CONTINUAÇÃO – SIMPOSIO INTERNACIONAL DE MEIO
AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA – PR. 06-12-2016 -
AUDITÓRIO DA UNIV.POSITIVO - DEZEMBRO-2016
Resenha da fala do
Prof.Dr. Mario Sergio Michaliszyn -
Universidade Positivo
Ele tem formação
em Antropologia (Coordenador Estadual do
Programa de Prevenção ao uso de drogas).
Tem três livros publicados. msmzyn@gmail.com
Tema da fala: Desenvolvimento Sustentável, cidade e saneamento
Ele chegou a
trabalhar em pesquisa junto aos índios da Amazonia. Atuou também em Guaraqueçaba, litoral do
Paraná com populações locais. Disse
que duas frases marcaram muito para ele.
A de um xamã da Amazônia que disse:
Aqui você encontra tudo para viver.
Só a felicidade tem que estar dentro de você e depende de você.
Outra frase, de um
morador de comunidade tradicional de Guaraqueçaba que vive em área de
Preservação da Mata Atlântica. “Vocês
falam bem do meio ambiente. Eu tiro
palmito da mata. Me indique outras
alternativas para eu colocar comida em casa e nós e nossos filhos pararemos de
tirar palmito da mata para viver”.
A busca do
desenvolvimento no sentido de obter o crescimento econômico aliado à melhoria
da qualidade de vida das pessoas.
Alguns fatores a serem compatibilizados nas
atividades econômicas: utilizar
racionalmente os recursos naturais; economizar energia; economizar água, et.
Quando se fala de
sustentabilidade devemos lembrar que estamos no sistema capitalista no qual a
exclusão social já faz parte do combo.
Dentro dos
parâmetros da sustentabilidade do ponto de vista antropológico há inclusive o
fator cultural.
Citou a Agenda 21
da Cultura – estabelecida em 2014 em Barcelona – Espanha.
A saúde como um estado
de equilíbrio entre o ser humano e seu ambiente, permitindo o completo
funcionamento da pessoa...
Declaração de
Ottawa (Canadá) 1986. Promoção da
Saúde e qualidade de vida.
Recursos para ter
saúde. Água e ar puros, ambiente
saudável, alimentação adequada, prevenção de problemas específicos de saúde,
educação e informação, situação social e econômica e cultural favorável.
Cita um caso para
estudo ocorrido no Paraná em 2012. Em
Foz do Iguaçu-PR. O desmatamento e
expansão da zona urbana alterou o clima e o ecossistema local. O mosquito palha que é vetor da leishmaniose
visceral (mais grave que a da pele) começa a afetar o ser humano. Em geral a ocorrência desta em humanos é
acidental. Em Foz a ocorrência foi acima
do normal e pesquisaram as causas. Cães
são vetores. O mosquito palha se espalhou na cidade
inclusive em áreas nobres e mesmo em apartamentos, colocando ovos em pratos de
vasos de flores como o da dengue.
Quando uma pessoa
é picada pelo mosquito contaminado, o sintoma só aparece dentro de uns seis
meses e é então que a pessoa busca tratamento. Antes a ocorrência era mais nas periferias
e atingia mais as populações pobres, mas foi se espalhando e passou a agir de “forma
democrática” atacando do pobre ao rico em Foz.
Fizeram um estudo
de caso para monitorar e buscar o controle da doença. Foz tem 265.000 habitantes. (2015).
Densidade de 415 pessoas/ km2.
O estudo mostrou que Foz (fronteira) é lugar de grande ocorrência de
abandono de cães pelos que migram. No
chamado Ceasinha de Foz (central de abastecimento de frutas, legumes e
verduras) havia muito rejeito orgânico pelo chão e eram alimentos para os
mosquitos. Este foi um dos fatores a
ajudar a propagar o mesmo. Se bem que
a causa básica foi mesmo o desmatamento pela expansão da cidade sobre onde
antes era floresta.
Rejeitos no chão e
cães em quantidade no Ceasinha. Teve
que haver medidas saneadoras para reduzir o potencial de reprodução do mosquito
transmissor da doença.
Foz tem frutíferas
inclusive na arborização urbana e isso também aumenta a população do inseto
citado por fornecer alimento ao mesmo. (gabiroba, araçá, etc.)
Na fronteira com a
Argentina, os argentinos barram a entrada de cães, mas na fronteira
Paraguai-Brasil não há controle.
Inclusive se constatou que é muito comum os catadores de recicláveis
(que geralmente fazem o serviço mais na parte da noite) terem seus cães e
transitam pela fronteira também. Alto
índice de contaminação.
A pesquisa junto
aos catadores de recicláveis foi moroso por ser serviço noturno e Foz tem a
agravante do tráfico de drogas que oferece riscos às pessoas.
O inseto também
suga sangue de galinhas e nas periferias há ocorrência de galinheiros, sendo
mais um desafio no controle da doença.
A cidade de Foz do
Iguaçu-PR tem 79% de residências com sistema de coleta de esgotos. 87% das residências tem coleta regular de
resíduos sólidos urbanos (lixo).
...................... na
sequência haverá resenhas de outras quinze palestras do simpósio, na medida que
sejam colocadas no word..................
Nenhum comentário:
Postar um comentário