capítulo 06/09
É proibido Calar Catarses!
Texto de um lambe-lambe na cidade: “É proibido calar catarses!.
Um picho: “Nós não
sujamos os muros, nós damos vida a eles”.
... “a cidade, percebida aqui como imutável e inflexível,
feita de concreto, metal, veículos, poluição, lixo e confusão”.
O artista de rua. ...”não se importa com teorizações – apenas
se diverte por outros tentarem teorizar o seu fazer”.
Pergunta: “E você
está preso aonde?”. Afirma que o leitor
está preso no seu cotidiano etc.
Objetivo principal da arte popular: “Pare! Pense!”
“Fazer pensar, fazer refletir para então transformar”.
Anos 2000, tempos da clonagem da ovelha Dolly, tempo de
transplantes de órgãos e até de comercialização por baixo do pano, de órgãos.
Bush e a guerra contra o Iraque. Em 2005 Bush visitou o Brasil. Um artista de rua desenhou a cara do Bin
Laden e a pergunta: “Terrorista ou
Revolucionário?”.
Disputa e ressignificação.
Quando a lei eleitoral passou a permitir que candidatos podiam mandar
colocar suas propagandas em muros cujos proprietários dos imóveis
autorizassem. Nessa fase muitos muros com arte de rua foram
pintados para dar lugar a propaganda eleitoral autorizada.
Alguns pichos: “Essa
explosão de arte”. “A cidade é a
grande tela ao ar livre”.
“Imensa, acolhedora, que oferece espaço a todos,
democrática, que não olha para raça, posição social ou roupa”.
Para o artista de rua, a cidade sem a arte de rua: “.... dá pena de ver! Falta cor, alegria, vida... tudo é complicado, escuro e oco”. ...”sem sentido.”
“Necessidades vazias, com significados também artificiais e
ocos, que levam o sujeito a um escuro turbilhão de afazeres”.
Já a arte de rua... “volta
à vida simples junto à natureza da qual o homem faz parte. Natureza que provê, acolhe, dá sentido, é
colorida e tem seu próprio ritmo, sua própria voz”.
...”temos a magia das cores”. (os artistas de rua).
...”em oposição ao trabalho e materialidade escravizantes.” “Seus autores são, muitas vezes, críticos
e politizados”. (ref. Artistas de ruas)
Nota da autora: O
teatro Guaira de Curitiba tem três auditórios.
O grande auditório, chamado de Bento Munhoz, tem quase 2.200
lugares. O Salvador de Ferrante, também
chamado Guairinha, tem cerca de 500 lugares e o miniauditório tem
aproximadamente 100 lugares.
Graffiti, urbe e sociedade.
“Para esses jovens artistas de rua, a sociedade estabelecida
transformou-se em uma força de trabalho que vive para cuidar de coisas que não
o ser humano. Nesse contexto, é preciso
ter um carro para ganhar tempo para trabalhar mais e ganhar mais dinheiro. No entanto, o trânsito é cada vez mais lento
pelo número maior de veículos.
Contradição? Inversão de valores?”.
O carro é visto por certo olhar “como uma bolha, da qual o
ser humano se tornou prisioneiro e escravo – escravo da própria acomodação ao
conforto, símbolo do individualismo e da falta de consciência ecológica”.
“... a cultura do automóvel, a cultura da eterna zona de
conforto, que acomoda e aprisiona, que polui e mata”.
Continua no capítulo 07/08
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