Total de visualizações de página

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

RESENHA DE VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA SANEPAR EM CURITIBA – PR (COM USINA DE BIOGÁS EM CONSTRUÇÃO) – ETE BELÉM


     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida. 
     Promotor da visita:   IEP Instituto de Engenharia do Paraná -    Data:   09-12-15

     Fiz parte da visita técnica como Engenheiro e cidadão e deixo claro que a minha formação não é do ramo sanitário, mas como cidadão fiz a visita e relato aquilo de interessante consegui captar no local.   O intuito de colocar no Word é divulgar no blog para quem se interessa pelos temas Saneamento e Meio Ambiente.
     Curitiba possui cinco ETE Estações de Tratamento de Esgotos que atendem ao redor de 2,5 milhões de pessoas da cidade e da região metropolitana.    Visitamos a ETE Belém, que fica próxima à Foz do Rio Belém que é afluente do Iguaçu e no rumo de São José dos Pinhais-PR.
     Ao contrário da maioria das ETEs do estado, esta usa o sistema Aeróbico para o processo biológico de tratamento do esgoto.    Implantado nos anos 80 com uma tecnologia holandesa, requer grandes aeradores movidos a eletricidade para potencializar a ação dos microrganismos aeróbicos.    Alto gasto de energia elétrica.   A ETE local demanda  transformador de 1.500 KVA de energia elétrica.
     Curitiba é relativamente plana e em chuvas abundantes, boa parte da água pluvial acaba indo parar na ETE e causa algum transtorno no tratamento de esgoto, inclusive levando areia, garrafas pet, etc.
     Na ocasião foi dito que o governo do Paraná elaborou um projeto para sanear o Rio Iguaçu e estaria buscando captar 800 milhões de reais para isto junto à Coréia do Sul, país que saneou um dos seus rios que passa pela zona urbana naquele país.
     Citado pela equipe de Engenharia da Sanepar, que o custo atual de tratamento de esgoto local fica na base de R$.0,42 por m3 (mil litros).     No processo, gera por dia 110 toneladas de lodo.    Este contém metais pesados, microrganismos patogênicos, hormônios, fármacos, etc.      Dar a destinação correta a esse lodo custaria ao redor de 35% das despesas da ETE.
     Consta que o esgoto chega com DBO Demanda Biológica de Oxigênio na faixa de 250 e após tratado, sai com 12.    Após tratado, o esgoto retorna ao Rio Belém e estaria com condições, em termos de DBO, melhores que a água do rio que é bem poluída.
     A novidade no local é a Usina de Biogás que está em fase final de construção pela CS Cattalini Bioenergia (tem site na internet com detalhes), uma parceria entre a empresa Catalini (65%) e Sanepar (35%).  A usina usará o lodo de esgoto como matéria prima para geração de biogás que será convertido em energia elétrica a ser consumida pela ETE local.    Consta que a Usina está prevista para gerar 1,8 MW de energia.
     A usina local seria uma obra de em torno de 75 milhões de reais e será parceira permanente (vendendo energia) da Sanepar – ETE Belém.    Obra prevista para ficar pronta no primeiro semestre de 2016 e dá para ser vista à direita da pista que liga Curitiba a S.José dos Pinhais, apesar de ficar afastada uns 2 km da rodovia em si.
     A ETE Belém também está em obras de expansão para aumentar sua capacidade de tratamento de esgoto.
     O que em princípio já dá para considerar de positivo na produção de biogás é que do ponto de vista ambiental, queimar o metano que é 21 vezes mais danoso como gás do efeito estufa que o dióxido de carbono, traria um ganho ambiental nesse quesito.
     Os rios de Curitiba convergem para o rumo de Araucária-PR e nessa região se concentra a poluição causada pela região metropolitana.       Consta que a Sanepar usa como ponto de coleta de água dos rios ao lado de uma ponte que liga Curitiba a Araucária e nesse ponto é comum a DBO da água estar em torno de 38.     A Sanepar diz que ela “contribui” com 5 pontos dos 38 e o restante (a maioria) viria de águas pluviais, indústrias, esgotos clandestinos, etc.
     Isto foi o que consegui destacar e anotar da visita e o intuito é repassar as informações como contribuição à cidadania.                orlando_lisboa@terra.com.br
                   (41)  9917.2552              Sócio do IEP


sábado, 5 de dezembro de 2015

WORKSHOP SOBRE BIOGÁS EM CASCAVEL - PR 27-11-15


Data/hora/local:  27-11-2015 – 8.30 as 16 h -  Sede da AREAC – Associação Regional de Engenheiros Agrônomos de Cascavel – PR -  Promoção do CREA - PR
Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

     A abertura do evento foi feita pelo Eng.Agr. Orley que é da Diretoria do CREA PR, representando na ocasião o colega Galafati que preside a CEA Câmara Especializada de Agronomia do CREA-PR e que estava em viagem.
     Fala do Eng.Agr. Cícero Bley Junior – Superintendente de Energias Renováveis de Itaipu.  Ele tem mestrado no tema da Territorialidade.   Citou um programa que Itaipu criou no passado, o Cultivando Água Boa com foco na sustentabilidade.
     Ele destacou da responsabilidade da área agronômica também nessa área de energias alternativas, como biodiesel, etanol, biogás e outras.
     O Brasil é um país com vocação na atividade Agropecuária e no contexto podemos inclusive produzir biogas.
     O mundo está mudando, o Brasil idem e há novos desafios sendo que um deles é a questão energética.   Sobre o biogás, ele destacou que já erramos muito nessa área e hoje temos soluções mais efetivas e temos que aplicá-las com critério para ter sucesso.
     Citou um decreto de 2004.  Decreto 5163/04.   Citou norma da ANEEL, de 2012, uma RN que trata do assunto de energias alternativas.
     Após essa regulamentação de 2012 houve meio do produtor rural que gera bioenergia vender o excedente para a distribuidora da região.   Citou o caso da Granja Colombari da região de Cascavel.   O Sr.José Carlos Colombari conseguiu interligar sua produção de biogás com a Copel e vender energia e emitir Nota Fiscal do Produtor Rural sobre o feito.
     Lembrado que o IAP Instituto Ambiental do Paraná vem restringindo a emissão de alvarás para atividades de maior potencial poluidor como suinocultura e avicultura por causa dos resíduos que podem poluir ar e águas.   Isto acaba sendo um argumento a mais para os produtores rurais adotarem o biogás como uma das soluções para a questão ambiental e ainda lucrar com a energia produzida, além de evitar a emissão de metano no ar, um gás que tem grande ação negativa no aquecimento global.
     No mundo, o setor de Energia entra com 32% dos GEE Gases do Efeito Estufa.  A indústria entra com 16%, o setor de Transporte entra com 23%.   No caso da energia, as mais sujas são as de carvão e petróleo.
     A posição geográfica do BR nos coloca num ambiente privilegiado em todas as formas de energia.   Na Solar, nosso potencial por unidade de área de captação é duas vezes e meia maior do que em qualquer país da Europa.   No caso da energia Eólica, no Nordeste temos os Ventos Alísios que vem do Oceano Atlântico e são constantes, o que é positivo para a geração e no caso do Sul, temos os Ventos Polares que sopram constante.
     O BR tem grandes reservas de quartzo que é um dos componentes dos paineis solares e isto também nos dá uma condição favorável para desenvolvermos esse tipo de energia.
     Na parte de Biogás, também o BR tem um amplo potencial porque nossa agricultura tropical é exuberante até pela grande exposição ao sol o ano todo e a produção de massa é gtrande.
     Países como a Alemanha, mesmo não tendo condições tão favoráveis, vem incrementando a produção de energias alternativas inclusive com apoio em subsídios oficiais.   O Brasil, mesmo sem subsídios oficiais tem potencial de deslanchar nesse setor de energias alternativas e vem fazendo progressos na área.
     Segundo a UNICA União da Indústria Canavieira, o BR produz por ano ao redor de 140 milhões de toneladas de bagaço de cana (dados de 2012).   Isto corresponde a 15% da oferta de energia no BR no mesmo ano de 2012.   Boa parte da energia gerada pelo bagaço da cana é usada pelas próprias usinas/destilarias de açucar e álcool, mas há excedente que é vendido à rede distribuidora.
     O BR tem um paradigma de produzir energia em grandes usinas e isso causa problema de distribuição.   Citou como exemplo a Usina de Itaipu que gera energia que segue direto para a subestação de Barueri-SP na região metropolitana da capital e grande parte dessa energia é para suprir a indústria automobilística.   Praticamente nada dessa energia é usada no Paraná.    No caso do biogás e outras alternativas de produção de energia, poderão ser feitas em unidades menores, mais perto dos centros de consumo numa nova lógica para o setor de energia.
     Um dado bastante favorável à energia do Biogás.    Tomando a energia do petróleo com índice 100 de produção de GEE Gás do Efeito Estufa, o biogás produz um índice 3, ou seja, é 97% menos poluente que a energia do petróleo.
     Falou do biodiesel e a dificuldade para o agricultor produzir para uso próprio.   O óleo sai bruto com muitos elementos que danificam o motor e reduz em muito a vida útil do mesmo.   Por isso o óleo tem que passar por refino e isto fica fora do controle do produtor.
     Lembrou que o agronegócio produção de lenha é bastante relevante no Brasil.  Há um estudo do PR em termos de produção e consumo de lenha.   O consumo é distribuido pelo estado todo e a produção é concentrada em determinadas regiões e a logística encarece muito o produto.      Destacou que muitas propriedades rurais poderiam intercalar a produção de grãos, de animais e florestas energéticas, estas com adubação de dejetos de animais após a produção do biogás no tratamento de dejetos.
     Tendências no Mundo – questão de energia.   Dados de três séculos.   As curvas de uso da energia do carvão e do petróleo subiram e nos tempos atuais tendem a decrescerem e a curva do gás em geral vem subindo e tende a subir ainda mais até o meio deste século.    A energia do futuro próximo terá grande participação do gás.
     No caso do BR, há meio de produção do gás metano para fins energéticos de forma distribuida conforme a localização da demanda, favorecendo a logística.   Temos uma infinidade de resíduos animais e vegetais com potencial para produção do biogás, desde gramíneas, resíduos de granjas, de abatedouros de animais, etc.
     No capítulo 6 de um documento da ANEEL há dados comparativos de Eficiência Energética de diferentes fontes.
     Fazer o projeto do biogás com racionalidade e treinar quem vai operar o sistema e fazer a manutenção necessária.    Há a Associação Brasileira do Biogás.    A realidade mostra que a grande indústria já vem operando na distribuição de gás em larga escala e sempre há resistência a novas formas de produção de gás.  É um desafio para o biogás.
     Ele citou um caso meio pioneiro no Oeste do Paraná em que se fez um condomínio de pequenos suinocultores (Projeto Ajuricaba)  para tratarem em conjunto os dejetos, evitarem poluir os rios e obterem energia para auto consumo e venda no excedente.   Com muita luta conseguiram (demora de quatro anos) legalizar a interligação com a distribuidora Copel.   Eram isentos de ICMS mas recentemente o governo do Paraná tributou os mesmos, o que onerou muito o projeto, que tem inclusive um forte viés de sequestro de carbono e que é altamente positivo contra o efeito estufa.
  (continua.... clicar para continuar...)

WORKSHOP SOBRE BIOGÁS NA AGROPECUÁRIA 27-11-15

     Esta é a segunda parte do evento acima que foi realizado em Cascavel - PR pelo CREA PR     
     
Parte da Tarde – Paletra 4 -   Biogás – Alternativa de Energia Renovável Rural/Agroindustrial.
     Palestrante:   Engenheiro Agrícola Osvaldo Kuzman

     Na Índia e na China há grande tradição no uso de biodigestores.
     No BR nos anos 80 foi difundido o uso de biodigestores e por uma série de fatores o processo foi abandonado em seguida.   Houve erros e hoje em dia o desafio é seguir a tecnologia e treinar quem vai operar o sistema.
     Biodigestor é um abrigo de vidas.    As archeaeas metanogênicas  são os únicos microrganismos disponíveis para a produção de metano.
     Na fermentação anaeróbica – se controla a emissão de mau cheiro.   E se produz biogás.     Baixa produção de lodo.     Se o sistema estiver mal calibrado ou mal manejado, gera mau odor, pouco metano, etc.
     Combustão do metano:     CH4 + 2 O2  >   CO2 + 2 H2O + calor
     Lembrado que a temperatura ambiente influi no processo de produção de biogás.
     Temperatura ambiente abaixo de 10 graus positivos praticamente cessa a produção de biogás.    O biogás é inodoro, incolor e sem gosto e é insolúvel em água.    Altamente corrosivo.
      Mostrou foto de biodigestor da empresa GloboSuinos.  (Granja Heve)  Região de Cascavel – PR    Mostrou foto de biodigestor da Sadia na região.      Também de uma fecularia em Mercedes – PR  (Fecularia MCR – onde o Dr. Armin fez pesquisa)
     Citou o site     www.biogasmotores.com.br 
     Disse que em apenas 4 anos (mostrado no Globo Rural) a região já adotou a produção de biogás em 60 fecularias no Brasil, sendo muitas delas no Paraná.
     Há pesquisa em curso inclusive para se produzir biogás para restaurantes industriais.  Há sobras de comida que tem que ser descartadas por razões de saúde pública e uma forma seria produzir biogás e tratar os resíduos.


     Palestra 5 – Segurança na Operação de Biodigestores
     Eng.Civil Piergean Gomes -  da ONG CIBIOGÁS que tem apoio da Itaipu

     CIBIOGÁS – Energias Renováveis     www.cibiogas.org
     Núcleo de Projetos e Tecnologias

     Ele fez uma explanação com bastante normas e dados sobre o setor e deixou claro que se está lidando com energia que tem vários tipos de riscos como explosão de gás, queimadura por fogo ou objetos quentes, inalação de gases como o gás sulfídrico, amônia e mesmo contato com microrganismos patogênicos presentes em dejetos de animais, além de outros riscos.   Há que se treinar as pessoas e atuar dentro das normas de segurança.
     Foi citada dentre outras a NR 10 que está no âmbito da energia elétrica e tem parâmetros que se aplicam ao biogás.  
     Faz três anos que houve a criação da Associação Brasileira de Biogás e Biometano.
     Destacado que em recente leilão do governo federal, a China entrou com 14 bilhões de dólares no setor de energia elétrica no Brasil.
     O Cícero falou de passagem na produção de biogás através da biodigestão do lixo, que gera dentre outros, o gás piroxano (indesejável) que se origina de certas embalagens de cosméticos e creme dental.   Forma crosta interna nos motores movidos a biogás produzido a partir do lixo.   Por isso o gás tem que ser trabalhado e normatizado no caso.
     Empresas como a Volvo, Caterpillar e outras tem investido no combustível a partir do biogás (biometano) e é um potencial a mais de uso do mesmo.
     O Cícero voltou a lembrar que culturalmente consumimos energia e não temos o hábito de nos perguntar de onde ela vem, se vem de perto ou de longe.    (A respeito, li numa revista especializada – Revista Diferencial, editada pelo Senge PR Sindicato dos Engenheiros, que no sistema integrado elétrico brasileiro as perdas na distribuição podem chegar a 30% devido às distâncias, etc.).    Destacou que a Firjan Federação das Ind.do Rio de Janeiro tem estudo que indica tendência do setor industrial vir a produzir grande parte da energia que consome.
     Uma consultora do SEBRAE regional disse que já vem atuando em apoio às Cadeias Produtivas no Oeste do Paraná, dentre estas a do suíno, do frango, do leite.    E há interesse em se articular na questão do biogás.
     Nas falas finais, tivemos um breve comentário do Presidente da AREAC Associação Regional de Eng.Agrônomos de Cascavel e do Eng.Agr. Orley, representando o CREA PR, agradecendo a todos e lançando o desafio de todos os interessados se manterem articulados para fazermos avançar a questão do biogás em prol da sociedade.

     Isto foi o que consegui anotar e eventuais falhas de interpretação, ficam por minha conta.   Espero que os dados possam ser úteis para os que tem afinidade com o tema.

                            orlando_lisboa@terra.com.br      (41)  9917.2552   Curitiba - PR

terça-feira, 3 de novembro de 2015

RESENHA LIVRO - REVOLUÇÃO RUSSA - PARTE FINAL

Continuação da publicação anterior neste Blog  -  Revolução Russa


     104 – Entre 1918-1920 no bojo da revolução foram mortos 28 bispos e centenas de padres.
     127 -  A Revolução.... “exortações para que emendassem seus costumes atrasados, abanonando as bebedeiras, o machismo,  o antissemitismo, etc.”
     127 – Doença de Lênin (1922) e o apoio dele a Stalin.
     133 – A origem pobre de Stalin, filho de pai bêbado, violento, etc.
     134 – “Nomenklatura” -  Detentores de cargos com poderes de Nomear em todas as instâncias de poder incluindo saúde e educação.   Eram cargos nomeados pelo Estado ao redor de 500.000 para uma Nação com 86.000.000 de população.     Os que tinham o poder de nomear tinham assim um super poder e adquiriam um status de classe superior na sociedade com garantia de receber uniformes, ração completa, moradia, etc.  (incluindo passar férias na Criméia – em balneário).   Quem era nomeado para um cargo tinha que ser fiel ao sistema para não perder o cargo que era de confiança.  Se perdesse o cargo, caia em desgraça.
     142 – Massacre por Stalin (1925) a rebeldes da Chechenia.
     A Revolução e o apoio à língua e cultura de cada nação integrante da URSS.  Havia povos que antes não tinham língua escrita e foram apoiados para se criar um alfabeto como parte da expressão da cultura dos mesmos.
     Revolução -  apoio ao proletário e apoio à mulher.
     147 – Lênin morreu aos 53 anos de idade.  Foi complicada a sua sucessão.
     154 -  A Revolução e a busca do bem estar social para o povo.  Saúde, educação, moradia, etc.
     155 – Incentivo aos esportes de equipe, saúde, etc.
     156 – Pela dificuldade de moradia para todos, definiu-se uma cota em m2 para cada pessoa com três diferentes classes.
     168 – Muitos operários foram expulsos do partido por casarem na igreja e batizarem os filhos.
     168 – Funeral -  O regime também “mudou” o sistema de rito de funeral, abolindo a tradição do povo.   Passa a ter um rito secular, não religioso.   O mesmo ocorreu com o casamento.    As pessoas sentiam falta do mistério (do lado místico do ser humano), da alegria e da exuberância dos ritos tradicionais e consideravam seus substitutos artificiais, pobres em drama interior e em sentimento de transcendência.
     169 -  Por outro lado os jovens tinham uma grande vontade de se transformar e isso incluía fugir dos ritos tradicionais.
     170 – Confisco dos bens da Igreja Ortodoxa.     “Já se afirmou que houve 1.414 conflitos com fiéis em 1922-1923 nos quais mais de 7.000 padres, monges e freiras desapareceram, a maioria evidentemente assassinados.”
     170 – Católicos ortodoxos.   Também entre os atingidos havia povos na URSS adeptos do Islã e do Judaísmo.   No período de Stalin houve forte perseguição a todas as denominações religiosas.
     171 – Em 1922, Emelian Tarolavski fundou um Seminário para divulgar o Ateísmo.  Fundou a Liga dos Ateus Militantes.   Se opôs aos antirreligiosos conhecidos como “queimadores de padres”.   Estes últimos que praticavam bizarrices como queimar ícones e soltar porcos nas igrejas.
     173 – Stalin e seus adeptos eram contra a religião mas de certa forma “santificou” Lênin para controlar o povo.   (uma das “reprises” desse velho filme poderia ser o caso recente do Maduro tentando fazer isso em relação ao Chávez)
     Até embalsamaram o corpo de Lênin e a foto dele foi colocada por todo o canto da URSS.   Sempre acompanhada da frase:   LENIN ESTÁ CONOSCO SEMPRE E EM TODO LUGAR.
     174 – Poesia -    (engajada)    Maiakovski – o poeta operário.
     191/192 – No último parágrafo das conclusões o autor reconhece que na atualidade o mundo está protestando contra o mundo capitalista.   Então, algum referencial do “extinto” modelo da URSS ainda pode ter serventia nas análises, segundo o autor.

     Uma boa dica é ler o livro que apresenta o tema por um especialista na área, afinal na história da humanidade, que se saiba, experiência na linha do comunismo em larga escala e com certa longevidade são os casos da URSS e da China.     

     

sábado, 31 de outubro de 2015

RESENHA DO LIVRO “REVOLUÇÃO RUSSA” (Primeira parte da resenha)

RESENHA DO LIVRO  “REVOLUÇÃO RUSSA”   (Primeira parte da resenha)

Autor do livro:   Steve A. Smith – historiador britânico
Editora :  L&PM – 206 páginas, edição de 2013 – formato de bolso  (R$.20,00)

Elaboração da “resenha” (na verdade, um apanhado das frases mais marcantes ao meu ver) pelo leitor Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida     -    outubro de 2015

     Página 7 -  A Rússia era, na época da Revolução, 1/6 do território do mundo.
     8 – A Federação Russa (antiga URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ruiu como federação em 1991.  
     11 – Petrogrado era a capital russa no momento da Revolução em 1918.
     11 – Soviete = conselho.   Duma = parlamento.
     11 – O Czar Nicolau II era parte de uma dinastia de trezentos anos no comando da Rússia.
     Na pré revolução, a situação lá era de urbanização, industrialização, etc.
     12 – Em 1917, 3/4 da população russa se dedicava à agricultura atrasada em seu todo.
     13 – Em março de 1917, mesmo em meio aos enormes protestos dos trabalhadores de lá, se celebrou o Dia Internacional da Mulher.   O comunismo dá destaque ao papel da mulher na sociedade.
     13 – Entre os anos de 1860 e 1914 a população russa passou de 74 para 164 milhões de habitantes.   Houve pressão pelo uso da terra para agropecuária.    Entre 1861 e 1900 encolheu em 1/3 a área média por agricultor.    Destaquei isto porque mais que pessoas, as mudanças tem um fundamento de geografia humana inclusive.
     14 – As ferrovias se expandiram na Rússia.   Também o comércio e a indústria se expandiram.   Em 1913 a Rússia era o Primeiro país em exportação de produtos agrícolas do mundo em quantidade anual.
     Ainda assim, pobreza generalizada e uma das taxas de mortalidade infantil mais alta da Europa de então.
     Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a capital São Petersburgo, com o comunismo implantado, mudou de nome para Petrogrado.  
     15 – Voltando aos anos 1830 – Novo grupo social emergia na Rússia.   A “inteligentsia” – postura crítica.
     16 – Nas vésperas da revolução comunista, em 1917 (em plena Primeira Guerra Mundial), o número de desempregados em indústrias e na mineração russas não era tão elevado, mas era concentrado em certos pólos, o que lhes deu enorme força de mobilização que desaguou na Revolução Comunista.
     (Pólos interligados por ferrovias – que ajudavam na interligação)
     Os Pólos:
Metalúrgicos – em Petrogrado
Indústria Têxtil – Moscou
Mineração -  Urais        
    OBS:  - clicar logo abaixo em Mais informações  para continuar a leitura do texto.   

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

BATE PAPO COM ESCRITORES – NA BIBLIOTECA PÚBLICA - CURITIBA

RESENHA DE BATE PAPO COM ESCRITORES – NA BIBLIOTECA PÚBLICA

Data:  27-10-15     - em Curitiba – PR
Tema: A Literatura Contemporânea de Curitiba
Escritores convidados:   Cristovão Tezza, Marcelo Sandmann e Cezar Tridapalli

Anotações por  - Orlando Lisboa de Almeida       orlando_lisboa@terra.com.br

     O Tezza, 63 anos, escreveu mais de 20 livros.  Li dele, O Filho Eterno.
     Ele é catarinense radicado há anos em Curitiba e tem inclusive doutorado em Letras.
     O Marcelo é escritor, professor universitário e músico.
     O Cezar, na casa dos 30 anos, é professor e escritor.   Teve o livro O Beijo de Shirley premiado em MG.    Começou a publicar em 2011.
     Tezza – Eu, quando jovem, já era leitor aqui na Biblioteca Pública do Paraná.   Disse que pela década de 70, até pela efervecência do mundo cultural lá fora, por aqui em Curitiba também havia o agito cultural.   Na ocasião, se fez até um evento que reuniu aqui vários escritores, inclusive Adonias Filho.  O evento foi no Prédio antigo do Correio.
     Lembrou que até a década de 70 havia ao redor de dez cinemas próximos à Rua XV, perto da Boca Maldita e o pessoal saia do cinema e reunia nos bares próximos para bate papo.
     Uma percepção dele:     O curitibano adora falar mal de si mesmo como povo.  Um sentimento profundo de inadequação.
     Passados os anos 70, na visão dele, houve um marasmo na parte cultural por aqui.  A universidade passa a dominar o discurso literário.
     O Brasil é um país muito atrasado no setor cultural, em particular na literatura.    Falou do divisor de águas.    Literatura pré internet e pós internet.
    
     Fala do Marcelo
     Antes de se dedicar à poesia, se dedicou à música.  Nos anos 80, tocou inclusive em Show no Teatro Paiol e outros espaços por aqui.
     O pai dele era professor de Língua Portuguesa.    O Marcelo sempre gostou de ler.  Fez curso de Letras na UFPR.   Esteve um tempo na Alemanha.   Deu aula na UFPR.
     Quando bem jovem, andou lendo inclusive Dalton Trevisan.
     Os professores de literatura da UFPR no seu tempo de estudante deixavam de lado a poesia e os poetas.
     Tinham um grupo de literatura no tempo da academia que se chamava “No Calor da Hora.”   O projeto da UFPR trazia inclusive escritores para bate papo com os acadêmicos.
     O Marcelo tem uma visão positiva do seu passado literário/cultural nos anos 80, 90 em Curitiba.   Uma percepção um pouco diferente da do Tezza.
    
     Fala do Cezar

     Ele também curtiu bastante a Biblioteca Pública de Curitiba.
     Fez Letras na UFPR e foi inclusive acadêmico do Marcelo.
     Ele notava que no seu tempo de acadêmico de Letras, na Universidade não se dava importância à literatura contemporânea.   Só focavam escritores de um certo passado.
     Hoje inclusive se cogita de levar as “letras” das mídias alternativas para o ambiente das Letras.   Novos tempos.   Ele ministrou aulas como professor no Colégio Medianeira aqui em Curitiba.   Professor de 1995 a 2015.    Em 2005 passou a atuar fora de sala de aula, em outras atividades em escola e só em 2011 lançou seu primeiro livro.
     A internet teria algum efeito negativo nos leitores, afastando-os um tanto dos livros mais profundos e ao mesmo tempo trazendo curiosidade para novos leitores e mesmo para gente criando textos, fazendo algum tipo de literatura.

     Há inclusive editoras por aqui.    Ele sente um tanto de falta de leitores por aqui.

        Continua na página abaixo...

PARTE FINAL - BATE PAPO COM ESCRITORES CURITIBANOS

     O Jornalista mediador perguntou aos escritores se eles enxergam algum traço comum ou diversidade nos autores Curitibanos contemporâneos.
     O Tezza disse que acha que há um traço curitibano.   Que Curitiba (seus escritores) tem uma obsessão FORMAL.  Citou como um dos exemplos o Jamil, que é bem conhecido no meio literário.    Todos correndo atrás do diamante lapidado.   Nossa literatura curitibana é muito introspectiva e pouco sensual.
     Até pouco tempo atrás os autores paranaenses mais conhecidos fora do Paraná eram o Dalton Trevisan e o Domingos Pelegrini.    A Lei Rouanet ajudou um bocadinho a profissionalizar o movimento cultural.    Destaca a questão dos poucos leitores.    Buenos Aires tem 400 livrarias e seria quase mais que o Brasil todo no setor.
     A fala do Marcelo
     Destacou dois extremos de diversidade do Paraná em escritores.  Num extremo o Dalton Trevisan e de outro a poesia da Helena Kolody.     Dalton – coesas, muito extremadas.
     Não há em termos de literatura uma “tradição local” curitibana na opinião dele.
     A fala do Cezar
     Para destacar a diversidade, ele cita o seu caso de gostar da literatura russa do século XIX.   Pode ser totalmente diferente do foco de outros autores.   Diz que se nota que os autores locais costumam convergir na abordagem brincando com o clima de Curitiba, que é bem peculiar.    Diz que a Academia tem o hábito de tentar agrupar os escritores em “escolas”.

     Perguntas do plenário
     Um jornalista que cursou Letras.     Aos escritores que foram ou são professores, se a profissão de professor ajudou ou atrapalhou no ofício de escritor.
     O Tezza deu aula de Português na Universidade.  Não deu aula de Literatura.   Acha que se fosse de Literatura poderia atrapalhar o lado escritor.
     Uma senhora fez uma “divagação” sobre os velhos tempos em que o Paraná tinha uma Secretaria de Educação e Cultura, tudo junto e misturado.  Se isso teria sido bom ou ruim para a literatura, ela pergunta.
     Os tempos eram outros, houve várias falas.
     O Cesar (que está na casa dos 30 de idade), foi professor desde 1995 até hoje.  20 anos no ramo, sendo que em sala mesmo, foi até 2005 e depois em outras atividades no campo da educação.   Foi só em 2011 que editou seu primeiro livro.   Depois do tempo em sala de aula.
     Foi citada meio de passagem uma entidade (Assis Brasil) do RS que teria algo como oficinas para escritores e teria havido resultados satisfatórios, lapidando talentos.
     Tezza – Temos uma história como conservadores em Curitiba.
     Ele citou inclusive a administração do Jaime Lerner que fez profundas alterações e modernizou a cidade de Curitiba e na época os intelectuais locais eram contra o citado governo e suas obras.
     O Tezza disse que esteve na China e constatou que por lá quase nada se conhece dos autores brasileiros.  Só conhecem mais o Jorge Amado.
     Que em outros países esse quadro quase não muda na visão dele.
     Ele destacou que o Jamil é forte fora do Paraná inclusive, como poucos daqui.
     Disse que lá fora as pessoas abordavam nossos editores buscando aquela visão das mulatas, praias, carnaval, etc.    Na atualidade, nos procuram com foco em livros que abordam morros, comunidades, violência, drogas, etc.

     Este foi o apanhado que consegui fazer do que foi o bate papo com os escritores na Biblioteca Pública do Paraná.      (Espero que tenha retratado de forma razoável o que lá foi dito)