céu" da capital.
Inaugurado em 1924, antes do Edifício Martinelli que depois passou a ser o edifício mais alto da época, o Edifício Sampaio Moreira foi construido com 12 andares.
Na época, o padrão era até quatro andares e sempre sem elevador. Já o Sampaio Moreira com seus 12 andares providos de salas comerciais teve o elevador que era raro na cidade até então.
O prédio tem uma fachada mista, sendo dois andares com revestimento de pedras e o restante em alvenaria convencional.
Estando de passagem, conheci o prédio só pelo lado externo e lá funciona atualmente a Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo.
Um detalhe que só fiquei sabendo através da minha guia, no caso uma filha que trabalha na Prefeitura de SP ao lado do prédio citado, é que na época da construção o dono do prédio, um comerciante muito abastado, comprou uma área em frente e manteve vegetada e assim não se pode construir no local e um dos objetivos era e é manter uma visão do Vale do Anhangabau logo em frente.
Uma solução além de tudo, ecológica que entre outras coisas, mantem área permeável para ajudar a absorver água da chuva e contribuir para evitar alagamentos. Achei a ideia centenária, muito legal.





quarta-feira, 1 de novembro de 2023

CAP. 15/15 (FINAL) - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor|: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo final 15/15            LEITURA - outubro de 2023 

 

         Apesar dos tanques nas ruas

         O golpe militar em curso no dia 31-03-1964 e naquela noite Hilda de casa cheia num programa de despedida da zona boêmia conforme tinha dito na entrevista coletiva.

          Hilda atendendo a fila de clientes e ansiosa por um telefonema do frei que tinha que ser até a meia noite, conforme ela determinou.   Antes do dia primeiro de abril para ser verdade mesmo.

         Ratos e homens

         O jornalista Ponce de Leon foi preso pela ditadura no dia do golpe.   Mesmo ele sendo integrante do jornal Alterosa, de propriedade do governador Magalhães Pinto, governador de MG que apoiava o golpe.

         Ficou em cela escura e infestada de ratos.

         Hilda e a espera.   Faltavam poucos minutos para encerrar o prazo para a decisão do frei.    Se aceitasse, se casariam e ele abandonaria a vida religiosa.

         Ela ficou muito feliz com o telefonema dele quase ao fim do prazo.  E marcaram para se encontrar no dia seguinte em frente ao Tenis Clube onde Hilda foi no passado a Garota do Maiô Dourado.

         Os fãs de Hilda em peso na saída do prédio num evento de despedida com música e tudo.  Inclusive Valsa do Adeus.   Ela iria ao encontro marcado com o seu amado.

         Estava com o mesmo vestido tubo que usou no dia da tentativa do exorcismo contra ela.    Vestido que, molhado de chuva no dia do exorcismo, deixava mais sensual a jovem Hilda.

         Os militares colocaram três jornalistas presos em frente a um paredão e apontaram as armas num gesto de fuzilamento.  Um deles desabou de medo da morte iminente.  Foi um sufoco, mas era uma brincadeira de mal gosto por ser primeiro de abril.

         Depois libertaram os jornalistas descalços e sem cinto pela cidade.

         O frei se despediu da vida religiosa e caminhava pela rua para tomar um taxi.   Nisso encosta um jeep militar com soldados que vieram e deram voz de prisão a ele.   Lá se foi o encontro tão esperado com Hilda.

         Prisão em nome da “revolução”.

         O frei tentou argumentar mas não teve jeito.   Indo preso mesmo, justo na hora de ir encontrar Hilda.

         Argumenta:   - Mas isso é uma violência – protestou.

         -É uma revolução, frei.

         - Revolução ou golpe militar?

         - Se vencermos, será uma revolução.  Se perdermos será um golpe militar.

         Hilda sem saber desses fatos, em frente ao Tenis Clube ansiosa pela chegada do frei.   Ela inclusive com um pé calçado e outro esperando o sapato que tinha sido achado pelo frei e que ele certamente devolveria a ela.

         Ela já imaginava ele chegando, desembrulhando o sapato e calçando nela, mas não sabia o que aconteceu com o frei.

         Passado mais de hora do que o combinado, ela desistiu e foi embora arrasada.  Falou sozinha na hora de sair do local do encontro que não houve.

         - Ah, felicidade, você me passou um bom primeiro de abril.

         João Goulart foi deposto da presidência pelo golpe militar e se exilou no Uruguai.

         Leonel Brizola, que tentou como governador do Rio Grande do Sul, uma reação contra o golpe, foi deposto e também foi pro exílio no Uruguai.

         “Chico Campos, o pai dos atos institucionais da ditadura”.    Depois o cronista Rubem Braga é citado numa reportagem por sua frase:   “Quando o Sr. Francisco Campos acende a sua luz, acontece curto-circuito nas instituições democráticas”.

         Na véspera do Natal de 1964 foi fechada a redação do jornal Alterosa onde o jornalista narrador trabalhava.   Ele foi trabalhar no Rio de Janeiro no Jornal do Brasil.

         No Rio, sempre a vontade de voltar para MG.   Todo avião que via no céu do Rio, para ele parecia que ia para Minas Gerais.

         Um dia decidiu o casal a voltar para MG e ficou lá em BH um ano desempregado.   Leu muito no período.   Um dia recebeu um convite de trabalho do jornal Estado de MG.

         Um dia, chega a notícia por um jornal dos USA de que o Pretty Boy (o Aramel) estava para cumprir a promessa de sobrevoar a terrinha dele e de cima fazer a chuva de dólares para ajudar os necessitados.

         O frei, agora preso pela quarta vez, desta vez no Rio Grande do Sul.

         O jornalista tornou-se cronista esportivo e um dia estava em Buenos Aires em serviço e lá encontrou Hilda.

         Consta que só após um ano ela ficou sabendo da prisão do frei e do motivo dele não ter ido ao encontro.

         Hilda havia no passado prometido contar por que foi para a zona boêmia.  Prometido ao amigo jornalista.   No encontro na Argentina ele fez a pergunta novamente e ela não cumpriu a promessa. Ela argumentou:

         - “Por que você não diz aos leitores que, tal como contou no seu romance, eu, Hilda Furacão, nunca existi e sou apenas um primeiro de abril que você quis passar nos leitores?  Por que não diz isso?

         Penso que não deixa de ser uma boa ideia.

 

         FIM.                               31-10-2023    

 

         Oportunamente devo ler do mesmo autor o livro Sangue de Coca Cola, bem recomendado pela crítica no final deste livro.

 

         orlando_lisboa@terra.com.br          Grato aos leitores do fichamento.

Outros e outros virão.

        

CAP. 14/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

      A espera da chuva de dolares

     Aramel chegou nos USA mas o que conseguiu foi um modesto emprego de garçon na noite novaiorquina.   Ganhando algo como um hamburguer que nem dá para matar a fome.
     Depois de garçon, Aramel foi de motorista de limosine e em seguida, ganhava de lavar cadáver.
     Saltando de galho em galho, virou Pretty Boy dos cassinos, das armas e da contravenção.  
     Juntou dinheiro e passou a "adotar" crianças de pais muito pobres, sempre adotando meninas e sempre colocando o nome de Gabriela em cada uma.    Fica a pergunta se pretendia usar as meninas futuramente para exploração sexual.   O certo é que era o nome da ex namorada dele.
     Voltando ao general que podava as rosas do jardim em Belo Horizonte e quem sabe ficava escutando o vizinho que vivia falando no telefone com autoridades comunistas pelo Brasil.
     Golpe militar e Tia Ciana que tantas rezas e campanhas fez na cidade dela e agora estava organizando as campanhas para a Marcha com Deus, pela Familia e a Liberdade...  (isto nos anos 60...   )
     Ela dizia:  - Só vamos descansar quando escorraçarmos o comunista João Goulart (Jango) para a Rússia ou os confins do Judas.
     Pela carta o jornalista ficou sabendo que o seu tio que o protegia no passado, mesmo sabendo que ele era comunista, já estava agora se armando para enfrentar os que tentassem a reforma agrária.   O tio era fazendeiro...
     Hilda e a vidente
     A vidente que disse no passado que Hilda ia sofrer muito na vida, depois disse que ela ia perder um pé do sapato e quem achasse seria o amor da vida dela, qual Cinderela.
     Depois revelou que esse homem era o Santo.    Ela um dia foi ao convento procura-lo.   Declarou amor a ele e fez uma proposta.   Ele tinha cinco anos de celibato e ela tinha cinco anos de zona boêmia.  Dia 01 de abril de 1964 era aniversário dela.    Que ele desse uma resposta no máximo até o dia 31-03-1964.    Se houvesse o sim dele, se casariam e iriam viver, ele sendo professor e ela tendo como respaldo o dinheiro que ganhou (uma fortuna) durante o tempo de zona boêmia.
     Ao contar da visita e da proposta de Hilda ao amigo jornalista, este pergunta qual decisão vai tomar.     O frei diz que a mãe dele o educou para ser santo, como ficaria ao saber dessa ideia de deixar o celibato e se casar com Hilda Furacão, tão conhecida de todo mundo na região.
     Hilda indo na redação do jornal Alterosa para conversar com o amigo jornalista.   - Cê já sabe de tudo, né? - e como confirmei: - Procê ver, a minha disputa é a mais desigual do mundo: eu disputo meu amor com Jesus Cristo!
     Ela disse que se receber um sim do santo antes do primeiro de abril, ela dará uma entrevista anunciando que a partir dessa data ela abandonaria a zona boêmia.  Mudaria de vida.
     Conforme anunciado, Hilda deu uma entrevista coletiva à imprensa na qual ela no dia 01 de abril deixaria a zona boêmia.
     Foi uma entrevista muito concorrida.   Diziam que entre outros bens, ela tinha uma fazenda no Mato Grosso e que ela iria mudar para lá.
     Perguntaram se ela não temia a reforma agrária prometida pelo presidente João Goulart.   Ela escandalizou os coroneis fazendeiros com a resposta:
     - Sou a favor da Reforma Agrária.   Se o Dr Jango quiser, pode começar pela minha fazenda.
     A imprensa listou uma série de imóveis que pertenceriam a Hilda e ela não negou nenhum.
     A entrevista não chegou a elucidar a razão de Hilda abandonar a zona boêmia.
     Tiro ao alvo
     Era o passatempo favorito de Hilda.  Tinha um local onde ela treinava quase diariamente.
     Capítulo Seis
     A rosa, sim.   O general, não.
     A dita revolução (ditadura militar de 1964).    O governador de MG, Magalhães Pinto apoiou o golpe militar.
     Houve prisões de jornalistas e políticos que se opunham ao golpe, inclusive em Belo Horizonte.
     No apuro do momento, o jornalista narrador e a esposa escondendo livros que pudessem compromete-lo caso a polícia chegasse na casa deles.
     O casal teve que esconder fora de casa um quadro de Chê Guevara que enfeitava a casa.


continua no capítulo final 15/15

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

CAP. 13/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 13/15

        

 

         O autor diz que descobriu o talento do cartunista Henfil e o revelou no jornal Alterosa.   (Henfil - Henrique de Souza Filho).   Revelou e batizou com esse nome que o consagrou:  Henfil. (irmão do Betinho do Fome Zero)

         Fernando Gabeira também era jovem jornalista contemporâneo dele lá em BH nos anos 60 e namorava uma normalista que estudava num colégio de freiras.

         O amigo Aramel, o Belo, estava em apuros.   O milionário agora queria para o seu harém a namorada do empregado Aramel.   Se ele não cedesse, perderia o emprego e as mordomias de carro, moradia, roupas caras etc.

         Aramel visita pela primeira vez o apartamento de cobertura do edifício onde morava o patrão que só tinha no local como companhia de rotina uma onça pintada chamada Teresa.   O dono da casa disse ao empregado para não ter medo.    “Confie numa onça mas não confie muito numa mulher”.

         O patrão e a ordem:   ou lhe entrega a namorada ou fica na miséria.

         Aramel pretendia se mandar para os USA para tentar virar astro de cinema em Hollywood e pretendia levar a namorada.

         Na redação do jornal Alterosa, Hilda Furacão em visita e o cartunista Henfil fez um desenho dela.   No desenho o fradinho dizia a São Pedro:  - “Se no inferno tem Hilda Furacão, é pra lá que eu vou”.

         O ambiente político estava agitado no governo Jango.  Inflação alta, o medo da reforma agrária prometida por ele.   Os coronéis, clientes de Hilda sumiram da capital.

         Hilda disse que nasceu num dia 01 de abril.   Ela ficou sabendo que o coral dos meninos de Deus sob a batuta do Santo estava para se dissolver por falta de verba.

         Hilda faz um cheque de alto valor e entrega ao jornalista para ele levar para Hilda como contribuição dela.

         A namorada do jornalista ao ver o valor do cheque para o coral do frei disse:  - “Louca varrida pelo frei.  Só uma mulher apaixonada faz loucura com dinheiro”.

         O frei ficou surpreso com o valor da contribuição de Hilda.   Nem queria aceitar mas o coral precisava muito da ajuda.   O frei andava até fumando pela angústia de estar caído por Hilda e dividido em relação à sua devoção de religioso.

         O frei reconhece que Hilda mudou o modo de pensar dele...    “...me ensinou o que é a piedade e a verdadeira compaixão”.

         ...”Aramel fugiu com Gabriela M, com quem namorava.  Fugiu para não entrega-la ao milionário.   Assim ficou sem emprego nem moradia.

         O casal ficou uns tempos em lua de mel escondidos na Serra perto de Belo Horizonte.   Gabriela foi vendo que ele só pensava em ir morar nos USA.   Ela foi ficando desiludida e resolveu tomar duas decisões:   Acabar com o namoro e ir se entregar ao milionário.   Gabriela passou a sonhar em ter uma filha com o milionário e esta seria rica e dessa forma Gabriela ficaria bem de vida também.

         Aramel, na discussão, perdeu a paciência e deu um tapa no rosto da namorada porque ela disse que ele não tinha futuro.   Que ela era filha de pai bêbado que batia na mãe e viviam na miséria.  Não queria isso para ela.

         Aramel ficou sem a namorada que se entregou e ela logo ficou grávida do milionário.   Ele conseguiu grana para ir para os USA tentar ser astro de cinema graças ao amigo jornalista que conseguiu o dinheiro com Hilda.  Ela doou a passagem aérea e mais dois mil dólares para ele começar a vida por lá.

         O amigo jornalista fez até uma festinha de bota fora para o Aramel que se empolgou e prometeu que seria um astro do cinema, ganharia uma fortuna, teria um avião e um dia viria despejar dólares num voo sobre sua cidadezinha para ajudar os necessitados.

 

 

         Continua no capítulo 14/15

CAP.12/15 - fichamento do romance - HILDA FURACÃO - autor: ROBERTO DRUMMOND

 capítulo 12/15                    outubro de 2023

 

 

         O repórter finalmente se encontrou com sua paixão, a bela B na casa da tia dela. Se encontrou e recomeçaram o namoro. Ele estava feliz da vida. Namorava bela B na casa da tia dela. O pai dela ficou sabendo e proibiu o namoro.

         O pai de bela B ficou sabendo do namoro escondido e deserdou a filha.

         “Bela B abriu mão de toda fortuna do pai para se casar com um comunista que não tinha nem onde cair morto.”

         A cidadezinha do jornalista, Santana dos Ferros, se livrou do padre rígido e estava em novos tempos.   Até foi criada uma zona de meretrício na cidade.   Filmes de Hollywood agora podiam ser exibidos no cinema local.

         Umas pessoas admiravam:  - “Deu a louca no mundo:  ela vai se casar com um comunista!”.

         O bordel da cidadezinha se chamou Paraiso Encantado e na noite de inauguração não se falava em outra coisa na cidade.  E se dizia que Hilda Furacão estaria presente para cortar a fita inaugural do bordel.

         Aramel e o amigo jornalista, chegando em Santana dos Ferros para o noivado do comunista e a estrada estava bloqueada.  O policial explica ao jornalista, seu conhecido, que deu uma febre bubônica na cidade e estava matando gente.  Uns diziam que aquilo era praga da Tia Ciana.   Também tinha o boato que a doença veio das pulgas das malas das prostitutas.

         Ao invés do governo do estado mandar ajuda médica, mandou polícia cercar o povo de lá que não sabia o que fazer.

         Hilda tem a ideia de furar o cerco e iriam lá com um pequeno avião fretado.   Mesmo tendo medo de avião, o jornalista encarou a parada para saber dos seus parentes e conhecidos e para ver a Bela B, a Beatriz.

         Para todos os efeitos, era praga da Tia Ciana pelo pecado do povo local inclusive por acolher o bordel.    O avião passa num voo rasante com uma declaração de amor uma faixa feita pelo jornalista para sua amada.    Aquilo contagiou positivamente o povo que se livrou da praga e voltou a sair nas ruas e tudo o mais.   Um deles puxa o carnaval e o povo sai em festa acompanhando os cordões.    Assim acabou a praga e voltou a normalidade.

         Enfim, em fevereiro, saiu o casamento do jornalista com sua sonhada Beatriz.

         Nesse tempo o governador de MG era Magalhães Pinto.    Jânio Quadros renuncia à presidência da república.   Era para assumir o vice João Goulart, tido como comunista e as forças políticas tentaram impedir ele de assumir.   Conseguiram mudar a lei para um parlamentarismo, tirando poder do presidente.

         Tretas dos dirigentes do jornal Binômio com os militares e um dirigente deu um soco na cara de um general.    Logo em seguida os militares deram o troco, invadindo a redação do Binômio e destruindo o maquinário.  Nisso até as fotos do casamento do jornalista foram para o lixo.

         O general e a rosa

         Nessa ocasião o Brasil estava agitado com João Goulart na presidência.  O gaúcho Leonel Brizola era cunhado de João Goulart, vulgo Jango.   Brizola era governador do Rio Grande do Sul.

         Outros notórios da esquerda e que incomodavam os militares.  Miguel Arraes, o deputado pernambucano Francisco Julião, temido líder das Ligas Camponesas, que lutavam pela reforma agrária “na lei ou na marra”.

         Consta que os destaques da esquerda do Brasil sempre iam confabular com o político José Aparecido de Oliveira em BH.   Este que morava ao lado da casa de um general da ativa.   O general seguidamente era visto podando as roseiras do jardim da moradia dele.  

         O político José Aparecido vivia pendurado numa extensão do telefone na varanda da casa falando alto com seus correligionários Brasil afora e daria para o general até ouvir as prosas.

         Tempos agitados, o jornalista recém casado e só falava em jornal e situação política do Brasil.   Um dia a esposa dele perguntou como seria se ela viesse a ter um filho nesse clima todo.

        

         Continua no capítulo 13/15