CAP. 08/10 leitura em janeiro de 2021
“A vida é uma sequência de
episódios – cada um a ser calculado em separado, pois cada um tem seu próprio
balanço de perdas e ganhos”.
O trabalho não pode mais
oferecer o eixo seguro em torno do qual envolver e fixar autodefinições,
identidades e projetos de vida”.
A pessoa é medida e
avaliada por sua capacidade de entreter e alegrar...
Ascensão e Queda do
Trabalho
Civilizações no auge dos
seus poderes: Roma no século I, China no
século XI, Índia no século XVII, Europa na Revolução Industrial.
Página 177 – A renda per
capita na Europa Ocidental no século XVIII não era mais que 30% acima da renda
da Índia, África ou China da mesma época.
Em menos de um século,
tudo mudou. Em 1870 a renda per capita
da Europa industrializada era 11 vezes maior que a dos países mais pobres. Já em 1995, o processo se multiplicou por
cinco e a Europa industrializada possuía renda ter capita 50 vezes maior que a
dos países mais pobres.
181 – Na Revolução
Industrial... “Grande era belo, grande
era racional; grande queria dizer poder, ambição e coragem...” ... monumentos que, fossem ou não
indestrutíveis, deveriam parece-lo.
... trilhos pontuados de majestosas estações dedicadas a emular os
antigos templos para a adoração da eternidade e para a gloria dos adoradores.
“A modernidade sólida
era... do engajamento entre capital e
trabalho fortificado pela mutualidade de sua dependência. Os trabalhadores dependiam do emprego para
sua sobrevivência; o capital dependia de emprega-los para sua reprodução e
crescimento”.
184 – Como sugeriu Sennett
em estudo recente, foi só depois da II Guerra Mundial que a desordem original
da era capitalista veio a ser substituída, pelo menos nas economias avançadas,
por sindicatos fortes, garantidores do Estado de bem-estar, e corporações de
larga escala, que se combinaram para produzir uma era de estabilidade relativa.
... ambos os lados
(capital e trabalho) sabiam que sua sobrevivência dependia de encontrar
soluções que todos considerassem aceitáveis.
Sennett conclui: “A rotina pode diminuir, mas pode também
proteger; a rotina pode decompor o trabalho, mas pode também compor uma vida”.
Isso tudo mudou. Hoje é tempo de curto prazo. (O livro é do ano 2000). ...”um jovem americano com nível médio de
educação espera mudar de emprego onze vezes durante a sua vida de trabalho. O termo usual é flexibilidade.
O fim do emprego como
conhecemos. ... posições sem cobertura
previdenciária... A vida de trabalho
está saturada de incertezas.
Sub título: Do Casamento à Coabitação
Se os revezes aos
empregados ocorrem de forma aleatória, sem lógica, não tem como as pessoas se
unirem contra os revezes. “Os medos,
ansiedades e angústias contemporâneos são feitos para serem sofridos em
solidão”.
Dificultam os atos de
solidariedade e de defesa de classe.
Pierre Bordieu fez estudos
nesse tema. “... em face das novas
formas de exploração, notavelmente favorecidas pela desregulação do trabalho e
pelo desenvolvimento do emprego temporário, as formas de ação sindical são
consideradas inadequadas.”
Os fatos recentes quebraram
os fundamentos das solidariedades passadas.
(relembrando que este livro é do ano 2000)
...”e que o resultante
desencantamento vai de mãos dadas com o desaparecimento do espírito de
militância e de participação política”.
Mark Granovetter diz que
os atuais são tempos de laços fracos.
O emprego no sistema
tradicional comparado ao sentido figurado, seria um casamento e o emprego hoje
é um viver junto, transitório, uma coabitação.
Continua
no capítulo 09/10