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sábado, 28 de dezembro de 2024

Cap. 2/4 - fichamento do livro - O CULTIVO DAS DESMEMÓRIAS - autor - FLÁVIO AUGUSTO DE CARVALHO - Edição 2024

capítulo 2/4                    leitura em dezembro de 2024

        

         O velho pai tinha os dois pés atrás com religiões e mesmo assim conhecia bem a bíblia.    Ele comenta de Jacó que passou pra trás o irmão e ganhou a posição de primogênito e adquiriu direitos especiais por isso.  E mais adiante virou destaque do povo judeu.

         O velho pai, agnóstico, levava os filhos à missa todos os domingos...

         Ele era vascaíno.   Em 1950 quando o Brasil perdeu a final para o Uruguai em pleno Maracanã, no que ficou sendo o Maracanazo, o povo jogou toda a culpa no nosso goleiro que era negro.   O velho pai não se conformava com tamanha injustiça.

         Em 1970 em tempos de Ditadura Militar, nossa seleção ganhou mais uma copa do mundo.   O governo de então se “apossou” da nossa seleção, buscando surfar no sucesso do nosso futebol.   O velho pai ficou indignado.

         Os tempos recentes e a direita com o seu deus/pátria/família e o sequestro do verde/amarelo pela turma partidária da direita.   Se estivesse neste plano, o velho pai teria mais uma vez ficado indignado com isso.

         “Meu velho pai não tinha aptidão para o êxito nos negócios”.   Talvez por isso que não gostava de falar sobre dinheiro na hora das refeições nem em hora nenhuma na maior parte da vida dele.

         O tio formado médico e a segunda guerra terminada, este ouviu o comentário sobre as terras férteis do norte e noroeste do Paraná.   Conseguiu um pedaço de terra e trouxe os familiares de Minas Gerais para Maringá-PR.

         Cita o caso dos trilhos de trem que chegaram à região norte do Paraná.  Ferrovias com bitola estreita, fora do padrão, que não se ajustava a se articular com outros trechos e parece que foram feitas para amarrar o desenvolvimento do país e não para deslanchar nossa economia.      Algo semelhante ocorreu em muitas partes do Brasil, infelizmente.

         O velho pai, pai de quatro filhos, na Ditadura Militar de 1964 se colocou contra o regime, mas só manifestava isso em família para esclarecer os familiares.

         Sabia ele que a pior democracia seria melhor do que uma ditadura.

...       No livro de Josué, na bíblia... sequência natural do pentateuco de Moises...    “às vezes me pergunto:  Que deus justo e igualitário escolheria um povo em detrimento dos demais seres viventes?    Que deus misericordioso poderia consentir em guerras de conquistas que deixariam como saldo milhares de mortos e refugiados?...”

 

         Continua no capítulo 3/4

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Cap.1/4 - fichamento do livro O CULTIVO DAS DESMEMÓRIAS - autor FLÁVIO AUGUSTO DE CARVALHO

leitura em dezembro de 2024    (exemplar autografado)

Autor:  Flavio Augusto de Carvalho – Editora Urutau – 2024

 

         O autor é paranaense, graduado em Letras e Direito.   Meu amigo pessoal, foi Gerente do Banco do Brasil no Paraná e está aposentado.

         Vamos ao fichamento do livro dele no meu jeito de leitor.

         O avô dele perdeu a esposa cedo.    Ele gostava da literatura.    Viuvo, se casou de novo e os filhos do primeiro casamento foram para colégio interno no interior de Minas.   Eram mineiros da Divisa Nova.

         Pelas normas do colégio, a menina foi para um colégio de meninas e os meninos, a outro só para meninos.

         A irmã se formou professora e um dos irmãos se formou em medicina na UFPr Universidade Federal do Paraná.

         O pai do autor narrador estudou num colégio interno em Alfenas MG.

         A avó morreu cedo de tuberculose que era de ocorrência elevada pelo interior do Brasil naquela época.    Período duro, entre Guerras Mundiais com turbulência na Europa e mundo afora.

         Tempos do nazismo, fascismo e por aqui o getulismo.   Autocratas.

         Tempo de ditaduras de Franco, Salazar, Getúlio e segue uma lista.

         O pai do autor serviu o Exército mas não se animou com a instituição.

         Estudou contabilidade não por gostar, mas na esperança de se sustentar com um ofício.   E ele herdou da mãe o gosto pela leitura.

         A madrasta do pai dele, católica raiz, por assim dizer, participante do Apostolado da Oração, todo dia acompanhava a missa pelo rádio de Aparecida do Norte.   Morreu nonagenária e quase cega, mas mesmo enxergando muito pouco, continuava fazendo seus trabalhos em crochê.

         O avô morreu cedo e o pai do narrador voltou para casa afim de ser o arrimo da família e ajudar  a educar os irmãos.

         A avó morreu com Alzheimer, mas ainda não se conhecia essa doença e o povo dizia que a pessoa estava caduca.

         Capítulo II – Poesia Alienígena

         O velho pai, descendente de portugueses, ficava indignado quando os filhos eram crianças e separavam o cravo da índia dos doces caseiros da família.    Dizia  que seus ancestrais portugueses, os das grandes navegações e descobertas, se sacrificaram muito para achar o caminho marítimo para as Índias, inclusive atras das famosas especiarias.    Assim sendo, que os netos apreciassem as tais especiarias que valiam ouro no tempo das descobertas.

Chega a citar que naquele tempo, por volta de 1500, para comprar 1 kg de cravo da Índia na Europa, se pagaria sete gramas de ouro.

         Os heróis do velho pai eram os poetas.

         ...      Cita parte do soneto que o velho pai gostava     ....”sete anos de pastor, Jacó servia, Labão, pai de Raquel, serrana bela...”    Consta que estes versos são de autoria de Camões, o grande poeta português.

        

         Continua no capítulo 2/4 

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Cap. final - fichamento do livro - A VEGETARIANA - autora coreana - HAN KANG - Prêmio Nobel de Literatura 2024

capítulo final

 

            No caso da traição do marido com a irmã dela doente...   “A única coisa certa é que não perdoaria o marido por nada neste mundo”.

            Depois dessa traição, a vida dela nunca voltou a ser a mesma.

            No flagrante, a esposa chamou os bombeiros socorristas.   Ela cunhada ficou internada num sanatório e ele, após exames constatarem que ele não tinha problemas mentais, foi levado preso.

            A família se afastou da doente mental e do causador de tudo aquilo.    Se afastou e não ajudou nas contas com o internamento dela.

            Ficou tudo por conta da irmã da vítima que teve que continuar a visitar a irmã, acompanhar o tratamento, pagar as contas do tratamento e tudo o mais.    E ficou também sem o marido depois daquilo tudo. 

            Na mudança de hospital, o enfermeiro, dentro do protocolo de segurança para evitar tentativa de suicídio da paciente, revistou a bagagem dela para ver se haveria algo cortante ou algo que pudesse ser improvisado para um enforcamento.

            A interna, neste caso, costuma ficar de cabeça para baixo tentando imitar uma árvore da floresta.   Acha que vai tirar a nutrição da terra e não precisará de mais nada além de água.

            Gesto que ela já fazia de vez em quando na fase em que era criança.

            Pacientes no sanatório.   Olhar fixo e demorado para as pessoas é recorrente.

            Se aproximar e ficar ali ao lado do outro também é recorrente.

            “Alguns tem o olhar vazio típico de quem vive encerrado no próprio mundo”.

            A doente definhando na cama, só pele e osso.  Acamada.

            As irmãs dela quando eram crianças foram muito castigadas pelo pai que batia nelas e era violento.    Veterano da guerra do Vietnã.

            Um dia, quando crianças, elas duas se perderam na mata.   A irmã mais nova, agora doente, quando se perderam não queria mais voltar para casa.   Já o irmão quando criança, apanhava em casa e podia descontar na rua.    As irmãs não tinham essa alternativa.

            A irmã, casada com o fotógrafo que aprontou com a cunhada, viveu com ele por oito anos.   Se separaram após o episódio da traição.

            Depois do casal separado, ele uma noite ligou querendo ver o filho.   Ela nada respondeu e desligou o telefone.  Após desligar ela murmurou para si mesma.   “Eu não te conheço.   Não preciso te perdoar, nem precisa me pedir perdão, porque não te conheço”.

            Ela cuidando da loja, do filho, das suas dores e sem achar um sentido para a vida.

            “Outra vez passou a vista pelos objetos da casa.  Não pertenciam a ela.  Do mesmo modo que sua vida nunca tinha sido sua”.

            “Foi nesse dia que percebeu que estava morta havia muito tempo.”

            Ela, mãe do menino Jiu só conseguia rir quando o filho fazia graça para ve-la rindo.

            No sanatório tentando se comunicar com a irmã que segue de mal a pior.  Não aceita refeição nem por sonda.     É transferida para um hospital na capital.

            O livro se encerra com as irmãs na ambulância a caminho do hospital da capital.     Fica implícito que os dias finais da doente estavam muito próximos.     Livro com final aberto.     A vida tem dessas coisas.

FIM.                  18-12-2024                        resenhaorlando@gmail.com

            

domingo, 22 de dezembro de 2024

Cap. 4/5 - fichamento do livro A VEGETARIANA - autora coreana - HAN KANG - Prêmio Nobel de literatura 2024

 capítulo 4/5

 

            Capítulo Árvores em chama

            A irmã foi internada num sanatório no campo para tratar de problemas mentais.  Um dia de chuva ela fugiu do hospital e houve um esforço geral para encontra-la.   Encontraram ela parada entre as árvores, tomando chuva.

            A irmã ia visita-la uma vez por mês e depois da fuga, ia uma vez por semana.

            A irmã é quatro anos mais velha que a internada e se sente responsável por ela inclusive economicamente, já que todos os familiares abandonaram ela na condição de doente mental.

            A irmã com o peso da responsabilidade avaliava que ela mesma era uma pessoa introspectiva.

            Sobre o marido dela que fazia filmes, diz que nem conhecia essa área artística e ele era de poucas palavras e ela não compreendia a arte dele nem o modo de ser do marido. 

            Como o casal se conheceu.    Ela atendia numa loja e ele chegou, barba sem fazer, carregado de equipamentos de filmagem e de fotografia.

            Exausto.   Ela o viu vulnerável e convidou-o para almoçar.  Almoçaram juntos e assim começou o namoro.

            “Desde aquele dia, a única coisa que ela esperava dele era que ele descansasse ao receber os cuidados que ela lhe dispensava.   Mas apesar de seus esforços, mesmo depois do casamento, ele parecia continuar cansado.”

            Ele sempre cansado, fechado e distante.    “Não demorou muito para ela  se dar conta de que talvez a pessoa a quem ela queria fazer descansar não fosse ele, mas sim, ela mesma”.

            Ela que aos dezenove anos de idade saiu de casa no interior e foi para a capital cuidar de si, dos estudos e da manutenção sozinha.

            “Assim como ela não conseguia ter certeza do seu amor por ele, nunca teve certeza do amor dele por ela”.

            ...

            “O que ele amava de verdade eram as imagens que filmou e as que iria filmar no futuro.”

            ....

            “Em casa, viu seus olhos brilharem uma única vez”.   Foi quando o filho do casal deu os primeiros passinhos rumo aos braços da mãe.     Ele filmou a cena emocionado.”

            O marido dela praticamente ignorava a esposa e o filho que ia crescendo.

            Mesmo quando estava em casa era como se não estivesse.

            A mãe:  “Ele não está...  não tem ninguém aqui.  Só você e sua mãe.  Vai ser assim para sempre”.

            Ela numa das visitas à irmã no sanatório, buscando razões para a irmã ter ficado assim doente.   Os sonhos estranhos dela, o vegetarianismo, o pai agredindo ela já casada na frente da família por causa dela se recusar a comer carne.   O pai dando um safanão no rosto dela e ela transtornada logo em seguida pega uma faca e corta os pulsos.

            Ela sendo socorrida, carregada pelo cunhado.   Ele sabe da mancha mongólica que ela tem nas nádegas e isso para ele é um fetiche que o embriaga.

            Mais adiante, a cunhada já doente e separada do marido, ele leva ela para o estúdio e faz sexo com ela.  A esposa pega em flagrante e o escândalo estava feito.

            “O episódio fez com que desmoronasse toda a rede de amizades da doente.   Desmoronou como um castelo de areia”.

            No caso da traição do marido com a irmã dela doente...   “A única coisa certa é que não perdoaria o marido por nada neste mundo”.

 

            Continua no capítulo final

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Cap. 3/5 - fichamento do livro - A VEGETARIANA - Autora coreana HAN KANG - Nobel de Literatura 2024

 

capítulo 3/5                                 dezembro de 2024

           

            A esposa, na chegada dele em casa, reclamou que ele demorou.   Ela era dona de uma loja de cosméticos.   Cuidar da loja e cuidar do filho do casal.

            “Como era muito paciente, a única coisa que pedia ao seu marido era sua atenção aos domingos”.

            O problema é que quando ele olhava  para a esposa, vinha na cabeça dele a imagem da cunhada.

            A cunhada se separou do marido.    Nessa fase a esposa convidou a irmã separada para passar uns tempos na casa dela.

            .....

            “Passaram-se dois verões desde que a cunhada cortara os pulsos na casa dos familiares dela”.

            A cunhada que tentou se suicidar cortando os pulsos, depois passou por um tratamento psiquiátrico.   Ela estava divorciada e a família dela tentou que o ex marido reatasse o casamento.  Ele não aceitou.

            O conflito que culminou com a tentativa de suicídio da cunhada foi o fato dela ser vegetariana e a família dela reunida, quis fazer ela comer carne na marra.    “Para o ex marido, a teimosia dela em não comer carne indicava que ela não tinha voltado ao normal”.

            ...   “isto era o que lhes perturbava:   ver como o marido queria se livrar dela, como quem joga um relógio quebrado ou um aparelho defeituoso”.

            O protagonista em seu estúdio pronto para filmar sua cunhada desejada.  Ela teria que posar nua para uma filmagem dele.   Ele que empresta o estúdio de um amigo artista e ex colega de faculdade que atualmente é professor.

            Em outra ocasião, ele visitando a quitinete da cunhada.  Tira os calçados ao entrar.  Encontra roupas dela pelo chão.   O combinado era ela posar nua e ele pintar uns motivos florais no corpo dela e ir fotografando o resultado.

            À noite, depois da sessão de pinturas e fotos, foram jantar num restaurante e em seguida ele a levou para casa e foi embora.

            Ao chegar, foi até o apartamento da vizinha que estava com seu filho de cinco anos em casa, ela que tinha ido busca-lo na escola a pedido dos pais que iriam chegar mais tarde.

            A criança já estava dormindo na vizinha.   Ele pegou o menino e levou para seu apartamento e colocou-o na cama.    A mulher dele ainda não tinha chegado da loja.   Ele telefona para ela dizendo que o filho está em casa dormindo e que ele vai sair fazer um trabalho noturno.   Ela ficou muito indignada e disse que então iria fechar a loja imediatamente e voltar às pressas para casa.

            E ele foi para o estúdio deixando a criança sozinha no apartamento.   

            No estúdio com a cunhada, ele percebeu que ela aceitou muito bem a pintura no corpo com os motivos florais, ela que é vegetariana.  A pedido dele, aceitou inclusive cena de sexo com o colega dele e ser filmada nessa sessão.

            O colega dele, também artista plástico, topou ser pintado e filmado, mas não estava no programa dele, ato de sexo e cena de sexo.  Caiu fora da parada na parte de cena de sexo.

            O cunhado então supôs que se o amigo artista plástico pintasse ele com motivos florais, a cunhada aceitaria ele como parceiro na cena de sexo.

            Fez isso e acabou rolando a cena de sexo até de madrugada.  Depois ambos dormiram mesmo nus no estúdio e nem trancaram a porta.

            A esposa estranhando a demora foi procura-lo no estúdio e encontra ambos nus dormindo no chão.      Ela pegou a filmadora (que ele tinha ensinado ela a manusear) e roda o filme e vê tudo o que se passou.   Ficou possessa.   Espalhou o filme pelo chão e chamou o socorro médico para os dois.   Achou que ambos estavam surtados.   Ela foi internada em sanatório e ele, constatado que estava sem problemas mentais, foi preso.

            A esposa dele, como não poderia deixar de ser, ficou transtornada.

 

            Continua no capítulo 4/5

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Cap. 2/5 - Fichamento do livro de ficção - A VEGETARIANA - autora coreana - HAN KANG (Nobel da literatura 2024)

 capítulo 2

 

            Ele vendo ela tomando uma refeição vegetariana.   “Eu não sabia absolutamente nada sobre aquela mulher – foi o pensamento que de repente me ocorreu”.

            ...”o que me incomodava mais é que ela não quis mais fazer sexo comigo”.      ... ele questionando ela que reponde:  “Você tem cheiro”.  Cheiro de quê?   - “Cheiro de carne.  Seu corpo cheira carne”.

            Ele suspeitando que ela estava com alguma paranoia. Mas..

            “Ela era de poucas palavras, como sempre, e no fim das contas mantinha a casa sempre bem arrumada”.

            Ela dormia pouco.. e estava definhando...  e tinha sonhos.   Ele não queria mais nem ouvir sobre os sonhos.

            Lembrando da família da esposa no interior.   A família dela gostava muito de carne.   Lembrando dela quando jovem.

            “Eu admirava a autossuficiência de minha esposa, que era capaz de matar baratas com as próprias mãos, como se fossem nada.”

            Iam sair.  Ela coloca vestido e tenis.  Tinha jogado todos os sapatos de couro por serem de animal.

            Ambos indo de carro para um jantar com a presidência da empresa na qual ele trabalha.  Primeiro jantar com o presidente da empresa.

            Ela calada no trajeto.   “Não havia dirigido a palavra durante todo o trajeto.   Se não falar nada, será melhor.  Os velhos gostam de mulheres caladas, pensei...”

            Vários casais da diretoria da empresa no jantar e na hora do garçon servir, a esposa do protagonista em voz baixa diz que não come carne.   Todos na mesa ficaram admirados.  Daí na mesa o assunto foi essa onda de vegetarianos pelo país.

            Quiseram saber por que ela decidiu ser vegetariana.  O marido dela respondeu mentindo.    “Ela sofria do estômago e o médico recomendou isso e ela teve bom resultado”.

            Ele uma noite falando com a sogra no telefone.   O nome da vegetariana é Yeonghye.

            Outro sonho dela.   Alguém mata uma pessoa com uma pá.  Bate com força a pá na cabeça da vítima.   Ela não sabe se quem matou foi ela ou se mataram ela...

            “Esta não é a primeira vez que sonho com isso”.

            Jeong é o nome do marido dela.

            Depois que ele telefonou para a família dela contando dela vegetariana, a família dela passou a telefonar visando tirar a esposa de Jeong dessa vida estranha.

            O sogro lhe pediu desculpas ao marido dela por conta da filha adotar o veganismo.    Ele era veterano da guerra contra os vietcongs.  Era um cara durão.   Ele dizia que batia de varinha na esposa até que ela completou dezessete anos...

            O casal, nada de sexo e ela se deitava de calça jeans e não pregava os olhos.

            “Vivíamos como dois estranhos.  Estranhos, não:  ela era como uma irmã que faz comida e limpa a casa.”

            Ele muitas vezes ao chegar à noite se fingia de bêbado e tirava a roupa da esposa, mesmo ela resistindo e fazia sexo com ela.   Diz que isso dava mais ou menos certo para ele uma em cada três tentativas.

            Numa refeição preparada na casa dos pais dela, todos insistindo para ela comer carne.   Tinham feito vários tipos de carne e ela não aceitou nem quando tentaram fazer ela comer na marra, segura pelas mãos, comida enfiada na boca.

            O pai dela perdeu a paciência e desceu a mão pesada na cara dela.  Só então ela falou em definitivo.  Não como carne.  Em seguida ela pegou uma faca de cozinha e fez um corte no próprio punho.  Foi uma comoção na família.   Ela foi levada urgente para o hospital.

            Ela nasceu com uma chamada mancha mongólica nas nádegas.

            O cunhado dela ficou sabendo que ela tinha essa mancha que para ele era um fetiche que lhe atraia muito.

            O cunhado era um artista plástico e fotógrafo e fazia filmes.    A mulher dos seus rascunhos não tinha rosto, mas era, sim, sua cunhada vegana”.

            Sonhava acordado em fazer sexo com a cunhada que era três anos mais nova que a esposa dele.

            “Era forte o suficiente para ter pleno controle sobre si mesmo?”

 

            Continua no capítulo 3.    (estimo que serão mais dois capítulos)

sábado, 7 de dezembro de 2024

Cap. 1 - fichamento do livro : A VEGETARIANA - autora coreana: HAN KANG - Prêmio Nobel de Literatura 2024

 

Fichamento do livro A VEGETARIANA -  Autora  HAN KANG  (coreana)

 

            A autora é a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura 2024

 

            O tema é desenvolvido de forma bem psicológica, por assim dizer, tratando com foco no casal protagonista da ficção.

            Ele não vê nada de especial nela e aceita isso.   Ele também, nada de especial.  Até pinto pequeno.

            Fez facu e arranjou um emprego mais ou menos.    “Numa empresa pequena que valorizava pouco  o que eu era capaz de fazer.”

            “Mulheres bonitas, inteligentes, notadamente sensuais... só me causavam desconforto”.

            A esposa cozinhava o trivial e trabalhava fora e ajudava nas despesas da casa.    Professora...   “Era uma mulher de poucas palavras.”

            Mesmo que o marido chegasse tarde em casa, ela “pouco se incomodava”.

            Quando coincidia a folga de ambos, ele deitado pelo chão vendo TV e ela trancada no quarto.

            “Acho que ela ficava lendo.  Livros eram o único hobby dela”.

            Pouco se conversavam.  Ele diz:   “Para falar a verdade, viver com uma esposa assim não era muito divertido”.

            A esposa dele não usava sutiã.  “E os seios dela nem eram grande coisa”.

            Cinco anos de casados e tudo seguia a rotina e nem tretas, afinal ambos nem tinham aquela paixão.

            Optaram por ter um filho após comprarem uma casa.

            Uma noite, a esposa levanta de madrugada e tira todo tipo de carne da geladeira e do congelador.

            Ele levanta atrasado e leva um susto com ela de camisola e no chão todos os pacotes contendo carnes diversas retiradas da geladeira e congelador.    Carne que iria para o lixo.

            Ele agarra ela firme pelo braço e grita para saber o que está acontecendo.

            Ela respondeu calma:  “Eu tive um sonho”.  Ele saiu atrasado e recebeu telefonema já de assunto de trabalho pelo caminho.

            Antes, perguntou à esposa:  “Não tem aí nenhuma camisa passada?”

            Ele  teve que se virar e foi com a camisa que tirou do cesto da lavanderia de casa.

            “Foi a primeira vez que fui trabalhar sem a ajuda dela nos preparos.   E ela não me acompanhou até a porta quando saí”.

            Achou que a mulher surtou ou foi resultado do tal sonho.

            Ele no trabalho, ultimamente, só consegue sair da jornada por volta da meia noite.  Hoje vai tentar conseguir ir para casa mais cedo.

            Em casa, ela narra o sonho.  Ela num bosque meio escuro, carne pingando sangue pendurada nas árvores...

            Ela depois do sonho resolveu mudar de vida.  Ser vegetariana.

            Ele:  “Mas isto é um absurdo!  Está dizendo para eu não comer mais carne também?”

            Ela disse que em casa ele só toma o café da manhã e almoça e janta fora mesmo e que não precisa mudar o ritmo dele.   Em casa, não terá mais carne.

            Perguntou até quando ela ia ficar sem comer carne.  Ela disse:  “Para sempre”.

            Ele buscando achar a razão para ela se tornar vegetariana.

            “Como poderia ser tão teimosa e ignorar completamente a opinião do seu marido?”

            Ele vendo ela tomando uma refeição vegetariana.   “Eu não sabia absolutamente nada sobre aquela mulher – foi o pensamento que de repente me ocorreu”.

            ...”o que me incomodava mais é que ela não quis mais fazer sexo comigo”.      ... ele questionando ela que reponde:  “Você tem cheiro”.  Cheiro de quê?   - “Cheiro de carne.  Seu corpo cheira carne”.

            ..................  segue no capítulo 2