Total de visualizações de página

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

PALESTRA - MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE (VALE DO RIO DOCE) 08-08-17

 PALESTRA -  MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE (VALE DO RIO DOCE)

     Local – Belém do Pará – na 74ª SOEA Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia – dia 08-08-2017
     Palestrante – Lucio F.Gallon Cavalli – Executivo da Cia. Vale do R. Doce
     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     (uma resenha tem sempre suas limitações de entendimento e interpretação)
    
     O subtítulo da palestra é Mineração e Meio Ambiente – Tecnologia e a Vale no Mundo.
     Sede no Rio de Janeiro.  Presente em 26 países em cinco continentes.  Maior exportadora do Brasil.   Exportou 26 bilhões de reais em minério no ano de 2016.
     No ano de 2016 o Brasil teria exportado 12 bilhões de dólares em minério de ferro (1º lugar na nossa exportação) e 9 bilhões de dólares em petróleo (segundo lugar).
     Minério de ferro – foco em MG e em Carajás no Pará.   Produzem 64% do minério de ferro em MG e 36% no Pará  na atualidade.   
     A Vale produz minério de ferro, carvão, cobre, manganês, fertilizantes, etc.    Mineração demanda grande quantidade de insumos e ajuda a girar a economia regional.  No Pará, em um ano, recolheu a taxa de mineração no montante de 416 milhões de reais.     Emprega no Pará 21.000 pessoas com a folha de salários anual de 700 milhões de reais .
     Desafios da mineração – Licenciamento Ambiental.
     Falou do Projeto deles denominado S11D Eliezer Batista em Canaã do Pará relativo a minério de ferro.  (mostrou o vídeo do projeto que está no Youtube:  https://www.youtube.com/watch?v=LRiwTSbePRg )   Investimento de 14 bilhões de reais.   Sistema moderno de extração a seco.   Dispensa lagoas de resíduos.   Transporte na mina por esteiras e não por aqueles caminhões enormes.   Esteira, trem, porto.
     Esse projeto já vem  sendo implementado há anos (2009)  e vai elevar a produção anual de minério de ferro no Pará de 150 milhões de toneladas para 230 milhões.   Começou a operar em 2017.    Mostrou um vídeo do projeto.
     Eles possuem o direito de exploração em áreas de florestas e nas áreas delimitadas, colocam vigilantes para garantir a proteção ambiental e evitar ocupações irregulares.
     Na floresta amazônica da região do Pará, de uma área  de 79.000 ha sob domínio da empresa, usam em geral ao redor de 3% para a lavra e o entorno é preservado.   Nessa área citada detectaram ao redor de 300 cavernas.   Eles contam com uma equipe de 25 espelhólogos (estudiosos de cavernas) que fazem o levantamento das cavernas, inclusive em termos de fauna presente.
     A área citada fica perto do município de Parauapebas-PA.
     O BR era o maior exportador do minério de ferro e perdeu essa liderança para a Austrália que também produz muito minério e fica bem mais perto da China que é o maior comprador e no caso o frete é mais barato.     O Brasil está há 45 dias de navio até a China e a Austrália, há 15 dias.
     A taxa cobrada da mineração atualmente gira entre 2 e 4% do valor do minério e depende da cotação do mesmo.
     Custo do minério deles (da Vale).   No Pará eles tem um custo médio de 10 dolares por tonelada de minério de ferro e em MG, ao redor de 20 dolares.    Disse que o minério do Pará ajuda a viabilizar a exploração e exportação de minério deles.
     Ele disse que é possível conciliar a exploração de minério com a preservação ambiental.      Na soma das áreas nas quais exploram minério estão catalogadas ao redor de 4.000 cavernas.    Usam inclusive um pequeno robô especial para entrar nas cavernas para estudo e mapeamento de cada uma.
     Citou inclusive algo curioso.    Há ainda na lei um dispositivo segundo o qual a floresta tem que estar preservada num raio de 250 m ou mais de cada caverna e esse número nada tem de ciência.   Consta que um empreendedor no passado foi comprar uma área com caverna no estado de SP para desenvolver o turismo no local e ele se comprometeu a preservar ao menos 250 m de mata em torno dela.    Esse caso pontual virou parâmetro legal.   
     Um engenheiro da plateia do evento destacou que o setor de mineração, após o evento trágico do rompimento da Barragem de Fundão, está muito mal visto pela sociedade.
     O palestrante disse que realmente foi algo bastante negativo e a empresa reconhece os danos (e perdas de vidas humanas) e destacou que logo em seguida os empregados da Vale em MG tinham até que evitar sair com roupa que os identificavam com a empresa, pois eram hostilizados no trânsito, nas ruas.      A empresa resolveu encarar com humildade o problema e buscar soluções e maior aproximação e esclarecimento sobre as atividades para a sociedade.     (Esta palestra de certa forma se insere nesse esforço, digo eu)
     Ele inclusive relembrou que o setor da Agropecuária vem fazendo uma interessante campanha publicitária – o Agro é Pop.     Disse que o setor de mineração tem que também buscar a melhoria da sua imagem na comunidade.
     Sobre tecnologia, destacou itens como:  eles mantém um Instituto de Tecnologia Aplicada ao setor para formar mão de obra e desenvolver tecnologias inovadoras; já possuem alguns caminhões de grande porte que operam sem motorista dentro de algumas minas.
     Sobre responsabilidade social, destacou que mesmo sendo deficitário, transportam passageiros em suas linhas de trem de transporte de minério.   Citou o caso da linha no Pará até o Porto de São Luis no Maranhão e o caso da linha que liga Belo Horizonte ao Porto de Vitória-ES.
     Atualmente eles estão com mina inclusive em São Gonçalo do Rio Abaixo-MG, um pequeno município e tem feito um trabalho marcante de apoio à infraestrutura da cidade.
     Sobre o item uso da água e a consequente barragem de rejeitos, eles vem buscando aumentar a produção a seco.    Em MG estão atualmente com 60% de processo a seco e 40% com uso de água, cujo rejeito após o uso fica em barragem.     Já no Pará, a produção a seco é em proporção mais elevada.
     Há sistema intermediário, onde se usa um tanto de água, depois drena-se a água e se empilha o rejeito o que reduz muito o uso de barragem e oferece menor risco ambiental.
     Buscam a meta de ficar com apenas 20% da exploração de minério de ferro com uso de água e a consequente lagoa de rejeitos.   Atualmente eles contam ao todo com 144 barragens de rejeitos.
     Exploram também o minério manganês.     Quanto aos fertilizantes, estão em vias de repassar a terceiros o setor que não é muito o foco da Vale.
          orlando_lisboa@terra.com.br       (41)   999172552   - Curitiba - Paraná
    

     

sexta-feira, 21 de julho de 2017

FICHAMENTO DO LIVRO – REVOLTA DO CONTESTADO - PARANÁ X SANTA CATARINA

FICHAMENTO DO LIVRO – REVOLTA DO CONTESTADO
(o nome do livro é O Presidente Carlos Cavalcante e a Revolta do Contestado)
Fichamento elaborado pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     Autor do livro:  Fredericindo Marés de Souza – Editora Lítero Técnica – Curitiba PR, 1987 – 1ª edição – 265 p.  (contém bibliografia sobre o tema)
     Na orelha do livro há uma relação de  livros com aspectos da história do Paraná, todos da chamada Estante Paranista.
     Ex:  Recordações de um Cosmógrafo de Cabeza de Vaca – Luiz Carlos Pereira Tourinho;
     Eles não Acreditavam na Morte -  (sobre o Contestado) – Fredericindo Marés de Souza;
     Relatos de um pioneiro da Imigração Alemã – Gustav Hermann Strobel
     Ao fichamento:      Curitiba era a chamada Quinta Comarca de São Paulo.
     Página 17 – A Província do Paraná foi criada pelo Decreto 704 de 29-08-1853 e instalada no dia 19-12-1853.   Esta última é comemorada.   Temos por aí muitas Ruas e Avenidas com o nome de dezenove de dezembro...
     No tempo da emancipação já havia a pendência de divisas entre o Paraná e Santa Catarina.
     17 – Fala do povo na busca ao “gado de vento”, bovinos criados soltos, sem dono, oriundos de gado dos jesuítas.   Muito gado se espalhou e ficou sem dono.      Essa ação dos Jesuitas teria sido ao redor de 1712 nos campos gerais do sul do Brasil.
     17 – 1720 – descoberta dos campos de Palmas e Lages, propícios à criação de gado.  Região de campo tem vegetação natural baixa e facilita o uso como pasto natural.
     20 -  ...”abastecer de sal as fazendas”  - região de Palmas.   Por via fluvial, já que não havia estradas pela região.
     21 – Já se falava em contrabandos...desvio da rota das tropas para não passar pelos  postos de cobrança de impostos.
     23 – Vila do Desterro, depois se transforma em Florianópolis.
     24 – Ficou em quase um século a turra entre os dois estados (PR e SC) pela divisa e assim a região ficou sem lei e sem jeito para cobrar impostos.
     30 – Para passar 550 bestas (muares), o fisco cobrou numa só barreira, 2.969 contos de reis, algo como 5% do valor dos muares.
     30 – Durante a  Guerra do Paraguai, parte da principal riqueza do Paraná era a erva mate.   Saia da região produtora em ramas, por carroça pela Estrada Dona Francisca até os Moinhos de Joinville.   De lá, após processada a erva mate era embarcada no porto de São Francisco do Sul rumo ao Mar Del Plata.  Lá na região importadora, elaboravam o produto de forma a agregar valor ao mesmo.
     32 – Paraná e Argentina em litígio sobre a região das “missiones”.   No fim foi decidido na sentença arbitral de Cleveland (USA) em 1895.
     37 -  Semi povoamentos de Rio Negro e Palmas, depois (1900) as atenções se focam em União da Vitória por causa da ferrovia chegando e valorização das terras.   A maioria das terras numa vasta região eram devolutas, pertenciam à União.
     38 -  Gente com armas (“bando”) descido do  Rio Paciência e do Timbó...  cometer tropelias...
     38 – Invade terra de um paulista de Tatui-SP – José Bueno de Camargo.
     40 – Conselheiro (de SC) Manoel da Silva Mafra age no conflito.
     40 -  O Sr. Barradas é destacado para defender o Paraná na justiça e este usa dados históricos fornecidos por Romário Martins (historiador paranaense)
     41 – Tempo de Anita Garibaldi em apoio ao povo de SC.
     42 -  Fala do caboclo comum por lá, conhecido por chiru.
     43 – Demétrio, gaúcho, que lutou no Cerco da Lapa (PR) junto com os federalistas depois ficou na região.   Era devoto do “monge” curandeiro João Maria de Jesus.
     44 – Viagem a “vapor” pelo Rio Iguaçu (ano 1906)
     45 – Coronel Amazonas Marcondes atuou na região.
     45 – Fala que o “bandido” Demétrio Ramos (gaúcho) era coronel e ativista pró SC no conflito.
     46 – Voluntários de “pau e corda”  (na marra) sertanejos que agem para ajudar os de SC.
      49 – Morre Vicente Machado (1907) e assume o vice, João Cândido Ferreira, médico, um dos heróis da Lapa.   Cargo de Presidente do Paraná.
     50 – Tendo morrido o advogado defensor (pelo PR) no litígio com SC, assume o lapeano Ubaldino do Amaral Fontoura para tocar a causa.
     51 – Timbó-SC era front de confronto entre o PR e SC.  Um dos locais.
     54 – Em 1910 já havia decisões do STF e  Embargos e também os Infringentes do julgado.   (o terno em destaque por mim voltou recentemente à mídia por conta de processos do Mensalão)
     54 – A tentativa de se criar o “Estado Federado das Missões”    (daí aquele discurso de O Sul é o Meu País numa edição recente e inconstitucional)
     64 – As maiores sumidades da época: Barradas, Mafra, Ubaldino, Carlos de Carvalho, Inglês de Souza, Sancho Pimentel, Epitácio Pessoa e Rui Barbosa.
     65 – Morre o Barão do Rio Branco que estava defendendo o PR na questão de fronteira.    Este foi indicado pelo PR e foi aceito por SC para mediação e ele morreu sem concluir a obra.
     66 – O PR teve crise na produção de alimentos  mais ou menos na década de 1910.   Empregos na construção da ferrovia, na erva mate, nas serrarias e no plantio de café, deixaram a produção de alimentos em segundo plano e houve desabastecimento.   Importava-se feijão e milho do RS, arroz de SP, açúcar do PE, manteiga de MG, carne do MT e trigo da Argentina.     Ainda em 1914 eclode a Primeira Guerra Mundial para complicar o cenário.
     72 -  O “monge” (que era um líder popular influente) declarou proceder de Tatui-SP.     A atual Lapa se chamava Vila do Príncipe.     O monge se instala na Lapa numa gruta que passou a se chamar gruta do Monge.
     72 – O “monge” pregava na Matriz da Lapa a convite do padre local.
     72 -  Tornou-se famoso com o nome de  João Maria de Agostini ou João Maria.
      72 – Consta que a Gruta do Monge foi visitada pelo Visconde de Taunay em 18-02-1886.
     73 – Coronel Telêmaco Borba...  1852...
     75 -  Aparece novo “beato” vindo do sul.  Esteve nos locais de combate.  Também o povo chamava-o de João Maria.   Diferente do anterior que só ficava no campo religioso, este tinha paixões políticas.
     83 – Relatos de curas memoráveis pelo beato.
     83 – Romarias até o local onde ficava João Maria.   Mesmo ricos fazendeiros precisando de curas iam até ele.
     85 -  O beato gostava de mascar fumo   (por sinal, costume muito comum na época).
     86 – Convidado pelo padre, não aceitou ir à missa nem a confissão.
     88 – A figura do “Coronel de Fazenda” e do Comissário de Polícia.   Tinham grandes poderes cedidos pelo Estado.
     89 – Açoite (1912) inclusive nos quarteis.
     95 – Na cantoria, o viva à monarquia e a Dom Pedro  (pelo povo simples liderados pelo beato).   O boato se espalhou e foi parar na capital, como uma ameaça subversiva....    

Continuará em mais duas etapas à medida que sejam transcritas do manuscrito para o Word.   (muito em breve)
    

     

2ª PARTE - FICHAMENTO DO LIVRO - GUERRA DO CONTESTADO PR X SC

... DO FICHAMENTO DO LIVRO - GUERRA DO CONTESTADO - PARANÁ X SANTA CATARINA
...............   parte 2..

     96 – Curioso que o termo “Monarca” no interior gaúcho denomina quem “reina” com os animais na vida de campeiro.   Nada a ver com Monarquia.
     97 -  Até tropas federais  foram enviadas para “cortar o passo do bando em armas”.
     98 – Oficiais, metralhadoras e 160 praças (soldados).       Década de 1910
     104 – Coronel João Gualberto .... impulsivo... jovem.
     105 – João Gualberto parte de trem com 265 praças para a região em conflito.
     106 – Coxilhas palmenses. (Coxilha: substantivo feminino  -  extensão de terra com pequenas e grandes elevações, constituindo uma espécie de ondulação, e na qual se desenvolve a atividade pastoril).
     107 – Não se conhecia nenhum ato de violência dos supostos insurretos.
     107 – O Monge João Maria manda emissários encontrar a tropa para dialogar com o comando.  Tinham 40 pessoas armadas de winchester e a proteção de mulheres e crianças dos fanáticos, isolando-os.
     116 -  Entre os soldados à noite, alguém acende vela, a mula se espanta, dá uma “passarinhada”  (balança para os lados) e lá se vai a metralhadora e pentes de bala para a lama e a água.   Tudo fica sem condição de uso imediato.
     117 -  A metralhadora falhou.   Após tiros dos soldados, surgem da mata entre 250 e 300 da defesa/ataque do Monge.  Facões à mão.    Uma bala certeira do Sargento Vergilio Rosa acerta o monge.
     118 – O Coronel João Gualberto leva dois tiros.     Os policiais batem em retirada deixando dez soldados mortos.
     119 – Do lado do monge, 13 mortos e 4 feridos.
     120 – João Gualberto achou que ia enfrentar meia centena de homens mal armados.   Achou que ia vence-los “a toque de clarim”.   (só pela ameaça...)
     120 -   O combate durou menos de uma hora.     João Gualberto morre e é enterrado num cemitério da região do conflito.
     121 – Dá a entender que oito dias após o enterro de João Gualberto, tiraram ele do túmulo e o levaram para a Capital (Curitiba) para um sepultamento apoteótico.
     125 – Tudo ocorreu no local chamado Irani. 
     127 -  Nesse tempo a sede da Província do Paraná era no Palácio Rio Branco, onde atualmente (2017) fica a Câmara Municipal de Curitiba.      Após essa derrota militar, o presidente da província do Paraná pediu ajuda federal.
     128 – Cita o tenente Manoel Eufrásio.
     128 – Federais – soldados destacados de Ponta Grossa.
     129 - ... tapejara dos sertões sulinos...  (substantivo . MG  - aquele que conhece bem o território; baqueano, vaqueano)
     129 – O local para se preparar o combate era em Palmas-PR.
     130 – Armas que ficaram em poder do adversário.  Incluindo a metralhadora e 4 pentes de 250 balas cada.
     130 -  O Irani, salvo o Faxinal dos Fabrícios, tinha 13 casas mais uma capela.
     131 – As tropas federais mandaram emissários e estes constataram que os adversários se espalharam rumo a SC para lugares como Campos Novos, Capinzal...
     131 -  Diz o autor que houve refrega e mortes dos dois lados e o saldo foi que a leva de federais fez o povo de lá entrar no eixo.   Paz.
      133 – Fizeram o julgamento dos “bandidos” e tudo ficou registrado no Cartório Criminal de Palmas.
     137 – “Eram intrusos e posseiros de terras devolutas à espera de medições oficiais, retardadas, ou que não vinham nunca.  (injustiçados pelo Estado).  Quando lá despontavam, vinham pejadas de enormes concessões aos privilegiados de ordem política, na maioria dos casos, estranhos à área e aos sacrifícios pela conquista do seu pedaço de chão”.   (O estado doava a terceiros, terra que tinha posse estabelecida com famílias morando e tirando o sustento da terra)”
     Estas glebas superpostas ao mundo dos posseiros e intrusos, desmantelava aquele reino de lavouras, ervais, pinheiros de corte, especulações e esperanças que aí se instalara.      Para agravar mais, ainda havia o conflito por divisas entre PR e SC.  Sem divisa estabelecida, nenhum dos dois estados dava assistência ao povo simples que lá vivia.   Era conflito e sangue.
     138 – “Viviam à moda indígena... em distâncias impraticáveis, desconhecendo o serviço público, o médico, o sacerdote...”
     138 – Alguns já tinham sido despejados de posses anteriores...
     139 - ... estudos, historiadores, etc.    “A brutal guerra seria, no fundo, uma revolta de camponeses espoliados”   (espoliado – que perde o que é seu)
     139 -  Concessão de terras para a ferrovia no apagar das luzes do Império, dia 09-11-1889.   Aí a vida dos posseiros que já eram um caos virou um inferno.     As terras perto do traçado da ferrovia foram concedidos à empresa empreendedora.   Terras já ocupadas.
     A concessão se dá ao Engenheiro João Teixeira Soares.    Trecho de Itararé – SP até o Rio Uruguai – RS.    Pela concessão, a empresa construía o trecho ferroviário e ficava dono de faixa de 9 a 30 km de faixa dos lados da ferrovia.
     140- o Estado (União) concedeu e a companhia ia expulsando (ou liquidando) os posseiros e colocando fogo nos barracos dos moradores.   Quando solicitado pela empresa, o Estado enviava forças de segurança para ajudar a expulsar os posseiros.
     140 – E veio também para a região a Southern Brazil Lumber, companhia americana para derrubar pinheiros para exportação.   “Insaciável devoradora de pinheiros”.    O diretor dessa companhia no Brasil era Percival Farquhar.
(este também é citado no livro Chatô, Rei do Brasil, do jornalista Fernando Morais.   Farquhar já representava grandes corporações de fora no RJ)
     A empresa Lumber era sócia da estrada de ferro também e monopolizou o uso de vagões deixando na miséria as pequenas serrarias da região.
     141 -  O caminho de ferro que geralmente é fator de civilização, para o povo da região foi o castigo total.     O autor cita que, ao contrário, na Argentina, ao fazerem novas estradas de ferro, distribuíam lotes de terras para pequenos agricultores e assim houve justiça social e desenvolvimento regional.   
     147 – Vasta bibliografia citada.  Uma delas.   “Corografia do Paraná” datada de 1899 de autoria de Sebastião Paraná.
     151 – A criação da UFPr Universidade Federal do Paraná, a primeira Universidade do Brasil.   As outras eram faculdades isoladas.    Na época dos conflitos.
     152 – Em 1913 a erva mate era para o Paraná o que o café era para SP.
     152 – Os carroções eslavos (em 1913) e o começo da concorrência com o trem e os primeiros carros e caminhões.
     152 -  A ação desastrosa do Irani (a Guerra injusta) custou além das vidas, 600 mil contos.    Na época a arrecadação do Paraná era de 6.000 contos por ano.
     153 – No auge do conflito de fronteira a ACP Associação Comercial do Paraná boicotou produtos de SC.
     154 – Pessoa de destaque em SC no episódio.   Ercilio Luz que apoiava a paz e a resolução do problema de divisas.    Em SC o presidente do estado na ocasião era Lauro Muller.
     155 – A jovem Teodora,  neta de Euzébio, como vidente, tem a visão do Monge João Maria.   E a notícia se espalha.
     157 – Euzébio vende o que tem para ir à cidade de Taquaruçu.  O filho Manoel (16 anos) é “ungido”  (ele era analfabeto).... obra de religião, justiça e caridade.

     162 – “Tanto o fanatismo político como o religioso, ao longo da história, produziu criminosos e heróis, mártires e santos”.    (O autor deste livro nasceu em 1911 e faleceu em 1968).    

    .......................    continuará com a parte 3 que será a parte final em breve.

PARTE FINAL - GUERRA DO CONTESTADO (PR X SC)


     175 – Lá vão de novo os Federais (tropas) solicitados desta vez por SC.  Tropas de Ponta Grossa e Curitiba.
     176 – Seção de metralhadoras...
    “Tropas federais em missão de paz...”      O autor do livro repete:   Os fanáticos, nenhum crime tinham praticado.
     177 – Povos sertanejos assustados com a presença das tropas federais foram se juntar aos  fanáticos no Taquaruçu.        ...”meio que imitando os Maragatos, também na ocasião colocavam uma fita branca no chapéu”.
     178 – Euzébio queria fundar uma cidade santa.  Fundou Perdizes Grandes.
     178 – O vidente Manuel teve uma “morte”  (uma catalepsia) e depois de orações, “reviveu”.   Após isso, todo o poder de Euzébio passou para Manuel.  Euzébio até beijou os pés dele.
     179 -  O novo guru quis “dormir com três virgens” e foi destronado.   (ele bebia bebidas alcoólicas).
     179 – O povo passa o poder para um neto de Euzébio, que tinha na ocasião 12 anos de idade.    O novo Menino deus da região.
     181 – Badalar do “sincerro”    (sino que vai pendurado no pescoço do animal)
     181 -  No ataque, dispersão dos militares e seus apoios.  Seis dos 12 cargueiros dos militares se assustaram e desembestaram para o mato.  (muares de carga).
     181 – Eleodora, de branco, pareceu em gesto de paz e em seguida, ataque dos fanáticos.   A metralhadora não teve tempo e meios de ser acionada.  Duas horas e meia de refrega e o exército perde parte das armas e mantimentos, que ficam em poder dos sertanejos.
     182 -  Viram que teriam de ir ao corpo a corpo e nisso os fanáticos estavam mais preparados... as tropas se retiraram...  “que uma retirada honrosa vale por uma vitória”.
     Os civis voluntários (que ajudavam as tropas federais) zarparam.    O povo local protegia os rebeldes.
     182 – Assim, o exército ficou cercado pelos inimigos (e o povo local).   Caboclos... fanáticos... por certos aspectos... justos.
     183 – Os fanáticos venceram sem baixas e a “profecia” de que as armas do exército não funcionavam deu certo.    São Sebastião, o santo guerreiro, estava com os sertanejos.
     190 – Agora era o governo de Vital Ramos em SC e este passa pelo sufoco com os fanáticos.    Mandou para a zona de conflito todo o seu contingente militar.   Até o Major que era o Secretário Geral do estado de SC foi para o front.
     191 -  Praxedes (um líder dos sertanejos) foi atacado porque queria arrebatar armas à força e SC usou o episódio como um ataque dos fanáticos.
     Mais gente indo para o reduto dos fanáticos até para se sentirem seguros.
     193 – Dia 03-02-1914 -  754 soldados e 140 cargueiros no local.   O exército tinha até canhões no local.
     195 – O povo brasileiro estava indignado.   O Marechal Rondon rodou o Brasil, desbravou, etc. e não precisou atacar nenhum povo.   Logo agora o Exército iria agir...
     196 – Um advogado do RJ impetrou um “habeas corpus” aos líderes dos fanáticos para proteção legal deles.
     196 – A campanha do jornalista Jaime Balão em O Diário da Tarde, pelo diálogo, ouvir as queixas, etc.
     199 – Tambor e prece duas vezes por dia.
     200 – O deputado Correia de Freitas que foi lá às vésperas do ataque e disseram a ele que se cessassem as perseguições das autoridades  de Campos Novos e Curitibanos, todos deixavam a posição de defesa e iriam cuidar de suas roças e criações. 
     200 – Revoltaram-se com o assassinato de Praxedes às portas de Curitibanos.
     201 – Balas de canhão, granadas, contra os fanáticos...  os do exército matavam e tocavam fogo nas casas.   Data 08-02-1914.
     Um único dia de fogo cerrado e reduziu tudo a cinzas.   Um só soldado morto.   Do lado dos fanáticos, 50 mortes e os outros fugiram para o mato para não morrer.    Entre os mortos, mulheres e crianças.   (uma chacina)
     202 – Os soldados queimaram até a igreja e dentro dela, mulheres e crianças que lá se abrigaram.      Mataram muitos indefesos e depois fizeram o abominável saque dos pertences dos sertanejos.
     203 – Os fanáticos, com muitas baixas, seguiram para Caraguatá.
     207 -  Dona Ana, viúva de Praxedes, na ânsia da fuga, abandonou duas latas cheias de moedas de ouro e prata do tempo do império.
     208 -   Novo líder e as motivações.   Manoel Alves Assunção Rocha, eleito rei da Festa do Divino...   (mistura de fanáticos e gente com litígios de terra).
     208 -  Gente influente vai aderindo à causa dos sertanejos.   Sonho da ressurreição e volta do profeta como monarca, à frente de 3.000 soldados de honra.    (uma utopia deles).   “Com o regresso ao passado, os velhos rejuvenesceriam e os mortos ressuscitariam”.
     208 – A Virgem Maria Rosa.  14 anos de idade.  Montada num cavalo branco.  Ela vestida de branco.    Os adeptos partilhavam tudo e nada faltava a ninguém dos acampados.
     212 -  Reforço dos militares do Paraná e da empresa Lumber com sua guarda particular.
     215 – Os fanáticos pensavam em criar ali uma Nova Jerusalem com o sistema comunitário, etc.   e Monarquia.
     216 – O deputado Correia de Freitas desistiu da mediação.
     218 – Combate a “ferro branco”.  Seria espada, etc.  Não arma de fogo.
Ferro branco é no corpo-a-corpo.
     221 – Numa batalha, 17 soldados mortos e 23 feridos.
     224 – Soldados atearam fogo na casa de um dos fanáticos.   Foi como colocar gasolina na fogueira.
     229 – Uma das fanáticas já citava... “um deles estudou tanto que se perdeu”.     Jornal Diário da Tarde (SC) de 23-04-1914.
     230 – O Brasil estava conturbado no governo do Marechal Hermes.   O Exército atacava por qualquer coisa.    Rui Barbosa chiava muito contra tudo isso, o uso da força.
     231 – O deputado Correia de Freitas, vendo que não convencia os fanáticos, ao menos deu um conselho para eles não ficarem “aglomerados” em caso de ataque pois assim morreriam mais fácil.    Foi tido como quem ensinou guerrilha aos fanáticos só por esse conselho dado.
     231 – Havia o risco do “empastelamento” dos jornais se estes não se alinhassem com os atos do governo.   Empastelar era o poder policial entrar, arrebentar tudo no jornal e acabar com tudo.
     232 – Os fanáticos se dispersaram.   Houve um surto de febre tifoide...   2.000 pessoas em retirada.
     235 – O autor trata os sem terra de “bandos”.
     237 – Pico do Taió  - SC
     237 – O governador foi para a região e viajou 15 dias entre andar e fazer contatos.   Esteve até na região de divisa com a Argentina.    Foi recebido de forma festiva pelo povo.
     238 -  A comitiva do governo navega 1.000 km a bordo do Vapor Curitiba pelo Rio Iguaçu.
     238 – O município de Canoinhas-SC era um lugar de divisa com o conflito pelo lado de SC e do lado do Paraná, a divisa do conflito era União da Vitória.  Na época do conflito o PR “criou” o município de Timbó, que era em área pleiteada por SC.
     240 – Povos de Curitiba no passado indo para a região bruta em busca dos “campos” de Guarapuava e Palmas  (interesse em bovinocultura).
     241 – Coronel Amazonas Marcondes...   viaja no Vapor Cruzeiro – em 1882.
     241 – Índios botocudos.
     242 – Taunay visita o lugar e cita nos seus escritos.
     243 -  Os fanáticos no Vale do Timbó.   Ali ocorreu a Guerra do Timbó.
     244 – General Menna Barreto e o Exército.    Colocar gente do exército na região  (1910).
     245 -  SC tinha mais prestígio no âmbito federal e isto lhe dava mais poder com relação ao Paraná na questão de divisas.
     250 – Em Calmon – SC em 21-04-1914 -  1.000 soldados do Exército no local.
     254 – Povo de origem germânica também na luta pela posse da terra.
     254 – O fanatismo existiu, existe e existirá, enquanto não se lhe der um nível educacional mais elevado.
     256 - ...”feíssimo, miúdo, desengonçado, mas de estúpida coragem”.
     256 – Uso de canhões e metralhadoras pelo exército.
     260 – Depois da “ocupação” o exército foi embora e deixou 200 soldados como tropa de ocupação.
     261 – Houve a aliança entre fanáticos e bandoleiros.
     262 – Carta do General   -   “Caso de Polícia”.   Cabe aos governadores e suas polícias exterminarem os bandidos... limpando assim a zona...”
     O autor deste livro ficou cego e continuou ditando a obra e sua esposa ia digitando.   Ele morreu um ano após ficar cego.   Morreu relativamente novo.

quinta-feira, 20 de julho de 2017


PARTE II - Continuação da relação iniciada com a leitura de 1994 e editada aqui neste blog no dia 26-10-2014.

          Título da obra                                     Autor/a              Mês e ano da leitura

183 – Tempo Bom Tempo Ruim                   Jean Wyllys                12-14

184 – Os Chineses                                         Claudia Trevisan         01-15

185 – Os Garotos da Fuzarca                        Ivan Lessa                   04-15

186 – Fotografia – Anal. e Digital                 Nelson Martins           02-15

187 – A Medida do Exagero...                      Caetano F.Ranzi         09-15

188 – Louvado Sejas – Laudato Si                Papa Francisco            09-15

189 – Eu, Malika Oufkir, Presioneira...         Michele Fitoussi         09-15

190 – Xangai Baby                                        Wei Hui                      10-15

191 – Azules  (poesia)                                   Cristiane Grando        10-15

192 – Maria (a mãe de Jesus)                        Rodrigo Alvarez         11-15

193 – Caim                                                    José Saramago            01-16

194 – José Bonifácio (Projetos p/Brasil)       José B.A.Silva            02-16

195 – Sua Resposta vale 1 bilhão                  Vikas Swarup             03-16

196 – O Filho Eterno                                     Cristovão Tezza          04-16

197 – O Caçador de Pipas                             Khaled Housseini       05-16

198 – Diário da Queda                                  (autor gaúcho)            08-16

199 – O Beijo de Schiller                              Cezar Tridapalli          08-16

200 – O Estrangeiro                                       Albert Camus             09-16

201 – O Caminho do Peregrino                     Laurentino Gomes      09-16

202 – A Radiografia do Golpe                      Jessé Souza                 10-16

203 – As Brasas                                             Sándor Márai              12-16

204 – A Geografia da Pele                            Evaristo de Miranda   12-16

205 – Pensamento Ecológico                         Vilmar S.D.Berna       01-17

206 – O Mercador de Veneza                        William Shakespeare  02-17

207 – Perdição                                               Luiz Vilela                  03-17

208 – Contos Eróticos                                   Luiz Vilela                  03-17

209 – O Homem Lento                                  J.M.Coetzee                03-17

210 – A Trégua                                              Mario Benedetti         04-17

211 – A Eternidade e o Desejo                      Inês Pedrosa               05-17

212 – Memória de minhas Putas Triestes      Gabriel G.Marques    05-17

213 – Noite Sobre Alcântara                         Josué Montello           06-17

214 – As Avós                                               Doris Lessing             06-17


215 – Rota 66                                                Caco Barcelos             07-17   

sábado, 15 de julho de 2017

PALESTRAS/CURSO - SER CRISTÃO NO NOVO MILÊNIO - com Monsenhor Agenor

RESENHA DE PALESTRA/CURSO COM O MONSENHOR AGENOR
Anotada pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida   orlando_lisboa@terra.com.br
Público – Leigos da Arquidiocese de Maringá – PR

(Na ocasião  - 2001 - ele era da Diocese de Tubarão-SC)
O tema da palestra:   “Ser cristão no novo milênio”
     Nossa igreja hoje é uma barca num mar agitado que é o nosso mundo.  Não há como nos refugiarmos.
     Temos que, como igreja, estar inseridos no contexto.   Marchar com a humanidade.    A missão da igreja é estar na missão.   É um serviço gratuito.  Implica diálogo, respeito pelo diferente.
     Abrir espaço para semear as sementes do Reino.   Ser corpo de Deus no mundo.   Grandes desafios.   Um deles: a fome de sentido de vida, de razão para viver. 
    Há hoje uma invasão de espiritualidade praticamente no mundo todo.   A busca de felicidade pessoal “aqui e agora”.   Busca-se a felicidade e não se quer engajar na luta do “próximo”.
     Comum católicos que frequentam a Seisho No Ie, que acreditam na reencarnação.    Distorções.
     Há busca das tradições, dos valores autóctones.   
     O empobrecimento crescente do povo.   Os idosos são “insignificantes”.   Existem povos insignificantes, continentes insignificantes...
     O desafio da ecologia.   Sistema econômico de rapinagem.   O desafio da emancipação da mulher numa cultura patriarcal e machista como a nossa  com reflexo na própria Igreja.
     Deveríamos partir para a radicalização na democracia, onde as pessoas participassem e exercessem a Cidadania.
     Vai colocar o foco em um desafio, diante de tantos citados:  O desafio da experiência religiosa.   Hoje se vivem “religiões à la carte”.  Busco o que me interessa.   Mercado da religião, onde se consome ao bel prazer.  Seria o neo paganismo.   Misturam esoterismo, cromoterapia, etc.
     Há religiosos sem Deus, sem Igreja.   Religiosidade eclética e difusa.
     Grandes religiões:  Judaismo, Cristianismo e Islamismo.    Não crescem e passam por muitas fragmentações.
     Há hoje (2001) 48 formas de viver no Islamismo.  No Judaismo, mais de 10 formas.  No Cristianismo, uma série.   Em São Paulo (cidade) há ao redor de 3.000 igrejas cristãs.
     Amanhã falaremos das nossas tarefas, as saídas, formas de ação partindo de duas vertentes.    ( O curso foi de dois dias)
     ... erupção de manifestações ecléticas difusas.
     Comecemos a nossa reflexão:
     A erupção/exploração do religioso, da espiritualidade.    Por quê?
     Há um pensar que à medida que a ciência avançou, nos tornaríamos senhores do Universo e não precisaríamos mais de Deus.   Viveríamos na sociedade do bem estar.
     Houve filósofo que  afirmou que teria que ser tirado Deus “de campo” para o povo ser feliz.
     As sociedades mais avançadas apostaram alto nessa “erradicação” de Deus dos seus seios.    A Igreja na Europa (os teólogos) se preparou para dialogar com o homem ateu.
     Há hoje uma orientalização do ocidente.   É um amalgma de esoterismo, naturalismo, tudo misturado.
     Outros fatos a destacar.     Quando se colonizou a América Latina se satanizou a religião do povo nativo.    Antes, o catolicismo era hegemônico no mundo.
     Modernamente, partiu-se para a fé como opção pessoal.
     Até o Concílio Vaticano  II, as demais religiões eram coisa do diabo para o povo católico.    Esse concílio veio mudar isso.    Lançou inclusive um documento sobre a Dignidade Humana.     Admite outras experiências religiosas.    Um bispo católico conservador – o Lefevre – andou se rebelando contra isso e foi voto vencido.   O concílio aceitou que  há alternativa de se chegar ao Pai em outras determinadas religiões também.     Inclusive aceitou religiões não cristãs.
     Falou do relativismo religioso.   Com isso, não haveria uma verdade; haveria várias verdades.
     Falou das opções nas bancas de revistas.   A Auto Ajuda.    Leonardo Boff, Paulo Coelho, Bonfiglio, etc.   Um mercado do religioso, nas palavras do palestrante.  Há um mercado e o consumidor consome o que lhe convém.    Numa experiência religiosa sem comunidade, uma Igreja sem Doutrina.
     O relativismo e o ecletismo religioso.   Ler conforme a afetividade e a subjetividade de cada um.      O sincretismo religioso.    Achando-se que tudo leva ao Pai.      

Continua.....

terça-feira, 20 de junho de 2017

Parte final: FICHAMENTO DO LIVRO NOITE SOBRE ALCÂNTARA (MA)

Continuação do fichamento do livro Noite sobre Alcântara   (final)

     117 – O costume da época – mascar fumo de corda.
     122 – Uma negra apareceu com um negrinho escanchado na ilharga (termo que conheci da minha terra que tem influencia do tropeirismo)
     Natalino vai ver a Fazenda Flor da Nata, da família, que ele não visitava há dez anos.    No passado ela produzia cana, algodão e tinha cem escravos.
     123 -  O escravo que o recebe lá informa que por lá deu a bexiga (varíola) e matou a metade dos escravos e dos outros que ficaram, a maioria fugiu do local por causa da doença.    Agora, só seis negros e destes, dois no “fundo da rede”  (doentes).
     124 – E o feitor da fazenda deu uma sugestão ao patrão que queria de lá ir visitar a outra fazenda da família:  Não vá ver a fazenda Córrego Fundo.  Fique aqui mesmo.
     124 – Viu sericoras pelo caminho  (saracuras?)
     125 – Cana caiana.     O escravo disse um termo bem regional:   .... ele veio aqui mais eu.     Nada mais produzia a Córrego Fundo.
     126 -  Natalino a pensar do que o Visconde (seu pai) e a família viveriam se quase toda  a renda vinha dessas duas fazendas.      Ele, Natalino, ao menos vive da pensão por ter lutado na Guerra do Paraguai.
     128 – Gente da região enviou escravos para a Guerra do Paraguai, geralmente substituindo os nobres da família.
     129 -  Visitando a outra fazenda, pergunta ao escravo.   E os outros?   
     - Tá tudo debaixo do chão.   Só ficô eu pra semente.
     129 – Os barcos desciam os rios com algodão, farinha, arroz e açúcar vindos de mais distante da costa e concorrendo com as fazendas locais.
     131 -  O animador de quadrilha junina usando o francês:   - En avant!  En arrière!  Balancez!         (França – terra de origem da Quadrilha)
     Natalino ao retornar a Alcântara e mesmo havendo o movimento por causa das festas juninas, percebeu melhor que a cidade iria ficar deserta logo, logo.
     136 – A sempre disputa acirrada dos partidos Liberal e Conservador, respectivamente “os cabanos” e os “bem te vis”.    Não se misturavam, mas na fase de decadência alguém propôs uni-los.   Não havia jeito.
     137 – Ambos partidos resolveram (por interesses em mais títulos de nobreza) construir cada um, um castelo para receber o Imperador Pedro II.  Mas não havia nada de oficial sobre a visita ser realizada ou não.     Os nobres, já empobrecidos, mas sem perder a arrogância, vendendo bens para levantar as obras.      Alcântara tem esse nome em homenagem a Pedro de Alcântara.
     Tentaram construir os castelos com recursos deles, dizendo que não iriam usar verbas públicas para tal.
     Esperavam que lá pelo ano de 1860, quando o Imperador iria visitar os USA, no retorno passaria por Alcântara.
     137 – A disputa pelo melhor castelo saiu inclusive no jornal de São Luis, o “Publicador Maranhense”.
     139 – Obras dos dois castelos e o povo ficava de olho no andamento das obras e na disputa de vaidade dos nobres que já andavam mal das pernas em termos financeiros.      Uso de mão de obra dos escravos.
     Em obras, inclusive de calçamento, teriam usado pedras que vinham de Portugal como lastro nos navios que vinham vazios para retornarem carregados.    As pedras davam estabilidade ao navio em curso.
     Nas paredes dos sobrados e muros usavam pedras rejuntadas com massa com adição de óleo de baleia para dar a liga e afirmar a edificação.
     143 – Cita o jornal Diário do Maranhão que seria também da época em São Luis.     (cidade de colonização francesa e o nome homenageia rei daquele país)
     144 -     Os cegos cantadores de Alcântara já faziam suas músicas de improviso fazendo chacota aos prédios dos palácios que tendiam a ficar inacabados e sem receber o Imperador, como de fato ocorreu.
     146 – Cita o Forte de Santo Antonio.
     155 -  Sobre a amiga de Olivia no colégio interno em Paris.  Eloise, que era homossexual, forçou no passado, um caso com a companheira de alojamento Olivia e continuaram amigas.   Trocavam cartas.   Um dia Olivia ficou sabendo que a amiga foi presa após matar uma companheira num hotel na França.
     158 -  Olivia detesta que a mãe grite com os escravos da casa.    Quando isso ocorria, saia de casa para não ter maior constrangimento.
     O pessoal do internato não deixou ela ler Emile Zola.
     169 – Biscoitos sequilhos.
     170 – Natalino fez um artigo no jornal de São Luis falando do descalabro das finanças dos nobres de Alcântara e também atacou como sempre os monarquistas e apoiou os republicanos.   Em pleno Imperio e escravidão.   O pai dele, nobre e monarquista, ficou muito indignado e passou enorme vergonha perante seus amigos da nobreza e do partido.    Discutiu com o filho e deixou de conversar com ele até a morte, vestindo luto inclusive por esse gesto.
     192 – O Visconde (pai de Natalino) segreda ao médico amigo que já vendeu suas propriedades para honrar sua parte na construção do palácio.    Só sobrou o sobrado onde morava.     Usou o termo sobre a palavra dada entre os nobres da época:     Nós quebramos mas não vergamos.
     212 – Cita de Olivia referência ao livro O Vermelho e o Negro, de Stendal.
     238 – Alonso Ramirez – o galã pretendente a se casar com Olivia.  Ficam de namoro e logo depois ele é preso por passar dinheiro falso.  Já vinha de outros estados com esse golpe.   Decepção enorme a Olivia.
     241 -  O sonho dos nobres da época era serem “Titulares do Império”.   Serem reconhecidos na corte e terem títulos de nobreza.
     253 – Um termo tropeiro:    Atafulhar a carta no bolso...
     262 -  Dois golpes nos nobres na época.  Em 1888, abolição dos escravos no Brasil e em 1889, a proclamação da república.
     266 -  Prato típico na nobreza de então – galinha à cabidela.
     274 -  A esposa do Dr. Carlos (médico que tinha título de nobreza: Barão de Grajaú) foi a julgamento por castigo que resultou na morte de escravos.    Poderia ser “condenada às galés” mas pela influência, ficou livre.
     O episódio do afundamento de um barco de passageiros na rota São Luis Alcântara, morrendo todos.     E duas mulheres, esposa e amante, chorando o mesmo morto.   Vergonha total, principalmente da esposa do morto, que era comadre de Natalino.    Inclusive ele, dali uns tempos foi se solidarizar com ela e acabaram tendo um caso.     Caiu na boca do povo e mais um escândalo para a família dele administrar.
     307 – Nos bons tempos, carruagens pelas ruas de Alcântara, com brasões dos nobres nas portas das mesmas.    Puxadas por cavalos puro sangue árabe.
     313 – Natalino se dirigindo à Viscondessa, sua mãe que era adepta da escravidão.    Vi na guerra o cúmulo:  Negros mandados à guerra do Paraguai por seus patrões e os negros morreram na guerra por uma pátria na qual eles eram escravos.
     326 – Cita o trovador Euclides Faria de São Luis.   Seria muito popular.
     339 – Alcântara teve inclusive muitas salinas e era exportador de sal, dentre outros produtos.
     387 – Na passagem do século, com Natalino pronto para deixar Alcântara em breve.   Na barraca de tiro ao alvo, viu um jovem e percebeu que era a cara dele.   Mas ele achava que era estéril.  Achava mas não era.   O filho seria dele.  Não teve coragem de conversar com o rapaz mas soube que a mãe do rapaz foi um caso dele no passado.  Era a mulher, filha de um padre.
     O rapaz inclusive era canhoto como ele.

     Natalino no preparo para despedida, visita Olivia e conta a ela que não se casou com ela por causa da sua esterilidade.   Não queria uma vida de casado sem filhos.    Lá se foram a vida dele e dela, de certa forma.