Palestra 12ª - O futuro hídrico da Bacia PCJ (SP e
MG): Mudanças Climáticas e opções de
gestão da demanda
Palestrante: Professor Msc Daniel Thá - FGV Fundação Getúlio Vargas
PCJ Conjunto dos
rios Piracicaba, Capivari e Jundiai que atendem uma importante demanda de
grandes centros urbanos.
É uma região que
concentra bastante população e elevado número de indústrias, muitas delas de
grande porte e que demandam bastante água como Rhodia, Suzano Papel e Celulose,
Ajinomoto, Ambev, etc. Vai falar um
pouco de Oferta de água, qualidade da água e demanda da água. A citada região perde 40% da água captada,
o que é um índice elevado e absurdo numa região de carência desse recurso.
Problemas com
vazamento, gatos, etc. (gatos –
ligações clandestinas)
Disse que a Ambev da Grande São Paulo já tem
cogitado de mudar sua planta industrial para outra região com menor risco de
faltar água.
Ele disse que
estamos no Brasil coletando e tratando pouco do esgoto. Temos problemas semelhantes na questão dos
RSU resíduos sólidos urbanos (o lixo) que muito comumente são coletados e
jogados em lixões a céu aberto, contra a lei.
Essa falta de
cuidados com a água, esgoto e destinação dos RSU trazem problemas de saúde
pública, problemas ambientais, etc.
Ele atua no Programa de Política e Economia
Rural - FGV. daniel.tha@fgv.br
Palestra 13ª - The
importance of communication in environmental policy making
Palestrante: Mats Kullberg – da Swedish EPA - Suécia
Frase em destaque
: Sem
comunicação não há participação.
Na Suécia são 70
diferentes frações do lixo. Nós no
Brasil ainda estamos patinando para separar o “reciclável” do não
reciclável. E no “não reciclável” há
bastante material orgânico úmido que poderia virar compostagem e produzir
energia e fertilizante.
Esta palestra foi
feita via videoconferência e o palestrante estava em seu local de trabalho na
Suécia. Teve a barreira do idioma e
quase não deu para captar nada do que foi dito de mais relevante.
Na parte de
perguntas, a pesquisadora Otero destacou que no Brasil o pessoal da
administração pública acha que tudo se resume a coletar o lixo e colocar em um
aterro e pronto. A lei busca a
destinação correta mas também busca a inclusão social dos catadores, a redução
do lixo, a reutilização, dentre outras.
O aterro deve ser o último caso.
Palestra 14ª – Projetos e práticas para a Sustentabilidade
no Contexto de Mudanças
Palestrante: Professor Dr Eloy Fassi Casagrande - UTFPr
- ele é da área de Engenharia de
Recursos Naturais e Meio Ambiente
A palestra dele
tem como sub título O Caso do Escritório Verde da UTFPr
Pegada
ecológica. No ano de 2000 foi feito o
cálculo – Dia da Sobrecarga da Terra. No
ano de 2000 esgotamos os recursos naturais em seu poder de se recuperar no mês
de outubro. De outubro em diante,
estávamos como se fossemos no cheque especial, gastando acima do que a natureza
tem o poder de se regenerar. Acima do
sustentável. Acima do poder de
Resiliência do planeta. No ano de
2014 já em agosto tínhamos atingido essa marca. Temos piorado de forma acelerada. Em 2004 houve o furacão Catarina em SC causador de grandes
estragos. Não havia no Brasil uma
classificação para uma catástrofe natural daquele nível. Ventos de 170 km/h. Em 2005 uma seca de proporções totalmente
atípicas na Amazônia. Causou grandes
problemas ambientais e sociais pois há grande contingente de ribeirinhos que
tiram o sustento dos rios e se locomovem através dos mesmos.
Ele fez o
doutorado na Amazônia e vivenciou um tanto a realidade de lá. Lembrou que o Brasil tem retirado de forma
desordenada inclusive muita madeira de lei, de forma não sustentável, e usa
esse tipo de madeira nobre até para caixaria de construção, que é um fim não
condizente com o material, que poderia ser de menor qualidade.
Mostrou a chamada “Sopa
de Plástico” no Oceano. Verdadeira e
enorme “ilha” no oceano de embalagens plásticas descartadas no mesmo e
arrastadas pela maré e que se concentram em determinados lugares. Problemas ambientais.
Disse que o município de Itajai-SC que tem
seu porto, tem sido assolado por problemas climáticos que trazem grandes prejuízos
à economia e à sociedade regional.
Destacou que em
São Paulo, capital, no ano de 2014 a estiagem fez o estoque de água de
abastecimento chegar a um nível crítico, antes não atingido. Chegou-se ao chamado volume morto dos
reservatórios.
Já no ano de 2016
estamos vivendo o ano mais quente desde que começamos as medições nos tempos da
Revolução Industrial. Efeito Estufa
presente.
Em termos globais, 122 empresas são
responsáveis pela emissão de 80% dos GEE gases de efeito estufa emitidos pelo
ser humano na natureza. 4
multinacionais do ramo petroleiro são responsáveis por 10% dos GEE em nível
mundial.
Ainda sobre
consequências do aquecimento global, destacou que o centro de poder da cidade
de Nova Iorque ficou há pouco tempo sem energia elétrica por horas.
Disse que ao lado
da indústria e do transporte, inclusive nossa forma de construir também não tem
levado em conta a questão ambiental, as emissões de GEE, etc.
Destacou que no
mundo tem se elevado inclusive o número de refugiados de catástrofes
ambientais (estiagem, inundações,
etc.). Somos consumidores vorazes e
cada vez mais piorando o meio ambiente.
Indústria de
cimento - responsável por 7% do CO2
emitido. Uma cada de 40 m2 por aqui
gera 9.500 kg de Co2 no ar. No Brasil
77% das construções são “autogeridas” – feitas pelos próprios donos e
colaboradores. Não há critérios.
Destacou a falta
de planejamento urbano. Amontoados de
construções formando verdadeiras “ilhas de calor” e falta de ventilação, etc.
O palestrante fez
inclusive uma pequena irreverência para mostrar a falta de planejamento: Mostrou uma foto de uma zona de
urbanização recente com um amontoado de casas feitas sem acabamento. Primeiro mostrou a foto de cabeça para
baixo e ninguém tinha percebido isso.
Alertou e depois mostrou de forma correta e havia quase nada de
diferença. Bem caótica a coisa.
Ele diz que o povo
vai se acostumando com isso.
Disse que está
inclusive havendo no mundo aumento do número de suicídios mesmo nos países
ricos. Falou em “Economia Linear”. Não há visão sistêmica das coisas.
Sustentabilidade
ele vê como a Habilidade de Sustentar.
Disse que somente 6% dos celulares são reciclados no mundo.
Na concepção dele,
novos produtos lançados que não são sustentáveis, não são “novos” em termos de
tecnologia, que deveria levar em conta a sustentabilidade também. Disse que observando a natureza, a
ciência demonstrou que o cupim de monturo (aquele de solo que paz um monturo) é
o melhor engenheiro. Faz a obra e
dentro sempre conseguem as condições de micro clima interno dentro da faixa
adequada para a vida da espécie. Algo
em torno de 24 graus.
A melhor condição de sol na Alemanha para
geração de energia é mais ou menos igual a 50% do potencial da pior região do
Brasil nesse mesmo quesito. Ou
seja: se a Alemanha já vem utilizando
bastante a energia solar, em potencial podemos muito mais.
Falou um pouco de
um Projeto Verde que eles implantaram para fins de pesquisa e demonstração no
campus de Curitiba da UTFPr. Busca da
sustentabilidade. Uso de produtos “madeiráveis”
com construção a seco. Telhado
verde. É disponível para visitação
pública.
Ele diz ser
absurdo no século XXI estarmos no Brasil jogando água tratada na descarga.
Falou que Curitiba
e região tem grande potencial de uso de energia solar. Disse que na Bahia por exemplo, há alta
incidência de sol, mas costuma dar superaquecimento nas placas solares e
perde-se parte da energia por isso.
Curitiba é mais competitiva por ter temperaturas mais amenas e adequadas
para uso de placas solares.
Ele disse que os
próprios cursos de Engenharia Elétrica ainda não colocaram na grade curricular
as fontes alternativas de energia. Um
descompasso com o mercado e as demandas do clima, etc.
A UTFPr ministra
inclusive cursos de Hortas Urbanas por aqui.
Projeto Crie Curitiba.
Eles também tem
cursos de Especialização em Construções Sustentáveis.
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