CAP.07/20
O príncipe cresceu cercado de criadagem. Criado tocar o pé do príncipe em sinal de
veneração. Cresceu cercado de criados e
professores.
Quando jovem, começou a viajar bastante para o exterior inclusive
para se distanciar um pouco da rotina de ser servido.
Ele não conheceu o pai que vivia trancado no manicômio. O pai morreu quando ele tinha cinco
anos. No falecimento do pai dele,
havia carpideiras (choradeiras profissionais) servindo no velório.
O reino desse rajá era pequeno – 600 km2 mas era muito rico
porque o avô dele, numa revolução da Índia contra o domínio britânico ocorrido
em 1857, seu avô ficou do lado dos britânicos. Essa batalha é considerada pelos indianos
como sua primeira guerra pela independência.
Só 90 anos depois, em 1947 é que conquistaram a independência.
Até a revolução de 1857 na prática o poder estava com a
Companhia das Índias Orientais, ente privado que tinha até exército para ajudar
a manter a ordem das colônias.
Após a batalha de 1857,
a coroa britânica resolveu assumir de fato o mando no Império e suas
colônias. Para isso, adotou para
administrar a Índia com seus 300 milhões de habitantes de então, com apenas
130.000 ingleses na Índia, o pacto de dar garantia de segurança aos reinos (são
muitos pequenos reinos que compõem a Índia) em troca dos reis locais cederem à
coroa britânica o único título de Rei e os rajas ficaram como príncipes de seus
respectivos reinos. Então o Rei fica
sendo o Soberano Inglês.
Essa condição de proteção fez com que os rajás fossem se
acomodando e se afastando do povo e se tornando gente de ostentar e de imitar
os colonizadores.
O avô do rajá na citada guerra ganhou mais terras que foram
confiscadas pela coroa inglesa de rajás vizinhos adversários e essas terras
foram anexadas às do rajá aliado.
O jovem rajá deu um salto da idade média para outro patamar
da civilização no seu reino. Adotou
inclusive vários costumes europeus.
Incluia caçar javalis com lanças.
Por outro lado, ia ao Conselho de ministros com roupa de
gala ancestral, montado num elefante bastante ornamentado, como de costume.
“O bom relacionamento com os ingleses antepunha-se, assim,
ao conceito de servir ao povo”.
O príncipe nessa situação de assumir o poder tão novo e de
não ter contado na infância da orientação do pai e governar se equilibrando
entre as normas dos britânicos e as tradições do seu povo teve distúrbio de
comer demais e engordar além da conta.
Aos dez anos de idade, pesava 100 quilos. O médico indicou regime, mas estava difícil
de cumprir e o menino dormia muito. Ao
ponto de correr o risco de morrer antes de ficar adulto e assim não deixar
descendente para seguir no trono. E
nessa hipótese, abriria nova briga de família na disputa pelo trono.
Aos onze anos, pesando 130 quilos. Casar aos 14.
A busca em outros reinos, pelos seus emissários, de uma
noiva nobre para ser esposa dele. Uma
pretendente de alta casta brâmane. O
dote e a união seriam efetivados quando os noivos atingissem a idade de 14
anos. A noiva não sabia que o noivo era
tão obeso.
Casados, no começo não houve sexo entre ambos. Ele, casado aos 14, aos 18 continuava com
mais de 100 kg e nada de herdeiros.
As práticas sexuais e o tradicional Manual do Kamasutra com
todos os detalhes da relação sexual.
O gordo rajá tinha ereção mas não conseguia copular por
causa da enorme barriga. Souberam que
um cuidador de elefantes constatou que tais animais quase não se reproduziam em
cativeiro. Observador, notou que eles
precisavam de uma posição muito especial.
Fez um pequeno relevo no chão e as elefantes fêmeas deitavam no local de
um modo que a cópula dava certo.
Levou-se a ideia para o caso do rajá.
Um engenheiro da corte montou uma cama especial segundo as dicas do
cuidador de elefantes e a engenhoca deu certo.
Assim o rajá, mesmo obeso, conseguia copular e viriam os descendentes.
Uma das castas, a dos brâmanes, os sacerdotes hindus. “Casta em troca de dinheiro: a aristocracia dos brâmanes – os sacerdotes
hindus – unia suas filhas com homens de linhagem duvidosa, desde que fossem
riquíssimos”.
“No começo do século XX, o sonho do rajá, compartilhado por
vários colegas seus, continuava sendo o de encontrar uma mulher capaz de ser
esposa e amiga ao mesmo tempo, e capaz de transitar em ambos os mundos –
Oriente e Ocidente – com a mesma facilidade que ele”.
Havia pacto entre os britânicos e os rajás, dos britânicos
governarem mas não se meterem na vida doméstica dos rajas e seus haréns.
Continua no capítulo 08/20
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