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sábado, 24 de dezembro de 2016

PARTE VII - SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE MEIO AMBIENTE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS - CURITIBA PR 05 A 07-12-16

Palestra 12ª  - O futuro hídrico da Bacia PCJ (SP e MG):  Mudanças Climáticas e opções de gestão da demanda
     Palestrante:   Professor Msc Daniel Thá -  FGV Fundação Getúlio Vargas

     PCJ Conjunto dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiai que atendem uma importante demanda de grandes centros urbanos.
     É uma região que concentra bastante população e elevado número de indústrias, muitas delas de grande porte e que demandam bastante água como Rhodia, Suzano Papel e Celulose, Ajinomoto, Ambev, etc.   Vai falar um pouco de Oferta de água, qualidade da água e demanda da água.     A citada região perde 40% da água captada, o que é um índice elevado e absurdo numa região de carência desse recurso.
     Problemas com vazamento, gatos, etc.    (gatos – ligações clandestinas)
     Disse que a Ambev da Grande São Paulo já tem cogitado de mudar sua planta industrial para outra região com menor risco de faltar água.
     Ele disse que estamos no Brasil coletando e tratando pouco do esgoto.    Temos problemas semelhantes na questão dos RSU resíduos sólidos urbanos (o lixo) que muito comumente são coletados e jogados em lixões a céu aberto, contra a lei.
     Essa falta de cuidados com a água, esgoto e destinação dos RSU trazem problemas de saúde pública, problemas ambientais, etc.
     Ele atua no Programa de Política e Economia Rural -   FGV.    daniel.tha@fgv.br

     Palestra 13ª  - The importance of communication in environmental policy making
     Palestrante:   Mats Kullberg – da Swedish EPA -    Suécia
    
     Frase em destaque :   Sem comunicação não há participação.
     Na Suécia são 70 diferentes frações do lixo.    Nós no Brasil ainda estamos patinando para separar o “reciclável” do não reciclável.     E no “não reciclável” há bastante material orgânico úmido que poderia virar compostagem e produzir energia e fertilizante.
     Esta palestra foi feita via videoconferência e o palestrante estava em seu local de trabalho na Suécia.   Teve a barreira do idioma e quase não deu para captar nada do que foi dito de mais relevante.
     Na parte de perguntas, a pesquisadora Otero destacou que no Brasil o pessoal da administração pública acha que tudo se resume a coletar o lixo e colocar em um aterro e pronto.   A lei busca a destinação correta mas também busca a inclusão social dos catadores, a redução do lixo, a reutilização, dentre outras.   O aterro deve ser o último caso.

     Palestra 14ª – Projetos e práticas para a Sustentabilidade no Contexto de Mudanças
     Palestrante:  Professor Dr Eloy Fassi Casagrande -   UTFPr   -   ele é da área de Engenharia de Recursos Naturais e Meio Ambiente
     A palestra dele tem como sub título O Caso do Escritório Verde da UTFPr
     Pegada ecológica.   No ano de 2000 foi feito o cálculo – Dia da Sobrecarga da Terra.  No ano de 2000 esgotamos os recursos naturais em seu poder de se recuperar no mês de outubro.     De outubro em diante, estávamos como se fossemos no cheque especial, gastando acima do que a natureza tem o poder de se regenerar.   Acima do sustentável. Acima do poder de Resiliência do planeta.    No ano de 2014 já em agosto tínhamos atingido essa marca.    Temos piorado de forma acelerada.      Em 2004 houve o  furacão Catarina em SC causador de grandes estragos.   Não havia no Brasil uma classificação para uma catástrofe natural daquele nível.   Ventos de 170 km/h.     Em 2005 uma seca de proporções totalmente atípicas na Amazônia.   Causou grandes problemas ambientais e sociais pois há grande contingente de ribeirinhos que tiram o sustento dos rios e se locomovem através dos mesmos.
     Ele fez o doutorado na Amazônia e vivenciou um tanto a realidade de lá.    Lembrou que o Brasil tem retirado de forma desordenada inclusive muita madeira de lei, de forma não sustentável, e usa esse tipo de madeira nobre até para caixaria de construção, que é um fim não condizente com o material, que poderia ser de menor qualidade.
     Mostrou a chamada “Sopa de Plástico” no Oceano.    Verdadeira e enorme “ilha” no oceano de embalagens plásticas descartadas no mesmo e arrastadas pela maré e que se concentram em determinados lugares.   Problemas ambientais.   
     Disse que o município de Itajai-SC que tem seu porto, tem sido assolado por problemas climáticos que trazem grandes prejuízos à economia e à sociedade regional.
     Destacou que em São Paulo, capital, no ano de 2014 a estiagem fez o estoque de água de abastecimento chegar a um nível crítico, antes não atingido.    Chegou-se ao chamado volume morto dos reservatórios.     
     Já no ano de 2016 estamos vivendo o ano mais quente desde que começamos as medições nos tempos da Revolução Industrial.      Efeito Estufa presente.
     Em termos globais, 122 empresas são responsáveis pela emissão de 80% dos GEE gases de efeito estufa emitidos pelo ser humano na natureza.     4 multinacionais do ramo petroleiro são responsáveis por 10% dos GEE em nível mundial.
     Ainda sobre consequências do aquecimento global, destacou que o centro de poder da cidade de Nova Iorque ficou há pouco tempo sem energia elétrica por horas.
     Disse que ao lado da indústria e do transporte, inclusive nossa forma de construir também não tem levado em conta a questão ambiental, as emissões de GEE, etc.
     Destacou que no mundo tem se elevado inclusive o número de refugiados de catástrofes ambientais  (estiagem, inundações, etc.).    Somos consumidores vorazes e cada vez mais piorando o meio ambiente.
     Indústria de cimento -  responsável por 7% do CO2 emitido.   Uma cada de 40 m2 por aqui gera 9.500 kg de Co2 no ar.    No Brasil 77% das construções são “autogeridas” – feitas pelos próprios donos e colaboradores.   Não há critérios.
     Destacou a falta de planejamento urbano.     Amontoados de construções formando verdadeiras “ilhas de calor” e falta de ventilação, etc.
     O palestrante fez inclusive uma pequena irreverência para mostrar a falta de planejamento:     Mostrou uma foto de uma zona de urbanização recente com um amontoado de casas feitas sem acabamento.     Primeiro mostrou a foto de cabeça para baixo e ninguém tinha percebido isso.   Alertou e depois mostrou de forma correta e havia quase nada de diferença.    Bem caótica a coisa.
     Ele diz que o povo vai se acostumando com isso.
     Disse que está inclusive havendo no mundo aumento do número de suicídios mesmo nos países ricos.    Falou em “Economia Linear”.     Não há visão sistêmica das coisas.
     Sustentabilidade ele vê como a Habilidade de Sustentar.   Disse que somente 6% dos celulares são reciclados no mundo.
     Na concepção dele, novos produtos lançados que não são sustentáveis, não são “novos” em termos de tecnologia, que deveria levar em conta a sustentabilidade também.      Disse que observando a natureza, a ciência demonstrou que o cupim de monturo (aquele de solo que paz um monturo) é o melhor engenheiro.   Faz a obra e dentro sempre conseguem as condições de micro clima interno dentro da faixa adequada para a vida da espécie.     Algo em torno de 24 graus.
     A melhor condição de sol na Alemanha para geração de energia é mais ou menos igual a 50% do potencial da pior região do Brasil nesse mesmo quesito.   Ou seja:  se a Alemanha já vem utilizando bastante a energia solar, em potencial podemos muito mais.
     Falou um pouco de um Projeto Verde que eles implantaram para fins de pesquisa e demonstração no campus de Curitiba da UTFPr.     Busca da sustentabilidade.   Uso de produtos “madeiráveis” com construção a seco.    Telhado verde.   É disponível para visitação pública.
     Ele diz ser absurdo no século XXI estarmos no Brasil jogando água tratada na descarga.
     Falou que Curitiba e região tem grande potencial de uso de energia solar.   Disse que na Bahia por exemplo, há alta incidência de sol, mas costuma dar superaquecimento nas placas solares e perde-se parte da energia por isso.     Curitiba é mais competitiva por ter temperaturas mais amenas e adequadas para uso de placas solares.
     Ele disse que os próprios cursos de Engenharia Elétrica ainda não colocaram na grade curricular as fontes alternativas de energia.   Um descompasso com o mercado e as demandas do clima, etc.
     A UTFPr ministra inclusive cursos de Hortas Urbanas por aqui.    Projeto Crie Curitiba.
     Eles também tem cursos de Especialização em Construções Sustentáveis.

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