Forum sobre a Redução
e Uso Racional de Agrotóxicos
Palestrante Engenheiro Agrônomo Leonardo Melgarejo (dados curriculares retirados do site do Deputado
Estadual Rasca Rodrigues: Um dos
principais especialistas no tema, engenheiro agrônomo e coordenador do grupo de
trabalho sobre agrotóxicos e transgênicos da Associação Brasileira de
Agroecologia (ABA), Leonardo Melgarejo, apresentou os riscos à saúde dos
trabalhadores do campo e da população em geral, que terá alimentos ainda mais
contaminados, caso o “Pacote do Veneno” seja aprovado.) http://www.rasca.com.br/noticia/especialistas-propoem-a-criacao-de-um-plano-de-reducao-do-uso-de-agrotoxicos-no-parana-C181259.html?fbclid=IwAR2fTaEqSJ1vHt7nTnbbGXl1dLX79_5Br49h2469XpP-28FA9NPh8bD3lGE
Anotações pelo Engenheiro
Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
Mostrou uma lista de princípios ativos de agrotóxicos
registrados por cultura e por estado.
Há um mesmo princípio ativo que está presente em vários produtos
comerciais. PA princípio ativo. Há mais de 180 para soja e mais de 400
produtos comerciais para a cultura registrados no Brasil.
O palestrante é pesquisador e foi da Extensão Rural da
Emater do RS.
PL (projeto de lei) em tramitação no Congresso Nacional que
vem sendo bastante combatida pela sociedade civil porque traz retrocessos e
mais insegurança à saúde pública na visão de muitos estudiosos. PL
6299/2002.
Atualmente pela lei brasileira, somente 27 princípios ativos
são monitorados na água potável para consumo humano. E foi visto acima que só para soja há mais
de 180 princípios ativos registrados.
E tem as misturas que podem reagir quimicamente e aumentar a gama de
contaminantes.
Citou a publicação “Mapa de Intoxicações por Agrotóxicos no
Paraná”. Destacou que geralmente se
registram casos de intoxicação na modalidade aguda, aquela na qual a pessoa
entra em contato com o produto e sente reações como dor de cabeça, de estômago,
calafrios, etc. Estima-se que cada 50
intoxicações desse tipo, apenas 1 é registrada pela saúde pública. Em muitos casos, ocorre o problema e é
contornado sem que se faça a ficha médica protocolar.
A média de intoxicações agudas no Brasil, por ano,
notificadas, tem ficado entre 12.000 e 14.000.
E foi visto que há sub notificação.
Por outro lado, o que preocupa bastante são as intoxicações crônicas. Aquelas que vão ocorrendo passo a passo e a
pessoa não sente e quando apresenta sintomas, o mal já pode estar grave e
irreversível. Estas não tem sido
notificadas no Paraná. Consta que a Sesa
Secretaria da Saúde do Paraná está em vias de começar a atuar nessa área também,
ou seja, das intoxicações crônicas.
Falou da atrazina, componente de um herbicida para a lavoura de
milho. Tem relatos comprovados de ações
indesejáveis em saúde humana. Em estudos
com sapos em regiões contaminadas, tem havido reversão de sexto em até 10% da
população do animal. O BR por ano usa
mais de 15.000 toneladas de atrazina.
Glifosato – herbicida – também tem trazido riscos à saúde e
ao meio ambiente. Uso de 200.000
toneladas de glifosato no BR por ano.
Ênfase em soja e milho.
Citou o Atlas dos Agrotóxicos e intoxicações publicado pela
pesquisadora Larissa Bombardi.
Link: https://www.google.com.br/search?q=Atlas+Agrot%C3%B3xicos+-+Intoxica%C3%A7%C3%B5es+-+Larissa+Lombardi&sa=G&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=2ahUKEwj0-cXZ447eAhUDjZAKHY8UDuwQsAR6BAgDEAE&biw=1745&bih=864
O palestrante mostrou os índices tolerados no Brasil para
resíduos de agrotóxicos em alimentos.
Há casos em que a tolerância aqui é dezenas de vezes maiores que em
países como os da Europa. O risco à
saúde humana acaba sendo bem maior.
E foi visto que temos uma gama enorme de produtos em uso por aqui e no
caso da água potável, a lei só exige que se monitore a dose de 27 resíduos de
agrotóxicos.
Disse que no Brasil o câncer deixou de ser uma doença da
velhice. Tem cada vez afetado gente de
idades menores. Suspeita-se de que os
agrotóxicos são parte do problema.
Tem havido caso de meninas de até oito anos tendo a primeira
menstruação, o que seria mais um indício em investigação.
Destacou que a maioria dos agrotóxicos contém moléculas que
não existiam na natureza e foram sintetizados para fins comerciais. Os seres vivos podem ter reações de vários
tipos a esses produtos e seus resíduos.
Pela lei atual no BR não se pode registrar produto que possa
causar câncer nas pessoas. Isto dentro
do princípio da precaução. Com o PL em tramitação, se está substituindo
(proposto) esse princípio por outro que pressupõe risco baixo, de baixa ocorrência. O que piora a lei.
Pela lei atual, há
três ministérios envolvidos no registro de agrotóxicos no BR, sendo o M. da
Agricultura, o da Saúde e o do Meio Ambiente. Pelo PL 6299 (Pacote do Veneno – apelidado) o
carro chefe das decisões passaria ao Ministério da Agricultura, ficando apenas
com papel coadjuvante os outros ministérios:
Saúde e Meio Ambiente. Se
hoje está ruim, então tudo fica mais perigoso. (clicar no local indicado para continuar)