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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Fichamento - 2/10 - livro - LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER - Autor: RAMIRO GAMA

 capítulo 2/10

O ex patrão do jovem Chico Xavier morreu na miséria e não havia recursos para a família dele nem para compra do caixão. Chico saiu em campanha de porta em porta e conseguiu donativos para a compra do caixão, num gesto de grande compaixão.
Um dia Chico estava muito abatido e sem força para nada. Seu Guia Emmanuel lhe deu um recado... “procure, pois, reagir. A tristeza, meu filho, é cupim do coração e traz moléstia grave”.
“E se você, como penso, assimilar o que vou lhe mostrar, para certificar-se de que o bem que fazemos é o nosso bem e que quem dá recebe mais, ficará curado, vai mudar de vida, agir de outra forma”.
...beneficiamos os corações de quem recebe um Vá com Deus, Deus lhe Pague, Deus lhe Ajude. O guia ensina que a Fazenda do Pai é a Natureza.
Pontes e suas serventias
O guia pergunta ao Chico: - Chico, você já foi ponte para alguém?
Os ensinamentos do guia deram forças a Chico que ficou curado e feliz. Chico em seu trabalho na Fazenda. “Em tudo via poesia e Vida, Verdade e Luz, Beleza e Amor.” ...”e acima de tudo, a presença de Deus.
Chico queria ter um quarto com janela de vidro. “Quer ver o céu ainda para ver os espíritos que vem e que vão...” ...”Chico é, assim, uma criatura do Céu”.
Lindos casos que Chico Não Contou
... Em 1951 o autor deste livro, espírita, Ramiro Gama conta que atuou como um dos professores na Campanha de Educação de Adultos na ferrovia Central do Brasil. “com auxilio de professores voluntários, conseguimos numa massa de doze mil ferroviários, alfabetizar cerca de onze mil.
Citação da terceira revelação. No caso não especificou detalhes dela.
Segunda parte do livro – Tenha paciência, meu filho!
A mãe de Chico chamada Maria João de Deus desencarnou em 1915 deixando nove filhos. Órfão, Chico foi encaminhado para a madrinha dele que judiava muito dele. Inclusive cutucava a barriga dele com garfo, causando sofrimento. E ela dizia: “Esse menino tem o diabo no corpo.”
Um dia ele rezou e a mãe dele apareceu em espírito e pediu paciência a ele.
“Não se incomode. Tudo passa e se você não reclamar mais e tiver paciência, Jesus ajudará para que estejamos sempre juntos”.
O anjo bom
O pai de Chico, João Cândido Xavier, viúvo, se casa com Cidália Batista. Ela pediu para o marido trazer os filhos de volta e assim foi feito.
Chico ao conhecer a madrasta que o acolheu com carinho viu nela o Anjo que o espírito da mãe dele disse que um dia viria para lhe amparar.
A Horta Educativa
A busca por escola em 1918, região afetada pela gripe espanhola. “Tudo era crise”.
A madrasta plantou uma horta e avisou Chico que ele iria vender verduras para ajudar na compra de materiais escolares. E assim foi.
Em 1919 Chico pode ir frequentar a escola e tinha seu material escolar comprado com dinheiro da venda de verduras da horta.
A história da chave
A madrasta de Chico tinha que deixar a casa fechada para ir buscar lenha, estando os filhos na escola. Uma vizinha começou a roubar as verduras deles. A madrasta não queria criar inimizade com a vizinha.
Chico na oração pediu conselho ao espírito da mãe dele. Esta disse para a madrasta ao se ausentar, deixar a chave da casa com aquela vizinha. Demonstrando confiança, a mulher não mais mexeu na horta e tudo se resolveu.
Continua no capítulo 3/10
Todas as reações:
Marluz Jonsson

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Fichamento do livro - cap 1/10 - LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER - Autor: RAMIRO GAMA (24ª edição - 2022)

 capítulo 1/10    - leitura em fevereiro de 2024

 

Autor – Ramiro Gama – Editora Lake  - 24ª edição – julho de 2022 – 250 páginas

         Neste janeiro de 2024, indo de carro com a filha que reside em Brasília, fizemos uma paradinha de descanso em Uberaba e aproveitando o roteiro, fomos visitar a Casa da Memória de Chico Xavier, o grande líder Espírita que é falecido mas deixou um enorme legado ao nosso povo.   Não professo essa fé mas como leitor sempre busco novos conhecimentos e isso ajuda inclusive a respeitar o próximo, cada um na sua.

         Até protagonizei, cansado que estava, de uma gafe na hora de assinar o livro de presença e minha filha viu e riu muito.    Vi um livrão e uma caneta e não perdi tempo.   Escrevi meu nome mais Curitiba PR.   Já em seguida o da Casa alertou que era para eu assinar o livro ali mais ao lado, dos encarnados.    Eu tinha assinado no livro dos Desencarnados, por engano.  Dai eu perguntei:   Mas tem problema?   Ele me respondeu.  Tem e muito!  Risca aí e assina lá no outro livro.  Assim fiz e ficou lá o registro da minha presença.  

         Minha filha comprou e me deu de presente este livro cuja resenha (fichamento) do meu jeito seguirá em aproximados dez capítulos.    Li até agora um terço do livro e dia sim, dia não, deve sair um capítulo aqui no face e no meu blog de resenhas.

         Vamos à obra.    Uma crônica do Ramiro Gama na edição de O Reformador no ano de 1932.    Crônica após ler o livro Parnaso do Além Túmulo no qual Chico Xavier psicografa textos de poetas desencarnados, dentre estes, Augusto dos Anjos.

         Sobre o livro Parnaso do Além Túmulo, o amigo de Chico e autor deste livro, comenta...  “será um dique formidável às marés da incredulidade”.

         “Chico Xavier é um instrumento limpo, uma harpa afinada e de ouro aos irmãos do espaço”.      ...”os mortos vivem melhor e mais do que nós...”

         Sobre poesias psicografadas de Augusto dos Anjos, grande poeta do passado.      Chico psicografou várias poesias atribuídas a esse poeta que era ateu.  

         Sobre as poesias de Casimiro de Abreu.   Ele em vida publicou...

         “Oh! Que saudades que tenho

         Da aurora da minha vida

         Da minha infância querida...”

         Já atribuído a esse poeta, Chico psicografou os versos...

         “Se a morte aniquila o corpo

         Não aniquila a lembrança

         Jamais se extingue a esperança

         Nunca se extingue o sonhar!”

         Em 1944, depois de 13 anos de contato com a obra de Chico Xavier, Ramiro Gama foi visita-lo em Minas Gerais.    Nessa época Chico morava em Pedro Leopoldo – MG.

         Os primeiros lindos casos contados por Chico ao amigo Ramiro.

         A mãe de Chico desencarnou quando ele tinha cinco anos de idade.   Chico relata que dos cinco aos sete anos esteve sobre os cuidados da madrinha que surrava ele três vezes por dia. 

         O pai de Chico se casou depois de alguns anos após da morte da esposa.   A segunda esposa do pai de Chico colocou como condição do casamento, que os filhos dele voltassem a morar com o pai em família.   Chico recebeu assim sua madrasta como mãe.

         Chico passou a viver uma vida feliz.   Porém quando ele tinha 17 anos a madrasta adoeceu e faleceu.

         Chico, jovem, se empregou num pequeno armazém.   Já atuava também com sua mediunidade.   Começou a atividade do Centro Espírita Luiz Gonzaga na própria casa do pai dele.

         O povo local estranhava essa atividade do médium e começou até a não mais comprar no armazém do patrão de Chico.    O patrão acabou perdendo o que tinha e ficou na miséria.

         Desempregado, Chico conseguiu um emprego numa fazenda do Ministério da Agricultura.

         Continua no capítulo 2/10

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Fichamento - capítulo 6/6 - livro de contos - DALTON TREVISAN - ANTOLOGIA PESSOAL (ed. 2023)

capítulo 6/6 (final)            leitura em janeiro de 2024

 

         Frase de galanteio do Vampiro de Curitiba:    “Você fez de mim um piá com bichas que come terra.”

         Do conto – Adeus Vampiro

         “Um vampiro só de emoções e sentimentos.  Um ladrão furtivo de almas solitárias”.     ...”não se alimenta de sangue mas de sonhos, confissões, palavras ao vento”.     ...”O meu vampiro é um doce traficante de ilusões.   Inofensivo? Nem tanto!”.

         ...”Um vampiro tímido, já pensou?”   “Nem só de abismo de rosas é a existência de um vampiro.   A sua estaca no peito dói – até o fim dos tempos! – Cada vez que olha a uma mulher, cada mulher, toda mulher”.

         “Conde famigerado foi, mas não mais: nas entranhas do vampiro dorme o mocinho de família prestes a acordar”.

         Conto – Um minuto.

         Narra a forma de uma jovem dispensar dois pregadores gringos no portão da casa dela:

         - Alô, mocinha. Só um minutinho.   Já conhece a Bílbia?

         A jovem rebate:   -  Eu sou comunista!

         -É uma edição...

         - E também sou puta!

         - Em nossa tradução de...

         - Um cliente rico me chamando lá dentro!

         E, ao ouvir os passos da mãe, fecha depressinha a porta”.

         Outro conto – Chove chuva.

         Uma frase elaborada:   “Uma rosa no teu jardim abre as mil pálpebras do único olho”.

         O autor abrevia o “puta que o pariu” como pequeopê.

         Ainda sobre a chuva...     “Mesmo quando para a chuva, as árvores continuam chovendo”.

         “A chuva lava o rosto dos teus mortos queridos”.

         Leitura e fichamento encerrados dia 31-01-24.

                    orlando_lisboa@terra.com.br    Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida


         Grato aos que tem prestigiado este trabalho lendo os fichamentos.

         Na sequência vem o fichamento em andamento do livro Lindos Contos de Chico Xavier.     (Não sou Espírita, mas como leitor há que se ter a mente aberta e buscar compreender um pouco de cada ponto de vista até para praticar a tolerância com mais conhecimento de causa) 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Fichamento - 5/6 - livro de contos DALTON TREVISAN - ANTOLOGIA PESSOAL (ED. 2023)

capítulo 5/6                leitura em janeiro de 2024

 

         Outro conto – Iniciação.

         Ela reclamando do trabalho com o bebê.  O machão diz:   “- Ah! É? Por que não pensou antes?   Bem que disse:  comece com um vasinho de violeta.  Uma coleção de bichos de vidro.  Depois um peixinho vermelho no aquário.  Em seguida um gatinho branco.  Filho? Só no fim da iniciação.

         Outro conto – Tiau, Topinho         (página 307) 

         Uma comovente crônica entre a pessoa e seu cão de estimação que morreu já bem idoso e doente.    “Esperar não pode a festa de cada encontro.  Em tantos anos nunca o vi sem lhe fazer um agrado.  Ele  nunca me viu que não gemesse de amor”.  

         “Jamais o vi sem me por de joelho.  Nunca ele me viu sem sacudir o rabinho”.    ... “Aonde eu fosse, lá ia o meu rabinho atrás”.

         “Com ele em casa, nunca estava só.   Até na morte súbita, nele poderia confiar, me lambesse a mão e aliviasse a dor”.

         Após a morte do cão, o lado durão...    “Esquecido no varal me acena o velho cobertor cinza.   Agora sei, não sou durão”.     (choro).

         Outro conto -   Balada das mocinhas no Passeio Público

         Sobre as prostitutas que atuavam no local.     ...”Elas serão as sobreviventes à sétima trombeta do juízo final, ao dragão e à besta do apocalipse.    No dia seguinte ao Armagedom restarão a Terra, as baratas e elas.

         Outro conto -  Balada dos Mocinhos no Passeio Público

         Outro comovente conto sobre a vivência e luta pela sobrevivência dos garotos de programa no local.    Interessantes reflexões.

         Outro conto – Sapato branco bico fino

         Um conto um pouco mais longo narrando na ficção a trajetória de um rapaz que teve problema de perda na família na infância e foi criado jogado pelo mundo.   Usa até a malandragem para sobreviver na selva de pedra que é a cidade grande.

         Outro conto – A louca

         ...”Arranhe um machão e você acha uma boneca lá dentro.   Por que não deixam o cabelo crescer, botam um brinco, um batom e vão rodar bolsinha?”

         Continua no capítulo 6/6 (final) 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Fichamento - cap. 4/6 - Livro de contos DALTON TREVISAN - ANTOLOGIA PESSOAL (2023)

capítulo 4/6

        

         Outro conto – Que fim levou o Vampiro de Curitiba?

         Moela, coração e sambiquira (parte com costelas e pouca carne)

         Como a nora trata o sogro viúvo.    “Naquele dia da minha ruina, empurrou o prato como quem dá a um cego na porta.  Pedacinho mais duro da carne magra.”

         “Ainda esperamos... encontrar e essa dona pedindo esmola na escadaria da igreja”.

         “Irmão eu me fiz do cachorro sarnento que lambe a própria ferida”.

... “Todas as noites do velho são dores, eis que vem o fim”.

         Os velhinhos   -    Os velhinhos num asilo.  Comida controlada.   “Dois compram um bolo em sociedade, para evitar briga, um corta e outro escolhe a parte”.

         “Nunca a visita de parente, jamais uma simples carta, embora sempre escrevendo para os amigos”.

         Quando um vai ao banheiro os outros criticam -   “- Aposto que não puxa a descarga.   Não tem pontaria, o porco.   Vai molhar a tampa”.

         Outro conto – Roupinha de marinheiro

         “O defunto sendo velado.    “O sol em cheio no caixão roxo de enfeite prateado – o sapato de verniz, sola preta imaculada para andar no céu”.

         O defunto...  “boquinha torta para a esquerda – de tomar um café com leite na réstia de sol”.

         “Ao lado do caixão a tia espanta as moscas e enxuga uma lágrima fingida”.

         O defunto foi noivo e se suicidou.       ...”Nunca mais ouvir a curruíra debaixo da janela?”.

         Outro conto -  O quarto de espelhos

         O rapaz larápio e beberrão.  Tiro no ouvido.  Internado e não morreu.   Quer beber bebida alcoólica no hospital.  O médico o repreende.   Depois o médico desabafa.    “Esses moços não sabem se matar.  Um tiro no ouvido é o mais difícil.  Tem que voltar o cano para cima”.     “Tiro no ouvido, reto, sai pela bochecha do outro lado do rosto.  Deixa meio surdo e de boca torta.”

         Outro conto – Essa maldita senhora

         A esposa reclamando que o marido era muito ganancioso e não desfrutava a vida.  Ele nem ligava para os conselhos dela.    “Pote de merda viva o coração do homem”.

         Ele, casado e pai de família não trata bem a esposa.  Ela arruma uma companheira.   Ele fica arrasado.  Tudo na casa dele.   “Da paixão pela senhora e ódio por mim”.    “Odeie se quiser.  Só não me abandone”.

         “A baixinha de óculos escuros.   Não tira nem dentro de casa.   Para esconder as olheiras.   O mais triste é que parece feliz, até mais bonita”.

         “As duas brincando na espuma da banheira”.   “Como não posso fumar?”.

         Outro conto – Meu pai, meu pai

         O filho pequeno pergunta para a mãe.   “Por que o pai tinha que beber?”

         “Bêbado, incapaz de recolher o carro na garagem”.    “Quanto mais ela brigava, mais ele bebia...”

         Levado por dois irmãos, ele foi internado num hospício para largar de beber.  Ele ficou revoltado ao extremo com a esposa.

         “Um dia voltou e passou dez anos sem beber.   Já de casa nova, empregado como viajante, num dia de aniversário do filho, bebeu uma dose de uísque.   A esposa repreendeu e daí ele tomou todas.

         Mais adiante, o filho chegando em casa embriagado.   “A mãe na porta, ora dragão flamejante, ora São Jorge trespassando o dragão”.

         Discussões em família.    ...”o olhar de censura do próprio Cristo na Santa Ceia na cabeceira”.

         O pai morreu de um ataque fulminante.   “Ao ve-lo em sossego no caixão, o filho reconheceu como eram parecidos.   O mesmo pavor pelo dentista.   A mesma graça que divertia os parceiros de bar.  Só que ele tinha todas as desculpas e o velho, nenhuma”.

                   Continua no capítulo 5/6 

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Fichamento 3/6 - do livro de contos DALTON TREVISAN- ANTOLOGIA PESSOAL ( 2023)

3/6
O morto na sala - O caixeiro viajante vinha pouco para casa. Desta vez veio para morrer. Antes... “envergou o pijama listado, arrastava-se lamuriento de um cômodo a outro”. Insistia em achar que a filha não era dele. Ela já mocinha e namorava em casa. Ele doente, foi até o quarto dela, um dia, e a queimou por querer, com o cigarro. Tentou beija-la à força.
A filha pegou enorme ódio e rezava para ele morrer. No velório dele em casa “A menina examinou a pálpebra, o bigode, a boca. Ergueu-lhe a manga... encostou o cigarro na mão do pai. Queimou-o bem devagar.
De-va-ga-ri-nho”.
Outro conto – O Vampiro de Curitiba
“Ai, me dá vontade de morrer. Veja, a boquinha dela está pedindo beijo...”
“Por que Deus fez da mulher o suspiro do moço e o sumidouro do velho?”. ....”aqui diante dela, pode ser que se encante com meu bigodinho”.
A garota ignorou o Vampiro... “Não sabe o que é gemer de amor”.
“Se não quer, por que exibe as graças em vez de esconder?”
“Ninguém diga que sou taradinho. No fundo de cada filho de família dorme um vampiro”.
“Elas fizeram o que eu sou – oco de pau podre, onde floresce aranha, cobra, escorpião”. ...” gênio do espelho, existe em Curitiba alguém mais aflito do que eu?” ...”toda família tem uma virgem abrasada...”
“Na janela ... lá envelhece, cotovelo na almofada, a solteirona na sua tina de formol”.
“...Não sou bonito mas sou simpático, isso não vale nada?” ...”Em troca da última fêmea, pulo o braseiro – os pés na carne viva”.
Outro conto – Em busca da Curitiba perdida
“Curitiba que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. “Curitiba, não a da Academia Paranaense de Letras com seus trezentos milhões de imortais...” ....”essa Curitiba medrosa não é a que viajo. Eu sou da outra...”
“Curitiba da Ponte Preta da estação, a única ponte da cidade sem rio por baixo, esta Curitiba eu viajo”.
Outro conto - Dois velhinhos
Ambos num asilo. Um consegue olhar na janela e outro não. Um conta para o outro o que viu no dia pela janela. (segue a crônica que é bem curta mas muito expressiva e puxa pela reflexão sobre a vida).
Outro conto – A arte da solidão
O marido já velho, paquerador, chega tarde da noite em casa. A mulher na cama lendo revista. Nem se conversam. Ele vai à cozinha. “Deita um jarro de água no filtro e bebe meio copo, que enxuga no pano e põe de volta no armário”.
Outro conto - A batalha e os bilhetes
Marido e mulher já idosos se desentendendo. Trocando bilhetes em casa. Ele recusa o almoço sem nada dizer e sai comer fora. Ela deixa a ele um bilhete. “Não seja bobo, João. Dois velhos, um deve acudir o outro”.
Outro conto - Sôbolos rios da Babilônia
...”a maldita curruira nanica?”
A filha noiva que vivia com a mãe e o padrasto que a criou como filha.
No convite de casamento, o nome do padrasto no lugar do nome do pai biológico. A filha um dia se encontrando com o pai para lhe entregar o convite de casamento. Tenta justificar. “Para a sociedade o meu pai é ele”.
A mãe sempre acusava o ex marido de “pai de domingo”. “Muito cômodo ser pai uma vez por semana: levar a filha a passeio, nunca assisti-la em noite escura de aflição. Empanturra-la de sorvete, bala, algodão doce. Esquece-la na porta de casa, vestidinho sujo e dor de barriga.”
O pai constrangido. “Até que deu com o olhar da filha – a mesma censura da mãe”. ...”pior de tudo, a solidão, a infinita solidão do vampiro, a estaca enterrada no peito.” Pai e filha se despedem de forma seca. Ele... “não se voltou da esquina para um último aceno. Dois anos e cinco meses que ele não bebia. No primeiro bar pediu um conhaque duplo...”

Continua no capítulo 4/6 (um por dia) 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Fichamento - 02/6 - livro DALTON TREVISAN - ANTOLOGIA PESSOAL - (CONTISTA CURITIBANO)

capítulo 2/6        (será postado um a cada dia)       fevereiro de 2024

         O do prefácio destaca os livros de Dalton que estão no “roteiro” do personagem Vampiro de Curitiba:   Que fim levou o Vampiro de Curitiba; O Pássaro de cinco asas, ambos de 1974.   Balada do Vampiro, Pão e Sangue, ambos de 1988.   Adeus Vampiro, Rita Ritinha Ritona, ambos de 2005.

         Contos mais resumidos de Dalton:   “Ah, é?” de 1994; Pico na Veia de 2002.

         Retrata mais adiante o empobrecimento do povo.   Uma frase de Dalton que no passado foi inclusive repórter policial:   “O crack abre um inferno a céu aberto”.

         Grandes escritores lidos por Dalton:  Flaubert, Tostoi, Dostoievski,  Tchekhov, Kafka, Katherine Mansfield, T.S. Eliot, Rilke.

         Anos 40...   “Kafka penetrou fundo na visão de mundo do jovem escritor (Dalton, no caso)”.   Ainda sobre a influencia de Kafka em Dalton:  “Porém um traço decisivo, que atravessa toda a prosa de Dalton é o alto teor de negatividade, desumanização e aniquilamento”.

         O escritor Pedro Nava em vários livros retrata a Belo Horizonte em seu lado mundo cão e devasso de sua época.

         Dalton, dentre outros prêmios, recebeu o Prêmio Camões em 2012

         “Cada conto de Dalton é um bazar poético de frases e aforismos. Mil e uma noites de ministórias”.

         Sobre Dalton ter selecionado esta antologia pessoal:   “O Vampiro é extremamente rigoroso.  Quando não gosta:  corta, risca, sangra.   De uma constelação de 700, escolheu só 94contos”.   (para esta Antologia em pauta).

         Aqui se encerra o prefácio e agora vamos ao Autor

         Sobre crianças num internato...   “Domingo a solidão dói mais: a chegada de alguém lembra a visita que nunca virá”.

         ...”elas fazem tudo para que a noite não chegue, a noite maldita das que tem medo”.      ...”xícara de chá e a fatia de polenta frita...   (comem mal)

         “comem terra e, algumas, o ouro do nariz”.

         Em outro conto:       Um condenado à morte:    ...”chupava a sambiquira (costela do frango) e piscava o olho de gozo”.

         Outro conto – Caso de Desquite.  O marido falando com o delegado sobre a separação.   “Para me ver livre, eu deixo tudo para ela, o rancho, o  palmo de terra”.    Sobre a idade...   “Estou com setenta, onze filhos.  Não pareço, não é doutor?”      “Aqui entre nós, ainda sou dado às mulheres”.

         Outro conto – O noivo

         Filho adulto à noite...  “O destino da mulher é esperar pelo marido e, depois do marido, pelos filhos”.    O filho quietão, rumo ao quarto...   “Encontrava a porta, atirava-se na cama vestido e calçado, a fumar um cigarro atrás do outro.   Dormia, esquecido o cigarro na mão...    De manhã tossia, às vezes cuspia sangue”.

         A mãe da noiva de Osvaldo vem com a filha reclamar do noivo.    “Nos olhos vermelhos da moça, uma lágrima parada”.    – Por favor, mãe!...   Após falarem com a mãe de Osvaldo e com ele...   “A moça devolveu a aliança que trazia fora do dedo.    Foi falar, rompeu no choro”.    Mãe e filha devolveram a ele os presentes que tinham ganho dele.

         À noite, Osvaldo voltando da rua cada vez mais tarde e fumando muito.  “No dedo amarelo a aliança de noivo fiel”.

         Ao modo deles, os noivos passam a viver juntos.    “às mães não foi dado entender os filhos, apenas amá-los”.

         Outro conto:  Trajano na prisão.  “Ecos da cidade distante, isolava-os de sua fonte: ouvia o sino, o apito, o zumbido, sem pensar no avião, no trem e na igreja.”

         Continua no capítulo 3/6